Dino defende 'Gilmarpalooza', ataca críticas e diz que evento não poderia ser no Brasil

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta sexta-feira, 28, a realização do "Gilmarpalooza" - evento promovido por instituição de ensino superior do ministro Gilmar Mendes - em Lisboa e chamou de "esdrúxulas" as críticas feitas ao Fórum por reunir, sem transparência, magistrados, empresários, advogados e lobistas no outro lado do Oceano Atlântico.

"Uma visão anômala, esquisita, esdrúxula, eu diria, de parte da população brasileira que vê sentarem no mesmo auditório advogados, professores, acadêmicos, magistrados como algo negativo. A meu ver, é algo muito esquisito, atípico, soa muito mal nos meus ouvidos", disse Dino durante palestra no Fórum de Lisboa.

O ministro ainda argumentou que o evento é realizado em Portugal porque dificilmente seria possível encontrar um ambiente de tranquilidade para os debates entre políticos e empresários em território brasileiro. "As vezes perguntam por que fazer esse fórum em Lisboa, porque no Brasil talvez fosse impossível de fazer", argumentou.

O Fórum de Lisboa chegou à sua 12ª edição neste ano imerso em críticas por falta de transparência e conflito de interesses entre magistrados e agentes privados. Como mostrou o Estadão, o evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), de Gilmar, e pela Fundação Getulio Vargas (FGV) reuniu na capital portuguesa sócios, diretores e presidentes de 12 empresas com ações no STF. Dino, que defendeu a realização do Fórum, é relator de duas ações movidas pela Aegea Saneamento. A empresa ganhou quatro mesas no evento em Lisboa.

O Estadão também mostrou que o banco BTG Pactual promoveu um happy hour regado a vinho em um luxuoso restaurante na capital portuguesa. O evento privado reuniu no rofftop do SUD Lisboa dezenas de empresários e juristas com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o decano Gilmar, e ao menos dois candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara. A imprensa foi impedida de acessar o local.

O Fórum de Lisboa alega que nenhuma empresa patrocinou o evento. Já a Suprema Corte afirma não haver conflito de interesses na situação, porque os ministros conversam com vários setores da sociedade. Seis ministros do STF, incluindo o anfitrião Gilmar Mendes, viajaram a Lisboa para o Fórum. Já as empresas afirmaram que custearam as viagens de seus representantes e que não há pagamento de cachês.

Em outra categoria

Os promotores de Manhattan informaram nesta terça-feira, 2, que não vão se opor ao pedido do ex-presidente dos EUA Donald Trump para adiar a sentença no julgamento sobre pagamentos ilegais de campanha, enquanto ele busca anular a condenação após uma decisão da Suprema Corte que concedeu amplas proteções de imunidade aos presidentes.

Em carta apresentada ao tribunal de Nova York, os integrantes do gabinete do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, disseram que estariam abertos a um adiamento de duas semanas na sentença marcada para 11 de julho, a fim de apresentar uma resposta às moções de Trump.

"Embora acreditemos que os argumentos do réu não têm mérito, não nos opomos ao seu pedido" para adiar a sentença enquanto se aguarda a determinação da moção, escreveram os promotores.

A carta chegou um dia depois de o advogado de Trump ter solicitado ao juiz que adiasse a sentença enquanto avaliava a decisão do tribunal superior e como esta poderia influenciar o caso de Nova York.

Os advogados argumentam que a decisão do Supremo Tribunal confirmou uma posição levantada anteriormente pela defesa no caso de que os promotores deveriam ter sido impedidos de apresentar algumas provas que a equipe de Trump disse que constituíam atos presidenciais oficiais, de acordo com a carta. Fonte: Associated Press.

O porta-voz adjunto principal do Departamento de Estado americano, Vedant Patel, afirmou nesta segunda, 1º, que o país compreende e tomou nota do número de pontos de vista que surgiram nos últimos dias sobre a tentativa de golpe na Bolívia, e acolhe com "satisfação análises independentes dos acontecimentos de 26 de junho". As declarações foram feitas em coletiva de imprensa após uma pergunta sobre os relatos de que o ex-presidente Evo Morales está acusando o presidente Luis Arce de "encenar um autogolpe para ganhar popularidade".

"Continuamos monitorando a situação na Bolívia, como imagino que muitos na comunidade internacional estejam fazendo. O que quero dizer em termos gerais é que estes acontecimentos na Bolívia deixam claro que a democracia continua frágil em algumas partes do nosso hemisfério, e que os Estados Unidos pretendem trabalhar em conjunto, em conformidade com a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Carta Democrática Interamericana, para proteger as instituições democráticas dos nossos países e de outros países", afirmou.

Morales acusou neste domingo, 30, o atual presidente da Bolívia, Luis Arce, de enganar o povo e orquestrar um "autogolpe" esta semana para ganhar apoio político em meio a disputas dentro da ala governista, como preparação para as próximas eleições. "Lucho Luis Arce desrespeitou a verdade, nos enganou, mentiu, não apenas ao povo boliviano, mas ao mundo inteiro, disse Morales em seu programa dominical transmitido pela rádio Kausachun Coca.

Steve Bannon, o aliado de longa data de Donald Trump, foi preso nesta segunda-feira, 1º, após se entregar em uma prisão federal em Connecticut. Ele cumprirá uma pena de 4 meses por sua condenação por obstruir a investigação parlamentar sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Bannon, de 70 anos, chegou à Instituição Correcional Federal por volta do meio-dia e foi formalmente levado sob custódia federal, disse o Bureau of Prisons. Em declarações aos repórteres que estavam no local, Bannon chamou a si mesmo de "prisioneiro político" e disse que Trump o "apoiava muito".

Ele foi recebido do lado de fora da prisão por uma pequena multidão de apoiadores com bandeiras "Trump 2024". Embora não trabalhe mais oficialmente para Trump, Bannon voltou manifestar seu apoio nesta segunda-feira ao republicano e prometeu que usaria toda a sua influência para promover sua vitória, principalmente por meio do seu podcast "War Room", que continuará mesmo sem ele.

Steve Bannon foi condenado em outubro de 2022 a quatro meses de prisão por obstruir a investigação realizada pelo Congresso e pela sua recusa em cooperar com a investigação parlamentar sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, sentença confirmada em recurso em 10 de maio de 2024.

Na véspera do 6 de janeiro, Bannon afirmou que "o inferno iria explodir". No dia em que centenas de apoiadores de Donald Trump invadiram a sede do Congresso dos Estados Unidos, ele tinha falado por telefone com o presidente em fim de mandato. Por conta disso, parlamentares quiseram questioná-lo sobre o seu papel.

Bannon foi considerado culpado de duas acusações de desacato ao Congresso: uma por se recusar a prestar depoimento ao Comitê da Câmara em 6 de janeiro e uma segunda por se recusar a fornecer documentos relacionados ao seu envolvimento nos esforços do ex-presidente republicano para reverter sua derrota eleitoral de 2020 para Biden.

Um juiz permitiu que Bannon ficasse livre por quase dois anos enquanto ele apelava, mas ordenou que ele se apresentasse à prisão nesta segunda-feira depois que um painel do tribunal de apelações confirmou seu desacato às condenações do Congresso. A Suprema Corte rejeitou na sexta-feira, 28, sua tentativa de última hora para adiar sua sentença.

Outro assessor de Trump, o conselheiro comercial Peter Navarro, também foi condenado por desacato ao Congresso. Ele se apresentou à prisão em março para cumprir sua sentença de quatro meses após a Suprema Corte ter recusado sua tentativa de adiar a sentença.

Bannon também está enfrentando acusações criminais no tribunal estadual de Nova York, alegando que ele enganou doadores que deram dinheiro para construir um muro ao longo da fronteira EUA-México. Bannon se declarou inocente de lavagem de dinheiro, conspiração, fraude e outras acusações, e o julgamento foi adiado até pelo menos o final de setembro.

Em março, Peter Navarro, que uma vez trabalhou como assessor de comércio para Trump, se apresentou à prisão federal em Miami para começar a cumprir sua própria pena de prisão de quatro meses após um júri considerá-lo culpado de desacato ao Congresso por ignorar uma das intimações do comitê. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)