A Polícia Civil de São Paulo investiga uma série de atos de vandalismo contra ônibus que ocorreram na cidade de São Paulo nas últimas semanas. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPurbanuss), já são ao menos 179 veículos depredados e não há motivação aparente ou causa declarada para isso.
De acordo com as investigações, os ataques seriam organizados por grupos pela internet. A polícia tem monitorado plataformas digitais e escutado funcionários das companhias de ônibus.
"A 6.ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), está à frente das investigações relacionadas às recentes ações criminosas na capital e na Grande São Paulo, com foco na identificação dos envolvidos", diz a pasta de Segurança Pública.
Empresas
A situação foi denunciada pela SPurbanuss nesta terça, 1º, após a entidade levantar o número de casos e enviar ofícios diretamente às Secretarias de Estado da Segurança Pública (SSP) e de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo, solicitando "providências para coibir os ataques que estão ocorrendo aos ônibus urbanos, desde meados de junho passado".
"Tais ataques vêm causando expressivos prejuízos materiais e, mais grave ainda, comprometem a segurança e a integridade física dos usuários e trabalhadores do sistema, que têm se mostrado cada vez mais receosos de utilizar os ônibus diante da constante ameaça de serem vítimas de apedrejamentos ou agressões semelhantes", diz o sindicato nos textos.
A entidade pede que seja reforçado o policiamento em locais "sabidamente vulneráveis e sujeitos ao vandalismo". Esses pontos seriam paradas de ônibus, corredores e terminais, onde, "costumeiramente ocorrem os ataques".
A SSP não respondeu se o policiamento foi reforçado nesses locais. Na segunda-feira, 30, antes mesmo do balanço das empresas, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) falou sobre o assunto. "A gente tinha vários boletins de ocorrência em várias delegacias, né? O que foi feito é uma concentração em duas delegacias, uma na região do ABC e outra aqui na cidade de São Paulo. As investigações ainda estão em andamento, não têm uma conclusão, mas não tenho dúvida nenhuma de que a Polícia Civil tá muito empenhada para desvendar esse mistério, para poder localizar quem são os responsáveis por esse tipo de vandalismo", disse ele. No mês passado, Nunes havia determinado que viaturas da GCM estivessem nos pontos em que ocorreram problemas durante a madrugada.
Em junho, a gestão paulistana relatou que as concessionárias afetadas pelos ataques na cidade haviam sido Santa Brígida, Gato Preto, A2, Pêssego, Ambiental, Transpass, Metrópole Paulista, Transunião, Express, Via Sudeste, Mobibrasil e Campo Belo. "As operadoras são responsáveis pela manutenção e reparo dos veículos", disse ao Estadão a Prefeitura.
Os registros prosseguem ainda no ABC. Em São Bernardo, um homem foi preso por vandalismo no sábado, 28. Houve ainda registro de dois casos em Mauá e oito em Santo André.
Smart Sampa
A Prefeitura de São Paulo informou que está utilizando imagens do programa Smart Sampa para colaborar com a identificação dos envolvidos. A ação da GCM foi reforçada.
A TV Globo fez um levantamento de casos e apontou que, até o momento, o maior registro de casos de vandalismo é na zona sul, sobretudo na Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, na Avenida Vereador João de Luca e na Rua Assembleia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.