STF inicia levantamento sobre orçamento secreto e prevê painel de emendas no ar em março

Política
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A comissão técnica montada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, para analisar os dados do orçamento secreto - mecanismo revelado pelo Estadão - fechou nesta terça-feira, 6, um cronograma de ações para que seja totalmente cumprida a decisão que derrubou o esquema idealizado no governo Jair Bolsonaro e que perdura no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

A comissão vai apresentar, no próximo dia 21, às 10h, na sala de reuniões da presidência do Supremo, um relatório de mapeamento das informações sobre as emendas de relator e as emendas de comissão. O levantamento é um primeiro passo da centralização dos dados sobre o orçamento secreto. A expectativa é a de que uma primeira versão do painel seja colocada no ar em março do ano que vem.

O levantamento - assim como o painel previsto pelo STF - vai conter informações sobre dois tipos de emendas: as de relator (RP9), que foram usadas para operacionalizar o orçamento secreto; e as emendas de comissão (RP8).

Segundo Dino, as emendas de comissão estão sendo divididas sem publicidade sobre os critérios os critérios de divisão dos recursos e sobre quais parlamentares indicaram as verbas para cada projeto, obra ou município. Por essa falta de controle e transparência, elas são abarcadas pelo comando da Corte máxima, indica o ministro.

A reunião realizada nesta terça, 9, foi marcada durante a audiência de conciliação realizada por Dino na última quinta-feira, 1º. Como mostrou o Estadão, o ministro propôs a centralização das informações sobre a indicação e destinação das emendas parlamentares do orçamento secreto. Durante o encontro, foi constatado que dados não são repassados entre os Poderes, sob o argumento que há "limitações" para a disponibilização dos dados.

O grupo que agora se reúne no STF vai recolher as informações sobre as emendas que compõem o orçamento secreto e estudar como disponibilizar os dados em uma espécie de painel unificado. Segundo Dino, as informações "precisam ser concentradas em um lugar só, de modo acessível para o público, de forma a atender a Constituição"

Logo após a reunião, o ministro do STF fixou critérios para que o Executivo libere valores a título de emendas parlamentares.

Por exemplo, segundo o despacho, o Executivo só vai poder pagar emendas de comissão e restos das emendas de relator (mecanismo inicial do orçamento secreto) "mediante prévia e total transparência e rastreabilidade".

O relatório a ser apresentado pela comissão pretende esclarecer dúvidas suscitadas na audiência de conciliação, além de informar o impacto da decisão de Dino após o encontro.

O documento vai esclarecer:

- Quais dados existem e os que não existem sobre as emendas parlamentares que compõe o orçamento secreto;

- Quais os dados estão disponíveis ao acesso público e em qual endereço;

- Quem são os detentores das informações não publicadas;

- Quais políticas públicas estão prejudicadas com a suspensão das emendas determinada pela decisão de Flávio Dino

- Quais podem continuar por terem atendido exigências da decisão do Tribunal

O estudo será realizado por uma comissão de representantes da Controladoria-Geral da República, do Tribunal de Contas da União, da Secretaria de Relações Institucionais, da Secretaria de Orçamento e Finanças, do Ministério do Planejamento e Orçamento, e da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil.

O grupo é liderado por Guilherme Resende, economista da presidência do STF.

O relatório, no entanto, é apenas o primeiro passo no cronograma montado pela comissão para derrubar de vez o orçamento secreto. A apresentação do relatório, no dia 21, servirá como um marco para a contagem de prazo de outras medidas que a comissão técnica vai desenvolver.

21 de setembro

Após a conclusão do mapeamento, será concedido um prazo de 30 dias para que o Legislativo e o Executivo apresentem à comissão técnica dados que ainda não estejam disponibilizados e, consequentemente, não constarão do mapeamento. O grupo deve sugerir uma padronização da apresentação dos dados.

Fevereiro de 2025

Depois, 180 dias após a apresentação do relatório deverão ser apresentados dados por Estados e municípios que são beneficiários das emendas parlamentares.

Março de 2025

O terceiro passo será a disponibilização, pela CGU, dos dados consolidados das emendas de relator e de comissão. A consolidação consistirá em uma primeira versão do painel do orçamento secreto - plataforma única (portal da transparência, de amplo e fácil acesso público. O prazo para tal item do cronograma é de 20 dias após a apresentação de dados por Estados e municípios.

Setembro de 2025

A quarta fase prevista pela comissão é a alimentação da plataforma já lançada com os dados passados sobre as emendas parlamentares, seguindo os parâmetros que já foram traçados. O prazo para a conclusão de tal medida é de mais 180 dias.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, concordaram com a necessidade de paz duradoura em ligação realizada na terça-feira (18) para discutir a guerra na Ucrânia, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Leavitt disse ainda que a ligação entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, realizada nesta quarta-feira, 19, foi "fantástica", ecoando comentário similar feito pelo chefe do Executivo americano mais cedo.

"Nunca estivemos tão perto da paz", disse a representante da Casa Branca em coletiva nesta quarta-feira. Leavitt disse que será discutido um cessar-fogo amplo em relação ao Mar Negro.

De acordo com a porta-voz, Zelenski aceitou um cessar-fogo nos ataques contra alvos de energia, enquanto agradeceu ao apoio dos Estados Unidos e pediu reforços para o campo de batalha.

Leavitt disse ainda que os EUA pretendem continuar com as deportações em massa.

Em relação aos processos judiciais contra Trump, a representante afirmou ainda que juízes do país estão agindo de maneira errada para desacelerar a agenda de Trump.

Milhares de manifestantes protestam do lado de fora da casa do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em Jerusalém nesta quarta-feira, 19, após uma grande manifestação em frente ao Parlamento israelense, a Knesset. Os protestos ocorrem por conta da retomada dos combates na Faixa de Gaza e a tentativa de Netanyahu de demitir Ronen Bar, chefe do Shin Bet, o serviço de Segurança interna de Israel.

Os manifestantes entraram em confronto com a polícia e tentaram entrar na casa de Netanyahu. Os israelenses que participam do protesto acusam Netanyahu de priorizar a sua sobrevivência política em detrimento da volta dos reféns israelenses que seguem na Faixa de Gaza - 59 sequestrados ainda estão no cativeiro do Hamas, mas apenas 24 são considerados vivos.

A manifestação fechou a rodovia principal para Jerusalém durante a manhã, em uma cena que lembrou as manifestações semanais contrárias à reforma do Judiciário em Israel. Na época, o governo israelense afirmou que a divisão interna do país havia contribuído para a vulnerabilidade de Israel e encorajado seus inimigos.

Yair Lapid, um dos líderes da oposição de Israel, convocou as pessoas para o protesto em uma publicação nas redes sociais na manhã desta quarta-feira. "A única solução é a unidade, não uma unidade silenciosa, submissa ou falsa, mas a unidade de uma nação inteira se unindo e dizendo: Chega!" Ele acrescentou: "Este é o nosso momento, nosso futuro, nosso país. Vamos para as ruas!"

A manifestação em Jerusalém ocorre após um grande protesto em Tel-Aviv na terça-feira, 18. Cerca de 40 mil pessoas se juntaram às manifestações contra a volta da guerra em Gaza.

Bombardeios em Gaza

Na noite de segunda-feira, 17, Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza após afirmar que o grupo terrorista Hamas não está disposto a seguir negociando a continuidade do cessar-fogo e a libertação de reféns. De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, que não diferencia civis de terroristas, mais de 400 pessoas morreram por conta dos bombardeios.

Netanyahu afirmou que o ataque foi "apenas o começo" e que Israel seguirá com a campanha militar. O Exército de Israel também ordenou o deslocamento da população que mora no leste de Gaza, indicando que Israel poderia iniciar novas incursões terrestres no território.

O retorno aos bombardeios impulsionou Netanyahu politicamente, já que o partido de extrema direita liderado por Itamar Ben-Gvir retornou ao governo com a quebra da trégua. Um alto funcionário do Hamas afirmou à Associated Press (AP) que o retorno de Israel à guerra equivale a uma "sentença de morte" para os reféns israelenses.

Segundo informações do governo israelense, 24 reféns israelenses ainda estão vivos. Por meio de relatos de reféns libertados, famílias de pelo menos 13 sequestrados receberam sinais de vida de seus entes queridos. Alguns reféns apareceram em vídeos publicados pelo Hamas, como Evyatar David e Guy Gilboa-Dalal, que foram levados a "cerimônia" de libertação de outros sequestrados durante a primeira fase da trégua, em um sinal claro de tortura psicológica.

O grupo terrorista também publicou um vídeo de despedida dos irmãos argentinos Eitan e Yair Horn antes da libertação de Yair no dia 15 de fevereiro. O Estadão entrevistou o pai dos argentinos, Itzik Horn, para uma reportagem especial de um ano da guerra entre Israel e Hamas.

Demissão do chefe do Shin Bet

A população israelense também protesta contra a possível demissão de Ronen Bar, chefe do Shin Bet. No domingo, 16, Netanyahu anunciou a intenção de demitir Bar por "falta de confiança". Os dois já discordaram em diversos momentos da guerra em Gaza sobre o futuro do conflito e a estratégia de Israel para o fim da guerra.

"A qualquer momento - especialmente durante uma guerra existencial como esta - deve haver total confiança entre o primeiro-ministro e o diretor do Shin Bet", disse Netanyahu.

Críticos da medida alegam que Netanyahu está tentando prejudicar a independência do serviço de Segurança Interna de Israel. Em uma carta, Gali Baharav-Miara, a procuradora-geral de Israel, apontou que Netanyahu não tinha permissão nem para começar o processo de demissão até que uma determinação fosse feita sobre a legalidade da medida. Ela disse que havia preocupações de um possível conflito de interesses para Netanyahu na demissão de Bar.

Segundo informações do portal israelense Ynet, Netanyahu deseja realizar uma reunião de seu gabinete na quinta-feira, 20, para votar a medida. Qualquer decisão de remover o chefe do Shin Bet provavelmente também seria levada à Suprema Corte. (Com agências internacionais).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o Irã deve parar de enviar imediatamente equipamentos militares e suporte geral para os Houthis, em publicação na Truth Social, nesta quarta-feira, 19 Na postagem, no entanto, o republicano reconhece que os iranianos diminuíram a intensidade do envio de suprimentos. "Deixe os Houthis lutarem por si mesmos. De qualquer forma, eles perdem, mas dessa forma eles perdem mais rápido", escreveu Trump.