Entenda o que acontece agora com processos na Justiça baseados em publicações do X

Política
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A rede social X (antigo Twitter), conhecida por ser palco de trocas de farpas e ofensas públicas, está suspensa no Brasil por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Já os processos movidos em decorrência de postagens na plataforma, usada em diversas ocasiões para "xingar muito", não perdem o objeto da ação e seguem valendo na Justiça, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão. Em alguns casos, entretanto, a determinação judicial imposta pode não ser cumprida.

O primeiro ponto a ser observado, segundo o professor de Direito e coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade, João Victor Archegas, é que a decisão de Moraes, baseada no Marco Civil da Internet, não bloqueia a rede social no Brasil, mas sim, suspende temporariamente as atividades da plataforma. Ou seja, embora o conteúdo não esteja disponível no momento, ele não foi apagado.

"Em tese, entre várias aspas, esse bloqueio é temporário, até o X passar a cumprir as ordens da Justiça brasileira; por isso, é preciso considerar o fato de que, eventualmente, a rede pode voltar ao ar", pontua o professor.

Nos casos de ações movidas na Justiça cível ou na eleitoral, pedindo indenizações por danos morais por conteúdos postados na rede social, por exemplo, a suspensão da plataforma não encerra a apuração e não encerra a ilegalidade do fato, mas pode dificultar a verificação do fato.

Essa é a análise do coordenador do curso de Direito da ESPM, Marcelo Crespo. "É claro que tem toda uma questão do autor da ação ter feito as provas de que aquilo estava publicado, então o fato da plataforma não existir pode eventualmente complicar um pouco mais na apuração destas provas", explica o professor, afirmando que os processos continuam tendo o aspecto criminal, já que o ato de xingar alguém, por exemplo, já ocorreu.

O que pode variar, segundo Crespo, é a decisão em casos em que se pede que uma pessoa deixe de ter um comportamento específico na rede social, como voltar a caluniar o autor da ação. Nesse caso, não existindo mais a rede social, a ação perde o objeto.

Na Justiça Eleitoral, os casos de crimes contra a honra, em que supostas calúnias, injúrias e difamação contra algum candidato são investigadas, a lógica é a mesma. O que pode variar, no entanto, é o cumprimento das determinações judiciais do direito de resposta, explica o advogado e professor de Direito Eleitoral da Escola Paulista de Direito Alberto Rollo.

"Se o autor da ação tem as provas robustas dos fatos sabidamente inverídicos, que são motivadores do direito de resposta, não é mais preciso ter acesso à rede social. Se a ação for julgada procedente, no entanto, haverá o problema na hora da execução, porque a rede social não está mais disponível", explica o professor. Nesses casos, a pessoa poderá se declarar vitoriosa, ou seja, a Justiça reconheceu que ela de fato foi ofendida, porém, o espaço para a retratação oficial não estará disponível.

A lei eleitoral garante que o direito de resposta precisa ser executado na mesma rede social em que a postagem que o originou foi publicada. Rollo pontua, entretanto, que as postagens atualmente são replicadas nas diversas redes sociais do mesmo candidato, o que faria com que ele continue sendo obrigado a se retratar nas outros perfis, caso o processo também os cite.

Um exemplo desses casos, mas que tramita na Justiça comum, é movido pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que pede indenização por dano moral ao empresário e candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB).

Segundo os autos da ação movida pelo deputado, em duas entrevistas durante o mês de agosto, Marçal insinuou que Kataguiri e o Movimento Brasil Livre (MBL), do qual é um dos criadores, teriam recebido dinheiro do atual prefeito para "se curvar", ou seja, apoiá-lo em sua candidatura à reeleição.

O deputado pede R$ 50 mil em indenização, e que Marçal se retrate em seu perfil no X (antigo Twitter) e em seu canal no YouTube - a ação é de antes das redes sociais do ex-coach terem sido suspensas por ordem da justiça eleitoral. A assessoria do empresário foi procurada para comentar o caso, mas não respondeu.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou um vídeo nesta quarta-feira, 26, com a sua visão sobre o controle da Faixa de Gaza, na Truth Social. O conteúdo produzido por inteligência artificial (IA) traz imagens de estátuas de ouro com a face do republicano, além do bilionário Elon Musk passeando e jogando notas de dinheiro pela região, resorts luxuosos e dançarinas seminuas. Traz também Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descansando às margens de uma piscina.

Em mais de uma ocasião, o presidente norte-americano defendeu que os Estados Unidos assumam o controle de Gaza para "alcançar a paz na região", mas com o deslocamento dos habitantes palestinos para outras regiões.

Trump não deu detalhes sobre onde a população poderia ser abrigada e países árabes rejeitaram a ideia, defendendo uma solução de dois Estados que envolva a Palestina.

A Gaza "repaginada" por Trump substituiria o atual cenário de guerra entre Israel e Hamas, que já dura mais de um ano e matou mais de 48 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza.

A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas está prestes a ser concluída. O acordo expira em março e não há certeza sobre quando começarão as negociações para a segunda fase em busca de uma "paz duradoura".

*Com informações da Associated Press

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse, nesta quarta-feira (26), que o gabinete de segurança do México se reunirá na quinta-feira, 27, com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington.

"Hoje (quarta-feira) sai o nosso gabinete de segurança que se reunirá amanhã com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington", diz Sheinbaum, ao acrescentar que "estamos trabalhando nos últimos dias para a comunicação que estava havendo entre Estados Unidos e México, no marco de nossas soberanias."

A reunião ocorre em meio a tensões recentes sobre o combate ao tráfico de drogas, soberania e segurança fronteiriça, temas centrais na relação entre os dois países. Os Estados Unidos têm pressionado o México para intensificar medidas contra cartéis de drogas, enquanto o governo mexicano tem reforçado sua posição de cooperação, mas sem interferências externas.

Além disso, as discussões devem abordar a crescente migração de pessoas em direção aos EUA, um dos principais desafios da administração de Sheinbaum. O encontro em Washington faz parte de um esforço diplomático para reforçar o diálogo entre os dois países, que têm mantido negociações constantes sobre segurança regional e controle fronteiriço.

Um pequeno grupo de turistas estrangeiros visitou a Coreia do Norte na última semana, tornando-se os primeiros viajantes internacionais a entrar no país em cinco anos - com exceção de um grupo de russos que esteve lá no ano passado. A viagem indica que o regime pode estar se preparando para reabrir totalmente o turismo internacional, em busca de moeda estrangeira para impulsionar sua economia fragilizada, segundo especialistas.

A agência Koryo Tours, com sede em Pequim, organizou uma viagem de cinco dias, de 20 a 24 de fevereiro, para 13 turistas internacionais à cidade fronteiriça de Rason, no nordeste do país, onde fica a zona econômica especial norte-coreana.

O gerente-geral da agência, Simon Cockerell, afirmou que os viajantes, vindos do Reino Unido, Canadá, Grécia, Nova Zelândia, França, Alemanha, Áustria, Austrália e Itália, cruzaram a fronteira por terra a partir da China. Em Rason, visitaram fábricas, lojas, escolas e as estátuas de Kim Il Sung e Kim Jong Il, avô e pai do atual líder Kim Jong Un.

"Desde janeiro de 2020, o país estava fechado para todos os turistas internacionais", disse Cockerell. "Nossa primeira excursão já ocorreu, e agora mais turistas, tanto em grupo quanto em viagens privadas, estão sendo organizados para entrar no país", acrescentou.

Com o início da pandemia, a Coreia do Norte impôs uma das restrições mais rígidas do mundo contra a covid-19, proibindo turistas, expulsando diplomatas e praticamente fechando suas fronteiras. Mas, desde 2022, o regime tem reduzido gradualmente essas restrições.

Em 2024, cerca de 880 turistas russos visitaram a Coreia do Norte, segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que citou dados oficiais da Rússia. As excursões em grupo da China para o país, no entanto, ainda não foram retomadas. Isso reflete a crescente aproximação entre Coreia do Norte e Rússia, já que Pyongyang tem fornecido armas e tropas para Moscou em apoio à guerra na Ucrânia. Fonte: Associated Press.