Ricardo Lísias recorre da decisão de Moraes de recolher livro 'Diário da Cadeia'

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No último dia 16, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o recolhimento do livro Diário da Cadeia, escrito por Ricardo Lísias, sob o pseudônimo de Eduardo Cunha, e publicado pela Editora Record em 2017.

A decisão monocrática de Alexandre de Moraes foi uma resposta a um recurso apresentado pelo ex-deputado Eduardo Cunha, que na época da publicação do livro estava preso sob a acusação de exigir e receber US$ 5 milhões em propina em contratos de construção de navios-sonda da Petrobras. A alegação é de que o título e a assinatura levariam o público ao erro, ao dar a impressão de que o ex-presidente da Câmara dos Deputados seria o verdadeiro autor da obra.

Na tarde da última segunda-feira, 27, os advogados de Ricardo Lísias entraram com recurso no STF contra a decisão de Alexandre de Moraes. A argumentação é de que a decisão do ministro viola decisões anteriores, tanto do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, quanto do próprio STF. Em 2017, a então ministra Rosa Weber já tinha reconhecido o caráter ficção de Diário da Cadeia e a legalidade do uso de pseudônimo, enfatizando a liberdade de expressão e de criação artística.

Os advogados de Lísias apontam ainda que a decisão de Alexandre de Moraes viola a liberdade de expressão e de criação artística. Para os advogados, o ministro se equivoca ao supor que os leitores não seriam capazes de ler ou saber o significado da palavra pseudônimo.

No recurso, Lísias, por meio dos seus advogados, reforça que Diário da Cadeia possui natureza humorística e satírica e evoca a Ação Direta de Inconstitucionalidade número 4.451, conhecida como ADI do Humor, que consagrou a proteção à sátira como forma de expressão artística. "Nesse sentido, o livro Diário da Cadeia contém uma crítica cômica e ficcional da realidade, utilizando como pano de fundo a dinâmica socialmente percebida da política institucional brasileira", diz a peça jurídica apresentada ao STF.

Além do recolhimento do livro, o ministro Moraes determinou a retirada, do site da editora, de qualquer ligação ao nome do ex-deputado, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A Record deverá ainda dar direito de resposta a Cunha em sua página na internet e os réus (o autor, a editora Record e diretor editorial do Grupo Record na época, Carlos Andreazza) devem pagar indenização de R$ 30 mil a Cunha.

A Editora Record foi procurada pelo Estadão, mas até a publicação desta nota não tinha se manifestado. Já Carlos Andreazza - hoje colunista do Estadão - não vai comentar o caso.

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Após duas semanas com feriados prolongados - Sexta-feira da Paixão, Tiradentes e 1º de Maio, Dia do Trabalho -, a próxima data comemorativa que pode proporcionar mais dias de descanso seguidos aos brasileiros será Corpus Christi, no dia 19 de junho.

Em 2025, a data cristã cairá em uma quinta-feira. Por isso, aqueles que não trabalham e podem emendar a folga ganharão quatro dias seguidos de descanso: a quinta-feira de 19 de junho, a sexta, 20, o sábado, 21, e o domingo, 22.

Assim como o carnaval, Corpus Christi não é feriado nacional, mas ponto facultativo. Ou seja, não é obrigatório trabalhar nesse dia, mas a empresa pode exigir o trabalho sem pagar em dobro pelo dia ou fornecer folga em dia útil posterior, como deve acontecer em caso de feriado.

A data que celebra o sacramento da eucaristia, ou seja, o corpo e sangue de Cristo representados pelo pão e vinho durante a última ceia, acontece sempre 60 dias após a Semana Santa.

E como a Páscoa, que celebra a ressurreição de Cristo, acontece sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera (Hemisfério Norte) e outono (Hemisfério Sul), ambas as datas são móveis.

Veja a lista dos próximos feriados e pontos facultativos em 2025:

- 19 de junho, Corpus Christi (ponto facultativo)

- 20 de junho (ponto facultativo)

- 7 de setembro, Independência do Brasil (feriado nacional)

- 12 de outubro, Nossa Senhora Aparecida (feriado nacional)

- 28 de outubro, Dia do Servidor Público federal (ponto facultativo), a ser

comemorado dia 27

- 2 de novembro, Finados (feriado nacional)

- 15 de novembro, Proclamação da República (feriado nacional)

- 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (feriado

Nacional)

- 24 de dezembro, Véspera do Natal (ponto facultativo após as 13 horas)

- 25 de dezembro, Natal (feriado nacional)

- 31 de dezembro, Véspera do Ano Novo (ponto facultativo após as 13 horas)

O cardeal espanhol Juan José Omella, que completou 79 anos no mesmo dia em que o papa Francisco morreu, não está entre os favoritos para assumir o cargo.

Entretanto, a eleição costuma reserva surpresas - o próprio Francisco, em 2012, não acreditava que seria escolhido sucessor de Bento 16, tanto que saiu da Argentina dizendo para sua irmã que logo voltaria e que havia interrompido a arrumação de casa, mas rapidamente a retomaria. Eleito papa, Francisco nunca mais voltou ao país.

Omella, arcebispo de Barcelona, também não se considera com chances de ser eleito. "Sou o último cardeal, o cardeal mais limitado", afirmou à emissora de TV espanhola La Sexta, quando questionado sobre o conclave.

"Eu não penso nessas coisas. Vou participar com prazer nesta eleição e espero que acertemos no que o Espírito Santo nos iluminar", concluiu o religioso.

Mas, se os demais cardeais votantes decidirem alçar a papa alguém com perfil semelhante a Francisco, Omella ganha destaque. Apesar de ser um dos mais importantes integrantes da Igreja Católica na Espanha, onde presidiu a Conferência dos Bispos de 2020 a 2024, ele sempre manteve uma vida humilde, dedicando-se ao cuidado pastoral e promovendo justiça social.

"Não devemos ver a realidade apenas pelos olhos daqueles que têm mais, mas também pelos olhos dos pobres" - a frase poderia ter sido dita por Francisco, mas seu autor é Omella, durante entrevista ao site espanhol de notícias Crux, em abril de 2022.

Nascido em 1946 no vilarejo de Cretas, no nordeste da Espanha, foi ordenado padre em 20 de setembro de 1970. Atuou inicialmente em Zaragoza, e passou um ano como missionário no Zaire, hoje chamado de República Democrática do Congo.

De 1999 a 2015 Omella trabalhou em estreita parceria com a instituição de caridade espanhola Manos Unidas, que combate a fome, as doenças e a pobreza em países em desenvolvimento.

Nomeado bispo em 1996 e promovido a arcebispo de Barcelona em 2015, Omella foi alçado a cardeal em 2016, por decisão do papa Francisco, em medida interpretada como claro endosso às tendências progressistas do religioso.

Em 2023, quando Omella presidia a conferência de bispos espanhóis, uma comissão independente estimou que mais de 200 mil crianças e adolescentes podem ter sido abusados sexualmente pelo clero espanhol, em décadas.

Omella pediu perdão repetidamente pela prática e pela gestão dos abusos sexuais, mas negou que tantas crianças tenham sido abusadas - uma investigação interna da Igreja identificou 927 vítimas desde a década de 1940.

Depois o cardeal disse que os números eram menos importantes. "No final das contas, os números não nos levam a lugar algum. O importante são as pessoas e fazer as pazes na medida do possível", ponderou.

Em 2023, Francisco convidou Omella para se tornar um dos nove cardeais que integram um gabinete para aconselhar o papa sobre questões de governança.

Uma massa de ar seco que cobre o Estado de São Paulo vai garantir o tempo seco e ensolarado ao longo dos próximos dias. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo, a temperatura apresenta elevação, e os menores índices de umidade registram declínio.

Na cidade de São Paulo, conforme a Meteoblue, o calor ganha força ao longo dos próximos dias, chegando aos 30ºC entre sexta-feira, 9, e sábado, 10.

No decorrer desta segunda-feira, 5, o ar seco garante o predomínio do sol e a rápida elevação da temperatura. "O dia vai terminar com a entrada da brisa marítima, o que vai provocar a queda da temperatura e o aumento da nebulosidade", acrescenta o CGE. Não há previsão de chuva.

Na terça-feira, 6, o dia começa com formação de névoa úmida e temperatura amena. O sol, no entanto, já predomina ao longo da manhã.

Para a quarta-feira, 7, a tendência é de que o cenário se repita. Em razão do sol forte, a sensação de calor aumenta à tarde, de acordo com o CGE.

Veja a previsão para os próximos dias, de acordo com a Meteoblue:

- Segunda-feira: entre 15ºC e 24ºC;

- Terça-feira: entre 16ºC e 26ºC;

- Quarta-feira: entre 17ºC e 27ºC;

- Quinta-feira: entre 17ºC e 29ºC;

- Sexta-feira: entre 18ºC e 30ºC.

Conforme a Meteoblue, a expectativa é que a máxima permaneça em 30ºC no sábado, vindo a cair para 22ºC, no domingo de dia das mães, 11.