Elmar e Brito chegam juntos a festa do PSD e reforçam aliança contra Motta e Lira

Política
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Os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA), chegaram juntos a uma festa promovida pelo deputado Igor Timo (PSD-MG) na noite desta terça-feira, 8. O gesto reforçou a aliança que os dois formaram contra a candidatura do líder do Republicanos, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao comando da Câmara. O paraibano tem o apoio do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

O evento, promovido por Timo em uma casa em Brasília, tem como mote a comemoração da chegada do deputado ao PSD - ele recentemente trocou o Podemos pelo partido de Gilberto Kassab. No entanto, a ocasião acabou se transformando em mais uma festa para demonstrar força política na disputa pela sucessão de Lira. Além disso, membros do PSD celebram o desempenho da legenda nas eleições municipais, após abocanhar a maior fatia de prefeituras no 1º turno.

Em julho, quando ainda eram adversários na corrida pela presidência da Câmara, Elmar e Brito protagonizaram uma competição de festas. Na ocasião, os dois reuniram, separadamente, uma série de parlamentares governistas e de oposição, além de ministros do governo Lula.

Em setembro, o líder do PT, Odair Cunha (MG), anunciou nas redes sociais que Lira havia escolhido Motta como seu candidato na Câmara. A postagem do petista ocorreu após um almoço em comemoração ao aniversário do líder do Republicanos.

Brito e Elmar, contudo, decidiram continuar na disputa pelo comando da Casa e fizeram uma aliança contra Motta e Lira - a ideia é que o candidato entre eles que tiver mais chances de ganhar assuma a candidatura mais para frente.

Elmar era considerado o favorito de Lira, por ser seu amigo pessoal. Nos bastidores, contudo, deputados diziam que o presidente da Câmara preferia Motta. Quando Marcos Pereira (SP),1º vice-presidente da Câmara na atual Legislatura e presidente do Republicanos, desistiu de concorrer e declarou apoio a Motta, Lira viu o caminho aberto para impulsionar o deputado paraibano.

Motta negocia com o PT a 1ª Secretaria da Casa, caso seja eleito, em troca do apoio do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, os petistas ocupam a 2ª Secretaria, com a deputada Maria do Rosário (RS).

A disputa pela sucessão de Lira no comando da Casa esfriou nas últimas semanas, com o foco dos parlamentares na eleição municipal, mas deve voltar a ganhar força a partir de agora.

O PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, deve ficar com a 1ª vice-presidência da Câmara se Motta vencer a eleição. De acordo com deputados ouvidos pela reportagem, a 2ª vice-presidência da Casa ainda está indefinida e dependerá de negociações com outros partidos, assim como os outros cargos da Mesa Diretora.

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O presidente do Paraguai, Santiago Peña, foi hospitalizado no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 18, após sentir dores no peito, comunicou a presidência do país. O paraguaio está na cidade para participar da cúpula do G20 que ocorre até terça-feira, 19.

Segundo nota, ele está neste momento passando por exames de check-up e um informe deve ser emitido pelo hospital nas próximas horas. De acordo com fontes próximas a Peña, o presidente disse estar bem e passará a noite no hospital para acompanhamento.

Da mesma forma, o vice-presidente paraguaio, Pedro Alliana, disse nas redes sociais que conversou com Peña e que o presidente "se encontra bem e está a espera dos resultados de seus exames médicos".

O presidente, de 46 anos, participava da reunião de líderes de Estado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde foi emitida hoje, antes do esperado, a declaração final da cúpula.

Os líderes do G20 divulgaram na noite desta segunda-feira, 18, o comunicado final da reunião, após a Argentina assinar o texto. O documento cita múltiplos desafios para a economia mundial e alerta para o aumento de riscos de piora da atividade diante da elevada incerteza no mundo.

"Observamos boas perspectivas de um pouso suave da economia global", afirma o comunicado, de 22 páginas. Os bancos centrais dos países permanecem com o compromisso firme de garantir a estabilidade dos preços, ou seja, o controle da inflação.

A atividade econômica mundial tem se mantido "mais resiliente do que o esperado" em muitos países e a inflação está baixando, ressalta o documento. Ainda assim, o G20 alerta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tem sido desigual entre os países, o que aumenta o risco de divergências econômicas.

"Vivemos em tempos de grandes desafios geopolíticos, sociais e climáticos", comenta o G20, ressaltando que esse ambiente requer ações urgentes. O texto ressalta ainda que os avanços para reduzir a pobreza e erradicar a fome tiveram reveses desde a pandemia de covid.

Com apenas seis anos para atingir os objetivos das metas sustentáveis das Nações Unidas para 2030, apenas 17% das metas de desenvolvimento sustentáveis estão em curso.

País emplaca menções desejadas em pontos mais sensíveis das negociações

O Brasil conseguiu emplacar no comunicado final da reunião de cúpula do G20, divulgado nesta segunda-feira, 18, menções desejadas aos principais pontos que defendia, como a taxação dos super-ricos, a condenação enfática da guerra em Gaza e o compromisso com financiamento a serviços florestais.

Guerras

A declaração final faz uma forte condenação a conflitos bélicos na linha do que esperava a delegação brasileira. A guerra na Faixa de Gaza tem destaque e os líderes pedem um cessar-fogo abrangente na região. Ainda, demonstra "profunda preocupação" com a escalada de tensão no Líbano.

O documento também condena o terrorismo em "todas as suas formas e manifestações" e reafirma compromisso com o avanço de um mundo livre de armas nucleares. Há uma cobrança para resolução pacífica de conflitos e os esforços para tratar crises. "Apenas com a paz alcançaremos a sustentabilidade e a prosperidade", diz.

Rússia

Os líderes não fazem uma condenação à Rússia e o nome do país não aparece no comunicado. Há apenas uma menção no documento à guerra da Ucrânia.

Ucrânia

O texto não condena o conflito na Ucrânia, que está completando mil dias, com a mesma ênfase que condena a guerra no Oriente Médio. Na Ucrânia, o texto fala do sofrimento humano e do impacto negativo da guerra nas cadeias produtivas globais, nos alimentos, inflação e na segurança energética. O G20 afirma apoiar iniciativas para a paz duradoura na região.

Super-ricos

O comunicado fala da intenção do grupo de buscar cooperação para taxar os super-ricos, que no texto são descritos como aqueles com "patrimônios ultra elevados". Taxar os mais ricos é uma das formas de financiar o combate à fome e à pobreza e reduzir desigualdades. Mas o tema não era consenso desde reuniões anteriores. Inicialmente, a Argentina se mostrou contrária a esse tipo de ação e os Estados Unidos não queriam uma taxação global única, mas sim dentro de cada país.

Financiamentos a serviços ambientais

A declaração final foi clara ao afirmar o compromisso do G20 em mobilizar financiamento "novo e adicional" para florestas, conforme desejado pelo governo brasileiro. O texto diz "reconhecer que as florestas fornecem serviços ecossistêmicos cruciais", uma sinalização de que esse financiamento pode incluir a preservação, ou seja, o pagamento pela manutenção da floresta em pé. O documento fala, ainda, em financiamento "concessional e inovador" para países em desenvolvimento.

O fundo para florestas tropicais proposto pelo governo brasileiro, TFFF na sigla em inglês, também é mencionado, embora não haja um compromisso de adesão explícito dos países do grupo.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, não participaram da foto oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza lançada nesta segunda-feira, 18, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula de líderes do G20.

Os três líderes chegaram atrasados ao momento da fotografia e as demais lideranças preferiram não esperar. A foto estava prevista para ocorrer às 14h10, mas só saiu por volta das 15h30. A agenda de eventos da cúpula está atrasada desde o começo, com os cumprimentos aos líderes, que deveriam finalizar até às 10h se estendendo por quase uma hora.

Os líderes americanos e canadenses estavam em uma reunião bilateral antes da foto. Em seguida, o presidente dos EUA foi visto saindo do Museu de Arte Moderna do Rio, onde estão ocorrendo as negociações.

A aliança foi lançada oficialmente esta manhã, no momento em que Lula confirmou a adesão de 82 países. O projeto é o principal tópico da presidência brasileira no G20 no Rio e talvez o único que tenha algum avanço concreto. A Argentina foi o último país a aderir, depois que uma lista oficial com 81 nações foi divulgada pelo governo brasileiro.

Além dos países fundadores, a aliança terá 66 organismos internacionais, entre eles fundações como Gates e Rockfeller e bancos multilaterais, como BID e Banco Mundial.