Marçal pedirá cassação da candidatura de Datena após sofrer cadeirada do apresentador

Política
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Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, disse na manhã desta segunda-feira, 16, que apresentará pedido de cassação do registro de candidatura de José Luiz Datena (PSDB) após ter sido agredido pelo tucano com uma cadeira no debate da TV Cultura. O influenciador falou com a imprensa ao deixar o Hospital Sírio-Libanês para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). O hospital não divulgou boletim médico - Marçal afirma ter fraturado o sexto arco costal e machucado a mão.

Procurada, a campanha de Datena não quis comentar especificamente o pedido de cassação. Mais cedo, o apresentador divulgou uma nota em que reconhece que errou ao agredir o adversário, mas diz não se arrepender e que repetiria a cadeirada diante dos ataques que Marçal tem feito contra ele e os demais candidatos.

Embora tenha cancelado compromissos de campanha nesta segunda-feira, entre elas a sabatina do Estadão, Datena reafirmou que sua candidatura está mantida. Tanto ele como Marçal estão confirmados no debate promovido pela Rede TV em parceria com o portal UOL na terça-feira, 17, às 10h30m.

"Nós vamos pedir a cassação do registro dele. Nós vamos pedir tudo o que precisa ser pedido em nome da sociedade", disse Marçal na saída do hospital. "Ontem eu fui vítima do Datena, mas eu não sou vitimista. Nós vamos para a guerra. Foi só um esbarrão, não é, Datena?", acrescentou ele. Depois, Marçal disse que no seu entendimento a cadeirada deveria ser enquadrada juridicamente como "tentativa de homicídio". Após a agressão, o advogado do candidato do PRTB registrou boletim de ocorrência como "lesão corporal".

O desentendimento entre os dois ocorreu quando o ex-coach chamou Datena de "jack", gíria utilizada na prisão para se referir a estupradores, e mencionou uma acusação de assédio sexual de uma repórter contra o apresentador, que respondeu que a denúncia havia sido arquivada por falta de provas.

Em seguida, Marçal disse que o adversário "não era homem" para agredi-lo como havia ameaçado há cerca de duas semanas no debate da TV Gazeta. Datena, então, deixou seu púlpito, pegou uma cadeira e a arremessou contra o influenciador.

"Quem plantou essa agressão? A própria pessoa. Datena começou fazendo gracinha. Ele tem uma pauta ali com o consórcio comunista do Brasil de me acusar de coisas que eu nunca fiz. Me acusou, levei na altura. Ele levantou uma mentira e eu pus só uma verdade na frente dele. Não suportou", disse Marçal.

Antes da agressão, ele havia sido chamado por Datena de "ladrãozinho de banco acusado e condenado", em referência à condenação, já prescrita, por participar de uma organização criminosa que aplicava golpes bancários. Nesta segunda-feira, Marçal também mencionou uma entrevista antes do debate começar na qual o apresentador diz "eu choro, sorrio, se precisar dar porrada, dou porrada".

"Ele premeditou isso", disse o ex-coach, negando ter "arregado" para Datena. "Eu poderia tomar aquele banco daquele velho tarado e sentar na cara dele. Eu queria ver onde que eu estaria agora. Eu não arreguei, não dei um passo pra trás", continuou.

Marçal confirmou a informação revelada por Datena de que enviou mensagens ao apresentador antes do debate pedindo desculpas pelas acusações trocadas em encontros passados. O tucano declarou que o material expõe a falta de caráter de Marçal ao tentar uma trégua nos bastidores, mas continuar com a postura agressiva durante o debate.

"Mandei mensagem, sim. Mandei falando 'isso aqui tá parecendo um zoológico. Você não precisa fazer isso. Me perdoe falar qualquer coisa sua, mesmo que seja verdade'. Ele expôs só um pedacinho da mensagem. Posta tudo, posta sua resposta também. Eu esperava a civilidade sua no debate. Eu, em momento algum, entrei em debate para quebrar ninguém no meio", continuou o influenciador.

Mais cedo, Datena reafirmou, em nota, a continuidade de sua candidatura, disse que não defende o uso da violência e reconheceu que errou. Ele porém, declarou que não se arrepende do que fez e justificou que repetiria o gesto diante das agressões, verbais, de Marçal contra ele e outros candidatos.

"Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade. As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas", disse Datena.

Ele declarou ainda que preferia que o episódio não tivesse ocorrido, mas diante das mesmas circunstâncias, "não deixaria de repetir o gesto", que chamou de "resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário".

"Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado", acrescentou.

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O presidente da Argentina, Javier Milei, aproveitou uma brecha na Constituição e preencheu duas vagas da Suprema Corte por decreto durante o recesso do Congresso. A manobra controvertida foi publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira, 26, e enfrenta o primeiro desafio legal. Em petição apresentada à Justiça, uma organização da sociedade civil pede a nulidade das nomeações.

Sem força para aprovar as indicações de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo à mais alta Corte de Argentina, a Casa Rosada se utilizou do artigo da Constituição que prevê a nomeação "em comissão", ou seja, de forma interina durante o recesso do Congresso. Para os críticos, contudo, o mecanismo deveria ser usado em casos excepcionais.

Em petição à Justiça, o Centro de Estudos para a Promoção da Igualdade e da Solidariedade (CEPIS) solicitou a anulação do decreto, além de medida cautelar que anule os seus efeitos. No caso, encaminhado a tribunal federal em La Plata, a organização denuncia a "arbitrariedade e ilegalidade" do decreto e aponta para violação de "disposições constitucionais, bem como tratados internacionais que garantem a independência do Poder Judiciário".

No campo político, o líder da União Pela Pátria, José Mayans, ameaçou que a oposição peronista no Senado derrubaria as indicações de Milei no retorno do Legislativo, mês que vem. E até mesmo o PRO, de Mauricio Macri, que tem ministério no governo, se posicionou contra o nome de Ariel Lijo para Suprema Corte. Após reunião da alta cúpula, o partido sinalizou que a maior parte dos seus senadores votaria contra a nomeação, embora tenha decidido não emitir uma declaração pública sobre o encontro.

A Casa Rosada, se defende dizendo que o decreto visa normalizar os trabalhos da Suprema Corte e acusa o Senado de politizar as escolhas de Javier Milei para o Judiciário. "O Senado, em vez de ter realizado uma análise séria e objetiva da adequação dos candidatos propostos, optou repetidamente por adiar seu pronunciamento com base em considerações motivadas por conveniência política", acusou o governo no decreto.

As indicações de Javier Milei para ocupar duas das cinco vagas existentes na Corte enfrentam resistência tanto dos peronistas, quanto de aliados ocasionais do governo. O impasse se arrasta há quase um ano. As críticas recaem especialmente sobre a escolha de Ariel Lijo, acusado de atrasar investigações sobre corrupção envolvendo empresários e políticos. O juiz nega.

Sem conseguir os dois terços do Senado necessários para aprovar as indicações, a Casa Rosada apelou para o decreto. Nesse caso, as nomeações são interinas. Para garantir a vaga na Corte, os juízes precisam ser confirmados pelo Senado até o fim da próxima legislatura, em março de 2026. Antes disso, os argentinos renovam parte do Congresso nas eleições de meio de mandato e espera-se que o partido de Milei, A Liberdade Avança, amplie a sua bancada.

Em meio às críticas, o governo argumenta que está amparado pela Constituição e promete manter as negociações para garantir aprovação de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo no Senado. O último presidente argentino a nomear juízes da Suprema Corte por decreto foi Mauricio Macri, que acabou recuando diante da repercussão negativa e agora critica publicamente a escolha de Lijo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a revogação das concessões concedidas ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, por meio de um acordo sobre petróleo firmado durante o governo de Joe Biden. Assinado em 26 de novembro de 2022, o acordo tinha como objetivo principal a retomada parcial das atividades de exploração de petróleo na Venezuela, com a Chevron, uma das maiores petroleiras dos EUA, entre as beneficiadas. Em contrapartida, o regime de Maduro se comprometeria a implementar reformas políticas, incluindo a realização de eleições livres e justas, além da libertação de prisioneiros políticos.

"Estamos, por meio deste, revertendo as concessões que o desonesto Joe Biden fez a Nicolás Maduro", escreveu Trump em seu perfil na Truth Social. De acordo com o republicano, o regime venezuelano não cumpriu as condições estabelecidas, especialmente no que diz respeito à realização de eleições democráticas e à devolução de "criminosos violentos enviados ao nosso país". Trump afirmou que Maduro não tem cumprido a promessa de retornar esses "criminosos com a rapidez com que haviam acordado".

Em sua publicação, Trump também anunciou a decisão de encerrar o que chamou de "ineficaz e não cumprido 'Acordo de Concessão' de Biden". O presidente americano determinou que o acordo será encerrado na data da opção de renovação prevista para 1º de março de 2025.

O Escritório de Administração e Orçamento dos Estados Unidos e o Escritório de Gestão de Pessoal solicitaram de maneira conjunta que as agências federais enviem "planos de reorganização" e se preparem para iniciar demissões em larga escala, a pedidos do presidente do país, Donald Trump, segundo memorando divulgado nesta quarta-feira, 26.

No documento, é mencionado que o governo federal é "caro, ineficiente e profundamente endividado" e não está produzindo resultados, o que exige que a medida seja colocada em prática. "O dinheiro dos impostos está sendo desviado para financiar programas improdutivos e desnecessários que beneficiam grupos de interesse radicais enquanto prejudicam cidadãos americanos trabalhadores", justifica a nota.

O comunicado cita que o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) instruiu as agências a "eliminar o desperdício e o inchaço" dos trabalhadores, como parte da "transformação crítica da burocracia federal".