Líder do governo vai se reunir com Lira e lideranças para discutir brigas entre deputados

Política
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O deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Casa, vai procurar o presidente Arthur Lira (PP-AL) e as lideranças de bancada para discutir como reduzir a agressividade entre parlamentares.

Segundo Guimarães, os embates ocorridos na última quarta-feira, 5, preocupam todos os congressistas e algo precisa ser feito. Por isso, o governista afirma que vai tentar dialogar com todos os líderes da Casa para buscar uma saída para a exaltação dos deputados. Para ele, a frequência de desentendimentos pode contaminar o ambiente de discussão do plenário da Câmara.

"Nós temos que ter juízo, isso aqui vai se transformar numa praça de guerra, qualquer decisão aqui vira guerra. Não pode um clima desses aqui dentro. Isso quebra qualquer convivência minimamente respeitosa", disse ao jornal Folha de São Paulo.

Na quarta-feira, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) passou mal durante sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e precisou ser hospitalizada. Discursava sobre uma matéria a qual ela era relatora no colegiado, até que sentiu falta de ar e precisou ser retirada da sala. A sessão foi suspensa.

Após a parlamentar passar mal, houve discussão entre a deputada Érika Hilton (PSOL-SP) e uma apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não identificada. Erika e outros parlamentares e assessores do PSOL acusam a mulher de estar filmando Erundina sendo levada em uma cadeira de rodas, em meio a provocações. Nas imagens da TV Câmara dá para ver que a mulher está segurando o celular e apontando para o local por onde Erundina é retirada. Em vídeo no momento da discussão, a mulher nega que tenha filmado a parlamentar.

Na mesma tarde, um manifestante de esquerda foi empurrado pelo deputado Éder Mauro (PL-PA) e levou um tapa no rosto, desferido por um assessor do parlamentar. A briga começou quando o ativista, que preferiu não se identificar, gritou "Bolsonaro na Papuda", em referência ao complexo penitenciário no Distrito Federal.

A sessão do Conselho de Ética julgou a possibilidade de cassação do deputado federal André Janones (Avante-MG). Ele foi acusado pela prática de "rachadinha" quando partes dos salários de funcionários do gabinete são repassados ao parlamentar.

Durante a votação do processo contra Janones, houve um embate entre Boulos, que foi o relator do caso, e o coach Pablo Marçal. Os dois trocaram insultos durante a sessão e citaram a disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Boulos chamou Marçal de "coach picareta" e disse esperar que ele "não venda a candidatura" para o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição.

Janones foi absolvido pela acusação de rachadinha por 12 votos a cinco. Após o anúncio do resultado, deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começaram a trocar insultos e provocações.

O deputado do Avante chamou os bolsonaristas de "boiolas" e convocou Nikolas "para conversar lá fora". A situação escalou e a Polícia Legislativa Federal foi obrigada a separar os congressistas. Janones foi retirado da sala, mas o parlamentar do PL o seguiu pelos corredores da Câmara.

"Você é um frouxo, você é um mentiroso. Seu m****. Vamos lá fora então, quero ver", afirmou Nikolas. "Vamos só nós dois. Tira a gangue, tira a gangue, tira a gangue. Vagabundo, boiola, tomar no seu c*, bandido. É só nós dois. Vem cá", respondeu Janones.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta terça-feira, 4, um plano de 800 bilhões de euros, nomeado "REARM Europe", para fortalecer as defesas das nações da União Europeia (UE), visando diminuir o impacto de um possível "desengajamento" dos Estados Unidos e fornecer à Ucrânia força militar para negociar com a Rússia, após a pausa da ajuda americana aos ucranianos.

O pacote ainda será apresentado aos 27 líderes da união. Na quinta-feira, 6, os representantes europeus realizarão uma reunião de emergência em Bruxelas para tratar sobre o assunto. "Não preciso descrever a grave natureza das ameaças que enfrentamos", disse von der Leyen. Fonte: Associated Press.

O Ministério das Relações Exteriores, em nota divulgada nesta segunda-feira (3), lamentou a suspensão da entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza por Israel. "O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor", diz o texto do Itamaraty.

Israel interrompeu a entrada de todos os bens e suprimentos na Faixa de Gaza no domingo (2) e advertiu sobre "consequências adicionais" caso o Hamas não aceite uma nova proposta para estender o cessar-fogo.

O Itamaraty diz que o Brasil pede a "imediata reversão da medida", recordando que "Israel tem obrigação - conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 - de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos". A nota afirma ainda que a obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.

O governo brasileiro defende que as partes promovam o estrito cumprimento dos termos do acordo de cessar-fogo e o engajamento nas negociações "a fim de garantir cessação permanente das hostilidades, retirada das forças israelenses de Gaza, libertação de todos os reféns e estabelecimento de mecanismos robustos para ingresso de assistência humanitária desimpedida, previsível e na necessária escala."

A discussão entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na última sexta-feira (28) na Casa Branca levou as relações entre os dois países a um conflito. Ele também causou sério dano a uma aliança no coração da ordem estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial: a Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Trump adotou uma posição que muitos aliados europeus viam como se ele estivesse do lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao ignorar as preocupações de segurança de um país amigo que precisa de ajuda do Ocidente. Ele disse que o presidente ucraniano estava perdendo a guerra e "não tinha cartas".

A Otan é baseada na ideia de que os EUA podem usar seu poderio militar, incluindo o arsenal de armas nucleares, para defender qualquer aliado que for atacado. Esta premissa fundamental agora está sendo questionada.

"Eu estou preocupado que estamos nos últimos dias da Otan", disse o almirante aposentado James Stavridis, ex-comandante aliado supremo da Otan. Ele destacou que a aliança "pode não entrar prestes a entrar em colapso, mas eu posso certamente ouvir o ranger mais alto do que em outros tempos em minha longa carreira militar."

No último domingo, 2, Trump publicou uma mensagem na sua plataforma Truth Social: "Devemos dedicar menos tempo nos preocupando com Putin e mais tempo nos preocupando sobre as gangues de imigrantes que cometem estupros, traficantes, assassinos e pessoas que vieram de instituições (de saúde) mental entrando em nosso país - Para que não acabemos como a Europa." A Casa Branca não fez comentários sobre a política do governo dos EUA sobre a Otan.

A força do apoio de Trump à Otan, que foi criticada no passado, continua incerta. Na Casa Branca na última sexta-feira, ele disse "estamos comprometidos com a Otan" e elogiou um país membro, a Polônia, que faz muitos gastos com defesa.

No sábado, dia 1º, Elon Musk, um assessor de Trump que lidera o departamento de eficiência do governo, endossou uma mensagem na plataforma X que defendia a retirada dos EUA da Otan e das Nações Unidas.

Líderes europeus, que confiam na Otan para a segurança de seus países, têm evitado falar publicamente sobre as ameaças à aliança, mas alguns começam a comentar planos alternativos. "Queremos preservar a parceria transatlântica e a nossa força conjunta", comentou no sábado a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock. "Mas ontem vimos uma vez mais que os europeus não devem ser ingênuos", disse, referindo-se aos eventos ocorridos na Casa Branca na sexta-feira: "Temos que assumir a responsabilidade pelos nossos próprios interesses, nossos próprios valores e nossa própria segurança, pelo bem do nosso povo na Europa."