Prefeito diz que enchentes no RS ocorrem por Estado ter poucas igrejas e muitos centros

Política
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O prefeito de Balneário Barra do Sul (SC), município localizado no norte do litoral catarinense, Valdemar Baraúna da Rocha (PP), sugeriu uma correlação entre as enchentes do Rio Grande do Sul e o suposto dado estatístico, mencionado por ele, de que o Estado gaúcho tem menos igrejas do que o restante do País. Na declaração, dada no último dia 16, em entrevista à rádio local FM Litoral, Rocha também deu a entender que o Rio Grande do Sul possui mais "centros", indicando se tratar de religiões de matriz africana, o que, segundo ele, "não agrada aos olhos de Deus".

"O que está acontecendo lá no Rio Grande do Sul? É aquela enchente. Mas aí nós fomos ver uma estatística, e é o Estado que menos tem igreja. E lá é centro de, de, de…", disse o prefeito, sendo interrompido pelo entrevistador. "Sim, sim, sim, ok", concordou o radialista. O prefeito catarinense prosseguiu: "Que não agrada aos olhos de Deus. Será que Deus não está chamando eles a uma responsabilidade?", questionou. Ele complementou o raciocínio dizendo que agora ninguém entende por que a catástrofe está ocorrendo, mas que "lá na frente vamos entender o porquê aconteceu".

A declaração, dada ao final da entrevista, foi seguida de uma oração feita pelo prefeito, que é evangélico. A prefeitura catarinense foi procurada pelo Estadão, mas não comentou o caso.

Rocha também citou um carnaval em que a imagem de Jesus foi "arrastada pelo asfalto", o que, segundo ele, teria relação com fatos que acometem o País, como a catástrofe no Rio Grande do Sul. O prefeito se referiu à encenação da comissão de frente da Gaviões da Fiel, em 2019, em que atores representaram o diabo e Jesus, que foi derrotado.

"Se você analisar, depois daquele carnaval que pegaram Jesus e andaram arrastando naquele asfalto: qual a situação do nosso Brasil hoje? É para nós refletirmos", disse o prefeito.

A declaração provocou repercussão nas redes sociais. Embora o prefeito não tenha perfil no Instagram nem no X (antigo Twitter), internautas procuraram o perfil oficial da prefeitura para demonstrar insatisfação com as declarações. "Prefeito preso. Vice-prefeito assume e quer culpar a fé do gaúchos como causadora da tragédia. Balneário Barra do Sul merece coisa melhor", escreveu um usuário, enquanto outros questionaram se para a cidade ser notada é preciso que Rocha dê declarações desse tipo.

Rocha compôs como vice-prefeito a chapa vitoriosa nas eleições de 2020, encabeçada por Antônio Rodrigues, também do PP. Rodrigues foi preso por fraudes em licitações públicas na Operação Mensageiro, apelidada de "Lava Jato de Santa Catarina", e afastado do cargo de prefeito pela Câmara Municipal. Desde junho de 2023, Rocha assumiu o comando da cidade catarinense.

A tragédia climática no Estado gaúcho, que se estende desde o fim de abril, já deixou ao menos 169 pessoas mortas e 469 municípios afetados.

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Um ataque de drone russo em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, feriu 47 pessoas, disseram autoridades ucranianas. Segundo o prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, os drones atingiram 12 locais da cidade na sexta-feira, 2, à noite. Edifícios residenciais, infraestrutura civil e veículos foram danificados no ataque, de acordo com o governador regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov.

O ataque provocou um novo apelo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por apoio mais decisivo dos aliados do país. "Enquanto o mundo hesita com decisões, quase todas as noites na Ucrânia se transformam em um pesadelo, custando vidas. A Ucrânia precisa de uma defesa aérea reforçada. Decisões fortes e reais são necessárias de nossos parceiros - os Estados Unidos, a Europa, todos os nossos parceiros que buscam a paz", escreveu Zelensky, em publicação no X neste sábado.

O Ministério Público de Kharkiv disse que as forças russas usaram drones com ogivas termobáricas. Em uma declaração no mensageiro Telegram, o MP afirmou que armas termobáricas criam uma poderosa onda de explosão e uma nuvem quente de fumaça, causando destruição em larga escala. O promotor apontou que seu uso pode indicar uma violação deliberada do direito humanitário internacional.

A Rússia disparou um total de 183 drones explosivos e iscas durante a noite, disse a força aérea da Ucrânia. Desses, 77 foram interceptados e outros 73 perdidos, possivelmente tendo sido bloqueados de forma eletrônica. Moscou também lançou dois mísseis balísticos.

Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas defesas aéreas derrubaram 170 drones ucranianos durante a noite. O ministério disse que oito mísseis de cruzeiro e três mísseis guiados também foram interceptados.

No sul da Rússia, cinco pessoas, incluindo duas crianças, ficaram feridas em um ataque de drone na cidade portuária de Novorossisk, que dá acesso ao Mar Negro, durante a noite, de acordo com o prefeito Andrey Kravchenko.

Uma mulher morreu na madrugada deste sábado, 03 (horário local), na cidade de Tessalônica, no norte da Grécia, quando uma bomba que carregava explodiu em suas mãos, informou a polícia.

A mulher, de 38 anos, aparentemente levava a bomba para a frente de um banco próximo por volta das 5h da manhã (23h da sexta, 02, no horário de Brasília), disseram os policiais.

Fachadas de lojas e veículos foram danificados pela explosão. Segundo a polícia, a mulher já era conhecida das autoridades por envolvimento em diversos assaltos anteriores e está sendo investigada por possíveis ligações com grupos extremistas de esquerda.

O Exército dos EUA confirmou nesta sexta-feira, 2, que haverá um desfile militar no aniversário do presidente Donald Trump em junho, como parte das comemorações do 250º aniversário do serviço.

Os planos para o desfile, conforme detalhado pela primeira vez pela The Associated Press na quinta-feira, preveem que cerca de 6.600 soldados marchem de Arlington, Virgínia, até o National Mall, juntamente com 150 veículos e 50 helicópteros. Até recentemente, os planos do festival de aniversário do Exército não incluíam um desfile maciço, que, segundo as autoridades, custará dezenas de milhões de dólares.

Trump há muito tempo deseja um desfile militar, e as discussões com o Pentágono sobre sua realização - em conjunto com o aniversário presidencial - começaram há menos de dois meses.

O desfile ocorre no momento em que o republicano e seu Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), dirigido por Elon Musk, cortaram departamentos, pessoal e programas do governo federal para economizar custos.

Na tarde de hoje, as autoridades do Exército comentaram que prosseguirão com o desfile, mas que ainda não há uma estimativa de custo.