Deputados propõem alterar Constituição de SP para reeleger presidente da Alesp

Política
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Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) assinada por 53 deputados estaduais de dez partidos busca viabilizar a reeleição do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL) - eleito para o cargo em março de 2023, com 89 votos - e outros integrantes da Mesa Diretora. Os parlamentares que assinaram o projeto fazem parte de legendas como Cidadania, MDB, Novo, PDT, PL, Podemos, PP, PSB, PSD, PSDB, Republicanos e União Brasil.

O projeto visa a reeleger membros da Mesa Diretora e seus substitutos dentro da mesma legislatura ou no mandato subsequente, citando "vontade política" dos deputados, mas proibindo recondução para um terceiro mandato consecutivo, mesmo sendo de uma legislatura para outra. Em São Paulo, a Constituição prevê que, após um mandato de dois anos, não é possível que um membro da mesa se reeleja para o mesmo cargo no pleito seguinte, apenas em uma eleição futura.

O texto também cita uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) a uma reeleição consecutiva em um caso semelhante no Paraná. Em ação julgada pelo ministro Gilmar Mendes, ele falou em "princípio republicano" a alternância de poder, configurando como ideal apenas uma possibilidade de reeleição.

A Mesa Diretora comanda as atividades administrativas e parlamentares da Casa, sendo composta por três deputados (presidente, primeiro e segundo secretários), eleitos em voto aberto por outros parlamentares. A escolha dos integrantes da mesa e de seus substitutos ocorre de dois em dois anos. Eles não podem ocupar os mesmos cargos em gestões sucessivas, no mesmo mandato.

Atualmente, fazem parte da Mesa Diretora os seguintes deputados: o presidente André do Prado, o 1º secretário Teonilio Barba (PT), o 2º secretário Rogério Nogueira (PSDB), o 3º secretário Léo Oliveira (MDB) e o 4º secretário Gil Diniz (PL). Além deles, fazem parte os quatro vice-presidentes Gilmaci Santos (Republicanos), Milton Leite Filho (União Brasil), Helinho Zanatta (PSD) e Rafael Silva (PSD). De todos eles, apenas os deputados Gil Diniz, Rafael Silva e Rogério Nogueira assinaram.

Com 94 parlamentares, será necessário voto favorável de três quintos dos deputados estaduais - que são 57 deputados - e dois turnos de votação para aprovar a PEC. Em votação de projeto de lei, é necessário apenas uma maioria simples, de 48 deputados.

Oposição se divide

O deputado Paulo Fiorilo (PT), líder da Federação PT/PCdoB/PV, disse que só tratará da PEC após as eleições municipais e que não há posicionamento definido ainda. "A bancada de deputados e deputadas estaduais da Federação PT/PCdoB/PV não é signatária da PEC, que trata da possibilidade de reeleição dos membros da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de São Paulo. O debate sobre este tema, na nossa bancada, só deve acontecer após as eleições municipais e, até lá, não temos uma posição definida sobre essa PEC", afirma o deputado Paulo Fiorilo, líder da Federação.

Já o deputado Carlos Giannazi (PSOL), líder da Federação PSOL/Rede, diz que sua bancada votará contra a proposta. "A bancada do PSOL não concorda com essa PEC e votará contra. Defendemos a alternância nos cargos da presidência e da mesa diretora da Alesp".

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu palavras de incentivo e conselhos para os graduandos da Universidade do Alabama, na noite desta quinta-feira, 1º, em um exaltado discurso que ainda teve a imitação de uma levantadora de peso transgênero, acusações de que juízes interferem na agenda da Casa Branca e ataques ao ex-presidente Joe Biden.

A fala foi bem recebida pela plateia do Alabama, Estado em que Trump saiu vitorioso nas três vezes que concorreu à presidência. "Vocês são a primeira turma de formandos da era de ouro da América", disse o presidente aos estudantes, antes de ingressar em um típico comício eleitoral.

Trump voltou a afirmar que os Estados Unidos eram "explorados" antes de voltar ao poder e que os quatro anos do governo de Joe Biden "não foram bons para o nosso país". "Mas não deixem isso assustar vocês", afirmou, aos estudantes. "Foi uma aberração."

Ao criticar a participação de mulheres transgênero nos esportes, o presidente americano imitou uma levantadora de peso. Já quando se referiu aos magnatas da tecnologia, disse que todos o odiavam no primeiro mandato (2017-2021), mas o bajulam agora.

Trump disse mais uma vez, sem provas, que a eleição de 2020, que perdeu para Biden, foi "manipulada".

O presidente americano ainda exaltou a aplicação de tarifas de importação contra parceiros comerciais, o endurecimento da política migratória e outras medidas adotadas nos primeiros cem dias de governo. Trump também criticou a imprensa e deu conselhos de carreira para os formandos. "Nunca, jamais desista", afirmou.

Trump voltou a atacar juízes que barram iniciativas da Casa Branca. "Juízes estão interferindo, supostamente baseados no devido processo legal", disse. "Mas como você pode dar o devido processo legal a pessoas que entraram ilegalmente em nosso país?", questionou. Fonte: Associated Press.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".