Bolsonaristas repudiam fala de Lula em que chama bebês frutos de estupro de monstros

Política
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Após o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter questionado "que monstro vai sair do ventre dessa menina?" ao se referir a gestações concebidas em decorrência de um estupro, políticos de direita têm criticado o posicionamento do petista.

Durante o Plenário do Senado da última terça feira, 18, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse que a audiência requerida por ele no dia anterior, 17, a qual contou com uma encenação de como acontece o aborto, provocou Lula, levando-o às falas polêmicas.

"A audiência de ontem foi tão importante que provocou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a dizer hoje uma barbaridade sem precedentes numa entrevista à CBN", disse, complementando: "A gente sabe que o estupro é uma violência brutal, mas aquela criança não tem culpa. Ela não é monstro, senhor Presidente! Ela não é monstro!".

Girão argumentou que há "milhares de casos" de pessoas que foram geradas a partir de um estupro. Ele cita como exemplo a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), que revelou ter sido concebida em um ato de violência sexual.

"Como é que o senhor tem a audácia de chamar essas pessoas de monstros? Nós temos outras definições para monstro", pontua.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) também se manifestou. Durante o Plenário, ele falou que a criança é uma vítima, assim como a mãe.

"Nunca que um bebê, independentemente do motivo por que ele foi gerado, se foi de um estupro, é um monstro! Ele é vítima, ele é inocente, como a mãe! Ele é inocente! O monstro da história é o estuprador!", diz. O parlamentar defendeu que é necessário prevenir essas situações aumentando a pena para os agressores.

Nas redes sociais, a família Bolsonaro e aliados compartilham o repúdio ao caso.

"Falta humanidade, empatia e civilidade. Lula é raivoso, impaciente e não respeita as mulheres. É um absurdo chamar um bebê de monstro. As crianças, como ensinou Jesus, são inocentes e merecem toda a nossa proteção. Não o tipo de tratamento que Lula defende", escreve Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no X (antigo Twitter).

Os irmãos se pronunciaram compartilhando a repercussão da fala do presidente na mesma plataforma. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) diz que "Cristão jamais aceitará isso", se referindo ao aborto. Enquanto o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) alega ser fácil entender o lado em que Lula está.

"Não é difícil entender de que lado esse sujeito está. Os tais liberais da 'direita permitida' então fingem surpresa diante do cristalino para se colocarem no jogo do sistema e então, novamente, fazer tudo para levantar novamente seus "adversários" democráticos. A história só se repete!", pontua Carlos.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) rebateu Lula com um vídeo, no qual ela questiona "quem diz que filho de ladrão é ladrão? quem diz que filho de estuprador é estuprador?". A parlamentar defende que é necessário combater a violência sexual, "não a criança que foi gerada". "Presidente Lula, pare de tensionar este tema, pare de tensionar essa discussão", concluí.

Os deputados Chris Tonietto (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) também usaram o X para criticar Lula.

"Faço um desagravo público a todas as mães que foram vítimas de estupro, deram SIM à vida, e que foram ofendidas pela fala irresponsável do@LulaOficial. E a todas as pessoas que foram fruto de gravidez resultante de estupro: a forma em que foram geradas não define o seu caráter!", escreve a Tonietto. Nikolas diz que "monstro é quem mata uma criança inocente".

A fala de Lula foi proferida em uma entrevista à rádio CBN na última segunda-feira, 18. O governo editou o vídeo e postou o trecho modificado nas redes sociais oficiais, retirando o trecho em questão. O conteúdo foi recompartilhado pela deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

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A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está "otimista, mas é realista e está cada vez mais frustrado" com os líderes da Rússia e da Ucrânia. Segundo a representante americana, o republicano quer um acordo permanente entre os dois países para que a guerra na Europa Oriental seja resolvida, mas é preciso "ir à mesa para negociação".

Em relação aos acordos comerciais, segundo Leavitt, toda a administração trumpista está se esforçando para alcançar as melhores negociações, "que devem beneficiar os americanos". "Não posso dar mais detalhes, mas vocês ouvirão mais sobre os acordos nesta semana", enfatizou.

Na ocasião, a porta-voz disse que Trump assinará ordens executivas sobre segurança de fronteira nesta segunda-feira e mencionou que cerca de 136 quilômetros de muro de fronteira estão em fase de construção. O "czar da fronteira" americano, Tom Homan, participou da coletiva e disse que "não é possível ter segurança nacional sem segurança na fronteira".

O presidente americano, Donald Trump, repetiu nesta segunda-feira, 28, a narrativa sobre transformar o Canadá no 51º estado dos EUA, ao comentar sobre as eleições canadenses, que acontecem nesta segunda-feira. "Não existirá a linha artificial traçada muitos anos atrás. Vejam quão bonita esta terra poderia ser. Livre acesso SEM FRONTEIRAS", escreveu o republicano na Truth Social, acrescentando que não haveria nenhum ponto negativo, apenas positivos, em algo que estava "predestinado a acontecer".

Trump afirmou ainda que a América "não irá mais subsidiar o Canadá com bilhões de dólares por ano", como fez no passado. O presidente americano frisou que "não faz sentido ajudar a menos que o Canadá seja um Estado". Em sua publicação, ele prometeu "zero impostos ou tarifas", se o país se tornar o "querido 51º" estado.

Sobre as eleições, Trump desejou "boa sorte" para que os canadenses elejam um "homem com força e sabedoria para cortar impostos pela metade, aumentar o poder militar, de graça, para o maior nível no mundo e quadruplicar o tamanho dos negócios de carros, aço, alumínio, madeira, energia e todos os outros".

A Coreia do Norte confirmou pela primeira vez, nesta segunda-feira, 28, que enviou tropas à Rússia para apoiar a guerra contra a Ucrânia, afirmando que o ato visava ajudar o Kremlin a recuperar a região de Kursk, tomada pelas forças ucranianas em uma incursão surpresa no ano passado. O número de soldados enviados não foi informado.

O presidente Vladimir Putin agradeceu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, pelo "feito heroico" dos combatentes de seu país que lutaram pela Rússia contra as forças da Ucrânia na região russa de Kursk, que Moscou afirma ter retomado completamente - autoridades ucranianas negaram a alegação.

"Os amigos coreanos agiram por um sentimento de solidariedade, justiça e verdadeira camaradagem", destacou Putin em um comunicado divulgado pelo Kremlin. "Agradecemos muito e estamos sinceramente gratos, pessoalmente, ao camarada Kim Jong-un e ao povo norte-coreano", declarou.

Em janeiro, a Ucrânia informou a captura de dois soldados norte-coreanos e divulgou imagens.

A ajuda à Rússia obedece a um tratado de defesa mútua assinado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, e pelo presidente russo, Vladimir Putin, em junho de 2024, informou a Comissão Militar Central da Coreia do Norte em um comunicado divulgado pela mídia estatal.

O tratado - considerado o maior acordo de defesa entre os dois países desde o fim da Guerra Fria - exige que ambas as nações utilizem todos os meios disponíveis para fornecer assistência militar imediata caso qualquer uma delas seja atacada.

O envio tinha como objetivo "aniquilar e eliminar os ocupantes neonazistas ucranianos e libertar a região de Kursk em cooperação com as forças armadas russas", diz o comunicado citando Kim. "Aqueles que lutaram por justiça são todos heróis e representantes da honra da pátria", completou o líder supremo.

Jong-un afirmou que, em breve, um monumento será erguido em Pyongyang, capital do país, para marcar os feitos de batalha da Coreia do Norte. O governo também deve tomar medidas para tratar e cuidar preferencialmente das famílias dos soldados que participaram da guerra, informou.

A declaração norte-coreana não informou quantos soldados o país enviou nem quantos morreram. Oficiais de inteligência dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Ucrânia estimam que tenham sido enviados de 10 a 12 mil soldados para a Rússia no último outono, em sua primeira participação em um grande conflito armado desde o fim da Guerra das Coreias (1950 - 1953).

Em março, o exército sul-coreano afirmou que cerca de 4 mil soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos nas frentes de guerra entre Rússia e Ucrânia. O exército sul-coreano também avaliou, na época, que a Coreia do Norte enviou cerca de 3 mil soldados adicionais à Rússia no início deste ano.