Nunes confirma presença na Marcha para Jesus; Boulos e Tabata vão na Parada do Orgulho LGBT+

Política
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Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo devem se dividir entre os principais eventos da agenda paulistana neste feriado de Corpus Christi. Enquanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB) confirmou presença na Marcha para Jesus, nesta quinta-feira, 30, em um sinal de aproximação com o segmento evangélico e de viés conservador, os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) participam da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, marcada para o próximo domingo.

A reportagem procurou outros pré-candidatos que estão melhor colocados nas pesquisas. Nenhum deles sinalizou que pretende comparecer a um dos eventos. "Vou ficar em casa assistindo animes", declarou o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil). José Luiz Datena (PSDB) ainda não tem compromissos públicos desde que passou por cirurgia. Pablo Marçal (PRTB) negou a intenção de participar das agendas. A assessoria de Marina Helena (Novo) foi procurada, mas não se manifestou até esta notícia ser publicada.

A 32ª edição da Marcha para Jesus ocorre nesta quinta-feira, 30, a partir das 10h. A caminhada começa na estação da Luz e segue em direção à Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB), próximo ao Campo de Marte. A organização informa que estão inscritas mais de 15 mil caravanas e oito trios elétricos acompanham o trajeto de cerca de três quilômetros e meio.

Na chegada, há um palco montado que reunirá os shows de cantores e bandas gospel como Aline Barros, Cassiane e Thalles Roberto. O evento foi realizado pela primeira vez em 1993, organizado pelo apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo. Conta com o apoio este ano da Prefeitura de São Paulo, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da SPTrans, da SPTuris e da Polícia Militar.

Ricardo Nunes deve comparecer ao evento por volta das 14h, junto com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A programação já reservou 15 minutos para a fala do governador; o prefeito também pode discursar ao público evangélico caso queira. Devem estar presentes ainda o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça.

A assessoria de Boulos declarou que o deputado não foi convidado. Já Tabata disse que não compareceria ao evento porque é católica praticante e fará os ritos de Corpus Christi com a família e a sua comunidade, na Paróquia São Francisco Xavier, em Vila Missionária, "como todo ano ela costuma fazer".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi convidado, mas pode não ter representante. No ano passado, o governo federal foi representado pelo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, que foi vaiado pelo público ao dizer "a pedido do presidente" que existem "homens e mulheres do Reino" em Brasília. O ministro frequenta a Igreja Batista. Recentemente, o governo também lançou a campanha "Fé no Brasil" como forma de se aproximar do segmento evangélico.

Aliado de Nunes e Tarcísio, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará em Jundiaí nesta quinta, dando sequência ao tour pelo interior paulista para arrecadar doações para os atingidos pela enchente no Rio Grande do Sul. A mobilização marca as primeiras agendas do político depois de receber alta hospitalar para tratamento de uma doença de pele em Manaus e São Paulo, que lhe rendeu 13 dias de internação. A última vez que esteve na Marcha para Jesus foi em 2022, quando estava em pré-campanha pela reeleição.

Parada LGBT+ pede 'voto consciente' em 2024

A 28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo ocorrerá no domingo, 2 de junho, com concentração a partir das 10h, na Avenida Paulista. Neste ano, a organização incentivou o público a comparecer de "verde-amarelo e arco íris" e adotou um mote político: "Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo: Vote consciente por direitos da população LGBT+". Segundo a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, o dress code é para "celebrar o tema e a retomada dos nossos símbolos".

Boulos e Tabata, pré-candidatos do campo progressista, confirmaram presença no evento ao Estadão. A Prefeitura de São Paulo, por outro lado, afirmou que a agenda do prefeito no dia ainda não está fechada. Nunes, que costuma ser cobrado pelo campo conservador na pauta de costumes, nunca compareceu à Parada, apesar de o governo municipal ter gasto aproximadamente R$ 4,1 milhões nos eventos da Semana da Diversidade, incluindo a festa no domingo.

A assessoria de Tabata adiantou que a ideia da deputada é circular em meio ao público, sem necessariamente subir no palanque, e que essa sempre foi uma pauta presente em sua trajetória política. Boulos não deu mais detalhes sobre a sua participação até o momento.

Os organizadores, por outro lado, confirmaram que a programação conta com discursos antes da partida dos trios e que tanto Boulos quanto Tabata estão na prévia da lista. A etapa deve iniciar próximo das 11h e ser concluída até 12h30min. As deputadas Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), as duas primeiras mulheres trans no Congresso, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também estão escalados, assim como outros ativistas da comunidade LGBT+.

Pela primeira vez desde 1997, a Parada fará um trajeto diferente. Devido às obras que acontecem no final da Avenida Paulista, na virada para a Rua da Consolação, os trios percorrerão o lado ímpar da avenida, e o público será orientado a seguir no evento pelas ruas Haddock Lobo e Bela Cintra. O evento terá 16 trios ao todo e atrações como Pabllo Vittar e Gloria Groove, além da bateria da Estrela do Terceiro Milênio, escola do grupo especial de São Paulo que homenageia a comunidade em seu samba-enredo de 2025.

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O governo Donald Trump informou que a Universidade de Harvard não poderá receber novos subsídios federais para a pesquisa até cumprir com as exigências, que colocaram a universidade mais rica e prestigiada o país em rota de colisão com a Casa Branca.

O bloqueio foi comunicado em carta enviada pelo Departamento de Educação ao reitor da universidade e confirmado em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 5. O representante do departamento disse à imprensa que Harvard não receberá novos subsídios federais até que "demonstre uma gestão responsável da universidade" e atenda às exigências do governo.

A Casa Branca já havia congelado US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à universidade. Em outra frente, Trump pressiona para que Harvard perca o seu status de isenção fiscal enquanto tenta forçar a instituição de ensino a atender suas demandas.

A carta foi a primeira resposta significativa do governo desde que Harvard entrou com ação judicial na tentativa de impedir o corte bilionário de verbas. "Esta carta é para informá-lo de que Harvard não deve mais buscar subsídios do governo federal, pois nenhum será fornecido", escreveu a secretária da Educação Linda McMahon ao reitor Alan Garber.

O documento estipula que Harvard deve abordar preocupações relacionadas ao antissemitismo no campus; revisar políticas raciais; e responder a queixas de que teria abandonado a busca pela "excelência acadêmica" ao empregar relativamente poucos professores conservadores, segundo a visão do governo.

Representantes de Harvard não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

A ameaça sugere que o governo pode estar alterando ou reforçando suas táticas contra as universidades. Inicialmente, a Casa Branca havia retirado subsídios existentes - medida drástica, mas que deixa margem para contestações na Justiça, como no caso de Harvard.

Representantes do setor em todo país tem expressado de forma reservada preocupações com uma campanha mais ordenada de pressão sobre as universidades, que seria mais difícil de reverter nos tribunais.

O embate com Harvard começou quando o governo Donald Trump enviou, no mês passado, um série de exigências à universidade. A lista incluía a obrigatoriedade de relatar ao governo federal quaisquer estudantes internacionais acusados de má conduta e a nomeação de um supervisor externo para garantir que os departamentos acadêmicos fossem "diversos em termos de pontos de vista".

A universidade se negou a cumprir as demandas da Casa Branca e denunciou uma tentativa de interferir na liberdade acadêmica. Na ação judicial, Harvard acusou o governo Donald Trump de tentar exercer um "controle inédito e indevido".

No ano fiscal de 2024, os recursos federais para pesquisa representaram cerca de 11% do orçamento de Harvard - aproximadamente US$ 687 milhões. Embora o fundo patrimonial da universidade ultrapasse os US$ 53 bilhões, grande parte desse valor é restrito, o que limita como a instituição pode utilizá-lo.

O congelamento duradouro dos novos subsídios poderia causar um caos financeiro para Harvard, que já está elaborando planos de contingência e buscando captar recursos no mercado de títulos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A primeira-ministra da província canadense de Alberta, Danielle Smith, disse que realizará um referendo no próximo ano que poderá incluir uma votação sobre a separação do Canadá.

Smith afirmou que não apoia a separação no site do governo da província e em sua página no Facebook, mas acrescentou que, caso os cidadãos de Alberta reúnam as assinaturas necessárias, uma pergunta sobre a separação poderá fazer parte da votação de 2026. "Nosso governo respeitará o processo democrático", enfatizou ela.

Seus comentários são a mais recente investida da província produtora de petróleo e gás depois que os liberais federais conquistaram um quarto mandato na eleição de 28 de abril. Smith, os líderes empresariais e os cidadãos de Alberta estão profundamente frustrados com a política ambiental da última década, que, segundo eles, prejudicou as perspectivas econômicas da província. As medidas incluem a proibição de navios-tanque que transportam petróleo bruto para o noroeste da Colúmbia Britânica, um limite para as emissões de carbono do setor de energia e um processo de avaliação ambiental mais rigoroso.

Ela disse que teve uma conversa telefônica construtiva nos últimos dias com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, mas "até que eu veja provas tangíveis de mudanças reais, Alberta tomará medidas para se proteger melhor de Ottawa".

Uma porta-voz de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 4, que instruiu seu governo a reabrir e expandir a notória prisão de Alcatraz, que foi fechada em 1963 e se tornou um ponto turístico na Califórnia.

"Por muito tempo, os Estados Unidos foram atormentados por criminosos cruéis, violentos e reincidentes, a escória da sociedade, que nunca contribuirão com nada além de miséria e sofrimento. Quando éramos uma nação mais séria, no passado, não hesitávamos em prender os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem prejudicar. É assim que deve ser", disse Trump, em uma publicação na plataforma Truth Social.

"É por isso que, hoje, estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma prisão de Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu o presidente americano, acrescentando: "A reabertura de Alcatraz servirá como um símbolo de Lei, Ordem e justiça."

A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem enfrentando conflitos com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados ??para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também já sinalizou que poderia enviar cidadãos americanos para El Salvador.

Trump também ordenou a abertura de um centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar até 30 mil detentos que ele rotulou como os "piores criminosos estrangeiros".

Prisão

Alcatraz, hoje uma atração turística, fechou em 1963 devido aos altos custos operacionais após apenas 29 anos de operação, de acordo com o Departamento de Prisões dos EUA, porque tudo, de combustível à comida, tinha que ser trazido de barco.

Localizada a dois quilômetros da costa de São Francisco e com apenas 336 prisioneiros, a prisão abrigou vários criminosos notórios, incluindo o chefe da máfia da época da Lei Seca, Al Capone, e foi palco de muitas tentativas de fuga incríveis dos presos.

36 homens tentaram 14 fugas diferentes da prisão, segundo o FBI. Quase todos foram capturados ou não sobreviveram à tentativa.

O local ficou conhecido pelo filme "Alcatraz: Fuga Impossível", longa de 1979 que é protagonizado por Clint Eastwood. O filme conta a história de três prisioneiros que conseguiram fugir de Alcatraz.

Um porta-voz do Departamento de Prisões dos EUA disse em um comunicado que a agência "cumprirá todas as ordens presidenciais".

Atualmente, o Departamento de Prisões tem 16 penitenciárias que desempenham as mesmas funções de alta segurança de Alcatraz, incluindo sua unidade de segurança máxima em Florence, no Colorado, e a penitenciária dos EUA em Terre Haute, em Indiana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)