'Treta' com Drake inspirou Kendrick Lamar a fazer música que ganhou cinco prêmios no Grammy

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O rapper Kendrick Lamar venceu 5 prêmios do Grammy 2025 - Música do Ano, Gravação do Ano, Melhor Performance de Rap, Melhor Canção de Rap e Melhor Videoclipe - na madrugada desta segunda-feira, 3, com sua canção Not Like Us. A música, que se tornou um dos maiores hits da carreira do artista, é fruto de uma polêmica e pública briga com o rapper canadense Drake. Entre abril e maio de 2024, os dois artistas passaram a se atacar publicamente em inúmeras canções.

Ao todo, foram nove músicas produzidas e lançadas durante o conflito - Like That, Push Ups, Taylor Made Freestyle, Euphoria, 6:16 in LA, Family Matters, Meet the Grahams, Not Like Us e The Heart Part 6. Além de ataques pessoais, ambos os rappers fizeram acusações pesadas um contra o outro. Kendrick acusou Drake de ser um pedófilo, um predador sexual e um apropriador cultural. Já Drake afirmou que o norte-americano não era pai biológico dos próprios filhos e que já havia agredido a própria esposa.

A briga, no entanto, significou algo maior para a indústria. Segundo Lamar, Drake representava tudo o que ele odiava no mundo da música - um rap sem raízes e sem originalidade, que se vendia e não seguia um código de conduta adequado. O norte-americano, então, acreditava estar revelando quem o rapper canadense realmente era - uma fraude. Já Drake acusou Kendrick de ser um "falso profeta" e um "falso militante", alguém que falava sobre problemas sociais, mas que mentia e era supervalorizado pela mídia. Eram os dois principais nomes do rap brigando pelo posto de artista número um do gênero.

Ao longo da última década, Kendrick e Drake se estabeleceram como os principais rappers da indústria musical. Enquanto o canadense era conhecido por hits dançantes e recordes de audiência, o norte-americano se tornou famoso por seu trabalho poético e profundo, sendo extremamente valorizado por críticos especializados e premiações de música. Os dois artistas eram vistos como opostos no mundo do rap - Drake era o lado comercial e divertido, Kendrick era o lado artístico e conceitual.

Apesar do sucesso de ambos, os dois artistas nunca se deram bem. Eles até chegaram a colaborar no início da carreira, mas uma rivalidade silenciosa rapidamente se formou. Entre os anos de 2013 e 2023, os rappers trocaram diversas indiretas em suas canções. O assunto, no entanto, só se tornou público no dia 22 de março de 2024. Na data, Like That foi lançada.

A música, composta por Metro Boomin e Future, teve participação de Kendrick. Em seus versos, Lamar respondeu a uma afirmação que Drake fez em na música First Person Shooter, lançada em 2023. Nela, o rapper canadense afirmava que ele, Kendrick Lamar e J. Cole eram os "três grandes rappers" de sua geração. O norte-americano refutou a ideia e afirmou que somente ele era digno do título de "melhor rapper".

Na cultura do hip hop, é comum que rappers troquem provocações e constantemente busquem se afirmar como os maiores artistas de sua geração. Canções de ataque a outros rappers, então, se tornaram tão comuns que ganharam até mesmo um gênero próprio - tratam-se das diss tracks. Assim, os rappers devem competir entre si para ver quem consegue superar o outro e fazer os melhores e mais provocativos insultos. Muitas vezes, no entanto, as músicas e os ataques se tornam extremamente pessoais.

A provocação de Kendrick Lamar viralizou nas redes sociais e Drake decidiu respondê-lo na mesma medida. No dia 19 de abril de 2024, o rapper canadense postou duas canções atacando Kendrick Lamar - Push Ups e Taylor Made Freestyle. Nas faixas, Drake zomba da baixa estatura do rival e de suas colaborações com artistas pops como Taylor Swift e Maroon 5. Em uma das músicas, o canadense usou inteligência artificial para recriar as vozes de artistas como Tupac Shakur e Snoop Dogg. Ambos os rappers imitados na canção são ídolos de Kendrick e fazem parte da Costa Oeste norte-americana, local onde Lamar nasceu e constantemente cita em sua obra.

O norte-americano respondeu com Euphoria, no dia 30 de abril, e com 6:16 in LA, no dia 3 de maio. Nas composições, Lamar diz que Drake é inseguro sobre sua identidade racial e faz colaborações com outros artistas negros para se sentir validado enquanto homem negro. Ele também afirma que alguns funcionários da OVO, gravadora fundada por Drake, não gostam do canadense e estão prontos para traí-lo. Nas redes sociais, fãs de rap estavam enlouquecendo com a briga e discutiam quem iria vencer a peleja. No entanto, as coisas escalaram para um novo nível.

No dia 3 de maio, o canadense publicou Family Matters. Entre muitas acusações, a música afirma que Kendrick agrediu a própria noiva e mãe dos seus dois filhos, Whitney Alford. Em menos de 20 minutos, Lamar postou a resposta. Devido ao curto tempo entre as duas canções, ficou claro que o rapper norte-americano já estava com a gravação pronta para ser lançada. Em Meet the Grahams, Kendrick acusa Drake de estar escondendo uma filha, afirma que o canadense sente atração sexual por menores de idade e diz que ele é um dos responsáveis por administrar uma rede de tráfico sexual em Toronto.

Um dia depois, Kendrick Lamar lançou a canção que se tornaria o maior hit da disputa. Em Not Like Us, o rapper norte-americano repete as acusações feitas em Meet the Grahams, mas embala as ofensas em um ritmo dançante que remete a cultura de Los Angeles. Na diss, Lamar também afirma que Drake se aproveita de artistas menores e rouba seus conteúdos, descartando-os no processo. Para o norte-americano, o canadense não passa de um "colonizador" moderno.

Um dia depois, Drake lançou a última faixa do confronto - The Heart Part 6. A essa altura, no entanto, a disputa já havia sido vencida por Lamar. Fãs e críticos concordavam que o rapper norte-americano havia superado o canadense, produzindo canções mais dançantes, mais agressivas e que destrinchavam o caráter de Drake de forma certeira e devastadora. Na última canção, o rapper canadense acena a bandeira branca e agradece Lamar pela disputa.

Not Like Us, no entanto, continuou sendo escutada ao redor do mundo. Um clipe da música foi lançado no dia 4 de Julho de 2024 e conta com mais de 216 milhões de visualizações. Em seus shows, Kendrick incorporou a composição em seu set list e cantou exaustivamente em suas apresentações. Em janeiro de 2025, a canção alcançou a marca de 1 bilhão de reproduções no Spotify.

Após a vitória no Grammy, a próxima parada de Not Like Us é no Super Bowl. Kendrick Lamar foi escolhido como o artista que se apresentará no show do intervalo da final da liga norte-americana de futebol americano de 2025 e o público espera que ele cante a composição que lhe rendeu cinco estatuetas na principal premiação da indústria musical. A temática da composição, que envolve acusações de pedofilia e tráfico sexual, talvez impeça o rapper norte-americano de cantar a música na íntegra. É pouco provável, no entanto, que não haja ao menos uma menção da música durante a apresentação. Não após a noite histórica no Grammy.

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Uma nova onda de calor deve elevar os termômetros no Sul e no Centro-Oeste do Brasil em até 5ºC acima da média para fevereiro, conforme a empresa de meteorologia Climatempo. A massa de ar quente já começou a agir neste domingo, 2, e deve se estender até sexta-feira, 7.

Esta é a segunda onda de calor do ano no País. Entre os dias 15 e 19 de janeiro, a primeira massa de ar quente persistente do ano atingiu os estados do Sul, fazendo os termômetros marcarem 39ºC e 42ºC em algumas cidades.

Mas diferente dos últimos dois anos, quando havia influência do El Niño, agora ocorre o La Niña, que tende a dificultar a expansão do calor pelo território brasileiro, tornando as ondas de calor mais concentradas. A região Sul deve ser a mais afetada este ano, de acordo com a Climatempo e a Metsul.

"Isso acontece porque La Niña favorece a formação de canais de umidade, que atenuam o calor e limitam sua propagação para outras regiões do País. Mesmo assim, a nova onda de calor conseguirá se estabelecer, especialmente na faixa centro-sul do Brasil assim como a primeira de 2025", explica a Climatempo.

Em São Paulo, a previsão é de calor durante a manhã e de tempestades à tarde e à noite esta semana. A Defesa Civil do Estado mantém alerta para que a população evite áreas de alagamento quando estiver chovendo. No sábado, 1º de fevereiro, um motorista de aplicativo morreu após ficar preso em seu carro em meio à enchente.

Quais as mínimas e máximas nas capitais das regiões Sul e Centro-oeste, atingidas pela onda de calor?

Porto Alegre (RS): mínima de 23ºC e máxima de 36ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 42ºC;

Florianópolis (SC): mínima de 24ºC e máxima de 33ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 36ºC;

Curitiba (PR): mínima de 19ºC e máxima de 30ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 34ºC;

Campo Grande (MS): mínima de 23ºC e máxima de 32ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 33ºC;

Cuiabá (MT): mínima de 23ºC e máxima de 33ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 40ºC;

Goiânia (GO): mínima de 19ºC e máxima de 33ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 36ºC;

Brasília (DF): mínima de 18ºC e máxima de 29ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 30ºC;

E em São Paulo?

Capital: mínima de 21ºC e máxima de 32ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 35ºC;

Santos: mínima de 23ºC e máxima de 32ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 38ºC;

Ubatuba: mínima de 25ºC e máxima de 33ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 39ºC;

São José dos Campos: mínima de 20ºC e máxima de 33ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 39ºC;

Sorocaba: mínima de 20ºC e máxima de 33ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 37ºC;

Ribeirão Preto: mínima de 20ºC e máxima de 34ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 38ºC;

Bauru: mínima de 22ºC e máxima de 35ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 38ºC;

São José do Rio Preto: mínima de 22ºC e máxima de 33ºC até sexta-feira, 7, com sensação térmica podendo chegar a 38ºC;

As previsões de mínimas e máximas são da Meteoblue, parceira meteorológica do Estadão.

Os países participantes do conselho executivo do comitê de orçamento da Organização Mundial de Saúde discutiu e concordou em propor um corte de US$ 400 milhões do orçamento de 2026-2027, após a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a saída do país da organização O governo norte-americano é o maior contribuinte financeiro da OMS.

"O comitê reconheceu que, com a saída do maior contribuinte financeiro, o orçamento não poderia ser 'business as usual' e que o princípio de um orçamento realista era fundamental a fim de garantir o alinhamento com as realidades econômicas e financeiras", diz documento publicado, nesta segunda-feira, 3, no website da OMS referente ao encontro do grupo realizado de 29 a 31 de janeiro em Genebra.

"O comitê discutiu e concordou em propor a redução do segmento base do orçamento do programa proposto para 2026-2027 para US$ 4,9 bilhões", de acordo com o documento. O comitê levantou a preocupação de que um orçamento de US$ 4,9 bilhões reflete "um crescimento nominal negativo em comparação com o biênio anterior, e que este deverá ser levado em conta em futuras discussões orçamentárias".

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, reiterou a esperança de que os EUA reconsiderassem a decisão, ao mesmo tempo em que enfatizou que a OMS continua aberta a encetar um diálogo construtivo, enquanto reforçou a importância das contribuições americanas para a saúde global.

O diretor-geral explicou que a organização estava empenhada para diversificar o seu financiamento. "Foram alcançados progressos na rodada de investimento, que atraiu 39 novos doadores

Até a data", pontuou o documento.

O grupo se comprometeu ainda a buscar uma melhora da alocação de recursos entre os principais escritórios, apresentando um relatório em maio de 2025 sobre os progressos realizados.

Outro esforço será o de fortalecer as ações para apoiar o compromisso financiar resultados de alta prioridade de até 80% do seu orçamento, sujeito à disponibilidade de fundos, e salvaguardar as funções críticas da OMS.

O advogado Mauro Ribas Jr, de 38 anos, teve a visão afetada após o carro em que estava ser alvo de tiros na noite de sábado, 1º, no bairro Quintais do Imperador, em Sorocaba. Ribas Jr defende três policiais militares acusados de matar o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Antônio Vinicius Gritzbach, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em novembro do ano passado. Ao Estadão, ele disse que defende policiais há mais de dez anos e nunca tinha vivenciado algo parecido. "Estou abalado, pois em mais de dez anos defendendo policiais militares nunca aconteceu algo assim comigo", disse ele.

"Meu olho foi atingido por estilhaços. Ainda não recuperei a visão de um dos olhos. O meu rosto está bastante machucado", contou. Um vídeo obtido pela reportagem mostra como ficou o veículo após os disparos.

Ribas Jr faz a defesa do tenente Fernando Genauro da Silva, do cabo do 20º Batalhão da PM Ruan Silva Rodrigues e do cabo Dênis Antônio Martins. Ainda não há informações, no entanto, de que o ataque tenha relação com a defesa dos PMs.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, o advogado relatou que conduzia seu veículo quando sofreu disparos de armas de fogo e ficou ferido no rosto por conta dos estilhaços do vidro. Ele foi socorrido, medicado e liberado.

A hipótese de ligação da defesa dos PMs com o ocorrido não está descartada. "É cedo, mas não afastamos esse hipótese. Estamos também aguardando o andamento das investigações", afirmou Renato Soares, advogado e sócio de Ribas Jr, que também atua no caso.

Segundo a SSP, o veículo foi periciado e foram localizados e apreendidos dois estojos de munição de arma de fogo e um projétil, segundo o boletim de ocorrência. No local dos disparos, nada foi encontrado. A polícia busca imagens de câmeras de segurança que ajudem a elucidar o caso. A Delegacia de Homicídios da Deic de Sorocaba investiga o caso.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o ex-policial militar, agora advogado, estava exposto na mídia nas últimas semanas.

A Ordem dos Advogados de Sorocaba também publicou, por meio das redes sociais, uma nota de repúdio e disse que acompanhará de perto todas as investigações para que os responsáveis sejam identificados e devidamente responsabilizados.

Na quinta-feira passada, 30, a Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo indiciou policiais militares presos por suspeita de participação no assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, o delator do PCC. No total, 17 PMs foram presos desde o dia 16 de janeiro deste ano.

Dos 17 PMs presos, três são acusados diretamente de matar o delator enquanto outros 14 fariam a escolta do empresário.