Após caso Silvio Almeida, governo lança plano de combate a assédio na administração pública

Política
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O Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) regulamentou, por meio de portarias publicadas nesta terça-feira, 1, o Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação na Administração Pública Federal. O plano foi construído durante seis meses por 10 ministérios e encabeçado pelo MGI em meio a crise com denúncias contra Silvio Almeida.

"A prevenção, o acolhimento, os cuidados às pessoas e o direito ao sigilo são pilares centrais no enfrentamento de qualquer forma de assédio e discriminação no setor público", disse a ministra do MGI, Esther Dweck, na nota que anuncia o lançamento do plano.

O Plano Federal estabelece padrões para o tratamento e prevenção do assédio no ambiente de trabalho, seja ele moral ou sexual. O texto estabelece compromissos institucionais com universalidade, acolhimento, comunicação não violenta, integralização, resolutividade e transversalidade para combate ao assédio.

Uma rede federal será estabelecida para executar o novo plano. Esta será composta por um comitê gestor, comitês estaduais e órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, com membros representando 11 órgãos. São eles:

- Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos

- Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania;

- Ministério das Mulheres;

- Ministério da Igualdade Racial;

- Ministério da Educação;

- Ministério da Saúde;

- Ministério do Trabalho e Emprego;

- Ministério da Justiça e Segurança Pública;

- Ministério dos Povos Indígenas;

- Controladoria-Geral da União;

- Advocacia-Geral da União.

O principal objetivo do plano federal será estabelecer ambientes de trabalho livres de violência e com respeito aos direitos humanos e dos trabalhadores. "Propõe-se a erradicar todas as formas de violências oriundas das relações de trabalho, com especial atenção ao assédio moral, ao assédio sexual e à discriminação", diz o texto.

Uma das principais ferramentas estabelecidas são as políticas de prevenção. Estas devem ser feitas com ações de formação, sensibilização e promoção da saúde, conforme dita o texto. Campanhas educativas sobre linguagem não violenta e ações voltadas a promover qualidade de vida no trabalho também devem ser estabelecidas.

"Além de aprimorar os mecanismos de denúncia, estamos estruturando uma perspectiva de ações institucionais que não dependem exclusivamente da denúncia, mas que nos preparem para conversas difíceis, conflitos cotidianos e para lidar com violências já deflagradas, envolvendo pessoas, equipes e a própria instituição", afirmou o ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, na nota que anuncia o plano.

O plano será implementado através da execução de planos específicos de cada órgão e entidade setorial. Os principais mecanismos de monitoramento incluirão relatórios anuais que os órgãos e entidades deverão enviar ao respectivo Comitê Gestor, detalhando o progresso das ações de seus respectivos planos.

Plano vem em meio a crise

O plano vem em um período delicado para o Governo Federa. O presidente Lula demitiu Silvio Almeida depois que a ONG Me Too acusou o então ministro de assediar funcionárias do governo, com a ministra Anielle Franco entre as supostas vítimas; Anielle não acusou publicamente o então colega.

O caso foi divulgado pelo portal Metrópoles. Lula demitiu Silvio Almeida em 6 de setembro. Como mostrou o Estadão, a reunião foi marcada por tensões. Desde então, Silvio Almeida vem negando as acusações, classificando-as como "mentiras", "ilações absurdas" e sem "materialidade".

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.