Fernanda Montenegro quebra recorde no 'Guinness' com leitura de Beauvoir e se emociona

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A atriz Fernanda Montenegro quebrou um recorde no Guinness, o Livro de Recordes, pela leitura que fez de A Cerimônia do Adeus, de Simone de Beauvoir, em agosto. O anúncio foi dado por meio de um vídeo publicado no Instagram da artista nesta quarta-feira, 13. Ela apareceu emocionada em uma cerimônia com o certificado em mãos.

Fernanda conquistou o recorde de maior público em leitura filosófica. Ao todo, 15 mil pessoas foram assistir à artista na leitura dramática que fez no Parque do Ibirapuera no dia 18 de agosto. Na ocasião, a atriz também se emocionou ao ver o público no que chamou de sua "grande festa de aniversário" de 95 anos.

"Milagres acontecem", celebrou a artista no evento do Guinness. "A nossa cultura é o nosso País. A cultura teatral é o homem através dos milênios, em qualquer lugar do mundo. Sempre tem a presença de alguém passando para alguém a visão de uma vivência que traz um texto, um contraste, uma variação do momento que se vive, uma transcendência do momento que se vive, até o humor do momento que se vive."

Na sequência, a atriz relembrou a emoção de levar tanto público para a leitura de Beauvoir. "Isso acontece em mais algum lugar do mundo? Só falando para 15 mil pessoas... Só trazendo ideias nada fáceis de serem absorvidas... E ninguém vai embora: todo mundo aceita cada fala que se fala e termina aplaudindo, abraçando um ao outro dentro de um espaço com 15 mil pessoas", disse.

Fernanda, por fim, agradeceu à conquista. "Por mais que agradeçamos a Deus e aos deuses, não é o suficiente. Então, realmente, muito obrigada. Na minha vida, esse momento não vai se repetir. Por mais que eu agradeça, existe, sem dúvida nenhuma, a pontuação realizada de uma vocação", afirmou.

Em agosto, as 15 mil pessoas se reuniram para assistir uma apresentação gratuita de Fernanda Montenegro lê Simone de Beauvoir. A sessão, patrocinada pelo banco Itaú, foi, na verdade, uma transmissão da leitura dramática que ocorria em tempo real para pouco mais de 700 espectadores dentro do Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer.

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A Polícia Militar confirmou o roubo de um veículo da comitiva do secretário-geral da Presidência, ministro Marcio Macêdo, na Lapa, centro do Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira, perto do amanhecer, em pleno G20.

Macêdo e equipe estão no Rio esta semana por ocasião dos eventos relacionados ao G20 Social, que antecede a cúpula de líderes do grupo, na semana que vem. Hoje o ministro discursou ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes, em evento do Urban20, que reúne as prefeituras do G20.

Roubo

Enquanto aguardava um secretário da equipe em frente ao hotel Monte Alegre, na Rua do Riachuelo, na Lapa, um motorista da comitiva foi abordado por dois homens armados em uma moto, que roubaram o carro oficial e fugiram para o Complexo da Maré, na Zona Norte.

Segundo a Polícia, policiais do 5º Batalhão de Polícia Militar (5º BPM foram acionados, mas não encontraram os ladrões. Em seguida, o setor de inteligência da corporação teria localizado o carro no Complexo da Maré, e policiais do 22º BPM (Maré) realizaram uma ação para recuperar o veículo. Houve troca de tiros entre os agentes e criminosos no local e o veículo foi recuperado. Não há registro de feridos e o policiamento foi reforçado na região, informou a Polícia.

Em entrevista sobre o esquema de segurança do evento, o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, reforçou que a comitiva não estava em deslocamento no momento do roubo e detalhou que o veículo foi recuperado na favela Nova Holanda, uma das 17 que integram o Complexo da Maré.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta quinta-feira, 14, que o grupo de trabalho de cidades do G20, o Urban20, vai encaminhar, ao presidente Lula, na posição de chefe do G20 Brasil, um pedido para criação de um fundo garantidor e de um "fast track" para acelerar e facilitar o financiamento das prefeituras do G20, sobretudo quando o recurso tiver como finalidade o combate às mudanças climáticas.

"O que nós (Urban20) estamos propondo é uma espécie de fast track, para que a gente tenha um caminho mais rápido (de financiamento), sobretudo por ser algo relacionado ao enfrentamento das mudanças climáticas", disse. Como todos os grupos paralelos do G20, o Urban20 vai entregar um documento com recomendações para a cúpula dos líderes na semana que vem.

"Vamos pedir para que os trâmites burocráticos (do financiamento às cidades) não sejam tão complexos, e que, no Brasil, o Tesouro Nacional não leve tanto tempo (para aprovar), que isso não seja incluído no endividamento dos entes subnacionais. Isso serve para o mundo inteiro. E, óbvio, o sul global tem um desafio muito mais forte nisso, porque a crise é muito profunda aqui", disse Paes.

Segundo o prefeito, as cidades recebem hoje apenas 7% do que precisam para perseguir os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e os compromissos climáticos do Acordo de Paris. É preciso, portanto, aumentar os volumes emprestados a prefeituras por governos e instrumentos multilaterais. Mas, o maior problema, disse, não é exatamente a existência dos recursos, mas sim a sua viabilidade.

"A 'loucura' da história é que recurso existe. O desafio que está colocado é disponibilizar. E o problema é que a gente tem um modelo, no mundo todo, em que os governos centrais têm muito poder e tem que dar sempre a chancela para que esses financiamentos aconteçam", disse.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou quarta-feira, 13, a importação de sementes e o cultivo de cânhamo industrial, uma variedade de cannabis, para fins exclusivamente medicinais, farmacêuticos e industriais.

Os ministros definiram que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve editar regras para regulamentar a compra e o manejo das sementes em até seis meses. O prazo deve ser contado a partir da publicação do acórdão. Um dos objetivos do regramento deve ser impedir o "desvio ou a destinação indevida das sementes e das plantas".

A permissão vale apenas para empresas especializadas na produção de medicamentos e para uso farmacêutico. O julgamento não tem relação com a legalização do uso de maconha ou cultivo para uso recreativo.

O cânhamo é extraído da mesma planta da maconha, a cannabis sativa, mas tem baixas concentrações de tetrahidrocanabinol (TCH), substância responsável pelo efeito psicotrópicos da droga.

A ministra Regina Helena, relatora do processo, defendeu que o cânhamo atende a uma "vasta gama de destinações, desde tratamento de condições médicas específicas até o aproveitamento farmacológico e industrial dos seus derivados", e que as restrições ao cultivo encarecem medicamentos, "não raro atingindo preços proibitivos para a realidade socioeconômica brasileira".

Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizou o porte de maconha para consumo pessoal e fixou o limite de 40 gramas ou seis plantas fêmeas para diferenciar usuários de traficantes.