Líder comunitário que criticou vice de Nunes em evento é aliado de Milton Leite

Política
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O líder comunitário da Zona Norte de São Paulo Guilherme Corrêa, que criticou a escolha do coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL) como vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), demonstra proximidade com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), nas redes sociais. Aliados do prefeito não queriam Mello Araújo, mas acabaram aceitando a indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na corrida pela Prefeitura de São Paulo.

"Zona Norte sempre junto com a família Leite", diz Corrêa, na primeira publicação fixada em seu Instagram, em um vídeo publicado em fevereiro ao lado do presidente do Legislativo paulistano, a quem chama de "parceiro". "Zona Norte, tem nome, é Guilherme. Vamos chegar juntos. Quebrada, estamos com você e não abrimos. Vamos chegar junto com o Guilherme que agora é a vez dele representar vocês aí na Norte", diz Milton Leite no mesmo vídeo.

Procurada pelo Estadão, a assessoria do presidente da Câmara Municipal disse que Guilherme é responsável pelas próprias falas e que Milton não pediu para ele criticar a escolha do nome de Mello Araújo. A reportagem tentou contato com o líder comunitário, integrante do movimento Salve Periférico, para saber se ele é pré-candidato a vereador, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Milton Leite demonstrava interesse em ser o vice do emedebista, mas quando a coligação de 12 partidos decidiu que a indicação seria feita pelo PL passou a defender que o escolhido fosse um evangélico e citou como opções os vereadores Gilberto Nascimento Jr. (PL) e Rute Costa (PL), em vez do coronel indicado por Bolsonaro

Após a escolha pelo ex-policial militar ser anunciada, o chefe do Legislativo paulistano colocou em dúvida a capacidade de Mello Araújo de agregar votos à chapa e indicou que o passado como comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) poderia dificultar a realização de campanha em algumas regiões da cidade.

"Espero que ele [Mello Araújo] consiga demonstrar, daqui até a eleição, que tenha a contribuir com votos. Ele não foi testado nas urnas", disse Milton Leite na última sexta-feira, 21.

Por outro lado, o presidente da Câmara confirmou que o União Brasil apoiará Nunes. O acordo passa pelo apoio do PL e do MDB para a sigla continuar no comando do Legislativo paulistano em 2025.

Leite declarou ainda que se o deputado federal Kim Kataguiri (União) quiser insistir na pré-candidatura, precisa levar o tema para votação na convenção partidária. As chances do parlamentar são remotas, pois o diretório municipal é controlado por Leite. Kataguiri, contudo, afirmou à Coluna do Estadão que só desistirá quando a possibilidade "se tornar zero"

No último sábado, 22, Ricardo Nunes, Milton Leite e Guilherme Corrêa participaram da inauguração de um campo de futebol na Vila dos Andrades, na zona Norte, na primeira agenda pública do prefeito após a confirmação do vice. "Nós que somos favela não aceitamos mais armas na comunidade. A gente quer livros, Bíblia, pessoas com o olhar social. Favela é tudo menos arma. Favela não tem vagabundo", discursou Corrêa ao lado de Nunes, repreendendo a escolha por Mello Araújo.

Como mostrou o Estadão nas últimas semanas, partidos aliados do emedebista, principalmente União Brasil, Solidariedade e uma ala do PP não queriam o coronel na chapa, mas ao final aceitaram a indicação feita por Bolsonaro após uma articulação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mesmo assim, aliados ainda expressam insatisfação nos bastidores e a preocupação de que o coronel, pelo perfil radical, pode dificultar a conquista de eleitores moderados que seriam fundamentais no segundo turno.

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Em resposta ao anúncio de um cessar-fogo de três dias feito pela Rússia para marcar o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou nesta segunda-feira, 28, o Kremlin de manipulação e exigiu um fim imediato e duradouro à guerra Rússia-Ucrânia.

"Agora, mais uma vez, vemos uma nova tentativa de manipulação: por alguma razão, todos deveriam esperar até 8 de maio e apenas então cessar o fogo, para garantir silêncio para Putin durante o desfile de comemoração do fim da Segunda Guerra", afirmou Zelensky. "Nós valorizamos a vida das pessoas, não desfiles."

O líder ucraniano destacou que qualquer trégua deve ser incondicional e prolongada, não apenas simbólica. "O fogo deve ser interrompido não por alguns dias, para depois voltar a matar, mas sim de forma imediata, completa e incondicional. E por no mínimo 30 dias, para que seja garantido e confiável. Só assim será possível criar uma base para uma diplomacia real", disse.

Zelensky também denunciou novos ataques russos contra civis, mesmo diante dos apelos internacionais pelo fim da guerra. "Mais uma vez, a Rússia atacou um alvo que não tem relação com a guerra, mas com as pessoas. E isso aconteceu em meio às exigências do mundo para que a Rússia encerre esta guerra", afirmou. "Cada novo dia é uma nova e clara prova de que é necessário aumentar a pressão sobre a Rússia, pressionar de forma significativa, para que, em Moscou, sejam obrigados a pôr fim a esta guerra, uma guerra que apenas a própria Rússia quer."

O presidente ucraniano reiterou a disposição do país em buscar a paz, mas acusou a Rússia de sabotar os esforços diplomáticos. "Sempre deixamos claro que estamos prontos para trabalhar o mais rapidamente possível com todos os parceiros que possam ajudar a estabelecer a paz e garantir a segurança. A Rússia rejeita constantemente essas iniciativas, manipula o mundo e tenta enganar os Estados Unidos", afirmou.

O Kremlin afirmou nesta segunda-feira, 28, que as relações com a Coreia do Norte continuarão a se desenvolver "dinamicamente em todas as áreas", após a participação de tropas norte-coreanas no combate a uma incursão ucraniana na região russa de Kursk. Em comunicado oficial, o governo russo destacou que suas Forças Armadas "derrotaram completamente" os grupos ucranianos que invadiram o território, encerrando o que classificou como uma "provocação criminosa" de Kiev.

A Rússia expressou confiança de que os laços entre Moscou e Pyongyang, "aprofundados no campo de batalha", seguirão se fortalecendo. "Estamos certos de que a amizade, a boa vizinhança e a cooperação entre nossas nações se desenvolverão com sucesso e dinamismo em todas as direções", afirmou o texto.

Segundo o Kremlin, unidades do exército da Coreia do Norte participaram ativamente da operação, em conformidade com o "Tratado de Parceria Estratégica Abrangente" assinado entre os dois países em junho de 2024. O comunicado citou o artigo 4 do acordo, que prevê "assistência militar imediata em caso de ataque armado" a uma das partes.

"Os amigos coreanos agiram com base em um senso de solidariedade, justiça e verdadeira camaradagem", destacou o Kremlin, acrescentando que a Rússia está "profundamente grata" ao líder Kim Jong Un, ao governo e ao povo norte-coreano. Moscou também elogiou o "heroísmo, treinamento e dedicação" dos soldados da Coreia do Norte, que lutaram "ombro a ombro" com as tropas russas.

"O povo russo nunca esquecerá o feito dos combatentes de elite coreanos. Honraremos eternamente seus heróis, que deram suas vidas pela Rússia e por nossa liberdade comum, assim como nossos irmãos de armas", concluiu o comunicado.

O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou neste domingo, 27, que Pequim está acompanhando de perto o desenvolvimento da situação entre a Índia e o Paquistão, reiterando que a China entende as preocupações e apoia a segurança paquistanesa, mas que o conflito não atende aos interesses fundamentais dos países e nem é propício à paz e estabilidade regional.

Wang teve uma conversa telefônica com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar. "Esperamos que ambos os lados consigam exercer moderação, chegar a um acordo e trabalhar para acalmar a situação", disse ele em comunicado.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, declarou hoje que uma incursão militar da Índia é iminente após um ataque mortal a turistas na Caxemira na semana passada, que resultou na morte de 26 pessoas.

Nesta segunda-feira, 28, pelo menos mais sete pessoas foram mortas e 16 ficaram feridas depois que uma bomba potente explodiu do lado de fora do escritório de um comitê de paz pró-governo em um antigo reduto do Talibã paquistanês, informou a polícia.