Saiba quem deve comparecer ao jantar de Tarcísio para encaminhar PM como vice de Nunes

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para definir o candidato a vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição em outubro na capital paulista, deve ter início a partir das 20h no Palácio dos Bandeirantes e reunir as principais lideranças dos 11 partidos que formam a coligação até o momento.

Segundo apurou o Estadão, as principais legendas de sustentação do prefeito já foram procuradas pelo núcleo duro da campanha do emedebista e aceitaram o nome do coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo (PL), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O principal foco de resistência está no Solidariedade, partido de centro-esquerda e de base sindical, e no União Brasil, que ainda não embarcou oficialmente no grupo.

Ala do Progressistas também se mostrou contrariada com a preferência dada ao indicado de Bolsonaro e ameaçou desembarque, mas a posição foi desautorizada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que comanda o diretório nacional do partido. Segundo ele, que foi ministro-chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro, o PP apoiará Nunes em qualquer hipótese. "Se ela vier a acontecer (a indicação do coronel da PM), vai contar com nosso apoio e entusiasmo", afirmou na segunda-feira, 17.

Aliados de Nunes relatam que Tarcísio assumiu a articulação para ajudar Bolsonaro, seu padrinho político e de quem foi ministro da Infraestrutura, a estabelecer um consenso em torno do nome do coronel Mello. O governador está de aniversário hoje, completa 49 anos, e tenta resolver a questão antes de viajar a Nova York (EUA) no final da semana para tratar da privatização da Sabesp.

Os principais líderes da coligação confirmaram presença no encontro. São esperados ao menos sete dos 11 presidentes nacionais dos partidos: Baleia Rossi (MDB), Valdemar Costa Neto (PL), Gilberto Kassab (PSD), Marcos Pereira (Republicanos), Ciro Nogueira (PP), Renata Abreu (Podemos) e Paulinho da Força (Solidariedade). O Avante ainda não sabe quem irá, enquanto o presidente do PRD, Ovasco Resende, se recupera de cirurgia e enviará representante. Os demais dirigentes, de Mobiliza e Agir, não foram localizados.

Existe ainda a expectativa de o presidente do União Brasil, Antônio de Rueda, comparecer ao jantar. Segundo a sua assessoria, o político está na cidade de São Paulo. Seria um aceno para a campanha de Nunes depois de o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, presidente estadual do União, demonstrar insatisfação com a maneira como o processo estava sendo conduzido. Ele é contra a indicação do militar como número dois da chapa e diz que, caso o posto seja oferecido a Mello, discutirá a adesão do partido "em outro momento".

Nunes defende 'consenso'

Apesar das movimentações nos bastidores, Nunes persiste no argumento de que a decisão será colegiada, sem imposição de nenhuma parte. "A expectativa é que a gente, se não chegar num consenso e na definição hoje de um nome, avance com relação a essa discussão", declarou o prefeito na manhã desta quarta-feira, 19.

"Conversar, dialogar, escutar as opiniões é de fundamental importância. A gente jamais faria aquilo que foi feito por outro pré-candidato, de fazer uma imposição de um nome e uma única pessoa definindo quem é o vice", acrescenta. Ele se refere na fala ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que teve Marta Suplicy apresentada como vice pelo PT.

Tarcísio, por sua vez, reconheceu que há divergências sobre Mello Araújo, mas descartou qualquer chance das siglas deixarem de apoiar Nunes por não concordarem com a escolha do vice. "Vamos ver se a gente consegue apaziguar, chegar em um consenso e dar o próximo passo. A gente precisa superar o mais rápido possível a definição do vice. Define o vice, tira isso da frente e vamos partir para a elaboração do plano de governo", afirmou o chefe do Executivo paulista nesta quarta.

O ex-governador Rodrigo Garcia, que coordena a elaboração do plano de governo, também deve estar presente no jantar no Palácio. A tendência é que participe mais ativamente da campanha por meio de quatro eventos públicos organizados pelo MDB na cidade.

Quem é o coronel Mello

Ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Mello Araújo é um bolsonarista convicto que costuma reproduzir o discurso do ex-presidente nas redes sociais, como ataques ao Judiciário e defesa da pauta conservadora de costumes. A indicação encontrava resistência entre caciques partidários de legendas mais ao centro por conta dessa postura, mas ganhou força com a "dobradinha" recente entre Bolsonaro e Tarcísio, os dois principais aliados do prefeito nas urnas.

A costura passou a ser encarada pelo entorno de Nunes como inevitável na medida em que o coach Pablo Marçal (PRTB) entrou na disputa e passou a flertar com deputados do PL e com o próprio Bolsonaro, em Brasília. Além disso, a alternativa mais simpática ao prefeito, o secretário municipal de Relações Internacionais, Aldo Rebelo (MDB), negou o convite para ingressar no Republicanos na janela partidária, e decidiu permanecer na prefeitura, o que anulou suas chances de ser indicado por depender de uma "chapa pura" emedebista.

Na sexta-feira, 14, em nova demonstração de força de Bolsonaro, Nunes teve almoço com o ex-presidente, o governador Tarcísio e o próprio coronel no Edifício Matarazzo. O prefeito evitou chamar Mello Araújo de favorito a vice, mas disse que o escolhido de Bolsonaro tinha "argumentos fortes". Publicamente, o tempo de propaganda gratuita em rádio e TV fornecido pelo PL tem sido apontado como o motivo da preferência. Nos bastidores, aliados também citam a necessidade de "amarrar" Bolsonaro na campanha, evitando a dispersão dos votos do eleitorado de direita.

Nunes também já defende publicamente a atuação do coronel Mello no Ceagesp, em uma gestão marcada pela destinação de cargos de confiança a militares. "Ele enfrentou o crime organizado, prendeu pessoas que faziam exploração sexual infantil e organizou as finanças", declarou mais cedo o prefeito durante agenda no bairro Santo Amaro.

Em outra categoria

O governo Donald Trump informou que a Universidade de Harvard não poderá receber novos subsídios federais para a pesquisa até cumprir com as exigências, que colocaram a universidade mais rica e prestigiada o país em rota de colisão com a Casa Branca.

O bloqueio foi comunicado em carta enviada pelo Departamento de Educação ao reitor da universidade e confirmado em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 5. O representante do departamento disse à imprensa que Harvard não receberá novos subsídios federais até que "demonstre uma gestão responsável da universidade" e atenda às exigências do governo.

A Casa Branca já havia congelado US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à universidade. Em outra frente, Trump pressiona para que Harvard perca o seu status de isenção fiscal enquanto tenta forçar a instituição de ensino a atender suas demandas.

A carta foi a primeira resposta significativa do governo desde que Harvard entrou com ação judicial na tentativa de impedir o corte bilionário de verbas. "Esta carta é para informá-lo de que Harvard não deve mais buscar subsídios do governo federal, pois nenhum será fornecido", escreveu a secretária da Educação Linda McMahon ao reitor Alan Garber.

O documento estipula que Harvard deve abordar preocupações relacionadas ao antissemitismo no campus; revisar políticas raciais; e responder a queixas de que teria abandonado a busca pela "excelência acadêmica" ao empregar relativamente poucos professores conservadores, segundo a visão do governo.

Representantes de Harvard não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

A ameaça sugere que o governo pode estar alterando ou reforçando suas táticas contra as universidades. Inicialmente, a Casa Branca havia retirado subsídios existentes - medida drástica, mas que deixa margem para contestações na Justiça, como no caso de Harvard.

Representantes do setor em todo país tem expressado de forma reservada preocupações com uma campanha mais ordenada de pressão sobre as universidades, que seria mais difícil de reverter nos tribunais.

O embate com Harvard começou quando o governo Donald Trump enviou, no mês passado, um série de exigências à universidade. A lista incluía a obrigatoriedade de relatar ao governo federal quaisquer estudantes internacionais acusados de má conduta e a nomeação de um supervisor externo para garantir que os departamentos acadêmicos fossem "diversos em termos de pontos de vista".

A universidade se negou a cumprir as demandas da Casa Branca e denunciou uma tentativa de interferir na liberdade acadêmica. Na ação judicial, Harvard acusou o governo Donald Trump de tentar exercer um "controle inédito e indevido".

No ano fiscal de 2024, os recursos federais para pesquisa representaram cerca de 11% do orçamento de Harvard - aproximadamente US$ 687 milhões. Embora o fundo patrimonial da universidade ultrapasse os US$ 53 bilhões, grande parte desse valor é restrito, o que limita como a instituição pode utilizá-lo.

O congelamento duradouro dos novos subsídios poderia causar um caos financeiro para Harvard, que já está elaborando planos de contingência e buscando captar recursos no mercado de títulos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A primeira-ministra da província canadense de Alberta, Danielle Smith, disse que realizará um referendo no próximo ano que poderá incluir uma votação sobre a separação do Canadá.

Smith afirmou que não apoia a separação no site do governo da província e em sua página no Facebook, mas acrescentou que, caso os cidadãos de Alberta reúnam as assinaturas necessárias, uma pergunta sobre a separação poderá fazer parte da votação de 2026. "Nosso governo respeitará o processo democrático", enfatizou ela.

Seus comentários são a mais recente investida da província produtora de petróleo e gás depois que os liberais federais conquistaram um quarto mandato na eleição de 28 de abril. Smith, os líderes empresariais e os cidadãos de Alberta estão profundamente frustrados com a política ambiental da última década, que, segundo eles, prejudicou as perspectivas econômicas da província. As medidas incluem a proibição de navios-tanque que transportam petróleo bruto para o noroeste da Colúmbia Britânica, um limite para as emissões de carbono do setor de energia e um processo de avaliação ambiental mais rigoroso.

Ela disse que teve uma conversa telefônica construtiva nos últimos dias com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, mas "até que eu veja provas tangíveis de mudanças reais, Alberta tomará medidas para se proteger melhor de Ottawa".

Uma porta-voz de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 4, que instruiu seu governo a reabrir e expandir a notória prisão de Alcatraz, que foi fechada em 1963 e se tornou um ponto turístico na Califórnia.

"Por muito tempo, os Estados Unidos foram atormentados por criminosos cruéis, violentos e reincidentes, a escória da sociedade, que nunca contribuirão com nada além de miséria e sofrimento. Quando éramos uma nação mais séria, no passado, não hesitávamos em prender os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem prejudicar. É assim que deve ser", disse Trump, em uma publicação na plataforma Truth Social.

"É por isso que, hoje, estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma prisão de Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu o presidente americano, acrescentando: "A reabertura de Alcatraz servirá como um símbolo de Lei, Ordem e justiça."

A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem enfrentando conflitos com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados ??para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também já sinalizou que poderia enviar cidadãos americanos para El Salvador.

Trump também ordenou a abertura de um centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar até 30 mil detentos que ele rotulou como os "piores criminosos estrangeiros".

Prisão

Alcatraz, hoje uma atração turística, fechou em 1963 devido aos altos custos operacionais após apenas 29 anos de operação, de acordo com o Departamento de Prisões dos EUA, porque tudo, de combustível à comida, tinha que ser trazido de barco.

Localizada a dois quilômetros da costa de São Francisco e com apenas 336 prisioneiros, a prisão abrigou vários criminosos notórios, incluindo o chefe da máfia da época da Lei Seca, Al Capone, e foi palco de muitas tentativas de fuga incríveis dos presos.

36 homens tentaram 14 fugas diferentes da prisão, segundo o FBI. Quase todos foram capturados ou não sobreviveram à tentativa.

O local ficou conhecido pelo filme "Alcatraz: Fuga Impossível", longa de 1979 que é protagonizado por Clint Eastwood. O filme conta a história de três prisioneiros que conseguiram fugir de Alcatraz.

Um porta-voz do Departamento de Prisões dos EUA disse em um comunicado que a agência "cumprirá todas as ordens presidenciais".

Atualmente, o Departamento de Prisões tem 16 penitenciárias que desempenham as mesmas funções de alta segurança de Alcatraz, incluindo sua unidade de segurança máxima em Florence, no Colorado, e a penitenciária dos EUA em Terre Haute, em Indiana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)