TRE-SP manda retirar novos vídeos de Boulos contra Nunes

Política
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Conteúdos de campanha do candidato do PSOL à Prefeitura da capital paulista, Guilherme Boulos (PSOL), voltaram a ser alvo da Justiça Eleitoral neste início de segundo turno da disputa. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou ontem, por meio de decisões liminares, que a candidatura de Boulos retire três vídeos do ar por ataques contra o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

No primeiro vídeo, há uma cena teatral em que amigos secretos foram agraciados com favorecimentos ilegais por Nunes, que recebe em troca "presentes" pelos benefícios. O juiz Murillo d'Avila Vianna Cotrim disse que "a forma como realizada a veiculação contém insinuação apta a caracterizar ofensa e ataque pessoal". Ele concedeu direito de resposta a Nunes na rede social do candidato do PSOL.

Em outra publicação, Boulos acusa Nunes de ter praticado crime de corrupção e improbidade administrativa. A juíza Claudia Barrichello - que anteontem já mandara tirar do ar um vídeo em que o deputado dizia que o prefeito tem que "responder por boletim de ocorrência contra mulher" - defendeu que as propagandas impugnadas têm "como objetivo macular a sua (de Nunes) imagem e honra".

Outro alvo de liminar da Justiça Eleitoral é um vídeo sobre operações da Polícia Civil para combater atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema de transporte público. "Como o PCC se infiltrou no bilionário sistema de ônibus de SP" e "Milícia da cracolândia 'manobra' usuários para cobrar propina de comércio" aparecem no material. Há citação ainda de que Nunes trouxe o crime organizado para São Paulo. O juiz Rodrigo Marzola Colombini determinou a exclusão da publicação.

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Antes da largada do G-20 no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar neste domingo, dia 17, de 11 reuniões fechadas com chefes de Estado e de governo que já chegaram ao Brasil. Todos os encontros, individuais, ocorrerão no Forte de Copacabana. Serão recebidos por Lula os líderes de África do Sul, Malásia, Itália, Emirados Árabes Unidos, União Europeia, Vietnã, Angola, Turquia, Egito, França e Bolívia.

Além de assuntos bilaterais e de negócios entre o Brasil e esses países, o presidente deve tratar dos temas prioritários do G-20 e da tentativa de finalizar as discussões, emperradas por questões geopolíticas e clima. O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou antes a Argentina na esperança de destravar as cinco frentes de objeção levantadas pelo presidente Javier Milei e que podem impor uma derrota ao G-20 de Lula.

Outro assunto permanente na agenda com Macron é a resistência do seu agronegócio e do seu país ao acordo entre Mercosul e União Europeia, pauta também de discussões com Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia.

Conflitos globais

O G-20 também precisa ainda aparar arestas relacionadas à mensagem que vão enviar sobre os conflitos globais, como a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza. A solução encontrada até agora poupa de críticas diretas e nominais a Rússia e Israel, o que gerou insatisfação. O tema tende a entrar em pauta no domingo, já que Lula conversará com primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, presidente atual do G-7, grupo aliado da Ucrânia.

Já África do Sul, Turquia, Egito e Emirados Árabes Unidos devem abordar a situação nos territórios palestinos, agora assunto no G-20 por causa da guerra movida por Israel contra o grupo terrorista Hamas.

O presidente dedica o dia quase inteiro às discussões face a face com presidentes e primeiros-ministros, de países membros e convidados ao G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo. A única exceção é um compromisso com prefeitos, na iniciativa Urban 20, liderada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Na terça-feira, dia 19, a expectativa do Palácio do Planalto é que Lula faça reuniões no Museu de Arte Moderna com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com os primeiros ministros da Índia, Narendra Modi, do Japão, Shigeru Ishiba, e do Reino Unido, Keir Starmer.

Lista de bilaterais confirmadas para este domingo

Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa

Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim

Primeira-Ministra da República Italiana, Giorgia Meloni

Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, Sheikh Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

Primeiro-Ministro da República Socialista do Vietnã, Pham Minh Chinh

Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço

Presidente da República da Türkiye, Recep Tayyip Erdogan

Presidente da República Árabe do Egito, Abdel Fattah El-Sisi

Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron

Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Luis Arce

A primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, xingou neste sábado, 16, o bilionário Elon Musk, que rebateu dizendo que o atual governo vai "perder a próxima eleição'. A mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva hostilizou o empresário no Rio, onde participa de atividades relacionadas ao G-20. A reportagem fez contato com a assessoria de Janja para comentar o assunto, mas ainda não recebeu resposta.

Janja participava de uma mesa de debates com o influenciador Felipe Neto sobre combate à desinformação no Cria G-20, um dos eventos paralelos à Cúpula de Líderes, que ocorre nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio.

Ao fim do painel, ela pediu a palavra para destacar a dificuldade de aprovação de leis para regulamentar plataformas de mídias sociais e reforçou seu impacto em tragédias climáticas por causa da disseminação de informações falsas.

Então, sem razão aparente, abaixou-se por causa do que parecia ser um ruído no ambiente onde estava. Ela interrompeu o discurso e disparou: "Acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você. Inclusive, fuck you, Elon Musk", disse Janja.

O bilionário reagiu em seu perfil no X momentos depois, indicando por meio da sigla "lol" que estava dando risadas do ocorrido. Ao comentar outro post na plataforma, Musk afirmou que "eles", em indicação ao governo atual, vão perder as próximas eleições.

Musk é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e travou em embate com o Supremo Tribunal Federal sobre desrespeito a ordens legais no Brasil. Ele associava o tribunal ao governo Lula, mas, no evento, Janja afirmou que Moraes é um "grande parceiro" no combate à desinformação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro também tentou explorar politicamente a declaração, afirmando em post no X que o Brasil tem novo problema diplomático.

Lula já mandou uma série de indiretas a Musk antes, sobretudo criticando suas operações da SpaceX. Ele foi agora apontando recentemente para integrar o futuro governo Donald Trump, como chefe do departamento de eficiência.

Nesta semana, Janja também criticou a Argentina de Javier Milei por se opor ao avanço de pautas de gênero, no momento em que a diplomacia brasileira e até a francesa se esforçam para convence-lo a ceder e aprovar um resultado final no G-20.

O bilionário norte-americano Elon Musk reagiu neste sábado, 16, ao xingamento feito contra ele pela primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja. O empresário, dono do X, compartilhou uma publicação do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) na rede social e escreveu "lol", um símbolo usado na internet equivalente a uma risada.

Nikolas, um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, postou o vídeo de Janja durante um painel de debates no G-20 e escreveu "Essa é a esquerda tolerante". "Eles vão perder a próxima eleição", escreveu Musk, ao comentar outra publicação que reproduzia o vídeo de Janja.

No evento, Janja disse: "Eu não tenho medo de você. Inclusive, fuck you, Elon Musk". Outros bolsonaristas, como os deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Carlos Jordy (PL-RJ), também se manifestaram nas redes sociais.

"Esse é o nível da primeira-dama do Brasil", escreveu Jordy. Zambelli, por sua vez, chamou Janja de "irresponsável". "Lula já quer confusão com @realdonaldtrump? Quem vai pagar é o Brasil! Casal de irresponsáveis!", disse a parlamentar, ao mencionar o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicou Musk para um cargo no novo governo.

Ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten foi outro que se manifestou. "Se o Brasil sofrer sanções por parte dos EUA por conta dessa fala irresponsável e absolutamente gratuita o que vai acontecer? Tá xingando um Ministro de Estado Americano. E a tal promoção do discurso de ódio? O @ItamaratyGovBr já se manifestou?", disse, em referência ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Musk travou recentemente um embate com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O X chegou a ficar suspenso no Brasil por cerca de 40 dias após o empresário, que também é dono da Tesla e da Space X, recusar-se a cumprir decisões da Corte sobre remoção de conteúdo da rede social.