Por que Kevin Costner deixou 'Yellowstone'?

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A segunda parte da 5ª - e supostamente última - temporada de Yellowstone, um dos maiores sucessos da TV americana, foi ao ar no último domingo, 10, na Paramount, sem a participação de Kevin Costner. A decisão do astro de sair da produção vem repercutindo desde o ano passado. O ator foi a grande estrela da trama criada por Taylor Sheridan, no papel do patriarca e latifundiário John Dutton, desde 2018.

O imbróglio começou em fevereiro de 2023, quando o Deadline indicou pela primeira vez a possibilidade de encerramento da série, apontando como principal motivo a agenda de filmagens do protagonista.

A confirmação final veio em 20 de junho deste ano, quando Costner reforçou que não voltaria para a nova leva de episódios em um vídeo publicado em seu Instagram, citando o trabalho no filme dirigido por ele. "Depois deste longo 1 ano e meio trabalhando em Horizon e fazendo todas as coisas necessárias, e pensando em Yellowstone, aquela série que eu amo e sei que vocês amam, acabei percebendo que não vou conseguir continuar a temporada 5B ou algo no futuro", disse ele.

Nesse meio tempo, os burburinhos apontaram para várias direções, o que gerou um conflito de narrativas e denunciou como a relação entre Costner e a produção da série estaria abalada - Sheridan chegou a dizer estar "decepcionado" com a situação. Além disso, o ator passou por um divórcio conturbado, com briga na justiça, durante o período.

Afinal, por que Kevin Costner saiu de Yellowstone?

"Era hora de seguir em frente, da forma mais graciosa possível, com algo que foi muito importante", simplificou Costner em entrevista ao Extra TV há alguns meses. Mas a situação foi um pouco mais complexa.

Segundo o ator, a saída da série de sucesso se deu simplesmente pelo desejo de explorar outros projetos em sua carreira, somado às dificuldades de agenda. Em entrevista concedida à GQ americana em maio, o astro explicou seu lado da 'treta'. Ele ressaltou sua admiração por Yellowstone, com a qual foi tão comprometido que renegociou o acordo original de três temporadas para até sete no total.

Mas a segunda parte da quinta temporada demorou dois anos para ficar pronta (os primeiros episódios foram ao ar no final de 2022), em um constante adiamento: o ator contraiu Covid-19, a greve dos roteiristas irrompeu, além de outros desentendimentos.

Sentindo que perdia outras oportunidades de trabalho, Costner optou por não mais apostar na espera. "Raramente começávamos quando dizíamos que iríamos e não terminávamos quando dizíamos que iríamos. E eu estava bem com isso. Realmente estava. Mas não era um rumo que pudesse continuar para mim", disse o ator à GQ.

A dificuldade para encontrar um acordo sobre o cronograma de filmagens virou uma disputa contratual e uma suposta rivalidade entre Costner e Sheridan, alimentada na imprensa por um disse me disse de fontes anônimas e falta de esclarecimentos das partes envolvidas.

Uma das prioridades do ator era o projeto Horizon: Uma Saga Americana. Na esteira de Yellowstone, trata-se de uma franquia de faroeste épico dirigida, co-roteirizada, produzida e estrelada por Costner. O primeiro filme retrata a expansão para o oeste americano no período da Guerra Civil.

Apesar de uma estreia no Festival de Cannes com longos minutos de aplauso, o filme teve um desempenho abaixo do esperado nos cinemas, postergando a estreia do segundo capítulo, inicialmente programada para agosto. O capítulo 3 da saga está em produção, e um quarto e último longa deve fechar o projeto.

Costner disse à GQ que ficou incomodado que os representantes dos estúdios envolvidos em Yellowstone, Paramount e 101 Studios, não tentaram esclarecer a verdade por trás da especulação na mídia. O silêncio teria feito parecer que a culpa pelos atrasos era exclusivamente de Costner, já que havia sido reportado que o ator se disponibilizaria para apenas uma semana de filmagem para os episódios finais - desmentido pelo advogado do astro.

Foi reportado pelo portal Puck, ainda, que Costner teria feito uma série de demandas, como aumento de salarial, menor tempo de filmagem e o direito de aprovar ou até vetar os roteiros da temporada, escritos por Sheridan.

O que dizem os produtores?

Em comunicado enviado à GQ, a Paramount afirmou: "Kevin tem sido uma grande parte do sucesso de Yellowstone. Embora esperássemos continuar trabalhando com ele, infelizmente não conseguimos encontrar uma janela que funcionasse para ele, todos os outros talentos e nossas necessidades de produção para seguirmos em frente juntos. Respeitamos que Kevin tenha priorizado sua nova série de filmes e desejamos a ele o melhor".

Já Taylor Sheridan falou em junho ao The Hollywood Reporter que sua opinião sobre Costner como ator não havia mudado. "Sua criação de John Dutton é simbólica e poderosa... E eu nunca tive um problema com Kevin que ele e eu não pudéssemos resolver por telefone. Uma vez que os advogados se envolvem, as pessoas não conseguem falar umas com as outras e começam a dizer coisas que não são verdadeiras e tentam transferir a culpa com base em como a imprensa ou o público parecem estar reagindo", cutucou ele.

Qual o destino de John Dutton em Yellowstone?

O texto abaixo contém spoilers.

Na estreia da segunda parte da 5ª temporada da série, os fãs atestaram a ausência de Costner, que não aparece no episódio. Logo é revelado o destino de seu personagem na trama: John Dutton foi assassinado em um esquema que envolve o filho, Jamie Dutton (Wes Bentley), e sua parceria romântica Sarah Atwood (Dawn Olivieri).

Apesar de ter dito anteriormente que ele mesmo havia sugerido para os produtores a morte de Dutton como uma possível saída para o impasse entre agendas (o que foi negado pela outra parte), Costner não parece ter achado o fim de seu personagem agradável.

Na segunda-feira, 11, o ator participou do programa de rádio The Michael Smerconish Program, em que afirmou não ter assistido ao episódio, e que nem tinha ideia do destino do personagem. "Na verdade, descobri sobre isso hoje de manhã", falou Costner. Ele foi informado sobre a natureza da morte, o que "não me faz querer correr para vê-lo", completou.

Em outra categoria

A Andreani Logística anunciou nesta terça-feira, 29, a suspensão dos serviços prestados à Fundação Butantan, incluindo o armazenamento de insumos utilizados na produção de vacinas. O centro de pesquisa, por sua vez, afirma que o contrato com a empresa foi encerrado dentro do prazo previsto e nega qualquer interrupção inesperada.

A versão da Andreani, no entanto, é diferente. Segundo a empresa, o contrato original teve vigência de abril de 2023 a abril de 2024, com solicitação da fundação para que a operação fosse mantida por mais seis meses, enquanto uma nova licitação era elaborada. A previsão era de que a prorrogação se encerrasse em 30 de setembro. Em agosto, porém, o Butantan já havia selecionado a empresa Simas Logística como vencedora da concorrência.

Em 30 de setembro, a fundação teria enviado à Andreani uma prorrogação unilateral do contrato até abril de 2025 - decisão que a empresa afirma que não aceitou nem assinou. "Estamos prestando serviço sem contrato. Não existe negócio unilateral, e o Butantan agiu de forma arbitrária. Isso está sendo discutido em juízo", afirma a Andreani.

A disputa pela gestão logística, armazenamento e distribuição de vacinas já foi levada ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), após a Andreani, segunda colocada no certame, contestar a legalidade da contratação da Simas. Um dos principais pontos de questionamento é a transparência do processo. Segundo a Andreani, o edital exigia a apresentação de uma licença que comprovasse a atuação da empresa em São Paulo - o que facilitaria a logística -, mas o documento da Simas não foi disponibilizado, mesmo após solicitação formal.

Outro ponto de crítica da Andreani é o que considera "falta de preparo da nova operadora". De acordo com a empresa, nas últimas 48 horas, equipamentos do Butantan que estavam sob sua guarda foram transferidos para uma fazenda da fundação e não para instalações da Simas, em um movimento que comprovaria a ausência de estrutura adequada.

A Andreani afirma que a única movimentação solicitada até o momento foi essa. A denúncia foi levada ao Ministério Público.

Embora o início oficial das atividades da Simas estivesse previsto para 17 de abril, a Andreani afirma que continuou recebendo cargas. "De 1º até 28 de abril, recebemos 340 paletes de insumos, sendo 40 apenas na segunda-feira, 28", afirma. A empresa também alega que nenhum desses materiais foi retirado até agora - versão contestada pelo Butantan, que informa já ter transferido 900 paletes para a nova operadora.

Segundo a Andreani, os serviços vêm sendo mantidos sem contrato e com valores determinados de forma unilateral pelo Butantan. A empresa afirma que, a partir desta quarta-feira, 30, deixará de receber novos insumos e de transportar cargas já armazenadas - função que também está sob sua responsabilidade - caso não seja apresentado um cronograma detalhado de transferência, amparado legalmente, com respeito aos valores comerciais anteriormente pactuados e acesso completo à documentação do processo licitatório.

A empresa afirma ainda que o imbróglio coloca em risco a integridade dos insumos. Ela assegura que as cargas sob seus cuidados seguirão armazenadas e refrigeradas, mas se recusa a receber novos insumos para armazenamento ou a realizar o transporte dos que já estão armazenados.

O que diz o Butantan?

A Fundação Butantan afirma que a Simas Logística, vencedora da licitação, dispõe de um galpão já qualificado e começou a receber insumos desde 3 de abril - informação que, assegura, foi previamente comunicada à Andreani.

Inicialmente, a fundação afirma que foram encaminhados materiais não refrigerados e, a partir de 30 de abril, a nova operadora também passará a receber insumos refrigerados. "Mais de 900 paletes já foram transferidos para as instalações da Simas, e a previsão é de que toda a migração seja concluída até o fim de maio", diz o Butantan.

O centro de pesquisa também destaca que o contrato com a Andreani foi firmado por inexigibilidade de licitação - modalidade diferente de uma contratação emergencial - e foi prorrogado unilateralmente com base na Lei 14.133/2021. "A empresa segue prestando serviços até o encerramento do contrato, em 30 de abril. Após essa data, caberá à Andreani permitir a retirada do restante dos materiais, já que a Simas está plenamente capacitada para armazenar e operar com os insumos", afirma.

A fundação assegura que não há risco de interrupção na produção de vacinas, especialmente considerando que a entrega das doses contra gripe ao Ministério da Saúde já foi concluída e que essa produção, a de maior volume do Butantan, só será retomada no segundo semestre, como ocorre regularmente.

A instituição também defende a regularidade do processo licitatório. Afirma que todo o procedimento foi conduzido com transparência e dentro da legislação, sendo reiteradamente validado por decisões judiciais favoráveis, e acrescenta que a Simas teria apresentado uma proposta com preço 45% inferior ao da segunda colocada, gerando uma economia estimada em R$ 72 milhões. "O que ocorreu, portanto e simplesmente, foi que a Andreani perdeu uma licitação", afirma o Butantan.

Segundo a fundação, a Andreani apresentou diversos recursos, todos sem sucesso. Além do recurso administrativo indeferido no âmbito do próprio Butantan, a empresa teve três pedidos de liminar negados pela Justiça - dois já em segunda instância - e teve indeferido também, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), o pedido de suspensão do certame. O processo ainda está em fase de instrução para julgamento do mérito, mas relatório técnico da fiscalização do TCE concluiu pela regularidade da licitação e improcedência da representação feita pela empresa.

Um metalúrgico de 22 anos morreu baleado durante discussão no trânsito em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada do domingo, 27. O autor do tiro fugiu e não havia sido identificado até a publicação desta reportagem, segundo a polícia.

Patrick da Silva Brito morava em Diadema e na noite de sábado, 26, foi à festa de aniversário de um amigo em São Bernardo do Campo. Ao fim do evento, na madrugada de domingo, pegou carona com um amigo que também mora em Diadema. Durante o trajeto, enquanto passavam por uma rua próxima do Corredor ABD, se depararam com um carro parado na via, impedindo a passagem. Fora do veículo, um casal discutia.

O amigo de Patrick, que dirigia um Citroen C4 Cactus branco, buzinou pedindo passagem. O homem responsável pelo outro veículo sacou um revólver e disparou dois tiros na direção do motorista, segundo foi registrado na Polícia Civil.

Quando o amigo de Patrick percebeu a reação do rapaz, manobrou e tentou fugir, mas um dos tiros atingiu a nuca de Patrick. O amigo saiu com o veículo rumo a um hospital e, no caminho, encontrou guardas-civis municipais e pediu ajuda. Patrick chegou vivo ao hospital, mas não resistiu.

O caso está sendo investigado pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil em São Bernardo do Campo, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado. Até a noite de terça-feira, 29, o autor dos tiros não havia sido identificado.

Ainda hoje, muitos órgãos para transplante são transportados em embalagens que usam o gelo para manter refrigeração, sem controle preciso da temperatura. Pensando nisso e em outras demandas baseadas na realidade brasileira, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram uma embalagem inteligente que promete mudar esse cenário.

O produto é equipado com um sistema de monitoramento em tempo real, via internet, que permite rastrear o órgão e detectar qualquer queda ou alteração de temperatura durante o transporte. A embalagem, além disso, possui uma autonomia de até 6 horas e conexão de backup para garantir a continuidade do processo em situações adversas.

"Ela tem várias funcionalidades para dar um suporte em tempo real e garantir que esses órgãos e tecidos sejam transportados na temperatura adequada, diferentemente do gelo, em que não temos controle algum", detalha Bartira de Aguiar Roza, coordenadora do projeto e professora da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp. "O objetivo é reduzir perdas e otimizar o trabalho."

De acordo com a professora, existe uma perda estimada de 5% dos órgãos que são transportados a uma longa distância. As caixas, ela explica, precisam passar por diferentes ambientes, como aeroportos e táxis, onde muitas vezes a temperatura do ar-condicionado não é suficiente para manter a refrigeração adequada.

"Além disso, existem os requisitos de segurança, de rastreabilidade. Existem produtos que são transportados com alta tecnologia, mas, quando falamos de órgãos humanos, estamos transportando com iglu de gelo. Precisamos responder várias demandas, não só a demanda de perdas, mas também assegurar a rastreabilidade", diz.

A inovação é mais cara do que as embalagens padrão. A estimativa é de que chegue ao mercado por um valor entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. "Mas, comparando com caixas desenvolvidas em outros países, é mais barata", assegura a pesquisadora. "Caixas (estrangeiras) que ainda usam gelox, mas são rastreadas são vendidas por R$ 80 mil no Brasil. Desenvolvemos o produto para ter uma caixa nossa, da qual possamos nos orgulhar e que, sobretudo, seja mais barata."

Recentemente, foi concluída a etapa de validação pré-clínica da nova embalagem por meio de um estudo de caso-controle. Nessa fase, foi feita uma comparação entre o modelo atualmente utilizado no Brasil e a proposta desenvolvida pelos pesquisadores. Segundo Bartira, os resultados demonstraram que a nova embalagem é segura para o transporte de órgãos e tecidos destinados a transplantes.

O produto ainda deve passar por outros testes com órgãos humanos e a expectativa é que esteja disponível no mercado no início de 2026. A embalagem começou a ser desenvolvida em 2017, sem nenhum tipo de apoio financeiro, e em 2020 recebeu um aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A tecnologia foi desenvolvida pela Unifesp, por meio da Escola Paulista de Enfermagem e da Escola Paulista de Medicina, em parceria com a São Rafael Câmaras Frigoríficas, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e o Centro de Tecnologia em Embalagem para Alimentos do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL).