O que a crítica internacional já falou sobre 'Ainda Estou Aqui'

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A grande festa do cinema está chegando e o Brasil está na briga por três estatuetas do Oscar, todas com o filme Ainda Estou Aqui. O longa de Walter Salles disputa os prêmios de Melhor Filme, Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Torres.

Ao longo do tempo, o filme, que estreou no Festival de Veneza, em 2024, e recebeu 10 minutos de aplausos, foi ganhando mais visibilidade, a ponto de alcançar 97% de aprovação da crítica especializada no Rotten Tomatoes. O sucesso levou também a uma repercussão na crítica internacional, que tem sido positiva com algumas exceções.

Veja o que já foi dito sobre 'Ainda Estou Aqui' na imprensa internacional

Após sua estreia em Veneza, o filme foi amplamente elogiado pela imprensa internacional. O portal Deadline chamou o longa de "carta de amor de Walter Salles ao Brasil". "O primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos é, em última análise, uma celebração do Brasil", diz um trecho da crítica, que também destacou a atuação de Fernanda Torres. O texto previa que a atriz poderia ser indicada a prêmios de atuação, como aconteceu.

Já o jornal britânico The Guardian enfatizou a importância do filme para a história brasileira, destacando também a performance de Torres, chamada de "maravilhosa". "Não é culpa de Torres que o drama perca um pouco de sua forma e velocidade na segunda metade, porque é difícil sustentar o suspense em torno de uma ausência e difícil contar uma história que não tenha uma resolução decisiva", considerou o jornal.

A revista Variety avaliou o filme como "profundamente comovente" e deu destaque à fotografia de Adrian Teijido, que "dá a todo o filme a textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada", além da trilha sonora com músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Warren Ellis.

O portal IndieWire avaliou que Ainda Estou Aqui é uma "homenagem tocante a uma família abandonada". Salles, de acordo com o portal, conseguiu fazer "a violência lentamente se infiltrar" na rotina da família Paiva, com diálogos interrompidos por helicópteros e caminhões com soldados destruindo a rua ao fundo da casa dos protagonistas.

'Performance de notável força discreta, capturando a vontade de ferro de Eunice Paiva'

Foi assim que a BBC analisou a atuação de Fernanda Torres, em dezembro, quando o filme ainda não tinha sido indicado a nenhuma das premiações. O veículo destacou que a atriz tem uma "performance de notável força discreta, capturando a vontade de ferro de Eunice Paiva enquanto ela luta para sustentar sua família e descobrir o destino de seu marido". Também elogiou o diretor, dizendo que Salles "nos faz sentir a tensão e o medo do sequestro e dos dias seguintes" e que "poucos filmes criam uma representação tão singular dos efeitos de longo prazo de tais tragédias sobre aqueles que ficam para trás".

'Ícone global'

A participação de Fernanda Torres na campanha de promoção do filme nos Estados Unidos rendeu à atriz o título de "ícone global", pela Vanity Fair. A revista destacou a "performance reveladora" de Torres enquanto fez um retrospecto da carreira da herdeira de Fernanda Montenegro. A publicação lembrou que ela ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes, com Eu Sei que Vou Te Amar, filme de Arnaldo Jabor lançado em 1986.Além disso, apontou, na época, que Ainda Estou Aqui era um forte concorrente ao Oscar de Melhor Longa Internacional, o que quebraria um jejum de 26 anos do Brasil na categoria. Leia o que a Vanity Fair falou sobre Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui.

Enquanto a atriz e o filme ainda não estavam na disputa do Globo de Ouro, que aconteceu no início de janeiro, a revista Variety divulgou apostas para a premiação, ainda em dezembro. A publicação apostou que Fernanda Torres e 'Ainda Estou Aqui' estariam na disputa, o que acabou acontecendo.

'Febre cinematográfica'

Em dezembro, numa matéria intitulada "Sucesso de bilheteria no Brasil gera expectativas de Oscar - e de um acerto de contas", o The New York Times apontou Torres como uma potencial candidata ao Oscar de melhor atriz. A reportagem destaca as figuras de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, relembrando a indicação da mãe ao Oscar por Central do Brasil em 1999.

"Ela [Montenegro] perdeu para Gwyneth Paltrow, e o Brasil nunca superou o que muitos consideram uma injustiça", destaca o texto. Eles ainda diziam acreditar que o longa certamente seria indicado na categoria filme internacional, mas que a indicação de Torres seria incerta.

"Torres chama a atenção de Hollywood como uma potencial candidata à disputa da cobiçada estatueta dourada, graças a um papel que provocou uma febre cinematográfica - e um acerto de contas - no maior país da América Latina", diz a matéria. O New York Times ainda cita a indicação como melhor atriz no Globo de Ouro, e a postagem que o perfil oficial da Academia, que organiza o Oscar, fez com uma foto de Fernanda Torres, que chegou a 820 mil comentários. Leia o que disse o NYT sobre o filme e sobre a atriz ainda em dezembro.

Um pouco antes das indicações ao Oscar chegarem, a Variety voltou a fazer apostas. De acordo com o veículo, Ainda Estou Aqui estaria nas três categorias que, afinal, acabou concorrendo.

'Olhar magnético'

Ainda em janeiro, The New York Times publicou uma crítica bastante elogiosa ao filme. No texto, a jornalista e crítica Alissa Wilkinson destacou a atuação de Fernanda Torres e definiu o longa como "habilidosamente elaborado e ricamente filmado" e "belo e devastador".

"Torres compõe sua performance com inúmeras emoções - alegria no meio do medo, esperança em meio à dor -, e seus olhos inquisitivos são magnéticos", escreveu Alissa. "Este não é apenas um filme sobre uma mulher forte, embora também seja isso. É também sobre o que os regimes autoritários fazem para manter as pessoas na linha."

'Monocórdica'

Mesmo depois da vitória da atriz no Globo de Ouro, o Le Monde fez uma crítica negativa ao filme, o que causou uma mobilização de brasileiros nas redes sociais do veículo. O crítico Jacques Mandelbaum dedicou uma página da edição do tradicional jornal francês para sua crítica. Para ele, a atuação de Fernanda Torres é "um tanto monocórdica."

Mandelbaum não gostou da "concentração melodramática" em Eunice Paiva, que fez o filme "passar com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário". O jornal avaliou o filme com uma estrela, em uma escala que vai até quatro.

Três categorias

No final de janeiro, quando o filme recebeu as três indicações às quais concorre, a Variety achou algumas delas surpreendentes. Apesar de

O The New York Times destacou como a conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro pode ter alavancado as indicações do filme. "Será que Ainda Estou Aqui teria tido um desempenho tão bom - recebendo indicações para filme, filme internacional e atriz principal - se Torres não tivesse ganhado um Globo de Ouro de melhor atriz em drama pouco antes do início do processo de votação do Oscar?", questionou.

O The Hollywood Reporter afirmou que a vitória de Torres no Globo de Ouro foi uma surpresa e que, apesar dela chegar ao Oscar novamente como a "azarona", seu "desempenho em Ainda Estou Aqui - como Eunice Paiva, a esposa que se tornou ativista de um político brasileiro 'desaparecido' durante a ditadura militar do país - foi universalmente elogiado." ter previsto Torres entre as indicadas, a revista classificou tanto a indicação da atriz, quanto a vaga do Brasil na categoria de melhor filme, como surpresas. A publicação destacou que, apesar da campanha pela indicação de Torres e da quase certa indicação a Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui "não foi amplamente previsto para ser indicado a melhor filme".

Fernanda Torres capa de renomadas revistas

A atriz foi capa da versão digital da revista americana The Hollywood Reporter, que publicou uma matéria sobre a brasileira com o título "Fernanda Torres já ganhou", na semana decisiva de votações para o Oscar. A reportagem destaca que Torres ainda não comemorou sua vitória no Globo de Ouro por conta dos incêndios em Los Angeles e a campanha intensiva para o prêmio concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A atriz também foi capa da revista Cultured, publicação independente que fala sobre arte, moda, cinema e música. O texto destaca como Fernanda é famosa e querida no Brasil. "Ao longo do filme, Fernanda se transforma. De uma dona de casa serena, ela se torna uma advogada e ativista pelos direitos humanos", descreve a revista ao falar sobre o papel da atriz no filme. "A atuação sutil de Torres a alçou ao centro das atenções internacionais da indústria. Ela parece, ao mesmo tempo, estar pronta para este momento e ligeiramente surpresa com tamanha atenção recebida", diz a publicação.

O sucesso de Fernanda Torres fez outras publicações apostarem suas fichas nela. O The Washington Post fala que a vencedora do Oscar de Melhor Atriz pode estar escondida à vista de todos, dizendo que Torres pode estar chegando sem tanto destaque ou alarde ao prêmio.

'Ainda Estou Aqui' favorito ao Oscar

O The Guardian publicou uma resenha extremamente elogiosa sobre o longa apontando a obra de Salles como a favorita para o Oscar de Melhor Filme Internacional. "Ainda Estou Aqui está na disputa para Melhor Filme e Melhor Filme Internacional e, após o fiasco de Emilia Pérez, é o favorito na última categoria", diz o texto assinado por Wendy Ide, que também elogiou o trabalho de Torres, descrevendo-a como "fenomenal". "Ela mereceu a indicação à Melhor Atriz."

Em outro texto, assinado por Tom Phillips, o jornal defende que o longa leve o Oscar de Melhor Filme. No texto, Phillips afirma que a obra de Salles sobre a família Paiva retrata uma realidade sombria que encontra inúmeros paralelos com a situação política vivida pelo mundo em 2025. "Ainda Estou Aqui é um filme sobre os tempos cruéis e inquietantes que mais uma vez varrem o mundo. Se algum filme merece o Oscar de 2025, é este", pontua.

NYT aposta em 'Ainda Estou Aqui' e Fernanda Torres como vencedores

O jornal The New York Times divulgou suas previsões finais para o Oscar 2025 no final do mês de fevereiro e apostou em Ainda Estou Aqui vitorioso na categoria de Melhor Filme Internacional e Fernanda Torres como Melhor Atriz. Sobre a brasileira, o jornalista Kyle Buchanan explicou: "Vale a pena ser a última candidata que as pessoas assistem, e ela está recebendo muitos votos dos membros da Academia que só agora estão se familiarizando com seu filme. Com as coisas tão próximas entre [Demi] Moore e [Mikey] Madison, eu me pergunto se os eleitores não ficarão tentados a escolher Torres como uma terceira alternativa. Ainda assim, qualquer uma dessas mulheres pode vencer."

Para os analistas da Hollywood Reporter, o fato de Emilia Pérez ter perdido tração após as polêmicas de Gascón é um fator de influência para a vitória do longa de Salles como filme internacional, mas não menos que o fato de o próprio Ainda Estou Aqui ter começado a chamar mais atenção à medida que o público e os votantes americanos assistiram ao filme.

"O diretor Walter Salles fecha um ciclo com o retorno do Brasil depois de 16 anos de ausência", justifica Rooney. "Ao escalar Fernanda Torres como uma mulher que se recusa a ser despedaçada por uma perda devastadora e pela desumanidade, essa história emocionante, ambientada durante os anos da ditadura, faz uma conexão direta com Central do Brasil, que foi estrelado pela mãe de Torres, Fernanda Montenegro. Com a ascensão global do autoritarismo, o novo filme é um 'grito do coração' urgente."

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A cidade de São Paulo não deve ter fortes chuvas na noite deste sábado, 8, segundo boletim divulgado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura. As chances de rajadas de vento, porém, se mantêm.

No Paraná, ao menos seis pessoas morreram e 750 ficaram feridas após a passagem de um tornado na tarde de sexta-feira, 7, na região centro-oeste do Estado.

A previsão era de que a chuva seguisse em direção a São Paulo, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Até houve registros de fortes chuvas na capital durante a madrugada deste sábado, mas a situação não se prolongou. No fim da tarde, os termômetros marcavam 25°C, com umidade relativa em torno dos 73%, segundo o CGE.

O boletim divulgado no meio da tarde, às 15h, apontou que as instabilidades que atingiram a capital e a região metropolitana durante a madrugada já se afastaram em direção ao Sul de Minas e do Rio de Janeiro.

"Não são mais esperadas chuvas significativas ao longo do dia, mas ainda há potencial para a ocorrência de rajadas de vento de até 80km/h durante todo o dia e noite, o que vai favorecer a acentuada queda da temperatura", diz o CGE.

Climatempo alertou para ventania em São Paulo

Na sexta-feira, 7, a Climatempo alertou para o risco de ventos fortes inicialmente na Região Sul e, ao longo deste sábado, no Sudeste.

"No decorrer da tarde do sábado, o ciclone se desloca pelo oceano, indo em direção à costa de São Paulo e do Rio de Janeiro", afirmou, em nota.

Na madrugada e manhã de domingo, 9, a previsão é de que o ciclone se afaste em alto mar, na altura do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Defesa Civil emitiu alerta para os riscos de ciclone

Desde quinta-feira, 6, a Defesa Civil do Estado de São Paulo alerta para os riscos do ciclone extratropical, seguido por uma frente fria, que começou a se formar na sexta sobre o Sul.

O ciclone e a frente fria começaram a se formar a partir de uma área de baixa pressão atmosférica e ganharam força entre o Norte da Argentina e o Paraguai durante a tarde e a noite de quinta.

Os estados do Sul do País são os mais afetados, mas o fenômeno também fez o tempo ficar instável em São Paulo e outras regiões.

O Paraná viveu, nesta sexta-feira, 7, um dos eventos meteorológicos mais severos de sua história recente. Ao menos seis pessoas morreram e 773 ficaram feridas após a passagem de um tornado na região centro-oeste do Estado. Os fortes ventos deixaram um rastro de destruição na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, município de cerca de 14 mil habitantes localizado a aproximadamente 380 quilômetros de Curitiba.

O Estadão conversou com Sheila Paz, meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que detalhou as causas, a dimensão e as implicações climáticas do tornado. Ela explicou que a passagem de uma frente fria associada à formação de um ciclone na costa do Rio Grande do Sul deu origem a supercélulas de tempestade que levaram à formação do tornado.

O Simepar ainda investiga a ocorrência exata, mas a meteorologista confirma que três tornados foram registrados no Estado entre as 18h e as 20h de sexta-feira. O mais intenso atingiu Rio Bonito do Iguaçu, com ventos estimados em 250 km/h, o que corresponde à categoria F3 na escala Fujita, usada para medir a intensidade de tornados.

"É um tornado extremamente violento e devastador, o pior evento de tempestade da história recente do Paraná", afirmou Sheila, acrescentando que cerca de 80% da cidade foi afetada. Registros mostram que as rajadas provocaram destelhamento de residências, além de quedas de árvores e postes.

Apesar do impacto, Sheila explicou que tornados não são fenômenos desconhecidos na região. "Eles fazem parte da nossa climatologia. O que aconteceu foi que esse passou exatamente sobre uma cidade pequena, o que fez o estrago ser amplamente sentido", disse. Ela destacou que muitos eventos semelhantes ocorrem em áreas rurais, sem deixar registros visíveis ou danos significativos.

Segundo a meteorologista, a primavera é uma estação especialmente crítica, marcada pela passagem de frentes frias e tempestades intensas. "Nos últimos dois meses, tivemos várias tempestades severas no Paraná e em toda a região Sul. Estamos vivendo uma temporada muito movimentada", afirmou.

O que causou a formação do tornado?

Conforme o Simepar, os temporais na região estão associados a uma combinação de fenômenos que incluem o deslocamento de uma frente fria impulsionada por um sistema de baixa pressão atmosférica formado entre o Paraguai e o sul do Brasil, ao mesmo tempo que um ciclone extratropical se desloca do continente para o oceano.

"Observamos o avanço de uma frente fria associada a um ciclone bem estruturado entre o litoral gaúcho e o Atlântico. À frente dessa frente fria, se formaram células de tempestade que evoluíram para supercélulas. Dentro delas, houve a formação dos tornados", explicou Sheila.

O evento desta semana foi agravado por um ambiente atmosférico altamente instável, com "grande corredor de umidade e temperaturas elevadas" no interior do Estado, favorecendo o surgimento de supercélulas. "O ciclone trouxe umidade e energia em excesso e, quando encontrou calor no interior, criou as condições ideais para a formação desses sistemas", explicou.

Diferença entre tornado, ciclone e furacão

Um dos principais pontos de confusão entre o público é a diferença entre tornado, ciclone e furacão. Sheila explica que são fenômenos distintos, tanto em escala quanto em duração.

"O furacão é um sistema gigantesco, com centenas de quilômetros de extensão, formado sobre oceanos tropicais. Ele mantém ventos muito fortes por horas ou dias, como o furacão Melissa, que passou pela Jamaica recentemente", afirmou.

"Já o tornado tem dezenas de metros de diâmetro, forma-se dentro de uma supercélula e dura poucos segundos ou minutos. No caso do Paraná, a destruição observada ocorreu em cerca de 30 segundos."

O ciclone, por sua vez, é uma área de baixa pressão atmosférica, e pode ser o ponto de partida para uma frente fria e tempestades severas, como as que atingiram o Paraná. "O ciclone que se formou na costa do Rio Grande do Sul ajudou a organizar a frente fria, que por sua vez criou o ambiente propício às supercélulas. Dentro delas, surgiram os tornados", explicou.

Sheila lembra que o Brasil só registrou um furacão verdadeiro em sua história: o Furacão Catarina, em 2004, que atingiu o litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. "Furacões não pertencem à nossa climatologia, mas supercélulas e tornados sim", explicou.

Mudanças climáticas

Embora tornados façam parte da climatologia do Sul, Sheila reconhece que há sinais de mudança. "Os estudos mais recentes indicam aumento da intensidade e da frequência. Esses fenômenos sempre existiram, mas hoje acontecem com mais força e são registrados com mais facilidade. Essa chavinha já virou."

Para a meteorologista, a situação observada no Paraná se soma a um quadro mais amplo de eventos extremos na região. "O que vimos no Rio Grande do Sul no ano passado mostra que o clima está mudando. Temos tempestades mais severas, mais destrutivas, e isso exige preparo e investimento em monitoramento", disse.

A meteorologista reforça que, diante de um cenário climático mais severo, a educação da população e o fortalecimento dos sistemas de alerta são fundamentais. "É essencial que as pessoas saibam como agir diante de uma tempestade. Alertas precisam chegar com antecedência e a população precisa entender a gravidade desses eventos. Só assim conseguiremos reduzir o impacto humano e material."

O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), assinou neste sábado, 8, um acordo de cooperação técnica com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, para realizar um intercâmbio de projetos de sustentabilidade e urbanismo em meio aos trabalhos da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, na capital paraense.

A cerimônia foi realizada na sede da prefeitura de Belém. Depois da assinatura, a prefeita de Paris foi levada para conhecer um museu que funciona no local.

"A prefeita é uma referência no que diz respeito a cidades caminháveis, cidades arborizadas e resilientes, e uma referência também em urbanismo sustentável, então para nós é um motivo de satisfação e um momento em que Belém dá uma grande virada de chave e entra no mapa do planeta, tendo hoje essa oportunidade de assinar esse termo de cooperação técnica que vai fazer com que nossa cidade possa se capacitar ainda mais para os desafios pós Cop30", afirmou o prefeito.

Anne Hidalgo lembrou que Belém era conhecida como a Paris da América Latina e ressaltou a arquitetura e a riqueza cultural da cidade. No final do século 19, em uma época de prosperidade econômica por causa do ciclo da borracha, Belém ganhou esse apelido devido à realização de reformas inspiradas na capital francesa.