Caso 'Diddy': Sean Combs traficou ao menos três mulheres, acusam promotores; entenda

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Sean "Diddy" Combs traficou ao menos três mulheres, de acordo com promotores. Nesta quinta-feira, 30, uma nova acusação formal contra o artista foi apresentada.

De acordo com os promotores, ele transportou, junto com profissionais do sexo, três vítimas pelos Estados Unidos e por outros países. Em setembro do ano passado, o magnata da música já havia sido acusado de traficar uma mulher.

Diddy, que está preso desde setembro de 2024, é acusado de conspiração para cometer extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição. Os promotores alegam que Combs usou a gravadora Bad Boy Entertainment para cometer os crimes e abusar sexualmente das suas vítimas.

As autoridades americanas apontam que os abusos incluíam performances sexuais gravadas chamadas de "freak offs", com profissionais do sexo.

O rapper está detido no Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn, em Nova York. O seu julgamento está previsto para o dia 5 de maio, e ele já se declarou inocente das acusações anteriores.

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Os roubos atingiram o menor patamar da série histórica, iniciada em 2001, no Estado de São Paulo. Foram 193,6 mil casos notificados no ano passado, diminuição de 15% ante as 228 mil ocorrências de 2023. Os homicídios também chegaram ao menor número dos últimos 24 anos, consolidando tendência de queda.

Em contrapartida, os casos de estupro subiram 0,45% e os de latrocínio, 1,8%. Ao longo do último ano, foram 170 vítimas, ante 167 no período anterior. Na capital paulista, a alta de vítima de roubos seguidos de morte foi ainda maior, de 23,2%, , conforme dados divulgados pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta sexta-feira, 31.

Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública ainda não se posicionou. Em publicação no site oficial, a pasta destacou que os latrocínios tiveram, em dezembro, o menor número de casos em 24 anos no Estado para o mês de dezembro.

Nas últimas semanas, dois dos latrocínios de mais repercussão foram a morte de um jovem ao lado do namorado por uma dupla que queria os celulares em Pinheiros, na zona sul, e o assassinato de um delegado por ladrões na Chácara Santo Antônio, zona sul.

No ano passado, o próprio secretário da área, Guilherme Derrite, reconheceu que os delitos violentos, como o latrocínio, reforçam a percepção de insegurança na cidade. "Estamos reduzindo paulatinamente (os crimes), mas só vamos conseguir melhorar de maneira eficaz quando existir punibilidade no Brasil", disse, em setembro.

No caso dos roubos, 2024 foi não só o ano com o menor registro de casos em toda a série histórica, como também o primeiro a contar com menos de 200 mil registros desse tipo de crime. Para se ter parâmetro, chegaram a ser registradas 323,3 mil ocorrências apenas no ano de 2016.

Os furtos também apresentaram queda no último ano, ainda que com redução menos acentuada. Foram registrados 555,8 mil casos de janeiro a dezembro, ante 576,2 mil em todo o ano de 2023, queda de 3,5% nos casos.

Na capital, os índices foram puxados para baixo com a expressiva queda de roubos nos bairros centrais, que viram no pós-pandemia avançarem a degradação e o espalhamento de usuários de drogas da Cracolândia.

Os homicídios também caíram 3,5%: de 2,7 mil para 2,6 mil. Trata-se de patamar abaixo do registrado no fim da década passada, quando houve alta de mortes por conta de confrontos envolvendo membros de facções criminosas, mas a violência ainda chama a atenção.

Em novembro, o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto a tiros em plena luz do dia no Aeroporto Internacional de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação também resultou na morte do motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, que não resistiu após ser alvejado por um tiro de fuzil nas costas.

Nesta quinta-feira, 30, a Corregedoria da Polícia Militar indiciou dez PMs presos por suspeita de participação no assassinato de Gritzbach. De acordo com as investigações, os agentes têm envolvimento com o crime organizado.

Motos e residências como alvo

Das 170 vítimas de latrocínio registradas em todo o Estado no ano passado, quase um terço (53) foram mortas em ocorrências na capital.

Apesar de os casos serem variados, autoridades apontam que, em geral, o latrocínio hoje é um crime mais comum em ocorrências de roubos de moto, em que bandidos costumam agir armados, embora haja também casos relacionados a roubo a pedestres e invasões de residências.

Delegados ouvidos pelo Estadão dizem ainda que, entre os pontos de alerta, estão vias próximas ao início das rodovias Imigrantes e dos Bandeirantes.

Nesta semana, a Polícia Civil prendeu um homem considerado o principal suspeito de matar o delegado Josenildo Belarmino de Moura, de 32 anos, em assalto no dia 14.

Moura estava de folga no dia do crime e caminhava pela Chácara Santo Antônio, usando camiseta, bermuda e chinelo. Ele foi alvejado com quatro tiros: dois nas costas, um no braço e outro na garganta. Ele atuava como delegado havia apenas dois meses.

Em setembro, o delegado de classe especial Mauro Guimarães Soares, de 59 anos, morreu após ser baleado no peito durante tentativa de assalto na Vila Romana, zona oeste da capital. Ele caminhava com a esposa, também delegada, quando foi abordado.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o caso foi investigado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que relatou o inquérito policial à Justiça após a prisão de três suspeitos de envolvimento no crime, incluindo aquele que seria o autor dos disparos.

Estupros também apresentam aumento

No caso dos estupros, as ocorrências foram de 14.514, em 2023, para 14.579, no passado, alta de 0,45%. Trata-se de aumento menos expressivo do que o de latrocínios, mas que, ainda assim, liga o alerta das forças de segurança pública.

Como mostrou o Estadão, em outubro, os estupros chegaram a ter alta histórica na capital paulista: foram 317 ocorrências, o maior número contabilizado em um só mês desde 2012. A partir de novembro, porém, o ritmo de aumento desacelerou.

Um motorista de aplicativo saiu do carro, invadiu um prédio e deu um chute nas costas de uma idosa de 68 anos que ele havia acabado de transportar. O caso ocorreu em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, na quarta-feira, 29. A mulher foi socorrida e está com dores, sinalizando eventuais efeitos da agressão.

O homem foi denunciado à polícia e deve ser indiciado por lesão corporal. Ele não teve a identidade informada pelas autoridades, por isso não foi possível localizar a defesa. A Uber diz que desligou o condutor da plataforma.

Segundo a Polícia Civil, Maria de Fátima Silva Pires saiu de uma consulta médica, que fez por estar com suspeita de pneumonia, e chamou o carro de app para ir do médico até em casa, em Copacabana.

No trajeto, ela comeu biscoitos dentro do carro. Quando a corrida terminou, o motorista mandou a passageira limpar o banco, onde teriam caído migalhas do biscoito. Surpresa, ela não respondeu nada, saiu do veículo e entrou no prédio onde mora.

O motorista saiu do carro, aproveitou o momento em que o portão do prédio estava aberto, e correu atrás da idosa. Na sequência, deu um chute nas costas dela, derrubando a mulher, e saiu pelo mesmo portão, que não havia se fechado.

O porteiro do prédio socorreu a idosa, enquanto o motorista foi embora.

Recomposta, ainda que com dores, a mulher registrou o caso na 12ª DP (Copacabana), que já identificou o motorista e vai intimá-lo a prestar depoimento. Ele pode ser indiciado por lesão corporal de natureza grave, cuja pena varia de um a cinco anos de prisão, ou de natureza gravíssima, quando a punição varia de dois a oito anos de prisão.

A mulher faria exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio nesta sexta-feira.

A Uber, aplicativo por meio da qual foi feita a corrida, divulgou nota lamentando o episódio e informando que desligou o motorista de seu quadro de colaboradores. "A Uber lamenta o caso e considera inaceitável o uso de violência. A conta do motorista parceiro foi banida da plataforma assim que a empresa tomou conhecimento do episódio."

As mortes cometidas por agentes da Polícia Militar em serviço dobraram no último ano na cidade de São Paulo, segundo dados publicados nesta sexta-feira, 31, no Diário Oficial do Estado (DOE). Foram 262 ocorrências de janeiro a dezembro de 2024, alta de 101,5% em relação aos 130 casos de 2023. Já os óbitos envolvendo a ação de policiais civis diminuíram.

O ano de 2024 foi marcado por casos de violência cometidos por PMs. Em novembro, um estudante de Medicina foi morto em abordagem na Vila Mariana, zona sul da capital. Dias depois, um homem foi arremessado do alto de uma ponte, também na zona sul. O agente envolvido foi preso preventivamente. A vítima, um manobrista, sobreviveu.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) afirmou que "não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos das polícias paulistas". A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) acrescentou que, desde 2023, foram presos 465 policiais e outros 310, demitidos ou expulsos, segundo dados enviados à reportagem (mais informações abaixo).

A alta de mortes cometidas por policiais em serviço foi maior na capital paulista, mas também houve crescimento expressivo, de 84,14%, nas ocorrências desse tipo em todo o Estado. Foram 650 notificações no último ano, ante 353 no ano passado.

Além da capital, os casos na Baixada Santista também chamam atenção. Nos dois últimos anos, a região recebeu operações como a Escudo e a Verão após as mortes de dois policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), batalhão de elite da PM.

A região também é alvo de operações frequentes por ser apontada como ponto estratégico para o Primeiro Comando da Capital (PCC) enviar remessas de cocaína para continentes como África e Europa, devido à proximidade com o Porto de Santos, o maior do País. Moradores e entidades dos Direitos Humanos têm denunciado, porém, atuação irregular em alguns casos.

No fim de novembro, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) tornou réus dois agentes da Rota pela morte de um homem de 36 anos em fevereiro de 2024 em Santos. Conforme a denúncia, eles teriam forjado um confronto e dificultado a captação de imagens pelas câmeras corporais que usavam após matar o roupeiro Allan de Morais Santos.

Em outro caso de repercussão, uma criança de 4 anos morreu ao ser atingida por uma bala perdida durante um confronto, em novembro do ano passado, entre a PM e suspeitos no Morro São Bento, em Santos. Ryan Santos brincava na rua quando foi atingido por um tiro na barriga. O pai dele havia morrido no início do mesmo ano em outra operação policial.

Conforme os dados divulgados nesta sexta, só no último trimestre deste ano, foram 176 mortes por intervenção de policiais militares no Estado - 69 deles na capital. Os casos envolvendo policiais civis tiveram queda de 12,9% no Estado. As ocorrências caíram de 31, em 2023, para 27, no último ano.

A maior preocupação está justamente nos casos envolvendo PMs em serviço. No último dia 20 de novembro, o estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morreu após ser alvejado na barriga em ocorrência na porta de um hotel na zona sul.

Como mostram imagens de câmeras de segurança, Marco Aurélio deu um tapa no retrovisor de uma viatura da PM parada em um semáforo próximo ao hotel. Os dois policiais que estavam no carro saíram imediatamente do carro e tentaram abordar o jovem na recepção do local onde ele estava hospedado. O estudante, então, resistiu à prisão e foi atingido quando estava caído no chão. As câmeras corporais dos agentes captaram o momento.

A sucessão de casos, como vem mostrando o Estadão, tem colocado em xeque a atuação da Polícia Militar sob a gestão Tarcísio de Freitas. Ainda no fim do ano passado, o governador reconheceu que o discurso adotado pelo governo tem influência na atuação de PMs, mas afirmou que não iria demitir o atual secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

A pasta da Segurança afirmou, em nota, que, "para reduzir a letalidade policial, a atual gestão investe em formação contínua do efetivo, capacitações práticas e teóricas, e na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo, como armas de incapacitação neuromuscular".

"Além disso, comissões realizam a análise das ocorrências para os ajustes dos procedimentos operacionais, sempre que necessário, bem como à orientação da tropa durante as instruções e treinamentos promovidos regularmente nas unidades policiais em todo o Estado", acrescentou.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, "todas as ocorrências de morte decorrente de intervenção policial são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com o acompanhamento das respectivas corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário".