Após bloqueio do x no Brasil, casa Branca diz que todos devem ter acesso às redes sociais

Política
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Ao comentar sobre a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil, a Casa Branca afirmou na última terça-feira, 17, que todas as pessoas devem ter acesso às redes sociais. Segundo o governo dos Estados Unidos, o uso das plataformas é uma "forma de liberdade de expressão".

A declaração foi feita pela porta-voz do governo dos Estados Unidos, Karine Jean-Pierre, após uma pergunta da jornalista da TV Globo Raquel Krähenbühl. Karine foi questionada sobre qual seria a posição da Casa Branca em relação ao conflito entre o bilionário Elon Musk, dono do X, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que culminou na suspensão da rede social no dia 30 de agosto.

"Quando se trata de mídia social, somos muito claros: pensamos que as pessoas devem ter acesso às redes sociais. É uma forma de liberdade de expressão", afirmou a porta-voz da Casa Branca.

Essa não é a primeira vez que os Estados Unidos se posicionam sobre a crise entre Moraes e Musk. Quando a rede social foi suspensa, a embaixada americana no Brasil afirmou em comunicado que a "liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável".

"A Embaixada dos EUA está monitorando a situação entre o Supremo Tribunal Federal e a plataforma X. Ressaltamos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável. Por política interna, não comentamos decisões de tribunais ou disputas legais", disse a embaixada em nota divulgada em 30 de agosto.

A plataforma de Musk está suspensa no País desde o dia 30 de agosto, após o bilionário descumprir uma ordem de Moraes, que determinara a apresentação de um representante legal da empresa no País. No dia 17 de agosto, Musk fechou os escritórios do X no Brasil, alegando suposta censura e ameaças por parte do ministro do STF.

O conflito entre Musk e o ministro do Supremo surgiu após Moraes, que é o relator do inquérito das fake news que tramita no STF, ordenar o bloqueio de uma série de perfis do X. O descumprimento das decisões e a escalada de ataques públicos feitos pelo empresário motivaram a inclusão do bilionário no inquérito das milícias digitais.

Usuários relatam acesso ao X após bloqueio imposto pelo STF

Nesta quarta-feira, 18, usuários do X começaram a relatar que a suspensão da plataforma, que foi cumprida pelos provedores de internet após a ordem de Moraes, não está impedindo o acesso em aplicativos móveis da rede social para Android e iOS. Procurada pelo Estadão, a Agência Brasileira de Telecomunicações (Anatel), responsável por repassar a determinação do ministro para as empresas, afirmou que não houve alteração na decisão e está apurando o caso. Inicialmente, o STF declarou que houve uma "instabilidade no bloqueio de algumas redes".

"O Supremo Tribunal Federal (STF) está checando a informação sobre o acesso ao X por parte de alguns usuários. Aparentemente, é apenas uma instabilidade no bloqueio de algumas redes", afirmou a Corte em nota pela manhã.

A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), que representa as empresas que tiveram que suspender a rede social, afirma que o X burlou a ordem de Moraes por meio de uma técnica que adota IPs dinâmicos.

De acordo com a associação, o X utilizou o Cloudflare, serviço de proxy reverso em nuvem que atua como intermediário entre os usuários e os servidores da rede social, para driblar a determinação. O sistema permite que o IP, que diferencia cada máquina, fique "escondido", dificultando o bloqueio imposto pelo STF.

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O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu 18 mil na semana encerrada em 26 de abril, para 241 mil, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas da FactSet, que previam 225 mil solicitações no período.

O total de pedidos da semana anterior foi levemente revisado para cima, de 222 mil a 223 mil.

Já o número de pedidos contínuos teve alta de 83 mil na semana até 19 de abril, a 1,916 milhão, atingindo o maior nível desde 13 de novembro de 2021. Esse indicador é divulgado com defasagem de uma semana.

Lilian Moreno Cuéllar, juíza distrital de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, anulou nesta quarta, 30, a ordem de captura contra o ex-presidente Evo Morales por estupro e tráfico de pessoas, em um caso relacionado ao abuso de uma menor durante seu mandato. "Fica sem efeito qualquer mandado de rebeldia e ordem judicial de apreensão", diz a decisão judicial.

Lilian também determinou a suspensão de qualquer investigação sobre o caso, que corre em Tarija, no sul da Bolívia, e ordenou que o processo seja enviado para Cochabamba - onde Evo tem forte respaldo político e social.

Em outubro, o Ministério Público havia pedido a prisão do ex-presidente boliviano, de 65 anos, que desde então se refugiou em seu bastião político na região cocaleira do Chapare. De acordo com o MP, Evo começou um relacionamento com uma jovem de 15 anos em 2015, quando ele era presidente, e os pais dela consentiram com a união em troca de benefícios. A relação resultou no nascimento de uma filha, um ano depois. A jovem foi posteriormente identificada como Noemí Meneses, que hoje estaria com 25 anos.

Reação

A ordem judicial provocou reação dos críticos de Evo, em razão do histórico de Lilian, que entre 2012 e 2016 trabalhou no Serviço Nacional de Impostos e depois na Companhia Ferroviária Nacional (Enfe).

Lilian foi nomeada juíza pouco antes de Evo deixar o poder, em 2019, o que acabou levantando questionamentos sobre um conflito de interesses e acusações de proteção política ao ex-presidente boliviano.

Evo está inelegível desde 2023, quando a Justiça eleitoral vetou a reeleição indefinida - Evo foi presidente por quatro mandatos. Em fevereiro, no entanto, ele desafiou a sentença e anunciou sua candidatura presidencial nas eleições de 17 de agosto.

Ele se tornou opositor do atual presidente Luis Arce, transformado em desafeto e chamado de "traidor", depois que ambos desataram uma guerra pelo controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS). Em março, o ex-presidente fundou seu próprio partido, o Evo Povo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jornalista sueco Joakim Medin, preso em março após sua chegada à Turquia, foi condenado ontem a 11 meses de prisão por "insultar o presidente" turco, Recep Tayyip Erdogan, durante um protesto ocorrido em Estocolmo. A condenação foi suspensa logo em seguida, mas ele continuará detido por outra acusação, a de "pertencer a uma organização terrorista".

O repórter do jornal sueco Dagens ETC participou da audiência por videoconferência de sua cela na prisão de Silivri, oeste de Istambul. A Justiça turca o acusa de ter participado, em janeiro de 2023, de uma manifestação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Estocolmo, capital sueca, durante a qual foi pendurado um boneco de Erdogan de cabeça para baixo, algo que o jornalista nega desde o início.

Medin reafirmou nesta quarta, 30, "não ter participado desse evento". "Eu estava na Alemanha a trabalho. Nem sabia dessa manifestação", declarou. Durante a audiência, o tribunal exibiu fotos tiradas em outra reunião, em agosto de 2023, em Estocolmo, quando a Turquia ainda bloqueava a entrada da Suécia na Otan.

"Nunca tive a intenção de insultar o presidente. Eu tinha a tarefa de escrever os artigos, e foram meus editores que escolheram as fotos", disse o repórter, destacando que Erdogan é "uma figura central" exibida nesses protestos.

Medin, de 40 anos, foi preso em 27 de março ao chegar à Turquia, onde iria cobrir as manifestações desencadeadas pela prisão, em 19 de março, do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal adversário político do presidente.

Violações

O jornalista relatou múltiplas violações de seus direitos básicos durante os estágios iniciais de sua detenção, incluindo o direito de acesso a um tradutor, a um advogado e a serviços consulares. Medin foi acusado de pertencer a uma organização terrorista, crime que poderia lhe render até nove anos de prisão e será julgado posteriormente, em data a ser definida.

Essa acusação baseia-se em publicações nas redes sociais, artigos e livros escritos "unicamente no âmbito de seu trabalho jornalístico", disse Baris Altintas, diretora da ONG turca de direitos humanos MLSA, que o representa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.