Chappell Roan vence 'Revelação do Ano' no Grammy e critica indústria musical no discurso

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A cantora Chappell Roan venceu neste domingo, 2, o prêmio de Revelação do Ano no Grammy de 2025. A artista, que disputava a estatueta com nomes como Benson Boone, Sabrina Carpenter e Doechii, fez um discurso poderoso e criticou a indústria musical em sua fala. É o primeiro Grammy de Chappell, que lançou seu álbum de estreia - The Rise and Fall of a Midwest Princess - em 2024.

"Eu disse a mim mesma que, se algum dia ganhasse um Grammy e estivesse aqui na frente das pessoas mais poderosas da indústria musical, exigiria que as gravadoras, que lucram milhões de dólares com os artistas, oferecessem um salário digno e assistência médica, especialmente para os novos artistas", ela afirmou ao ganhar o prêmio.

"Fui contratada quando ainda era menor de idade. E quando fui dispensada, eu não tinha nenhuma experiência de trabalho e, como a maioria das pessoas, tive dificuldades para encontrar um emprego durante a pandemia. Eu não podia pagar por um plano de saúde", relembrou.

"As gravadoras precisam tratar seus artistas como funcionários valiosos, com um salário digno, assistência médica e proteção," ela continuou. "Gravadoras, nós estamos com vocês, mas e vocês, estão conosco?", finalizou.

Aos 26 anos, a cantora norte-americana foi um dos grandes nomes do pop mundial em 2024. Com uma estética inspirada em drag queens, a artista se tornou conhecida por fazer músicas sobre amor sáfico.

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O Rio de Janeiro retornou ao estágio 1 às 6 horas da manhã desta quarta-feira, 29, de acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. Na tarde de terça-feira, 28, a cidade entrou em estágio 2, após uma megaoperação deflagrada que impactou na cidade.

"O Estágio 1 é o primeiro em uma escala de cinco e significa que não há ocorrências de grande impacto. Neste estágio, podem ocorrer pequenos incidentes, mas que não interfiram de forma significativa na rotina do cidadão", disse o Centro de Operações da Prefeitura do Rio.

Na tarde de terça, o município do Rio de Janeiro entrou no estágio 2 às 13h48, devido a ocorrências policiais que interditaram, de forma intermitente, diversas ruas das zonas norte, oeste e sudoeste da cidade, impactando os modais de transportes e a locomoção da população pela cidade.

Entenda abaixo todos os estágios:

Estágio 1 (Verde): Quando não há ocorrências que provoquem alteração significativa no dia a dia do carioca. Não foram identificados fatores de risco de curto prazo que impactem a rotina da cidade. Impacto: sem ou com pouco impacto para a fluidez do trânsito e das operações de infraestrutura e logística da cidade.

Estágio 2 (Amarelo): Quando há risco de haver ocorrências de alto impacto na cidade devido a um evento previsto ou a partir da análise de dados. Há ocorrência com elevado potencial de agravamento. Impacto: há risco de impactos, ou já foram identificados impactos, em pelo menos uma região da cidade, com potencial de afetar, ou já afetando, a rotina da população.

Estágio 3 (Laranja): Quando uma ou mais ocorrências estão impactando a cidade. Há certeza de que haverá ocorrência de alto impacto, no curto prazo. Impacto: pelo menos uma região da cidade está impactada, causando reflexos relevantes na infraestrutura e logística urbana, e afetando diretamente a rotina da população.

Estágio 4 (Vermelho): Quando uma ou mais ocorrências graves impactam a cidade ou há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões da cidade. Os múltiplos danos e impactos causados começam a extrapolar a capacidade de resposta imediata das equipes da cidade. Impacto: uma ou mais regiões estão impactadas, causando reflexos graves / importantes na infraestrutura e logística urbana, e afetando severamente a rotina da população (ou de parte dela).

Estágio 5 (Roxo): Quando uma ou mais ocorrências graves impactam a cidade ou há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões da cidade. Os múltiplos danos e impactos causados extrapolam de forma relevante a capacidade de resposta imediata das equipes da cidade. Impacto: uma ou mais regiões estão impactadas, causando reflexos graves / importantes na infraestrutura e logística urbana, e afetando severamente a rotina da população (ou de parte dela).

A comitiva do governo federal que foi ao Rio de Janeiro inclui os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, que estava previsto para liderar a comitiva, não vai.

Na noite de terça-feira, 28, a Casa Civil informou que Rui iria junto de Lewandowski para o Rio para conversar com o governador Cláudio Castro (PL). O quadro mudou após a reunião feita pelo presidente com seus auxiliares na manhã desta quarta-feira, 29. O chefe da Casa Civil ligou para Castro e informou que a comitiva iria à capital fluminense após a reunião com o presidente.

O objetivo da comitiva designada por Lula é colher informações sobre a megaoperação da polícia do Rio de Janeiro e avaliar eventuais pedidos por parte da gestão de Cláudio Castro. A comitiva deixou o Palácio da Alvorada após a reunião presidencial por volta das 13h30. De lá, seguiram para a capital fluminense.

Até as 13h, o governo do Rio contabilizava 119 mortos na operação, sendo 4 policiais. Já segundo a Defensoria Pública do Estado, o saldo de fatalidades é de 132 pessoas.

Os corpos encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia pela comunidade do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, estavam amarrados e com marcas de facadas. O Estadão presenciou ainda ao menos um corpo decapitado.

Segundo a Associação de moradores da Penha, 72 corpos foram levados à Praça São Lucas. A associação conta com o apoio da OAB para fazer a contagem oficial. Ao menos dez carros deixaram a Praça para levar os corpos ao IML.

De acordo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, 132 pessoas morreram após a megaoperação contra o Comando Vermelho de terça-feira, 28.

O balanço do governo do Rio, até a tarde de terça, contabilizava 64 mortes. Entretanto, nesta quarta, Cláudio Castro afirmou que oficialmente, foram contabilizados 58 mortes, sendo 4 policiais. Ele admitiu que o número irá mudar e só será definitivo após o término do trabalho da perícia.

'Corpos com marcas de faca'

Uma parente de um dos mortos, que preferiu não ser identificada, afirmou ao Estadão que havia corpos com "sinais de tortura", como cortes de faca e decapitados.

"Tinha corpos sem cabeça, com marcas de faca", disse a moradora. A reportagem presenciou ao menos um corpo sem cabeça. "Não tinha necessidade de fazerem isso. Muita gente morreu. Eles só vêm para matar", afirmou outra moradora.

Um grupo de moradores subiu para a mata, onde, segundo eles, haveria mais corpos. O objetivo seria identificar e retirar os que ainda se encontram na mata que divide o Complexo da Penha do Complexo do Alemão.

Ao Estadão, em frente à fila de corpos, moradores relataram o desespero e a dor de encontrar parentes entre as vítimas. "Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui", afirmou a moradora que se identificou apenas pelo nome de Jéssica.

"Vou falar o quê? Vou falar o que eu estou perguntando para todos. Governador, me responde o que é certo para você? Isso aqui não é certo. Você mandou para fazer essa chacina. Isso aqui não foi operação, isso foi chacina."

"Você não aguentaria um dia do que o favelado vive. Aqui tem trabalhador, aqui tem guerreiro. Tem bandido, tem? Mas tem bandido melhor do que os de terno e gravata. Vocês matam com a caneta."

O depoimento de Jéssica foi aplaudido por demais moradores da comunidade. Durante a entrevista, diversos moradores gritaram: "Toda vida importa".

O que diz o governo do Rio

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse nesta quarta-feira, 29, que as únicas vítimas da megaoperação são os 4 policiais mortos. A declaração foi dada em entrevista coletiva, logo após a Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmar que há ao menos 132 mortos na ação contra o Comando Vermelho (CV).

Procuradas, a Polícia Militar e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro não responderam a tentativa de contato do Estadão. A Defensoria Pública do Rio apura possíveis violações na operação.