Rapper Duquesa retira clipe do ar após gesto ser confundido com apologia a facções criminosas

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A rapper baiana Duquesa retirou o clipe do single Fuso do YouTube nesta sexta-feira, 3. Segundo um comunicado publicado nas redes sociais da cantora, assinado pela produtora Boogie Naipe, a decisão foi tomada após um gesto feito por Duquesa com as mãos ser confundido como apologia a facções criminosas da Bahia.

Em determinado momento do vídeo, a rapper fez um símbolo de três com as mãos e, logo depois, foi informada da associação. Conforme a nota, o gesto foi feito em referência aos três dias em que Duquesa permaneceu nos Estados Unidos após a indicação no BET Awards. A artista concorreu ao prêmio de melhor novo artista internacional no ano passado.

"É importante destacar que a mensagem da artista é de empoderamento feminino, e o gesto não tinha qualquer intenção criminosa", disse o comunicado. "Isso nunca fez parte da carreira da cantora."

A nota termina informando que Duquesa lamenta o ocorrido. Ela deve divulgar um novo conteúdo para a música em breve.

Duquesa é um dos grandes nomes do rap nacional. Nascida em Feira de Santana, seu último disco é o elogiado álbum Taurus, Vol. 2. Ela é conhecida por músicas que passeiam pelo trap e R&B, como 99 Problemas.

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O pai de Juliana Marins, publicitária de 26 anos que morreu em junho, enquanto fazia uma trilha na Indonésia, anunciou nesta quarta-feira, 30, ter aberto a mochila que a filha usou durante a viagem que terminou com sua morte 35 dias após o corpo da filha ter sido encontrado.

"Ontem (terça-feira), finalmente, reunimos coragem e abrimos a mochila que a Ju levou na viagem. Até então ela estava dentro da mesma caixa em que saiu da Indonésia", contou Manoel Marins, em uma postagem em seu perfil no Instagram, acompanhada por uma foto que mostra Juliana durante a viagem.

"Ontem eu e Estela (mãe de Juliana) tivemos mais um misto de emoção e saudade. Não que a saudade não esteja presente no nosso cotidiano, mas às vezes ela vem mais forte", registrou o pai da publicitária.

"À medida em que retirávamos (da mochila) seus pertences, nosso coração apertava. Cada peça de roupa, cada objeto, nos remetia a uma gama de lembranças e sentimentos dos momentos felizes que passamos juntos. E veio a tristeza de constatar que agora ela está presente apenas em nossas mentes e corações. Não mais fisicamente", seguiu o pai.

"Ontem sentimos fortemente a presença de uma ausência. Sei que esse sentimento nos visitará muitas vezes ainda. Mas também sei que a cada dia ele será mais leve", escreveu. "Lembro de uma canção de Gonzaguinha: 'diga lá meu coração que ela está dentro do meu peito e bem guardada, e que é preciso, mais que nunca, prosseguir'. E é o que procuraremos fazer, na certeza de que o Eterno continuará a enxugar nossas lágrimas e não nos abandonará jamais", concluiu Marins.

Vítima de politraumatismo

Juliana Marins, de 26 anos, fazia uma trilha pelo monte Rinjani, na Indonésia, quando caiu em um precipício e desapareceu, em 20 de junho. Embora ela tenha sido localizada por meio de drones, o resgate só chegou quatro dias depois, quando ela já estava morta, cerca de 600 metros abaixo do ponto em que caiu.

Seu corpo foi resgatado e submetido a autópsia na Indonésia, e depois seguiu para o Brasil, onde chegou no dia 1.º de julho. No dia seguinte foi submetido a nova autópsia, desta vez no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro, e o enterro aconteceu no dia 4, em Niterói.

As duas autópsias chegaram a conclusões semelhantes: Juliana sofreu várias quedas e morreu de 10 a 15 minutos após a última delas, cerca de 30 horas após o primeiro acidente. Ela foi vítima de politraumatismo com forte impacto de energia cinética, disse o IML do Rio.

Uma brasileira de 39 anos que morava em Marília-SP morreu em um acidente automobilístico na Argentina, no sábado, 26, quando retornava de uma viagem em que levou a mãe e seus dois cachorros para conhecer a neve. Labibi Amaral Mello dirigia o carro que saiu da pista, coberta por gelo, na região argentina do Alto Valle, na Patagônia. A mãe e os cães sobreviveram e passam bem, segundo relatos da família.

As causas do acidente são investigadas. Em um trecho com gelo e granizo, em meio a uma nevasca, o carro da brasileira teria perdido o controle, bateu no acostamento e capotou.

Labibi era defensora da causa animal e tinha 12 mil seguidores em seu perfil no Instagram. Ali anunciou o passeio de férias, que começou em 1 de julho na companhia de sua mãe, Deise, e dos cães Dom e Ravi, após dois anos de planejamento.

Labibi postou várias fotos da viagem. No dia 19, por exemplo, os cães e as duas mulheres chegaram ao destino e viram a neve. Labibi publicou uma imagem em que escreveu: "Dirigi 5 mil km para ver isso. Para ter esse prazer de tirar exatamente essas fotos, para ver ele andando na neve, provando a sensação".

Na legenda de outra imagem dos dois cães na neve, ela agradeceu o apoio para realizar o passeio: "Todos os nossos familiares, amigos e parceiros que acompanharam esses dois anos de planejamento, torceram, se preocuparam com a gente, nosso muito obrigado".

Segundo familiares, a brasileira será cremada na Argentina, após trâmites burocráticos, e suas cinzas vão ser trazidas para Marília, onde deve ocorrer uma cerimônia de despedida. A mãe dela e os cães voltarão para o Brasil de carro, antes.

O prefeito Vaguinho Espíndola (PSD), de Criciúma, em Santa Catarina, viveu a experiência de ser morador de rua por um dia. Disfarçado, ele ganhou quase R$ 6 de esmola em um semáforo, café e comida dados por moradores, mas não foi reconhecido nem pela família. Sua esposa e os dois filhos passaram por ele e seguiram adiante. "Senti na pele o que é ser invisível", disse ao Estadão.

A experiência aconteceu no último dia 10, na cidade de 225 mil habitantes, no sul catarinense. Espíndola diz que a ideia inicial era ficar 24 horas vivendo na rua, mas acabou ficando 20 horas porque foi abordado e reconhecido pela equipe de assistência social do próprio município. Um fotógrafo da prefeitura o acompanhou à distância.

Ele nunca usou barba, mas saiu à rua com barba e peruca postiças, além de roupas andrajosas e muita maquiagem. "Foi uma experiência única. Eu quis sentir na pele o que essa população sente, até para orientar nossas políticas públicas para ela, mas houve situações impactantes", conta.

Uma delas foi quando um garoto com cerca de 10 anos saiu de uma lanchonete e trouxe uma xícara de café para ele. "Não conheço o piá (menino), nem ele me reconheceu. Era um dia muito frio, a região aqui é fria, mas o gesto me emocionou." Quando parou embaixo de um semáforo estendendo a mão, em 15 minutos recebeu moedas que totalizaram quase R$ 6.

O impacto maior, conta, foi quando passava próximo à sua casa e sua esposa caminhava pela rua com os dois filhos do casal. "Eles passaram direto por mim. Foi quando senti a sensação terrível de ser invisível."

Por outro lado, várias pessoas ofereceram comida e tiveram gestos de solidariedade. Vaguinho também foi à região do Pinheirinho, onde há pontos de tráfico de drogas e concentra a população vulnerável para conversar com usuários.

Por volta da 0h30 da madrugada, quando já estava dormindo sob a marquise de uma igreja, no bairro Santa Bárbara, a equipe da assistência social o abordou. "O agente estava me oferecendo a possibilidade de ir para a casa de passagem, mas ele me reconheceu. Aí não tive como esconder, pois tinha outras pessoas por perto."

O prefeito viu também muitas pessoas drogadas entre os moradores de rua. "Aqui tem algumas bocas, fui até elas e pude ver como esse mundo de crime e do tráfico está infiltrado entre essa população em situação de rua. Posso afirmar que a droga não é o motivo principal para a pessoa ir para a rua, mas é 100% o motivo para elas não saírem da rua."

A prefeitura mantém um atendimento para o morador de rua que quer se alimentar, tomar banho e um local para dormir. O programa inclui a casa de passagem, em que o morador fica e recebe treinamento até conseguir emprego - ao receber o primeiro salário ele vai para o aluguel. Desde o início do ano, houve uma redução de 280 para 170 moradores nessa condição.

Projeto prevê internação involuntária

Vaguinho vai enviar um projeto para a Câmara autorizando a internação involuntária de moradores de rua em condições de dependência química. "Estamos credenciando 50 vagas em clínica para essas internações."

Ele também observou que muitas das pessoas que encontrou nas ruas não são de Criciúma. "Vamos ter um observatório municipal para esse público, pois os números são imprecisos. As pessoas que estão aqui hoje, amanhã estão em Florianópolis, depois vão para São Paulo."

Ele conta que o município triplicou o número de internações voluntárias, com 150 vagas já preenchidas, e ampliou o número de assistentes sociais e psicólogos para trabalhar os vínculos familiares. "O monitoramento deste mês mostrou que de cada 10 que internamos, com a ajuda dos assistentes sociais, seis deles refizeram os vínculos familiares, três estão nas casas de passagem trabalhando e um voltou para a rua. Não se trata apenas de tirar das ruas, mas dar tratamento, trabalho e esperança", disse.

Uma delas foi quando um garoto com cerca de 10 anos saiu de uma lanchonete e trouxe uma xícara de café para ele. "Não conheço o piá (menino), nem ele me reconheceu. Era um dia muito frio, a região aqui é fria, mas o gesto me emocionou." Quando parou embaixo de um semáforo estendendo a mão, em 15 minutos recebeu moedas que totalizaram quase R$ 6.

O impacto maior, conta, foi quando passava próximo à sua casa e sua esposa caminhava pela rua com os dois filhos do casal. "Eles passaram direto por mim. Foi quando senti a sensação terrível de ser invisível."

Por outro lado, várias pessoas ofereceram comida e tiveram gestos de solidariedade. Vaguinho também foi à região do Pinheirinho, onde há pontos de tráfico de drogas e concentra a população vulnerável para conversar com usuários.

Por volta da 0h30 da madrugada, quando já estava dormindo sob a marquise de uma igreja, no bairro Santa Bárbara, a equipe da assistência social o abordou. "O agente estava me oferecendo a possibilidade de ir para a casa de passagem, mas ele me reconheceu. Aí não tive como esconder, pois tinha outras pessoas por perto."

O prefeito viu também muitas pessoas drogadas entre os moradores de rua. "Aqui tem algumas bocas, fui até elas e pude ver como esse mundo de crime e do tráfico está infiltrado entre essa população em situação de rua. Posso afirmar que a droga não é o motivo principal para a pessoa ir para a rua, mas é 100% o motivo para elas não saírem da rua."

A prefeitura mantém um atendimento para o morador de rua que quer se alimentar, tomar banho e um local para dormir. O programa inclui a casa de passagem, em que o morador fica e recebe treinamento até conseguir emprego - ao receber o primeiro salário ele vai para o aluguel. Desde o início do ano, houve uma redução de 280 para 170 moradores nessa condição.

Projeto prevê internação involuntária

Vaguinho vai enviar um projeto para a Câmara autorizando a internação involuntária de moradores de rua em condições de dependência química. "Estamos credenciando 50 vagas em clínica para essas internações."

Ele também observou que muitas das pessoas que encontrou nas ruas não são de Criciúma. "Vamos ter um observatório municipal para esse público, pois os números são imprecisos. As pessoas que estão aqui hoje, amanhã estão em Florianópolis, depois vão para São Paulo."

Ele conta que o município triplicou o número de internações voluntárias, com 150 vagas já preenchidas, e ampliou o número de assistentes sociais e psicólogos para trabalhar os vínculos familiares. "O monitoramento deste mês mostrou que de cada 10 que internamos, com a ajuda dos assistentes sociais, seis deles refizeram os vínculos familiares, três estão nas casas de passagem trabalhando e um voltou para a rua. Não se trata apenas de tirar das ruas, mas dar tratamento, trabalho e esperança", disse.