O que é o Me Too? Conheça ONG que divulgou denúncias contra Silvio Almeida

Política
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Responsável por divulgar as informações dos supostos assédios sexuais cometidos pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a ONG Me Too Brasil presta apoio a mulheres e homens vítimas de violência sexual desde 2020. Foi a organização que publicou uma nota afirmando que recebeu denúncias contra Almeida. O ministro, que deve perder o cargo na Esplanada, nega as acusações.

A origem da ONG vem do movimento Me Too, que surgiu em 2006 nas redes sociais. Naquele ano, a ativista americana Tarana Burke usou a hashtag #MeToo (eu também, em português), no MySpace, para dar apoio a uma adolescente de 13 anos vítima de abuso sexual.

Em 2017, o movimento ganhou força quando a imprensa americana revelou que o cineasta Harvey Weinstein foi acusado de ter cometido crimes sexuais contra dezenas de mulheres. A repercussão da hashtag nas redes sociais foi um fator que levou Weinstein a ser condenado a 16 anos de prisão.

A ONG que revelou as denúncias contra Silvio Almeida foi criada em 2020 na esteira do movimento americano. Marina Ganzarolli, advogada especializada em Direito da Mulher, é a fundadora e presidente da organização. Segundo o site do Me Too Brasil, o intuito do grupo é "quebrar o silêncio" de vítimas de crimes sexuais, ofertando um espaço de denúncias anônimo para elas.

"Consolidar-se como a principal referência em violência sexual no Brasil a partir de um modelo economicamente sustentável de impacto, contribuindo para o efetivo acesso à Justiça, a criação de políticas públicas e a transformação das estruturas de poder que silenciam as vítimas de violência sexual", diz o site do Me Too Brasil.

Nesta quinta-feira, 5, a ONG afirmou que Silvio Almeida foi denunciado por assédio sexual por ex-integrantes do ministério. O Me Too Brasil omitiu o nome das denunciantes sob o argumento de que era preciso protegê-las, mas assegurou ter o consentimento das vítimas para expor o assunto. Segundo o portal Metrópoles, uma das vítimas é a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Por meio de uma nota oficial publicada pelo Ministério dos Direitos Humanos, Silvio Almeida negou as acusações e disse que todas as denúncias devem ser apuradas. O ministro ressaltou a necessidade de provas.

"Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de um ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", reagiu ele, em nota. "Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro", completou.

Nesta sexta-feira, 6, o ministro acionou a Justiça da capital federal para exigir respostas do Me Too sobre as denúncias de assédio. Almeida pediu para a Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que a ONG apresente uma série de esclarecimentos no prazo de 48 horas.

Silvio Almeida diz que Me Too tentou superfaturar licitação; ONG nega

Em outra nota publicada no site, o Ministério dos Direitos Humanos afirma que o Me Too possui um "histórico relacional controverso". Almeida acusa a ONG de tentar fazer "mudanças indevidas" para superfaturar uma licitação do "Disque 100", programa voltado para promover o acesso a canais de denúncias de violência sexual.

Segundo Almeida, as "mudanças indevidas" fizeram com que a licitação tivesse indícios de superfaturamento e, por isso, foi redesenhada pelo ministério. "Fez-se revisão do desenho da contratação, ocasionando redução substancial, passando de aproximadamente R$ 80 milhões para em torno de R$ 56 milhões de contratação anual", diz a nota do ministério.

Em nota, o Me Too negou ter feito interferências para superfaturar a licitação do "Disque 100". A ONG declarou que atuou como entidade colaborada da sociedade civil e forneceu sugestões para o aprimorar o modelo adotado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Destaca-se que a organização não participa de processos licitatórios, não recebe e nunca recebeu nenhum tipo de verba pública e atuou como sociedade civil colaboradora, fornecendo sugestões para o aprimoramento do modelo licitatório herdado do governo anterior", disse a ONG em nota.

Na nota, o Me Too contestou a citação do processo licitatório por Almeida após a denúncia de abuso sexual vir à tona na imprensa. Segundo a ONG, a intenção do ministro é "desmoralizar" e "desqualificar" as denunciantes.

"Esse tipo de reação é comumente adotada por acusados de assédio, que recorrem a campanhas de desmoralização das vítimas, buscando desqualificá-las, na tentativa de desviar o foco e atacar o mensageiro", declarou a organização.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.