Sem celulite e com até 63 kg: as exigências de Diddy para as mulheres em suas festas

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Uma fonte que planejava as festas de Sean "Diddy" Combs, acusado de diversos crimes sexuais, revelou as exigências do rapper para as mulheres em suas festas. As chamadas de "freak-offs" eram realizadas na casa dele, e contavam com uma balança na porta de entrada, disse a fonte ao New York Post, na terça-feira, 29.

Ele trabalhou para o magnata entre 2004 e 2005. "A gente fazia uma pesagem, se necessário. As mulheres tinham que ser jovens e 'gostosas', então eu sempre tinha uma balança para ter certeza. O máximo eram140 libras (cerca de 63 kg), mas se a mulher fosse muito alta, abríamos exceções"", disse, ao jornal americano.

Havia ainda outros requisitos, segundo ele: "Sem flacidez, sem celulite. Sem muitos piercings ou tatuagens. Sem cabelo curto". As "freak-offs" também possuíam um "dress code", ou seja, algumas roupas não eram permitidas. A fonte relatou que as mulheres não poderiam usar "calças ou jeans" ou "sapatos baixos".

"Todas as garotas tinham que usar um vestido de festa, preferencialmente curto [...] nunca mais comprido que a metade das coxas. Com decote. E todas elas deveriam usar sapatos de salto alto. Essa era sem exceção: saltos altos".

Entretanto, a fonte que ajudava a planejar as festas comentou que não era permitido perguntar a idade das garotas. Na época, ele pensou que o motivo seria por conta das leis relacionadas a bebidas alcoólicas (que nos Estados Unidos são permitidas somente a maiores de 21 anos). "Eu era muito jovem e apenas pensava 'não pergunte, não conte a ninguém' [...] Eu nunca fiquei para as festas e não fazia ideia de que esperavam que aquelas garotas fossem fazer sexo com outras pessoas".

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Ativistas e moradores da Vila Mariana, na zona sul, voltaram a protestar ontem contra a derrubada de 172 árvores pela Prefeitura para a construção de dois túneis na Rua Sena Madureira. Uma manifestante de 33 anos chegou a ser detida pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) após abraçar uma árvore e resistir à remoção. Houve outros conflitos com a GCM, e vídeos aos quais a reportagem teve acesso mostram os guardas utilizando spray de pimenta contra os manifestantes.

Em nota, a GCM informou que os agentes orientaram os manifestantes a se afastarem do local onde acontecia o corte. "Houve resistência e pela manhã uma mulher foi encaminhada pela GCM ao Distrito Policial por desacato", diz.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), uma mulher de 33 anos foi detida por guardas civis municipais após invadir o canteiro de obras. "Cerca de 100 pessoas protestavam contra o corte de árvores na obra de um túnel, quando a mulher se exaltou, bateu nos alambrados e invadiu o perímetro protegido. Apesar dos alertas sobre o risco devido ao uso de uma motosserra, a manifestante abraçou uma árvore e resistiu à remoção, sendo necessário o uso de algemas", diz, em nota.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recomenda que a Prefeitura de São Paulo interrompa as obras do Complexo Viário Sena Madureira, o túnel que está sendo construído desde setembro na Rua Sousa Ramos, na Vila Mariana, bairro da zona sul da capital. A recomendação expedida nesta quinta-feira, 7, é assinada pelos promotores Moacir Tonani Junior, da promotoria de Habitação e Urbanismo, e Carlos Henrique Prestes Camargo, da promotoria do Meio Ambiente, ambos da capital.

O empreendimento é alvo de investigação do próprio MP-SP e de protestos por parte de moradores e autoridades públicas. Uma mulher foi presa ontem por abraçar uma árvore na tentativa de interromper a supressão. Eles contestam a remoção de árvores que está sendo realizada por conta do projeto, e entendem que o empreendimento não cumpre com o Plano Diretor, de 2023, que caracterizam a região como área de interesse social para moradia popular e de proteção ambiental.

Derrubada

Para a construção, a Prefeitura pretende retirar cerca de 200 famílias que vivem em uma comunidade no bairro e derrubar 172 árvores.

Procurada, a administração municipal não se manifestou sobre a recomendação do MP-SP, mas vem afirmando em outros posicionamentos que possui as licenças necessárias para a obra, e que 800 mil pessoas serão beneficiadas com a construção do túnel.

Diz ainda que a supressão das mais de 170 árvores foi aprovada pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e que fará uma compensação com o plantio de 266 mudas arbóreas nos entornos das obras.

Já a construtora Áyla (antiga Queiroz Galvão), que já foi demandada em ação civil de improbidade administrativa do Ministério Público Federal e ação civil pública do MP-SP por fraude em licitação, diz que está executando as obras do complexo viário nos termos do contrato administrativo e de acordo com os projetos de engenharia.

"A construção do empreendimento envolve diversas etapas construtivas, dentre elas a criação de caminhos de serviço para o acesso às obras. As obras e intervenções estão sendo executadas de acordo com as melhores práticas de engenharia e de segurança", afirma a construtora.

O pedido de paralisação é feito após os promotores apresentarem uma série de considerações que justificariam a interrupção das obras. Eles citam possíveis descompromissos socioambientais e contratuais do empreendimento, além de riscos que as obras do complexo viário podem causar à população e à cidade.

O clima de tensão marcou ontem o enterro de Ryan da Silva, de 4 anos, morto durante ação da PM no Morro do São Bento, em Santos, no entorno do Cemitério da Areia Branca. A presença de policiais militares no enterro foi vista como intimidação e criticada pelo titular da Ouvidoria das Polícias do Estado, Cláudio Aparecido da Silva - houve bate-boca entre ele e os policiais militares.

Ryan brincava na rua quando foi atingido por um tiro na barriga. Segundo a PM, pela dinâmica da ocorrência, o tiro foi disparado provavelmente por um policial.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que a Polícia Miliar vai analisar as denúncias de possíveis intimidações por parte dos Pms.

Presente no velório, o ouvidor das Polícias, Cláudio Aparecido, elevou o tom contra a PM. "Tenho certeza absoluta que o policial que praticou essa atrocidade contra essa criança deve estar desesperado. Imagino que ele deve estar desesperado. Essa certeza eu não tenho em relação ao comandante dele, porque mandar viaturas para porta do velório, impedir cortejo, atrapalhar cortejo, é uma falta de respeito, de vergonha na cara", disse Silva.

O ouvidor chegou a discutir com um dos policiais que estava no local. O Estadão apurou que o CPI-6, Comando de Policiamento responsável pelo caso, determinou investigação.

"O que chama atenção não é a presença da polícia, mas a hostilidade da polícia no território", afirma Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que esteve no enterro. Segundo ela, viaturas chegaram a dificultar o cortejo no Morro de São Bento. "A impressão que deu é que a polícia estava tentando impedir um processo de despedida de uma criança que foi morta pelo próprio Estado, o próprio porta-voz da polícia sinalizou isso (ao dizer que o tiro muito provavelmente partiu de um policial)."

Homenagem

Amigos e parentes de Ryan usavam ontem blusas brancas e soltaram balões brancos. Foi feito um cortejo até o Morro São Bento antes do enterro. Em estado de choque, a mãe do menino seguiu ao lado do caixão em uma cadeira de rodas.

Na quarta, a SSP informou que a morte de Ryan ocorreu após PMs reagirem ao serem atacados a tiros por um grupo com cerca de 10 suspeitos durante patrulhamento em uma área de tráfico de drogas. A Polícia Civil abriu inquérito e determinou perícia nas armas apreendidas no local para esclarecer a origem do tiro que matou a criança. Outros dois adolescentes, que seriam suspeitos, foram atingidos no tiroteio. Um deles morreu. A ação ainda deixou uma jovem de 24 anos ferida de raspão.

Em nota, a PM afirmou que policiais faziam o patrulhamento no Morro do São Bento quando "um cortejo realizado por moradores do local se deparou com a viatura". Ainda segundo a PM, os policiais foram hostilizados. "Por se tratar de local de alto risco, faz-se necessário que os policiais militares das tropas especializadas mantenham-se atentos e em prontidão caso seja necessário um desembarque emergencial."

O pai de Ryan, Leonel Andrade dos Santos, também foi morto pela PM, durante a Operação Verão, promovida entre janeiro e abril deste ano. Ele tinha 36 anos e usava muletas por causa de uma deficiência nas pernas. Os PMs alegaram que ele teria apontado uma arma em direção a eles, durante uma investigação de tráfico de drogas. (COLABOROU MARCELO GODOY)