'Ainda Estou Aqui' vence prêmio Goya como melhor filme ibero-americano

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O filme Ainda Estou Aqui venceu o prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-americano na noite deste sábado, 8. O longa foi o primeiro representante brasileiro entre os indicados à premiação na história. A divulgação dos vencedores aconteceu em Granada, na Espanha.

Walter Salles não esteve presente, mas contou com um representante para receber a estatueta: Jorge Drexler, cantor uruguaio que trabalhou com o diretor em Diários de Motocicleta (2005, ocasião em que venceu o Oscar de melhor canção original por Al Otro Lado Del Rio). Ele leu uma mensagem escrita por Salles, na qual dedica a vitória ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e sua família, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.

"Estou profundamente agradecido à Academia e todos os acadêmicos por essa grande honra. Esse prêmio é muito especial para nós, não só por ser a primeira vez que um filme brasileiro é indicado. É uma grande honra pela admiração que tenho pela cultura ibero-americana como um todo, pela admiração que tenho pelo cinema espanhol e por cineastas que influenciaram minha formação", constou na mensagem.

Por que Walter Salles não foi receber o prêmio Goya

Salles não esteve presente pois está nos Estados Unidos. Amanhã, domingo, 9, participará de um debate entre indicados ao Oscar em Santa Barbara, na Califórnia. Em seu recado, ainda destacou o trabalho de dos diretores espanhóis Pedro Almodóvar, Fernando Trueba e Arturo Ripstein e da atriz Marisa Paredes.

A premiação é considerada como um 'Oscar do cinema espanhol' por conta de sua relevância nacional, apesar de os votantes, filmes elegíveis e estilo dos premiados serem diferentes do evento de Hollywood.

Ainda Estou Aqui venceu o uruguaio Agarrame Fuerte, o argentino El Jockey, o chileno No lugar da Outra e o costa-riquenho Memorias de un Cuerpo que Arde.

Vale destacar que o principal rival do longa brasileiro no Oscar de Melhor Filme internacional, Emília Perez (França), concorria em outra categoria, a de Melhor Filme Europeu. Outro competidor direto, Flow (Letônia), também estava indicado nela.

Ainda Estou Aqui é dirigido por Walter Salles e retrata a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), que foi casada com o ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello), desaparecido e morto durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).

O longa emplacou indicações importantes nas premiações internacionais de cinema em 2025. Entre elas, o Oscar, que será realizado em março, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. A artista ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz de drama em janeiro.

Contra quem Ainda Estou Aqui concorreu nos prêmios Goya

Originalmente, os indicados na categoria foram:

Ainda Estou Aqui (Brasil)

Agarrame Fuerte (Uruguai)

El Jockey (Argentina)

El Lugar de La Otra (Chile)

Memorias de Un Cuerpo Que Arde (Costa Rica e Espanha)

Em outra categoria

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão ambiental vinculado ao governo do Estado do Rio de Janeiro, identificou resíduos oleosos na Baía de Guanabara após um incêndio de grandes proporções ter atingido uma fábrica de óleo lubrificantes da empresa Moove, no sábado, 8. A planta está situada na Ilha do Governador, às margens da baía.

Segundo informou em nota o Inea, equipes do setor de emergências monitoram neste domingo, 9, o espelho d'água no entorno da fábrica e estão "atuando na contenção e recolhimento do resíduo, mantendo o cerco instalado para que não haja a dispersão para outras áreas".

Segundo o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, a resposta rápida foi essencial para que as manchas de óleo não atingissem uma área grande da baía.

O órgão afirma ter tomado medidas de prevenção no sábado ao acionar Plano de Área da Baía de Guanabara junto à Capitania dos Portos. O plano é uma resposta ao derramamento de óleo e derivados na região, com participação de órgãos públicos e empresas.

O Inea afirma também estar monitorando os efeitos na atmosfera por meio da estação automática de qualidade do ar que tem instalada na Ilha do Governador e que "aplicará as sanções cabíveis" de acordo com os resultados que forem apurados.

Uma força-tarefa montada pelo Governo do Estado e coordenada pela Defesa Civil do RJ acompanha os trabalhos.

Rescaldo e monitoramento ambiental

O incêndio foi extinto na madrugada pelo Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, após 18 horas de trabalho. A fase de rescaldo - processo de resfriamento para evitar reignição de novos focos - foi iniciada na manhã deste domingo.

O combate foi feito do alto, com viaturas aéreas, escadas, plataformas mecânicas, e o uso de produtos químicos. O principal foco eram 12 tanques com 30 mil litros de óleo.

A Polícia Civil também acompanha a ocorrência por meio da 37ª DP (Ilha do Governador) e será realizada perícia no local para apurar as causas do incêndio.

Aos 88 anos, o Papa Francisco se queixou neste domingo, 9, de dificuldades respiratórias e pediu que um assistente lesse seu discurso durante a Santa Missa do Jubileu das Forças Armadas, polícia e agentes de segurança. O Papa tem passado por alguns problemas de saúde nos últimos meses, incluindo longos períodos de bronquite, o que faz com que o pontífice tenha dificuldades com falas mais longas.

"Agora peço desculpas, e peço ao mestre de cerimônias que continue lendo, por causa de dificuldades respiratórias", afirmou o Papa, colocando a mão no peito e sinalizando a dificuldade para respirar.

Francisco perdeu parte do pulmão quando era jovem devido a uma infecção respiratória, o que torna o quadro mais complexo.

Em janeiro, o Papa sofreu uma queda em sua casa e machucou o braço direito. Na ocasião, o religioso teve que imobilizar o braço por precaução.

Antes disso, o Papa já havia aparecido com um hematoma após bater o queixo em sua mesinha de cabeceira. Ele também tem utilizado cadeira de rodas para se movimentar.

No discurso deste domingo, o Papa pediu que os membros das Forças Armadas e de segurança "sejam vigilantes contra a tentação de cultivar um espírito de guerra; para não serem contaminados pelo veneno da propaganda do ódio, que divide o mundo entre amigos a defender e inimigos a combater."

Dezoito indígenas foram resgatados em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em condição de trabalho análogo à escravidão. Os trabalhadores atuavam na colheita de uva na região que é conhecida por suas vinícolas. Esse é o terceiro resgate feito pelo órgão na safra de uva no Rio Grande do Sul neste ano.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, indígenas da etnia Kaingang foram contratados por uma empresa terceirizada para fazer a colheita de uva com a promessa de que teriam a carteira assinada e receberiam o pagamento de R$ 150 por diária a partir do dia 7 de janeiro. Apesar disso, o pagamento só começou a ser feito no dia 20 e o registro não aconteceu.

O grupo de trabalhadores com idade entre 17 e 67 anos estava alojado em condições precárias, aglomerado em um galpão de madeira, com colchões no chão, sob teto em más condições. Além disso, havia venda de itens básicos, que deveriam ser oferecidos pelo empregador, como papel higiênico.

"A Auditoria-Fiscal do Trabalho classificou a situação como trabalho em condições análogas à escravidão, considerando a contratação de trabalhadores em situação de vulnerabilidade sob falsas promessas, a informalidade e as condições degradantes de alojamento", diz nota do MTE.

Doze homens e seis mulheres, alguns deles analfabetos, dividiram com mais gente o local, que chegou a abrigar até 40 pessoas. Um bebê e uma criança de cinco anos também moravam no alojamento com os pais. O galpão foi interditado pela prefeitura de Bento Gonçalves na quinta-feira, 6.

Além de submeter os trabalhadores a condições degradantes, a empresa, que não teve seu nome revelado, impediu que eles conseguissem outros postos de trabalho.

O caso só veio a público após dez trabalhadores procurarem a Assistência Social do município, depois de terem sido despejados do alojamento sem receber o pagamento devido.

"Um dos produtores rurais que contratou a empresa terceirizada afirmou ter sido pressionado a empregar os trabalhadores antes do período ideal, o que o levou a colher a uva ainda verde, resultando em prejuízo", diz o Ministério do Trabalho e Emprego.

O produtor afirmou que a empresa terceirizada garantiu que os funcionários estavam devidamente registrados. O produtor afirmou ainda que fornecia as refeições diárias e o transporte aos trabalhadores, e disse que o pagamento à empresa estava em dia.

Segundo o MTE, a empresa foi notificada a quitar os valores devidos e pagar o retorno dos trabalhadores a suas cidades de origem. Além disso, o órgão emitirá o seguro-desemprego especial (três salários mínimos) aos trabalhadores resgatados.