Ministério dos Direitos Humanos reabre caso arquivado contra secretário na gestão Almeida

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) decidiu reabrir uma investigação sobre alegações de assédio moral envolvendo Cláudio Augusto Vieira, secretário da Criança e do Adolescente. A denúncia, revelada pelo portal Brasil de Fato, apresentou 14 condutas irregulares teriam sido cometidas por ele.

É a segunda vez que o secretário é denunciado pelo mesmo comportamento. A primeira, em janeiro, durante a gestão de Silvio Almeida, foi arquivada por falta de provas. Almeida foi demitido na sexta-feira, 6, após denúncias de assédio sexual contra ele virem à tona um dia antes, na quinta-feira, 5. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ele nega as acusações.

As novas denúncias chegaram à pasta na segunda-feira, 9, após a demissão de Silvio Almeida. O documento descreve as atitudes do secretário como "práticas de extrema gravidade que vem ocorrendo de maneira sistematizada" dentro da secretaria e pedem a instauração de inquérito e seu afastamento.

Segundo a denúncia, baseada nos relatos das vítimas, registros internos e mensagens, os supostos casos atingem diversos funcionários ligados à secretaria, todos subordinados a Vieira e, em sua grande maioria, contra mulheres.

Entre as práticas denunciadas estão ameaças de demissão, impedimento de manifestação em reuniões, tratamentos ou gestos de menosprezo e críticas sobre a vida pessoal dos servidores são alguns dos episódios que configurariam o assédio por parte do secretário. Há relatos de que Vieira teria feito críticas e piadas sobre gravidez e se apropriou de ideias de outras servidoras sem que as creditasse.

As denúncias ainda afirmam que Vieira privilegiaria funcionários, além de relatar que ele atuaria para segregar, constranger, desmerecer e exercer um controle excessivo contra quem ele assediava. Há relatos de desqualificação de profissionais e cobrança vexatória, exagerada, desproporcional ou agressiva.

"Tais ações têm sido tratadas como 'brincadeiras' e 'modo de gestão'. Neste sentido, é importante afirmar que não se tratam nem de brincadeiras e nem de estilo de gestão, mas sim de práticas de assédio moral no ambiente de trabalho", diz a denúncia.

Em agosto de 2023, a Controladoria-Geral da União (CGU) lançou um documento com orientações para prevenção e tratamento do assédio moral, sexual e à discriminação no âmbito do Governo Federal: o Guia Lilás, como é chamado. A cartilha descreve assédio moral como "violação da dignidade ou integridade psíquica ou física de outra pessoa por meio de conduta abusiva" e que se manifesta por "gestos, palavras, comportamentos ou atitudes que exponham o servidor, o empregado ou estagiário ou o terceirizado, individualmente ou em grupo, a situações humilhantes e constrangedoras, degradando o clima de trabalho e muitas vezes impactando a estabilidade emocional e física da vítima".

Vieira chegou ao posto em maio de 2023, substituindo Ariel de Castro. O antigo ministro diz que foi demitido por desentendimentos com o ex-ministro dos Direitos Humanos, que não teria gostado da aproximação dele com a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja.

O MDHC disse, em nota, que a ministra Macaé Evaristo defende que todas as denúncias de assédio sejam apuradas com rigor, garantindo o amplo direito de defesa e o sigilo, principalmente das vítimas.

Em outra categoria

Os Estados Unidos votaram junto com a Rússia, Coreia do Norte, Belarus e outros 14 países próximos a Moscou nesta segunda-feira, 24, contra uma resolução que condena a agressão russa na Ucrânia e pede a devolução do território ocupado. Apesar da rara aliança entre Washington e Moscou, o documento, apresentado pelos ucranianos, foi aprovado por ampla maioria na Assembleia-Geral da ONU.

A delegação americana tentou aprovar uma resolução alternativa, de autoria própria, que foi votada em separado e pedia o fim negociado para a guerra. Após países europeus incluírem emendas no texto, os próprios americanos desistiram de apoiá-lo e se abstiveram. Este texto, no entanto, foi aprovado pela maioria dos membros da Assembleia-Geral.

Ao contrário das resoluções aprovadas no Conselho de Segurança, as da Assembleia-Geral têm caráter simbólico e servem como termômetro do sentimento dos países-membros sobre determinado tema. A aproximação entre EUA e Rússia, no entanto, é rara, assim como o afastamento entre europeus e americanos.

Desde que chegou ao cargo, o presidente Donald Trump tem se aproximado de Vladimir Putin e indicado que pretende negociar um fim da Guerra na Ucrânia em termos que beneficiam Moscou. O alinhamento tem preocupado países da Europa Ocidental.

Uma autoridade do Departamento de Estado, falando sob condição de anonimato sobre as negociações, disse que os Estados Unidos apresentariam sua resolução em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros, na segunda-feira, e vetariam quaisquer emendas.

"Embora nossos parceiros no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral queiram debater toda a situação agora, estamos muito mais concentrados em levar as partes à mesa de negociações para que o próximo passo possa ser dado", disse o funcionário.

Richard Gowan, especialista em ONU do International Crisis Group, disse que a divisão entre os Estados Unidos e a Europa marcou "a maior divisão entre as potências ocidentais na ONU desde a Guerra do Iraque - e provavelmente ainda mais fundamental". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, nesta segunda-feira, e disse que o país está "muito perto" de alcançar um acordo de paz para a guerra entre Ucrânia e Rússia. Na ocasião, o republicano afirmou que países europeus estarão envolvidos nas negociações para o conflito.

"Meu trabalho é fazer com que a guerra seja resolvida", defendeu Trump, que disse que a Europa garantirá a segurança dos ucranianos. "Ainda não sei quando encontrarei Putin, mas isso vai acontecer", ressaltou o líder americano ao falar sobre uma visita à Moscou "quando for apropriado".

Macron disse que os dois países têm o mesmo objetivo, que é alcançar a paz do conflito no Leste da Europa e que os ativos congelados da Rússia farão parte das negociações. "O envolvimento dos EUA através de um acordo sobre minerais críticos é algo positivo", disse ao mencionar que "tudo está na mesa".

Trump ressaltou que os Estados Unidos e a França possuem "uma relação especial" e indicou que pretende mantê-la. Ao ser questionado sobre tarifas recíprocas, ele disse que é como "uma troca". "Quem nos taxa, será taxado", explicou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta segunda, 24, que as conversas sobre paz na Ucrânia "estão indo bem", em publicação na Truth Social, após o término da reunião do G7. O encontro marcou o aniversário de três anos da invasão da Rússia em território ucraniano.

"Todos expressaram o desejo de ver a guerra terminar e enfatizei a importância vital do acordo de minerais críticos e terras raras entre EUA e Ucrânia, que esperamos que seja assinado em breve!", escreveu o republicano. Segundo ele, o acordo garantirá que os EUA recuperem "bilhões de dólares e equipamento militar" enviado para a Ucrânia, enquanto também contribuí para o crescimento da economia ucraniana.

O presidente americano também comentou que está em "discussões sérias" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o término da guerra e sobre o desenvolvimento de "grandes transações econômicas" bilaterais com os Estados Unidos.

Trump participou da reunião do G7 ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, no Salão Oval da Casa Branca. Os líderes se reuniram novamente nesta tarde para uma reunião bilateral, que será seguida por coletiva de imprensa conjunta.

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que o G7 deve estar pronto para "assumir mais riscos" na guerra entre Ucrânia e Rússia, o que sanções contra gigantes do petróleo da Rússia. Em discurso realizado nesta segunda-feira, ele ressaltou a importância de aumentar a pressão econômica, para que o presidente russo, Vladimir Putin, "faça concessões".

"Hoje estamos anunciando o maior pacote de sanções do Reino Unido desde os primeiros dias da guerra. Estamos indo atrás da frota fantasma da Rússia e das empresas na China e em outros lugares que estão enviando componentes militares", disse.

Starmer defendeu uma "força coletiva para o esforço de paz" e disse que é preciso "acertar os fundamentos" criados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Se quisermos que a paz dure, a Ucrânia deve ter um assento à mesa. Um apoio dos EUA será vital para impedir a Rússia de lançar outra invasão em apenas alguns anos", explicou.