Machado de Assis recebe homenagem com poemas na revista 'New Yorker'

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O escritor Machado de Assis ganhou uma homenagem especial em uma das mais renomadas revistas dos Estados Unidos, a The New Yorker, no início desta semana. O poeta norte-americano David Lehman se inspirou no autor para escrever o conjunto de poemas Em Honra a Machado de Assis. Os textos foram publicados na última segunda, 18, e ganharão uma versão impressa nas bancas na próxima segunda, 25.

Ao todo, Lehman dedicou cinco poemas a Machado: A Interrupção, Uma Errata Pensante, Por Causa do Erro, Dois Bêbados e A União da Loucura Humana. Todos refletem sobre a narrativa do escritor brasileiro, seu legado e sua obra.

Em Por Causa do Erro, por exemplo, o poeta empresta o clássico humor machadiano: "O capítulo anterior / deve ser excluído / por causa do erro / oculto na última estrofe / e a probabilidade / de um futuro bibliófilo / que dedique sua carreira / a Machado de Assis / e passa horas, dias, semanas, / estudando cada frase / de O Alienista / e Dom Casmurro / procurando em vão / por esse erro".

Já em Dois Bêbados, Lehman faz referência a uma das frases de Memórias Póstumas de Brás Cubas: "Um romance é um espelho / caminhando pela estrada, / a narrativa é direta, / o estilo é direto. / Mas a história de Machado / e seu estilo são de dois / bêbados vacilando / de um lado para o outro, / rindo de piadas sem graça, / levantando os punhos, / em uma distração episódica / da eternidade. É melhor cair / de uma nuvem do que de / uma janela do terceiro andar". Leia todos os poemas publicados na revista The New Yorker aqui.

Machado de Assis em inglês

O escritor brasileiro já é muito celebrado por leitores estrangeiros, inclusive por outros grandes autores. Uma onda de reconhecimento de Machado foi suscitada recentemente, quando uma nova versão de Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicada em inglês em 2020.

À época, Dave Eggers, autor de O Círculo, escreveu uma crítica, também na revista The New Yorker, elogiando o autor. "Há muito esquecido pela maioria, é um dos livros mais espirituosos, mais divertidos e, portanto, mais vivos e eternos já escritos", discorreu Eggers.

A obra de Machado já ganhou elogios de Maya Angelou, que disse que Dom Casmurro a tornou escritora, Salman Rushdie, que já usou referências literárias sobre o escritor em Faca: reflexões sobre um atentado, e do cineasta Woody Allen, que citou Memórias Póstumas como um dos cinco livros que mais o influenciaram. Veja todos os autores estrangeiros que já elogiaram Machado de Assis aqui.

Parul Sehgal também já escreveu uma crítica no The New York Times comparando o escritor com Nikolai Gogol, Edgar Allan Poe, Jorge Luis Borges, James Joyce, Vladimir Nabokov e Anton Tchekhov em 2018.

Recentemente, Memórias Póstumas de Brás Cubas liderou a lista de livros mais vendidos na Amazon depois que a tiktoker Courtney Henning Novak gravou um vídeo reagindo a uma tradução de Flora Thomson-Devaux. "Eu estou lendo esse livro para o Brasil, para um projeto de leitura de todo o mundo. Por que vocês não me avisaram que era o melhor livro já escrito?", disse ela no vídeo.

Courtney se encantou pela literatura e cultura brasileiras e, em setembro, chegou a vir para o Brasil para participar de uma mesa intitulada "Por que não me avisaram que esse é o melhor livro já escrito?" no Museu Judaico, em São Paulo.

À época, ela conversou com o Estadão sobre seu encanto com o autor: "Ele é tão vibrante. E é como se ele fosse seu tio doido. Você acabou de ser encurralado em uma festa e ele está te contando todas as suas loucuras depois de beber um pouco mais da conta. E é tão atual. Não sei te dizer quantas vezes fui verificar quando o livro foi publicado e quando ele estava escrevendo, porque parece algo que foi escrito há alguns anos".

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A Secretaria da Administração Penitenciária (SEAP) do Rio Grande do Norte afirmou que vai investigar a denúncia de Igor Cabral, ex-jogador de basquete que espancou a namorada com mais 60 socos dentro do elevador em Natal, sobre ele ter sido agredido na prisão.

O órgão informa que "adotou providências imediatas ao tomar conhecimento" da denúncia de que ele teria "sofrido violação à integridade física supostamente praticada por policiais penais de plantão na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, onde está custodiado".

Cabral responde por tentativa de feminicídio. Na semana passada, sua defesa havia pedido à Justiça o isolamento do detento no presídio alegando risco à "vida e a integridade física".

Segundo o governo, ele seria acompanhado para registro de ocorrência na Delegacia de Plantão da Polícia Civil e exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia. A investigação ficará a cargo da Polícia Civil.

Cabral foi preso em flagrante depois de desferir mais de 60 socos no rosto da companheira, dentro de um elevador, durante uma discussão. As cenas de violência foram gravadas pelas câmeras de vigilância do prédio.

O porteiro Manoel Anésio ligou para a polícia para denunciar as agressões que o estudante, e ex-jogador de basquete, cometia contra a namorada em um condomínio no bairro Ponta Negra, zona sul de Natal.

O porteiro afirma que se assustou com o grau da violência presenciada. "Nunca tinha visto esse tipo de coisa", disse. "Acho que qualquer um que estivesse aqui no meu lugar faria a mesma coisa(chamado à polícia)", disse.

O caso aconteceu no fim de julho. Igor Cabral teria ficado com ciúmes depois de ver algumas mensagens no celular da namorada. O rapaz jogou o celular dela na piscina e subiu ao apartamento dela para pegar os seus pertences. Ela subiu atrás, em outro elevador. Quando os dois se encontraram no mesmo andar, a discussão continuou. Com medo de ser agredida, ela permaneceu no elevador porque não há câmeras no corredor.

Durante a discussão, o agressor avançou sobre a vítima e a socou no rosto por mais de 60 vezes. O homem foi contido por moradores até a chegada da polícia, e preso na sequência em flagrante. Ela precisou ser hospitalizada e, sem conseguir falar, teve de dar depoimento à polícia por meio de bilhete escrito.

A vítima foi hospitalizada e teve de passar por cirurgia que durou mais de sete horas.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste domingo, 3, que está orgulhoso porque o Brasil saiu do Mapa da Fome em dois anos de meio de seu mandato. "Fico feliz, Edinho, porque no meu discurso de 2003, a coisa mais forte que eu disse foi que, se ao terminar o meu mandato, eu tivesse conquistado o direito de cada mulher, de cada homem e de cada criança, tivesse almoçado, tomado café e jantado, eu teria realizado a missão da minha vida", afirmou, dirigindo-se ao presidente eleito do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva.

Lula disse, ainda, que é muito pouco para um partido de esquerda, que deveria ter como meta buscar o socialismo, mas que como dirigente sindical aprendeu a não fazer bravatas e a prometer apenas o que pode fazer.

O presidente da República participou do 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília.

O Brasil fará a melhor Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) já realizada e isso começa a assustar as pessoas que acham que são donas do mundo, disse o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "Fizemos a melhor reunião do G20 já feita na história, aqui no Brasil. Fizemos a maior reunião do Brics já realizada, aqui no Brasil", afirmou ele durante o 17º Encontro Nacional do PT.

Ele acrescentou que está contente com o que tem conseguido fazer no País e rebateu críticas de que o governo não teria credibilidade. "O que nós fizemos não chegou para ninguém ainda. É muito lançamento dentro do Palácio do Planalto e pouco lançamento na rua."

O presidente afirmou que é preciso colocar a política no debate, e afirmou que o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro não fez nada no País, mas fez um debate sobre política. "Você viaja o Brasil, você não encontra nada que ele fez. Era a política. Era a luta contra o sistema", disse, ao comentar que o antigo governo fez um desmonte nas políticas sociais criadas durante as gestões do PT.

Lula falou que nem mesmo os malufistas, que apoiavam o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, tiveram a coragem de defender a ditadura militar, e voltou a falar da campanha feita por Eduardo Bolsonaro contra o País no exterior. "Tem um cara que fazia campanha abraçado na bandeira nacional, agora está indo nos Estados Unidos se abraçar à bandeira americana para pedir para o Trump fazer taxação dos produtos brasileiros, para dar anistia para o pai dele. Mas aí é a excrescência da excrescência política."