Troca de Nunes abrirá vaga na Alesp para policial que fez escolta de Lula

Política
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), deve nomear nos próximos dias o deputado estadual Rui Alves (Republicanos) para a Secretaria de Turismo no lugar de Rodolfo Marinho, atual titular do cargo.

A troca tem como objetivo abrir uma vaga para o policial federal Danilo Campetti, aliado do governador Tarcísio de Freitas, na Assembleia Legislativa (Alesp). Suplente do Republicanos, ele ganhará uma cadeira se um dos parlamentares da legenda se licenciar do mandato. É o que Alves fará ao ser indicado. O acordo foi costurado nos últimos dias e selado após a cúpula da legenda aceitar o pedido de Nunes para que Marinho ficasse como secretário executivo da pasta, para evitar a descontinuidade das ações em curso na área.

Agora, a secretária estadual de Esporte, Coronel Helena, que é a primeira suplente do Republicanos na Alesp, à frente apenas de Campetti, assumirá o cargo como parlamentar e pedirá licença logo em seguida, conforme combinado com Tarcísio.

O agente de carreira da PF batia ponto no Palácio dos Bandeirantes como assessor especial do governador até junho do ano passado, quando o Ministério da Justiça, ainda na gestão de Flávio Dino, cancelou sua cessão. A justificativa, na época, foi de que a corporação sofria com falta de efetivo devido à criação de novas diretorias.

Auxiliares de Tarcísio, no entanto, avaliam que o ato foi uma represália contra Campetti devido à sua participação na condução coercitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a operação Lava Jato e na escolta do petista a caminho do velório do neto, em 2019. A atuação do agente gerou revolta de integrantes do PT por ele ser um apoiador declarado de Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Durante a campanha a deputado estadual, Campetti divulgou ostensivamente sua participação na condução coercitiva de Lula. Atualmente, ele é alvo de um processo administrativo disciplinar dentro da PF que o investiga pela presença no tiroteio de Paraisópolis, em outubro de 2022, quando Tarcísio, então candidato, teve uma agenda de campanha interrompida por um confronto entre policiais e criminosos. A troca de tiros deixou um morto.

Campetti chegou a ser afastado da sua função na PF, mas depois foi recolocado. O processo ainda está em curso e pode resultar em demissão.

Desde sua saída do Bandeirantes, o governador busca uma forma de o abrigar na Alesp, devido ao risco de a PF demiti-lo. Tarcísio chegou a oferecer a Secretaria Estadual de Turismo ao deputado estadual Tomé Abduch, que recusou. Nas últimas semanas, interlocutores buscavam uma solução que garantisse o policial no Legislativo paulista, sem depender da eleição do líder do governo na Alesp, Jorge Wilson, o Xerife do Consumidor, que é candidato à prefeitura de Guarulhos. Se eleito, o parlamentar terá que se licenciar do cargo. Caso perca, ele se mantém e não abre espaço para suplentes.

A relação do governador com o policial começou ainda no governo de Jair Bolsonaro. Naquele período, ele teve funções no ministério da Agricultura sob comando da hoje senadora Teresa Cristina e, a partir de dezembro de 2021, no gabinete de Tarcísio, então ministro da Infraestrutura.

Campetti também é próximo de Bolsonaro, com quem conviveu durante a campanha de 2018, quando foi destacado para a equipe de segurança do ex-presidente. Foi um dos agentes que o socorreu após a facada em Juiz de Fora.

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Pelo menos 68 pessoas morreram e outras 47 ficaram feridas após um bombardeio dos EUA à província de Saada, no Iêmen, segundo os rebeldes Houthis afirmaram nesta segunda-feira, 28. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos não comentou o caso.

Imagens transmitidas pelo canal de notícias por satélite al-Masirah, controlado pelos rebeldes, mostram corpos e feridos no local, atingido no domingo, 27. O Ministério do Interior do país afirmou que havia cerca de 115 migrantes detidos no local, uma prisão de migrantes africanos.

Na mesma noite, ataques aéreos dos EUA dirigidos à capital do Iêmen, Sanaã, mataram ao menos outras oito pessoas, segundo os Houthis.

Em comunicado divulgado também na noite do domingo, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que a "Operação Roughrider" havia "eliminado centenas de combatentes Houthis e diversos líderes", inclusive associados a programas de mísseis e drones. Nenhum nome foi revelado.

O Exército americano reconheceu ter realizado mais de 800 ataques individuais durante a campanha de um mês.

Este é o mais recente episódio em uma guerra que já dura uma década e continua fazendo vítimas entre migrantes da Etiópia e de outras nações africanas que atravessam o país em busca de uma oportunidade de trabalho na vizinha Arábia Saudita.

Investida norte-americana

Os Estados Unidos têm atacado os Houthis em resposta aos ataques do grupo contra a navegação no Mar Vermelho - uma rota comercial crucial - e também contra Israel. Eles são o último grupo militante do chamado "Eixo da Resistência" do Irã que consegue atacar regularmente Israel.

Os ataques norte-americanos estão sendo conduzidos a partir de dois porta-aviões na região: o USS Harry S. Truman, no Mar Vermelho, e o USS Carl Vinson, no Mar Arábico. Em 18 de abril, um ataque americano ao porto de combustível de Ras Isa matou pelo menos 74 pessoas e feriu outras 171, sendo o ataque mais letal já conhecido da campanha americana.

A investida ao porto foi justificada pelos EUA como forma de "destruir a capacidade do porto de Ras Isa de receber combustível, o que começará a afetar a capacidade dos Houthis não apenas de realizar operações, mas também de gerar milhões de dólares para suas atividades terroristas", informou.

Enquanto isso, os rebeldes têm intensificado o controle da informação nos territórios sob seu domínio. No domingo, 27, emitiram um aviso determinando que todos os que possuírem receptores de internet via satélite Starlink "entreguem imediatamente" os dispositivos às autoridades.

"Uma campanha de campo será implementada em coordenação com as autoridades de segurança para prender qualquer pessoa que venda, negocie, use, opere, instale ou possua esses terminais proibidos", alertaram.

Os terminais Starlink têm sido fundamentais para a Ucrânia na luta contra a invasão russa em larga escala e também foram contrabandeados para o Irã durante protestos no país. (Com agências internacionais).

O provável próximo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, demonstrou nesta segunda-feira, 28, dúvidas sobre o futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Não sabemos se a Otan continuará existindo nas próximas décadas", disse. Ao discursar no Comitê Federal da União Democrata Cristã (CDU), ele acrescentou que "teremos que passar muitos anos construindo as capacidades de defesa práticas e mentais da Alemanha".

"Estamos diante do maior desafio que as sociedades livres enfrentaram nos últimos 75 anos. Não sabemos se a aliança permanecerá como é nas próximas décadas. Por isso, precisamos priorizar corretamente: a segurança externa é condição essencial para tudo o mais - política interna, economia, meio ambiente, política social. Mas os desafios internos também são imensos", afirmou.

Para Merz, o maior desafio é a guerra na Ucrânia. "Essa guerra não é apenas contra a Ucrânia, mas contra toda a ordem política da Europa. O combate da Ucrânia contra a agressão russa é, também, a defesa da paz e da liberdade em nosso país", declarou.

O líder da CDU também ressaltou que o apoio à Ucrânia é um esforço conjunto da Europa e dos EUA. "Não somos parte do conflito, mas também não somos neutros: estamos ao lado da Ucrânia." Merz ainda afirmou que não aceitará o que chamou de "paz ditada", nem a "legitimação de conquistas territoriais militares contra a vontade da Ucrânia". "Esperamos que a Europa e os EUA mantenham essa postura no futuro."

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, destacou que "não há indícios de qualquer ciberataque" sobre o apagão que afeta países da Europa nesta segunda-feira, 28, em especial Espanha e Portugal.

Em publicação no X, Costa afirmou que está em contato com o premiê espanhol, Pedro Sánchez, e com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, "sobre as interrupções de energia generalizadas na Espanha e em Portugal hoje". Ele informou que as operadoras de rede dos dois países estão trabalhando para encontrar a causa do problema e restaurar o fornecimento de eletricidade.

A operadora de energia da Espanha disse que o restabelecimento do fornecimento de eletricidade pode levar de 6 a 10 horas. Enquanto isso, a distribuidora de Portugal fala em "até uma semana".