Comissão de Agricultura elege vice-líder da oposição como presidente e eleva pressão no governo

Política
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A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados elegeu, nesta terça-feira, 28, o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) como presidente. Evair é vice-líder da oposição e um dos principais representantes do agronegócio na Casa, o que deve aumentar a pressão no colegiado contra o governo.

Ele substitui o presidente anterior, deputado Vicentinho Júnior (TO), que precisou se afastar do cargo para assumir a função de Secretário Extraordinário de Ações Estratégicas no Estado de Tocantins.

Em 2023, o parlamentar capixaba teve discussões públicas com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e trabalhou para convocar o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para constrangê-lo. Evair também foi integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criada para prejudicar o governo.

O episódio com Marina aconteceu em uma audiência na Comissão de Meio Ambiente, em maio do ano passado. Ela disse que o governo iria apostar na transição energética para tirar "o agronegócio brasileiro da condição de 'ogronegócio'". Evair disse que ela estava querendo lacrar.

"Eu quero rechaçar veementemente a expressão que a senhora usou, mesmo que tenha sido para uma minoria", afirmou. "A senhora mais uma vez atingiu desrespeitosamente os produtores brasileiros. Faço este registro. Naturalmente, a senhora vai lacrar com esse tema, mas isso foi uma infelicidade."

Seis meses depois, em novembro, Evair queria convocar o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na Comissão de Agricultura, para colocá-lo no meio de uma crise de relação do agro com o governo.

Naquele episódio, uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) expôs perguntas que faziam críticas ao setor. A Frente Parlamentar do Agronegócio na Câmara emitiu uma nota de repúdio ao ministro da Educação, Camilo Santana, pelo ocorrido.

Em novembro, a iniciativa não prosperou sobretudo porque o presidente da comissão à época, Tião Medeiros (PP-PR), era um nome próximo a Fávaro. Evair pertence a uma ala crítica ao ministro e agora, como presidente, poderá pautar futuras convocações.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Evair será o responsável por conduzir a votação do projeto que derruba o programa Terra da Gente, que teve o bolsonarista Rodolfo Nogueira (PL-MS) designado como relator nesta semana. A ação foi lançada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário no contexto da reforma agrária, para assentar 295 mil famílias até 2026.

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A China afirmou nesta quarta-feira, 5, que irá aumentar seu orçamento de defesa em 7,2% este ano. Os gastos planejados com a defesa do país em 2025 serão de 1,784665 trilhão de yuans (cerca de US$ 249 bilhões), de acordo com um relatório preliminar apresentado ao legislativo nacional para deliberação.

O aumento é a mesma porcentagem do ano passado, abaixo dos avanços porcentuais de dois dígitos de anos anteriores e refletindo uma desaceleração geral da economia. Os líderes do país estabeleceram uma meta de crescimento de cerca de 5% para este ano.

Os gastos militares da China continuam sendo os segundos maiores, atrás apenas dos EUA. Todavia, o Pentágono e muitos especialistas dizem que o gasto total chinês com defesa pode ser 40% maior devido a itens incluídos em outros orçamentos.

*Com informações da Associated Press

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou nesta quarta, 5,que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não pode "achar que pode violar qualquer acordo" que ponha fim à guerra na Ucrânia. Em seu discurso no Parlamento britânico, o premiê destacou que qualquer negociação deve incluir garantias de segurança para os ucranianos, a fim de assegurar uma "paz duradoura" no país.

"A maneira de garantir que tenhamos paz é assegurar que haja garantias para qualquer acordo que esteja em vigor, porque o maior risco de conflito é se Putin achar que pode violar qualquer acordo que possa ser alcançado", declarou.

Starmer reiterou a importância de o Reino Unido, os Estados Unidos, a Europa e a Ucrânia trabalharem juntos para encerrar o conflito e afirmou que "não devemos escolher entre os EUA e a Europa". No entanto, ele se esquivou de comentar se os EUA haviam interrompido o compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia, junto à interrupção de fornecimento de ajuda militar ao país.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, telefonou a ele para "perguntar o que poderia ser feito em relação às tarifas" de 25% impostas sobre os produtos importados do Canadá, que entraram em vigor nesta terça, 4. Um dos principais motivos para a política tarifária de Trump, segundo ele, é o tráfico de fentanil que sai do Canadá em direção aos EUA.

Em uma publicação na Truth Social, o líder americano, no entanto, afirmou que os esforços do Canadá para combater a entrada do fentanil pelas fronteiras não são "bons o suficiente", ressaltando que muitas mortes ocorreram devido ao fentanil proveniente do Canadá e do México. Trump também afirmou que nada o convenceu de que o problema foi resolvido.

A ligação, que Trump descreveu como tendo terminado de maneira "um tanto amigável", também incluiu críticas a Trudeau por suas políticas de fronteira. O presidente americano acusou as "fracas" políticas do premiê canadense de permitir, segundo ele, a entrada de grandes quantidades de fentanil e de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, o que resultaria em muitas mortes. Além disso, Trump sugeriu que Trudeau estaria utilizando a questão das tarifas e do fentanil como uma estratégia para se manter no poder.

Trump voltou a se referir a Trudeau como "governor", palavra em inglês que pode ser usada tanto para definir governador de estado como chefe de instituição pública. O presidente dos EUA tem provocado embates com o premiê canadense devido às repetidas ameaças de anexar o Canadá e transformá-lo no "51º estado dos Estados Unidos", uma ideia que já foi rejeitada pelo líder do país vizinho.