Operação Talha encontrou movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão

Política
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A Operação Talha foi mais uma deflagrada esta semana pela Lava Jato do Rio como desdobramento da Operação Fatura Exposta, de 2017. Desta vez, na mira da força-tarefa fluminense está o ex-deputado federal do Rio Francisco Floriano (DEM), a quem o Ministério Público Federal atribui crimes contra a administração pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A suspeita não é recente: surgiu na esteira das investigações do esquema de desvios instalado no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) ainda no início da gestão do ex-governador Sérgio Cabral, em 2007. Com o avanço das apurações, novos nomes têm sido arrastados para o centro das suspeitas que já levaram à prisão o ex-secretário de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes.

Depois da Fatura Exposta, a Lava Jato colocou na rua a Operação Ressonância. Na sequência, os procuradores fecharam acordos de colaboração premiada com o empresário Leandro Camargo, dono da Per Prima, uma das fornecedoras do Into, com o ex-subsecretário de Saúde do Rio César Romero, e com o ex-diretor comercial da Oscar Iskin, protagonista no setor privado dos desvios na Saúde fluminense, Marco Antônio de Almeida.

Os relatos entregaram pistas para novas frentes de investigação. A delação de Camargo, homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, acusou o acerto para pagamento de uma mesada de R$ 150 mil a Francisco Floriano - que, inicialmente, segundo o colaborador, teria exigido R$ 1,5 milhão por mês.

A partir dos relatos envolvendo o ex-deputado, os procuradores afirmam ter encontrado provas da participação dele em fraudes a licitações, que seriam superfaturadas e direcionadas em favor do cartel comandado pelos dirigentes da Oscar Iskin, Miguel Iskin e Gustavo Estellita, em troca das propinas.

Os investigadores cruzaram sinais das antenas dos aparelhos celulares dos investigados nos dias apontados como tendo sido feitos os pagamentos e reuniram mensagens obtidas a partir da quebra de sigilo telefônico. Entre as conversas, estão uma lista com nomes de pessoas a serem atendidas com prioridade no Into, enviada a uma assessora parlamentar pelo filho de Floriano; minutas de projetos enviadas pelo coordenador administrativo do Instituto, Carlos Moreno, para aprovação do então deputado; e trocas de mensagens entre o servidor e sua mulher em que ele relaciona 'o deputado' a seu cargo.

Para operacionalizar o suposto esquema, Floriano teria trabalhado para indicar Moreno, afirma a Lava Jato. "Tudo indica que Francisco Floriano possuía forte ingerência nas nomeações de cargos de direção do INTO o que, por conseguinte, conferia-lhe influência nas contratações de empresas fornecedoras, tendo se utilizado disso para organizar esquema de recebimento de propina, que parece ter se perpetuado mesmo após a deflagração das operações Fatura Exposta e Ressonância", registrou o juiz Marcelo Bretas, 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, ao autorizar as buscas em endereços residenciais e comerciais ligados ao ex-parlamentar.

Os pagamentos, por sua vez, seriam "lavados" através de depósitos nas contas de assessores parlamentares e familiares do político e do pagamentos de boletos de despesas pessoais, como plano de saúde, condomínio e cartão de crédito, quitados com dinheiro vivo. A Receita Federal encontrou R$ 1,2 milhão em movimentações suspeitas entre os anos 2015 e 2018 envolvendo o político, sua irmã, Virgínia Souza de Oliveira, que trabalha como assessora do deputado estadual Chiquinho da Mangueira (Podemos-RJ), seu suposto operador, o assessor José Carlos Teixeira Barrozo, hoje lotado no gabinete do deputado estadual David Soares (DEM-SP), entre outros.

A Lava Jato do Rio chegou a pleitear a prisão preventiva do ex-deputado, mas o pedido foi negado pelo juiz Marcelo Bretas, que argumentou ausência de contemporaneidade dos fatos investigados.

Defesa

A reportagem busca contato com o ex-deputado Francisco Floriano. O espaço está aberto para manifestações.

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Um apagão sem precedentes na Espanha e em Portugal tirou do ar aviões, parou trens e metrô e desligou semáforos. A imagem de milhões sem transporte na Europa foi uma das mais inusitadas decorrentes do corte de luz, mas seus efeitos foram além e impediram ações mais simples, como telefonar, usar internet e sacar dinheiro.

As autoridades não revelaram a causa da interrupção, embora uma autoridade portuguesa tenha dito que o problema parecia estar na rede de distribuição de eletricidade na Espanha. Na noite desta segunda-feira, 28, o primeiro-ministro português, Luis Montenegro, disse que a origem do apagão estava "provavelmente na Espanha".

O Centro Nacional de Inteligência (CNI) espanhol afirmou que o apagão pode ser resultado de um ataque cibernético. No entanto, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que não havia "informações conclusivas". As autoridades não disseram exatamente quantas pessoas foram atingidas, mas a estimativa era de dezenas de milhões de afetados.

A distribuidora de energia espanhola Red Eléctrica informou que o apagão começou por volta das 12h30 (7h30 no horário de Brasília). No meio da tarde, a energia começou a ser gradualmente restabelecida em regiões como Catalunha, Aragão, País Basco, Galícia, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Estremadura e Andaluzia, informou a empresa. A energia foi restabelecida com a ajuda da eletricidade canalizada do Marrocos e da França, onde também houve uma interrupção breve.

Internet

O apagão atingiu toda a Espanha e Portugal, incluindo suas capitais, Madri e Lisboa. Grandes instituições entraram em modo de gestão de crise. Hospitais na Espanha foram forçados a usar geradores. Bancos e escolas portugueses fecharam. Pessoas ficaram presas em elevadores e dentro de vagões de metrôs e trens, escritórios fecharam. Houve problemas generalizados de conexão à internet e às redes telefônicas nos dois países.

Logo após o apagão, imagens da mídia espanhola mostraram cenas de confusão em Madri. Sem semáforos funcionando, veículos bloquearam as largas e arborizadas avenidas da cidade, e a polícia improvisou, fazendo o possível para manter o trânsito fluindo. No fim da tarde, passageiros abandonaram seus veículos e optaram por caminhar.

Na cidade, as ruas estavam cheias de pessoas nas calçadas, aglomeradas em frente a lojas e escritórios escuros, trocando informações sobre o que havia acontecido. Algumas entraram em lojas em busca de rádios a pilhas.

Voos

Os aeroportos espanhóis operaram com sistemas elétricos de reserva e voos foram atrasados e cancelados, segundo a Aena, empresa que administra 56 aeroportos na Espanha, incluindo Madri e Barcelona.

Passageiros de trem, presos por horas no meio do nada, desceram de seus vagões e ficaram sentados ao lado dos trilhos, sob o sol, esperando para serem resgatados. Segundo a mídia espanhola, cerca de 30 mil passageiros foram afetados.

Em Lisboa, os terminais fecharam e muitos turistas sentaram-se do lado de fora esperando notícias sobre seus voos. Pessoas correram para os supermercados para se abastecer de água e produtos secos, mas encontraram muitas lojas fechadas. Mercearias menores tiveram dificuldade para reabastecer as prateleiras, que se esvaziavam rapidamente.

A falta de acesso à informação deixou muitos desamparados. "Não saber o que está acontecendo é a pior parte", disse Lucia Prisco, de 57 anos. Na loja em que ela trabalha, as garrafas de água se esgotaram.

Eduardo Prieto, chefe de operações da Red Eléctrica, disse a jornalistas que o evento foi inédito, chamando-o de "excepcional e extraordinário". É raro ocorrer uma interrupção de energia tão ampla na Península Ibérica. Os países têm uma população combinada de mais de 50 milhões. As redes elétricas na Europa são interconectadas, e uma sobrecarga ou problema em uma área pode se espalhar para outro país.

Segunda falha

O apagão é a segunda grave queda de energia na Europa em menos de seis semanas, depois que um incêndio em 20 de março fechou o Aeroporto de Heathrow, no Reino Unido, e ocorre enquanto autoridades em toda a Europa se preparam contra sabotagens possivelmente apoiadas pela Rússia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O fornecimento de energia foi quase totalmente restabelecido na Espanha na manhã desta terça-feira, 29, após o apagão que deixou milhões de pessoas às escuras desde o início da tarde da véspera. A Red Elétrica, que opera o sistema de energia espanhol, informou que 99% da demanda já havia sido restabelecida.

O blecaute que também atingiu Portugal ainda não tem as causas conhecidas. Já na noite da segunda-feira, o fornecimento havia retornado à maioria do território português.

Em Madri, aplausos irromperam de varandas quando a eletricidade voltou. Fonte: Associated Press.

O Partido Liberal, do primeiro-ministro Mark Carney, venceu as eleições no Canadá na segunda-feira, 28, e coroou uma reviravolta impulsionada pelas ameaças à soberania e à economia do país lançadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No discurso da vitória diante de apoiadores em Ottawa, Carney enfatizou a importância da unidade canadense diante das ameaças vindas de Washington.

O líder do Partido Conservador, Pierre Poilievre, reconheceu a derrota e disse que a mudança no país "é difícil de acontecer" e "leva tempo".

O papel de Trump nas eleições canadenses foi central. Os liberais pareciam caminhar para uma derrota esmagadora até que o presidente dos Estados Unidos começou a atacar a economia e a soberania do Canadá, ao sugerir que o país se transformasse no 51ª estado americano.

As falas do líder americano enfureceram os canadenses e alimentaram uma onda de nacionalismo que ajudou os liberais a virar o jogo durante a campanha. Fonte: Associated Press.