Tribunal manda 'Maninho do PT' e filho a júri popular por tentativa de homicídio

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, por unanimidade, que Manoel Eduardo Marinho, o "Maninho do PT", ex-vereador em Diadema (Grande São Paulo), e o filho dele, Leandro Marinho, serão levados a júri popular pela tentativa de homicídio do empresário Carlos Alberto Bettoni, em 2018, durante uma confusão em frente ao Instituto Lula. Os desembargadores consideraram que as provas do processo demonstram, ao menos, o dolo eventual, ou seja, que os réus assumiram o risco de matar.

A reportagem do Estadão procurou a defesa para comentar a decisão, mas ainda não teve retorno até a publicação deste texto.

O empresário sofreu traumatismo craniano após ter sido empurrado durante uma manifestação em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, em abril de 2018. Ele bateu com a cabeça no para-choque de um caminhão. Os manifestantes protestavam contra a ordem para prender o presidente na Operação Lava Jato.

"Se os réus viram o movimento e ainda assim empurraram a vítima em direção à rua, de forma consciente ou se os ânimos estavam tão acirrados que os réus não puderam ver o caminhão e não imaginavam o que pudesse ocorrer, são circunstâncias que os jurados deverão avaliar e decidir a respeito", defendeu o desembargador Ruy Alberto Leme Cavalheiro, relator do caso.

O Tribunal do Júri julga crimes dolosos contra a vida, como homicídio, feminicídio e aborto fora das hipóteses previstas em lei, inclusive na forma tentada.

Segundo o laudo médico, Bettoni sofreu "ferimento corto contuso parietal esquerdo com exposição da calota craniana com afundamento ósseo" e "várias contusões hemorrágicas". Ele precisou ser submetido a uma cirurgia e passou 20 dias na UTI.

Os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo concluíram que "Maninho do PT" e seu filho agiram por motivação política e com "intolerância diante de opiniões diversas".

A defesa alegou no processo que não era possível ver a movimentação da rua nem saber se havia tráfego de veículos.

Os advogados Daniel Bialski e Vitória Munhoz Dias, que representam a família do empresário - morto em 2021 -, afirmam que "o entendimento e a conclusão do Tribunal de Justiça foram irretocáveis" e estão de acordo com as provas do processo.

"Não existe dúvida alguma quanto ao risco assumido pelos réus ao encurralar, agredir e empurrar a vítima em meio a via pública, no intenso contrafluxo de veículos, fazendo-a colidir com um caminhão, ainda se evadindo na sequência, demonstrando a absoluta frieza e descaso para com a vida alheia. O desfecho visto ontem restabelece a confiança e a segurança de que os réus vão ser responsabilizados pelo crime hediondo que cometeram", sustentam os advogados da família de Bettoni.

O ex-vereador e o filho tiveram a prisão preventiva decretada durante a investigação. Eles passaram sete meses presos até conseguirem um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dezembro de 2018.

Em outra categoria

O Exército dos EUA confirmou nesta sexta-feira, 2, que haverá um desfile militar no aniversário do presidente Donald Trump em junho, como parte das comemorações do 250º aniversário do serviço.

Os planos para o desfile, conforme detalhado pela primeira vez pela The Associated Press na quinta-feira, preveem que cerca de 6.600 soldados marchem de Arlington, Virgínia, até o National Mall, juntamente com 150 veículos e 50 helicópteros. Até recentemente, os planos do festival de aniversário do Exército não incluíam um desfile maciço, que, segundo as autoridades, custará dezenas de milhões de dólares.

Trump há muito tempo deseja um desfile militar, e as discussões com o Pentágono sobre sua realização - em conjunto com o aniversário presidencial - começaram há menos de dois meses.

O desfile ocorre no momento em que o republicano e seu Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), dirigido por Elon Musk, cortaram departamentos, pessoal e programas do governo federal para economizar custos.

Na tarde de hoje, as autoridades do Exército comentaram que prosseguirão com o desfile, mas que ainda não há uma estimativa de custo.

Os habitantes de Cingapura irão às urnas neste sábado, 3, em uma eleição geral que deve manter no poder o Partido de Ação Popular (PAP), que governa a cidade-estado há décadas, e que é observada de perto como um termômetro da confiança pública na liderança do primeiro-ministro, Lawrence Wong, que assumiu o cargo no ano passado. Ele espera obter um mandato mais forte.

"Se o PAP tiver um mandato enfraquecido, é certo que haverá quem tente nos pressionar. Será mais difícil defender os interesses de Cingapura. Mas, com um mandato claro de vocês, minha equipe e eu poderemos representar o país com confiança", disse Wong nesta semana.

Esta é a primeira eleição sob a liderança de Wong desde que ele sucedeu Lee Hsien Loong, que deixou o cargo no ano passado após duas décadas no comando da cidade-Estado.

Conhecido por seu governo limpo e eficaz, o PAP é visto como símbolo de estabilidade e prosperidade. Embora uma vitória esteja praticamente garantida, o apoio ao partido tem diminuído devido ao descontentamento com o controle estatal e o alto custo de vida. A crescente desigualdade de renda, a dificuldade de acesso a moradias, a superlotação causada pela imigração e as restrições à liberdade de expressão também desgastaram a popularidade do partido.

A oposição admite que não pode derrotar o PAP, mas pede aos eleitores uma representação mais forte no Parlamento.

O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.