Lula minimiza jabutis e diz que governo precisa aceitar flexibilização de PLs no Congresso

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enalteceu a relação do Executivo com o Legislativo e minimizou mudanças feitas pelo Congresso em textos do governo federal. Segundo Lula, os ministros têm que estar preparados para que parlamentares flexibilizem os projetos durante a tramitação nas Casas que, muitas vezes, "corrigem coisas" da gestão federal.

"Ninguém é obrigado a votar do jeito que o governo quer. Quando o governo faz um Projeto de Lei, todo ministro que propõe o projeto, ele fala como se fosse um projeto irretocável", afirmou o chefe do Executivo durante sanção de projetos de lei nesta quarta-feira, 17, no Palácio do Planalto.

"Temos que estar preparados para a flexibilização da negociação do projeto de lei que muitas vezes parece perfeito, mas não é", afirmou. "É verdade que muitas vezes as pessoas colocam 'jabuti', mas é verdade que muitas vezes corrigem coisas que nós fazemos. Esse é o outro lado da moeda."

Em junho, o petista sancionou o projeto de lei que estabelece a chamada "taxa das blusinhas", o imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. A medida faz parte do projeto de lei que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e cria incentivos às montadoras. A taxação foi considerada como um "jabuti", ou seja, matéria estranha ao tema do texto. À época, Lula disse achar equivocada a taxação, mas afirmou estar sancionando a medida para garantir a "unidade" entre governo e Congresso.

Na fala desta tarde, Lula disse que nunca teve uma relação tão boa com o Congresso como está tendo em seu terceiro mandato. "Porque nós voltamos mais maduros, porque os deputados e senadores estão mais maduros, independente do que vai acontecer amanhã ou depois de amanhã", pontuou.

O presidente voltou a prometer que deve entregar, nas próximas semanas, um relatório aos deputados e senadores sobre os feitos do governo desde o início da gestão. Segundo ele, o documento será entregue a todos os congressistas, independentemente do partido político. "Para, se ele quiser fazer oposição, ele está sabendo o que está acontecendo".

A ideia é que o texto seja entregue em agosto, após o recesso parlamentar. "Quando voltarem, vão ter um livro do governo federal falando o que foi feito nesses 18 meses".

O presidente fez questão de agradecer os congressistas, tanto os que votaram a favor como os que votaram contra a projetos do governo, e ressaltou a relação que tem com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). "Sei que posso falar com o presidente Pacheco e com o presidente Lira. Quando tomamos posse, parecia que ia ser muita situação degradante", disse.

"Aqui no Brasil, mesmo com essa coisa ideológica, que todo mundo fala que está acabando planeta, que está acabando o mundo, que tem intriga, nós não tivemos um projeto significativo recusado pelo Congresso Nacional", pontuou. "Foi aprovado pela Câmara e pelo Senado todas as coisas importantes que o Brasil precisava", enalteceu o presidente.

"Quero parabenizar o Congresso Nacional na relação com o Poder Executivo, e também agradecer o Poder Executivo na relação que teve com o Congresso Nacional, porque isso mostra que esse país tem jeito", finalizou.

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O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

"Trump não mencionou o 51º Estado na ligação", disse Carney, em referência às falas do republicano de tornar o país-vizinho como mais um estado americano. "Não espero um acordo imediato na reunião em Washington. Espero conversas difíceis, mas construtivas, com Trump", acrescentou, ao classificar Trump como "um bom negociador".