Após crescimento de Marçal, Boulos aposta em polarização, e Nunes espera propaganda da TV

Política
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O crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas surpreendeu as campanhas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, que não esperavam até pouco tempo atrás que ele atingisse o patamar registrado no último Datafolha - 21% de intenção de voto - com apenas uma semana do início da corrida eleitoral. Aliados de Guilherme Boulos (PSOL) avaliam o resultado de forma positiva, pois veem Marçal como um adversário menos competitivo do que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em um eventual segundo turno. No entorno do emedebista, o avanço de Marçal acendeu um sinal de alerta, mas a campanha ainda deve aguardar o impacto do horário eleitoral gratuito, que começa no próximo dia 30, e também os efeitos dos ataques da família Bolsonaro a Marçal antes de considerar qualquer mudança de estratégia.

Membros da campanha do PSOL dizem considerar positivo o resultado da última pesquisa Datafolha, destacando que, apesar dos ataques de Marçal, Boulos não perdeu intenção de voto; ao contrário, oscilou positivamente em um ponto percentual. Eles também avaliam que Boulos conseguiu unificar a esquerda em torno de sua candidatura, enquanto a direita se fragmentou entre Nunes e Marçal.

O entorno de Boulos está esperançoso de que ele cresça nas próximas pesquisas, especialmente com a entrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha. Neste sábado, 24, Lula vai participar de dois comícios ao lado de Boulos, no Campo Limpo e em São Miguel Paulista, ambos bairros periféricos. Além disso, estão planejadas gravações de vídeos com Lula para uso na campanha.

Polarização favorável

Os estrategistas de Boulos estão atentos ao crescimento de Marçal, monitorado por meio de pesquisas internas. Já era esperado que o candidato do PRTB pudesse atingir o mesmo patamar de intenção de voto que Boulos e Nunes. No entanto, a campanha do PSOL diz que permanece calma em relação ao avanço de Marçal, avaliando que ele representa uma ameaça maior para Nunes do que para Boulos.

Há também a avaliação de que um eventual segundo turno contra Marçal seria mais favorável para Boulos. Primeiro, porque o candidato do PSOL poderia replicar a estratégia de polarização contra a direita, similar à utilizada por Lula em 2022. Segundo, porque as pesquisas indicam que Marçal tem um grau de rejeição maior que o de Nunes.

Embora o Datafolha não tenha apresentado uma simulação de segundo turno entre Boulos e Marçal, a pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quarta-feira, dia 21, mostrou que Boulos venceria Marçal por 38% a 35%. Em um confronto direto com Nunes, no entanto, Boulos perderia por 41% a 37%.

Campanha só começou

Na equipe de Nunes, embora o crescimento de Marçal assuste, os correligionários do prefeito afirmam que a campanha está apenas no início e o emedebista terá o maior tempo de televisão e rádio no horário eleitoral gratuito entre todos os candidatos. Eles acreditam que isso amenizará o efeito Marçal, hoje em vantagem pela sua força nas redes sociais.

Fabio Wajngarten, aliado de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pontuou no "X" (antigo Twitter) que "qualquer resultado de pesquisa que for publicado nas próximas 72 horas não retratará a verdadeira fotografia eleitoral de SP, tendo em vista os últimos acontecimentos". Wajngarten, que atua na campanha de Nunes, fez referência aos ataques do clã Bolsonaro a Marçal. "Somente no próximo round de coleta de intenção de voto teremos fidedignidade e segurança nos dados. A intenção de voto é dinâmica, e cada máscara que cai influencia e faz diferença", acrescentou ele.

Nos últimos dias, o entorno de Bolsonaro começou a demonstrar incômodo com a ascensão do ex-coach. Nesta quinta, o ex-presidente lançou uma ofensiva contra o empresário, usando o seu canal no WhatsApp com 1,2 milhão de apoiadores para compartilhar um vídeo no qual Marçal faz diversas declarações contrárias a ele.

No Instagram, Bolsonaro alfinetou o ex-coach ao reagir, com ironia, a um comentário em que Marçal dizia: "Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós". Bolsonaro respondeu: "Nós? Um abraço".

Estrategistas de outras campanhas acreditam que Marçal pode não conseguir se manter na liderança, já que tem pouco espaço para crescer. Segundo o Datafolha, 34% dos paulistanos se recusam a votar no influenciador.

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