Diretor-geral defende combate à 'disseminação em massa de mentiras'

Política
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Em meio ao impacto da Operação Última Milha, que mira a atuação de uma "Abin paralela", o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Passos Rodrigues, criticou nesta sexta-feira, 12, o "método de disseminação em massa de mentiras" e a "instrumentalização criminosa de provedoras de redes sociais".

À plateia de policiais federais presentes à posse do novo superintendente regional da PF em São Paulo, delegado Rodrigo Sanfurgo, e ao lado do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o diretor-geral do órgão enfatizou. "Temos a obrigação de lutar contra a normalização desse estado de coisas. Não podemos deixar jamais que o crime e a impunidade sejam aceitos como intrínsecos à nossa sociedade", disse Andrei.

A "Abin paralela", conforme as investigações, operou durante o governo de Jair Bolsonaro, com o monitoramento de ministros do STF, entre eles o próprio Moraes, e a divulgação de fake news sobre pessoas consideradas opositoras do Palácio do Planalto.

Andrei também reagiu ao que chamou de "vis, infundados e covardes ataques" contra a sua instituição e os servidores. As hostilidades à PF, afirmou, precisam ser repelidas "com vigor e com o rigor das leis e do sistema de justiça criminal". Ele não citou nomes de quem dirige ofensas à PF, mas seu recado foi endereçado a críticas sofridas nas redes sociais pela corporação a partir dos resultados da investigação que culminou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito das joias sauditas.

Tecnologia

O delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que tomou posse ontem como superintendente regional da PF em São Paulo, defendeu o uso de "ferramentas modernas" e da inteligência artificial, além de "medidas corajosas e arrojadas", para combater a criminalidade e suas "raízes profundas, que remontam ao período colonial".

"Não há soluções fáceis, muito menos rápidas ou milagrosas neste contexto", anotou Sanfurgo. Aos 49 anos de idade, ele ingressou na PF em 2007. É policial especializado em investigações sobre crimes financeiros. Ele destacou "situações complexas" que o País tem enfrentado - tráfico de drogas, crimes contra as instituições, expansão de facções e crimes por meio de "redes de ódio" - e colocou a criminalidade como um dos principais problemas do Brasil.

"Apesar dos visíveis avanços na organização das nossas forças de segurança, atravessamos tempos desafiadores", alertou. "A criminalidade persiste como um desafio."

O novo chefe da PF em São Paulo fez um aceno ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que foi à posse. Sanfurgo pregou a integração das forças policiais no Sistema Único de Segurança Pública. "Unindo esforços e compartilhando informações, seguiremos enfrentando as ameaças de forma coordenada."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Em comunicado conjunto divulgado após reunião nesta sexta-feira, 14, os ministros das Relações Exteriores do G7 destacaram que o grupo "não está tentando prejudicar a China ou frustrar seu crescimento econômico". O bloco afirmou que "uma China crescente, que jogue de acordo com as regras e normas internacionais, seria de interesse global". No entanto, o G7 expressou preocupação com as "políticas e práticas não comerciais da China", que estão levando a "capacidade excessiva prejudicial e distorções de mercado".

O grupo também pediu que a China "se abstenha de adotar medidas de controle de exportação que possam levar a interrupções significativas nas cadeias de suprimentos".

Coreia do Norte

Além das críticas à China, o G7 voltou sua atenção para a Coreia do Norte, exigindo que o país "abandone todas as suas armas nucleares e quaisquer outras armas de destruição em massa, bem como programas de mísseis balísticos, de acordo com todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU".

O grupo também expressou "sérias preocupações" com os roubos de criptomoedas realizados pelo regime norte-coreano e pediu a resolução imediata do problema dos sequestros de cidadãos estrangeiros.

América Latina

Em relação à América Latina, o G7 reiterou seu "apelo pela restauração da democracia na Venezuela", alinhado com as "aspirações do povo venezuelano que votou pacificamente por mudanças".

O grupo condenou a "repressão e detenções arbitrárias ou injustas de manifestantes pacíficos, incluindo jovens, pelo regime de Nicolás Maduro", e exigiu a "libertação incondicional e imediata de todos os presos políticos".

O comunicado também destacou que as ações de navios venezuelanos que ameaçam embarcações comerciais da Guiana são "inaceitáveis" e uma "violação dos direitos soberanos internacionalmente reconhecidos da Guiana".

Questionado sobre a possibilidade da adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ter sido "retirada da mesa", o secretário-geral da aliança, Mark Rutte, confirmou a informação e afirmou que as relações com a Rússia devem ser normalizadas após o fim da guerra na Ucrânia. No entanto, ele destacou a necessidade de manter a pressão sobre Moscou.

"É normal que, se a guerra parar de alguma forma, tanto para a Europa quanto para os EUA, gradualmente se restaurarem relações normais com a Rússia. Mas ainda não chegamos lá, precisamos manter a pressão sobre eles", disse Rutte em entrevista à Bloomberg, enfatizando a importância de garantir que Moscou leve a sério as negociações para um cessar-fogo.

Rutte também afirmou que seria "difícil" para a Otan se envolver diretamente em um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, mas destacou que a organização poderia "oferecer conselhos" às partes envolvidas nas conversas.

Ele se declarou "cautelosamente otimista" de que a paz possa ser alcançada ainda neste ano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo à comunidade internacional, especialmente aos Estados Unidos, para pressionar a Rússia e forçar o fim da guerra. "Vladimir Putin não terminará a guerra por conta própria, mas o poder dos Estados Unidos é suficiente para forçá-lo a fazer isso", afirmou Zelensky em comunicado, destacando que "são necessárias medidas fortes" para que o conflito chegue ao fim.

O líder ucraniano ressaltou que a pressão internacional "deve ser direcionada sobre a Rússia", a única parte que não quer a paz. "Somente ações decisivas podem pôr fim a essa guerra", disse ele, alertando que a Rússia não tem interesse em cessar-fogo e só busca prolongar o conflito.

Zelensky também fez um apelo aos Estados Unidos, pedindo que o país tome "medidas fortes" para ajudar a alcançar a paz. "Faço um apelo firme a todos que têm influência sobre a Rússia, especialmente os Estados Unidos, para tomarem medidas fortes que possam ajudar", afirmou.

Ele se mostrou confiante na capacidade dos Estados Unidos em exercer uma pressão eficaz sobre o Kremlin, enfatizando que a Ucrânia está "pronta para agir de forma rápida e construtiva" para avançar nas negociações.

O presidente ucraniano afirmou que o país está "perto do primeiro passo para a paz, um cessar-fogo", destacando que a proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo incondicional é um avanço importante. "A parte americana propôs iniciar com um cessar-fogo incondicional. Depois, durante o período de silêncio, poderíamos preparar um plano de paz confiável", disse.

Zelensky ainda criticou a postura de Putin, dizendo que ele "não pode sair desta guerra porque ficaria sem nada". "Putin faz tudo o que pode para sabotar a diplomacia", destacou, apontando que o líder russo tenta "envolver todos em discussões intermináveis" e impõe condições "inaceitáveis" para garantir que a guerra continue. Segundo o presidente ucraniano, "Putin não quer cessar-fogo" e sua única estratégia tem sido "bloquear qualquer diplomacia".