PF flagra 300 motoristas de aplicativo no PI recebendo até R$ 200 em adesivaço de candidato

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A Polícia Federal prendeu quatro pessoas em flagrante nesta quinta-feira, 3, em uma ocorrência por compra de votos em Teresina. Eles foram autuados por corrupção eleitoral e associação criminosa. Foram apreendidos cerca de R$ 150 mil.

Os policiais flagraram a distribuição de dinheiro a motoristas de aplicativo. Segundo a investigação, mais de 300 pessoas receberam de R$ 100 a R$ 200. O dinheiro teria sido distribuído como pagamento por um "adesivaço".

O flagrante aconteceu durante o monitoramento de em evento político na zona sul de Teresina. A PF não divulgou detalhes sobre o candidato, mas no dia e local da apreensão estava marcado um evento do candidato a vereador Érico Luiz (Avante).

O Avante informou que acompanha o andamento da investigação e que espera que elas sejam conduzidas com imparcialidade. "Acreditamos na importância da transparência e no devido processo legal, e esperamos que todos os fatos sejam devidamente apurados."

Dez pessoas foram conduzidas à superintendência da PF para prestar esclarecimentos. Entre elas, os quatro que permaneceram detidos.

As penas para os crimes de corrupção eleitoral e associação criminosa podem chegar a sete anos de reclusão.

A legislação proíbe propaganda eleitoral em veículos automotores prestadores de serviços públicos, incluindo os veículos por aplicativo.

A Polícia Federal recebe denúncias sobre compra de votos pelo canal "Comunica PF" na internet. Elas podem ser feitas anonimamente.

Em outra categoria

Jatos israelenses bombardearam neste domingo, 27, os subúrbios do sul de Beirute, no Líbano, em ataque que, segundo Israel, teve como alvo um depósito de mísseis guiados do Hezbollah. A ação foi a terceira na região desde a entrada em vigor do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, em novembro passado.

Em comunicado, o Exército israelense afirmou que o armazenamento de armas no local viola os termos do acordo que pôs fim ao conflito de 14 meses entre Israel e Hezbollah. Antes do ataque, o Exército alertou os moradores da área de Hadath para que se afastassem em um raio de 300 metros, emitindo dois disparos de advertência.

Imagens registradas por agências internacionais e vídeos nas redes sociais mostram uma grande coluna de fumaça e danos em uma estrutura metálica usada como armazém. Dois caminhões foram vistos queimados no local. Não havia relatos imediatos de vítimas.

A presidência do Líbano condenou o ataque e pediu que Estados Unidos e França, países garantidores do cessar-fogo, pressionem Israel a suspender as operações. O presidente libanês, Joseph Aoun, afirmou que as ações israelenses "comprometem a estabilidade" e aumentam o risco de novos confrontos. A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis, também manifestou preocupação e pediu que ambas as partes evitem ações que possam enfraquecer a implementação da resolução das Nações Unidas que encerrou a guerra.

De acordo com dados do governo libanês, desde o cessar-fogo 190 pessoas foram mortas e 485 ficaram feridas no Líbano por ações israelenses. Israel afirma que os ataques miram alvos do Hezbollah. O Líbano reivindica ainda a retirada de forças israelenses de cinco colinas em seu território.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, cancelou neste domingo, 27, um evento e dois grandes comícios no último dia de campanha eleitoral, após um ataque que matou 11 pessoas em Vancouver. A votação está marcada para esta segunda-feira, 28.

O episódio ocorre em meio a uma disputa eleitoral na qual, segundo pesquisas recentes, Carney, do Partido Liberal, aparece à frente do líder conservador Pierre Poilievre. A suspensão de eventos levou as campanhas a reverem suas agendas públicas na reta final. Segundo a polícia local, um veículo invadiu uma área fechada durante o festival filipino Lapu Lapu Day, no sul de Vancouver, atropelando dezenas de pessoas. A polícia descartou motivação terrorista e informou que o suspeito, um morador de 30 anos, tem histórico de problemas de saúde mental.

Além das mortes, dezenas de feridos seguem hospitalizados, alguns em estado grave. A prefeitura de Vancouver e o governo da província de British Columbia informaram que avaliam eventuais mudanças nos protocolos de segurança para eventos de grande público. O governo filipino emitiu comunicado afirmando que acompanha as investigações em parceria com autoridades canadenses. Vancouver abriga cerca de 38 mil residentes de origem filipina, segundo dados oficiais.

Este é o ataque mais grave do tipo no Canadá desde 2018, quando dez pedestres morreram atropelados em Toronto.

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, visitou neste domingo, 27, feridos na explosão no porto de Shahid Rajaei, próximo a Bandar Abbas, no sul do país no sábado, 26. Segundo autoridades locais, o número de mortos subiu para 40 e cerca de 1.000 pessoas ficaram feridas. Desse total, 190 ainda permanecem hospitalizadas. A explosão ocorreu em uma área que, segundo empresas de segurança, estaria ligada ao armazenamento de perclorato de amônio importado da China, composto químico usado na fabricação de combustível sólido para mísseis. Imagens nas redes sociais e análises de satélite mostraram uma cratera profunda no local, cercada por fumaça tóxica e veículos destruídos. Escolas e comércios da região foram fechados.

Durante reunião com autoridades, Pezeshkian afirmou que "é preciso entender por que isso aconteceu", segundo a TV estatal iraniana. O governo declarou três dias de luto na província de Hormozgan. Helicópteros e aviões cargueiros despejaram água do mar para tentar conter o incêndio, que, de acordo com as autoridades, estava sob controle no fim da tarde do domingo.

O Ministério da Defesa do Irã negou que houvesse combustível de mísseis no porto. Em entrevista à TV estatal, o porta-voz do ministério, general Reza Talaeinik, disse que "não há importação nem exportação de material militar no local" e classificou como "infundadas" as informações sobre a chegada de produtos químicos para uso em foguetes. Ele prometeu mais esclarecimentos nos próximos dias.

A empresa privada Ambrey, especializada em segurança marítima, afirmou que a carga de perclorato de amônio recebida em março seria destinada a reabastecer os estoques de mísseis iranianos, que haviam sido usados nos ataques diretos contra Israel na guerra com o Hamas. Dados de rastreamento de navios analisados pela Associated Press confirmam a passagem de embarcações carregando o produto no período.

A explosão no porto iraniano lembrou o desastre de Beirute, em 2020, quando a ignição de nitrato de amônio armazenado de forma inadequada provocou mais de 200 mortes. Imagens do sábado mostraram fumaça avermelhada antes da detonação em Shahid Rajaei, indício de reação química similar. No domingo, a Rússia enviou aeronaves de emergência a Bandar Abbas para ajudar nas operações de resgate e contenção do incêndio.