José de Abreu e Murilo Rosa se desculpam após acordo na Justiça

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José de Abreu e Murilo Rosa chegaram a um acordo amigável após desentendimento que começou com uma entrevista de Maria Zilda alguns meses atrás. Na manhã desta quarta-feira, 30, os dois publicaram retratações públicas em suas redes sociais.

Os dois se reuniram em uma audiência na 19ª Vara Criminal do Rio de Janeiro na terça-feira, 29. "Eu, José de Abreu, gostaria de me retratar publicamente pelas postagens realizadas nas minhas redes sociais referentes ao sr. Murilo Rosa. Reconheço que as referidas postagens não são verdadeiras e foram ofensivas. Peço desculpas pelos ataques dirigidos injustamente a sua pessoa e ao que tenha causado a seus familiares", começou Zé de Abreu.

O ator ainda reconheceu que distorceu a expressão "Murilar", termo criado carinhosamente por Jayme Monjardim. No comunicado, ele reiterou que as postagens nas quais se refere a Murilo Rosa não condizem com a verdade ou com o profissional e pessoa que ele é. "Enfim, vida que segue", finalizou.

Em seguida, Murilo Rosa também se pronunciou. "O perdão nos leva a lugares surpreendentes e hoje foi assim... Palavras gentis de José de Abreu se desculpando, com afeto e sinceridade. Acreditei. O juiz terminou a audiência dizendo palavras entusiasmadas e fiquei muito feliz com isso. Foi um bom momento para todos. Aplaudir o conflito dos outros é fácil, quero ver aplaudir a paz."

Relembre a polêmica

Em 2020, Murilo Rosa e Maria Zilda Bethlem abriram uma live na qual a atriz disse que José de Abreu tinha mau hálito na época em que fizeram par romântico na novela Bebê a Bordo, em 1988. "Era uma coisa insuportável. Evidentemente, ele bebia. Era [cena] externa, ele já tinha o cheiro de suor, mais o de cigarro, mais o da bebida. Era uma coisa insuportável! O Zé era um bicho", disse.

No início deste ano, o trecho foi resgatado e revoltou José de Abreu, que acusou a atriz de ter traído seu marido com ele na época das gravações da novela. Em seu pronunciamento, o ator criticou o comportamento de Murilo Rosa: "Se fosse digno, teria me defendido. Não é à toa que existe na Globo o verbo 'murilar', ou seja, agir como Murilo Rosa. E dele, mais, não falo, não merece".

Dois dias depois, Rosa respondeu a fala do ator e falou sobre a novela A Casa das Sete Mulheres, na qual trabalharam juntos.

"Jayme Monjardim criou um termo carinhoso e até hoje me pergunta 'onde eu estou Murilando' [...] Ali, naquele camarim, quem viu, presencial um rato se encolhendo em sua insignificância. A vida passa. Passa rápido [...] e ainda o rato se preocupa com o seu hálito", disse.

Em outra categoria

Os corpos dos quatro policiais mortos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra integrantes do Comando Vermelho começaram a ser velados e enterrados no Rio de Janeiro. Os dois policiais civis foram sepultados nesta quarta-feira, 29. Já os dois policiais militares do Batalhão de Operações Policiais (Bope) são velados nesta quinta-feira, 30, em Laranjeiras, na zona sul da cidade.

Os sargentos do Bope Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca, 39, são velados na sede do batalhão. Serafim será sepultado na cidade de Mendes, no interior do Estado, e Carvalho, no Cemitério de Sulacap, na zona oeste da capital fluminense.

O comandante do Bope, tenente-coronel Marcelo Corbage, diz que, em 25 anos de Polícia Militar, "nunca viu nada igual".

"Eles estavam preparados para a guerra e eles encontraram a guerra", afirmou Corbage, e acrescentou: "É um momento de nos fortalecermos. Uma frase que o sargento Heber, que tombou, falava antes de qualquer missão, e que vai ser uma frase que nós vamos entoar para nos fortalecer, ninguém vai parar a gente".

Segundo Corbage, os militares "tombaram" acreditando no propósito de "dar a vida e a nossa liberdade em prol da sociedade".

"Entendemos que aqui não é só um trabalho, é um sacerdócio. Nós sabemos dos riscos, nós sabemos que nós estamos aqui para dar a vida e a nossa liberdade em prol da sociedade. Então esses militares aqui tombaram acreditando nesse propósito", disse.

Na quarta, 29, amigos e parentes dos dois policiais civis mortos durante a megaoperação, Marcus Vinicius Cardoso, de 51 anos, chefe o setor de investigações do 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, de 34, lotado no 39ª DP (Pavuna), velaram e enterraram os corpos dos agentes no Rio.

Marcus Vinicius foi enterrado no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, na zona norte, e Rodrigo Cabral no Memorial do Rio, em Cordovil.

Em nota, a Polícia Civil se solidarizou com os familiares dos policiais mortos e disse que "os ataques covardes de criminosos contra nossos agentes não ficarão impunes".

O Bope publicou homenagens nas redes sociais aos dois policiais militares mortos. Nas portagens, diz que o "sargento Heber dedicou sua vida ao cumprimento do dever e deixa um legado de coragem, lealdade e compromisso com a missão policial militar"

Em outra postagem, o Bope diz que o "sargento Serafim dedicou sua vida ao serviço público, honrando a farda com coragem, lealdade e compromisso inabalável com a segurança da sociedade": "Que seu exemplo de bravura e dedicação permaneça vivo na memória de todos nós", diz.

Policiais serão promovidos postumamente

O governador Cláudio Castro também prestou solidariedade aos amigos e familiares dos policiais mortos. De acordo com o chefe do Executivo fluminense, "como forma de reconhecimento e respeito, todos serão promovidos postumamente".

"Hoje o Rio de Janeiro amanheceu de luto. Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, comissário da 53ª DP, Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP, Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, ambos sargentos do Bope, deram a vida cumprindo o dever de proteger a população fluminense. Minha solidariedade e minhas orações estão com as famílias, amigos e colegas de farda desses heróis. Eles serviram ao Estado com coragem e lealdade, defendendo o que acreditavam: um Rio mais seguro e livre", escreveu.

Fotos e vídeos da recente operação do governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), tanto do dia da ação quanto do pós, dão indícios de como a facção criminosa usa tática de guerra, de uniformes a armas, em seu planejamento.

A ofensiva conjunta entre as polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho, realizada na terça-feira, 28, teve 121 mortos, inclusive quatro policiais. Foram presas 113 pessoas, de acordo com balanço do governo do Rio. O governador Cláudio Castro (PL) disse que a operação foi um "sucesso"; a Defensoria Pública Estadual fala em indícios de ilegalidades.

Uniformes do Comando Vermelho

Fotos e vídeos da operação mostram membros do CV com usando itens de vestuário como roupas camufladas, coturno e balaclava. Um dos suspeitos presos na megaoperação chegou a usar o Instagram para compartilhar uma foto em que aparece sem camisa, com um fuzil pendurado no ombro, luvas e uma touca preta.

Arsenal

Em reação à ofensiva policial, o CV usou drones adaptados para lançar bombas. A tática repete estratégias usadas em guerra como a da Ucrânia e a da Faixa de Gaza e revela o novo estágio de sofisticação das facções, conforme especialistas em segurança pública ouvidos pelo Estadão.

Além dos drones, o arsenal das facções criminosas inclui armamento cada vez mais pesado - com a descoberta pelas autoridades até de fábricas clandestinas de fuzis, com uso de matéria-prima importada -, câmeras termográficas para monitorar a movimentação de alvos e bloqueadores de GPS.

Os equipamentos usados costumam ser drones comerciais do tipo FPV (First Person View), facilmente adquiridos pela internet por valores entre R$ 3 mil e R$ 10 mil. Apesar de simples, são capazes de transportar cargas de até meio quilo, o que já é suficiente para carregar uma granada de mão.

A cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro divulgou na tarde de quarta, 29, um balanço da operação. Veja os demais números divulgados pelo governo:

- Presos: 113, dos quais 33 são de outros Estados

- Adolescentes apreendidos: 10;

- Armas: 118, sendo 90 fuzis e 26 pistolas e um revólver;

- 14 artefatos explosivos;

- Centenas de carregadores - ainda não contabilizados;

- Milhares de munições - ainda não contabilizadas;

- Toneladas de drogas - ainda não contabilizadas;

Geografia acidentada

Mais de 110 mil pessoas moram nas regiões dos complexos do Alemão e da Penha, alvos da megaoperação policial. De acordo com dados da prefeitura, com base no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 54 mil pessoas vivem no conjunto de favelas que formam o Complexo do Alemão. Já na Penha, são 58.516 moradores (esse número é referente a todo o bairro, e não apenas ao complexo de favelas).

A geografia acidentada do Complexo do Alemão facilitou a concentração de criminosos do Comando Vermelho no local e, ao longo das últimas décadas, a polícia já fez várias incursões na área. "São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Casas construídas de forma irregular, becos que é impossível fazer o patrulhamento", disse Victor Santos, secretário da Segurança Pública do Rio.

O dia seguinte: o que disseram moradores

No dia seguinte à ação, moradores recolheram dezenas de corpos em uma área de mata na Serra da Misericórdia pela comunidade do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Alguns destes corpos estavam amarrados e com marcas de facadas. O Estadão presenciou ainda ao menos um corpo decapitado. Segundo a associação de moradores da Penha, 72 corpos foram levados à Praça São Lucas.

Uma parente de um dos mortos, que preferiu não ser identificada, afirmou ao Estadão que havia corpos com "sinais de tortura", como cortes de faca e decapitados.

"Fizeram um necrotério lá dentro da favela: abriram os corpos como se fossem médicos", relatou outra familiar.

O dia seguinte: o que disse o governo

O governo fluminense defendeu o "sucesso" da ofensiva em avançar sobre um território dominado pelo crime organizado. Cláudio Castro disse na quarta-feira, 29, que as únicas vítimas da megaoperação são os agentes de segurança mortos. "Aquelas foram as verdadeiras quatro vítimas. De vítimas, ontem, só tivemos os quatro policiais".

A cidade de São Paulo permanece com temperaturas mais baixas ao menos até sexta-feira, 31. No fim de semana, os termômetros sobem um pouco, com a máxima acima dos 20ºC. Há, no entanto, risco de chuvas mais fortes entre sábado, 1º, e domingo, 2, dia de Finados.

Nesta quinta-feira, 30, o dia começou com chuva fraca, ainda em razão da propagação de uma área de instabilidade oriunda do interior do Estado de São Paulo.

"Os ventos úmidos que sopram do mar contra a costa paulista mantêm os próximos dias com muitas nuvens e temperaturas mais baixas. Os dias serão marcados por tempo instável e chuvoso", acrescenta o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo.

A sexta-feira, 31, também será marcada por temperaturas mais baixas e possibilidade de chuva fraca. No sábado, o cenário atmosférico se mantém instável e chuvoso.

Veja a previsão para os próximos dias, segundo a Meteoblue:

- Sexta-feira: entre 16ºC e 19ºC;

- Sábado: entre 18ºC e 24ºC;

- Domingo: entre 19ºC e 22ºC;

- Segunda-feira: entre 18ºC e 23ºC.