Eleições 2024: seis momentos-chave das convenções dos candidatos em São Paulo

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
As convenções que oficializaram as candidaturas do influenciador Pablo Marçal (PRTB) e do atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), neste fim de semana, marcaram o fim dos eventos partidários dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo.

Além de Nunes e Marçal, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) também participaram de seus respectivos atos partidários.

Os eventos, além de reunir filiados para a confirmação do nome da sigla, também marcam um importante momento das campanhas, em que, em muitos casos, são anunciados os nomes dos vices na chapas e confirmados os apoios de outros partidos.

Em 2024, as convenções para prefeito na capital paulista foram marcadas pela presença de nomes importantes da política nacional e pelo fim das indefinições sobre temas que vinham se arrastando desde o início da pré-campanha, e que são considerados fundamentais para o desenrolar da corrida eleitoral daqui em diante.

Veja quais foram os momentos-chave das convenções em SP:

Ao lado de Bolsonaro, Nunes é oficializado em convenção

A candidatura do prefeito Ricardo Nunes foi oficializada neste sábado, 3, na convenção do MDB, realizada no estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O evento contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do ex-presidente Michel Temer (MDB) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). O vice na chapa, o ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e coronel da reserva da PM Ricardo Mello de Araújo (PL), também esteve presente.

A presença do ex-presidente e da ex-primeira-dama foi mais uma sinalização de que a disputa será nacionalizada. Ao lado de Nunes, Bolsonaro afirmou que o prefeito paulistano já provou suas qualidades durante o mandato.

A coligação de Nunes, chamada "Caminho Seguro para São Paulo", conta com 11 partidos: PL, PSD, Republicanos, Progressistas, Podemos, Solidariedade, PRD, Agir, Mobiliza, Avante e o União Brasil.

União Brasil confirma apoio a Nunes, e Kim critica o próprio partido

Também neste sábado, 3, o União Brasil formalizou seu apoio ao candidato a Ricardo Nunes. A sigla era a única da base do prefeito que ainda não havia confirmado a aliança com o emedebista. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União-SP). Leite foi a principal ausência na convenção do MDB que confirmou a candidatura de Nunes neste fim de semana.

A confirmação pôs fim ao desejo do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) de concorrer à prefeitura pelo partido. Na última quinta-feira, 1º, o parlamentar já havia anunciado sua desistência do pleito. Em coletiva, Kataguiri criticou a falta de endosso do União Brasil: "Fui sabotado pelo meu partido". Apesar das declarações, o parlamentar declarou seu apoio a Nunes.

O União Brasil demorou a confirmar a aliança com Nunes devido à insatisfação com a escolha de Ricardo Mello como vice. O ex-comandante da Rota foi a indicação de Bolsonaro para a posição, que também era almejada por Leite.

Policial militar mulher como vice de Marçal

Sem o apoio de outros partidos, Marçal oficializou neste domingo, 4, sua candidatura à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB. Na convenção, em uma espécie de "chá revelação", Marçal anunciou a policial militar Antônia de Jesus (PRTB) como vice na chapa. Em entrevista coletiva após o evento, ele disse que escolheu uma mulher como vice porque acredita que elas são mais inteligentes e sensíveis.

A confirmação de Marçal ocorre em meio a um racha no PRTB. Grupos rivais querem remover Leonardo Avalanche, que apoia a candidatura do influenciador, da presidência nacional da sigla. Eles argumentam que Avalanche não cumpriu acordos políticos e que sua eleição foi marcada por irregularidades.

Questionado, o candidato afirmou que tem "zero preocupação" com as ações judiciais que buscam derrubar o comando do partido ou sua candidatura, acrescentando que, até agora, o partido venceu todas.

Lula marca presença na convenção de Boulos e nacionaliza disputa

A convenção de Guilherme Boulos contou não só com a participação de sua vice, Marta Suplicy (PT), mas também com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de mais sete ministros de Estado, entre eles o ex-prefeito da capital e atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A vitória de Boulos é uma das principais apostas da esquerda, já de olho na eleição de 2026. Não por acaso, durante a convenção, Lula afirmou que Boulos não é apenas o candidato do PSOL, mas de todos os partidos que compõem a coligação "Amor por São Paulo", que reúne um total de oito partidos: PSOL, PT, PDT, Rede, PCdoB, PV, PMB e PCB. O tom do discurso confirmou tanto a nacionalização da disputa na cidade quanto a expectativa de que Lula participe ativamente da campanha eleitoral.

Estiveram presentes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Marcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência). A primeira-dama, Janja da Silva, também compareceu à convenção.

PT define repasse para campanha do PSOL

Outro ponto de impasse e preocupação na campanha de Boulos era a possível divergência e indefinição do PT sobre as regras para o repasse de recursos do fundo eleitoral para o PSOL nas eleições municipais de outubro. Ao Estadão, o presidente municipal do PT, Laércio Ribeiro, afirmou que seu partido não terá problemas em repassar verbas para Boulos.

"O fundo partidário não tem nenhum problema, houve um exagero por parte de alguns em tratar isso como uma divergência, como um impeditivo do PT destinar recurso para um candidato majoritário. O que aconteceu é que o PT teve uma deliberação já em eleições anteriores de não fazer repasse para outros partidos. Essa deliberação foi mantida agora. O que não impede do PT destinar recurso para a candidata vice, que é do PT, que é a Marta", disse.

No entanto, os valores exatos dos repasses ainda não foram definidos e dependerão da consolidação do registro de candidaturas.

Datena é oficializado em convenção pela primeira vez após desistências

O apresentador de TV José Luiz Datena foi oficializado, pela primeira vez, como candidato a prefeito. Após sucessivas desistências desde as eleições de 2016, o jornalista foi apresentado como candidato à Prefeitura de São Paulo durante a convenção realizada pelo PSDB na Alesp.

O evento, marcado por bate-boca e tumulto na entrada do prédio, confirmou o ex-senador José Aníbal (PSDB) como vice da chapa. A confusão ocorreu por conta da ala dissidente dentro do próprio partido, liderada pelo ex-presidente do diretório municipal do PSDB na capital paulista, Fernando Alfredo.

Tanto Fernando quanto seus aliados foram barrados ao tentar entrar na convenção da legenda. O dirigente lançou sua própria pré-candidatura, aumentando o conflito interno no partido. Ao Estadão, ele afirmou que tentará anular a candidatura de Datena.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.