Novo livro de Marcelo Rubens Paiva, autor de 'Ainda Estou Aqui', já tem data de lançamento

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Marcelo Rubens Paiva, autor de Ainda Estou Aqui, irá lançar um novo livro, chamado o novo agora. A obra será publicada pela editora Alfaguara, selo da Companhia das Letras, em 22 de abril, e já está em pré-venda.

O novo livro aborda os anos mais recentes da vida de Marcelo, falando sobre o nascimento de seus filhos, crise em seu casamento, a pandemia e alguns de seus projetos profissionais.

Esse será o terceiro volume da saga autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva. O primeiro livro é Feliz Ano Velho, lançado em 1982, em que o autor relata como se tornou tetraplégico ainda jovem. Em 2015, ele publicou Ainda Estou Aqui, que conta a história de sua mãe, Eunice Paiva, e como ela lidou com o desaparecimento de Rubens Paiva, seu marido, durante a ditadura militar.

A sinopse de O novo agora revela que o livro começa em 2014, quando ele se tornou pai pela primeira vez e sua vida mudou rapidamente. Com escrita alternando entre o presente e o passado, ele tenta resgatar lições e registros deixados por seus pais para educar seus filhos.

Após alguns anos, ele se sente boicotado pelo governo de direita no Brasil e tem que lidar com seus projetos sendo cancelados. Em 2020, o escritor se encontra em isolamento social, com duas crianças para cuidar e uma família em crise para administrar.

Leia a sinopse

Escritor, pai depois dos cinquenta anos, cadeirante e considerado inimigo pelo governo vigente: assim Marcelo Rubens Paiva se descreve, neste livro franco e emocional, sequência autobiográfica de Feliz Ano Velho e Ainda Estou Aqui -- cujo filme, dirigido por Walter Salles e com Fernanda Torres no papel principal, foi vencedor do prêmio de melhor roteiro do Festival de Veneza e candidato ao Oscar de melhor filme.

Nas obras anteriores, ele fala sobre o acidente que o deixou numa cadeira de rodas aos vinte anos, o desaparecimento do pai, Rubens, durante a ditadura militar, e a luta da mãe, Eunice, para cuidar sozinha dos cinco filhos, se tornar uma defensora dos direitos indígenas e, por fim, enfrentar o Alzheimer. Desta vez, em O novo agora, é o próprio Marcelo quem está no papel de pai.

Às vezes bem-humorado, em outras melancólico, Marcelo mergulha nas agruras da paternidade, ao mesmo tempo em que recorda períodos especialmente duros do país: primeiro, a guinada política que atinge em cheio sua família e artistas. Depois, a pandemia. E, em meio a isso, a lenta fragmentação do casamento.

A escrita avança e recua no tempo, retoma memórias de infância e relatos de seus pais e, aos poucos, constrói um retrato complexo de uma família atravessada por crises em diferentes níveis, incerta quanto ao futuro, mas que, aos poucos, aprende a sobreviver. E a sair do outro lado refeita.

Ficha técnica

Título: o novo agora

Autor: Marcelo Rubens Paiva

Editora: Alfaguara

Número de páginas: 272

Preço: R$ 79,90 (livro físico) - R$ 39,90 (e-book)

Data de lançamento: 22 de abril

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

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Um homem de 42 anos morreu na manhã desta quinta-feira, 6, depois de ser atropelado perto da plataforma de embarque remoto do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo.

A vítima trabalhava para Security Sata, empresa terceirizada responsável por fazer o transporte de passageiros da área de embarque até os aviões. A empresa foi procurada pela reportagem e não havia dado um retorno até a publicação deste texto.

Conforme a Aena, concessionária que opera o aeroporto, o homem foi atropelado por um ônibus, sem passageiros, enquanto o veículo realizava uma manobra de ré na plataforma de embarque remoto de Congonhas.

As equipes de emergência foram acionadas para prestar os primeiros socorros à vítima. O funcionário foi encaminhado para o Hospital Saboya, no Jabaquara (zona sul), mas não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado na 2.ª Delegacia de Atendimento ao Turista.

"A Aena presta as mais sinceras condolências à família e está totalmente à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações do caso", disse a concessionária em nota.

A prefeitura de Tijucas, em Santa Catarina, decretou situação de emergência por falta de vagas no cemitério público do município. Na quarta-feira, 5, a cidade de 56,6 mil habitantes estava com apenas uma vaga disponível para sepultamento no Cemitério Municipal, no Bairro da Praça, próximo à região central. A prefeitura considera que a situação "é de colapso".

O decreto foi publicado no último dia 26, e de lá para cá a situação não melhorou, segundo o prefeito Maickon Campos Sgrott (PP). "Estamos avaliando alternativas, incluindo a permuta de um terreno ao lado do cemitério para ampliação e a possível concessão da administração do espaço para a iniciativa privada", diz.

Até lá, serão adotadas medidas de emergência, como:

- exumação de corpos sepultados há mais tempo

- incentivo à cremação de novos falecidos

- reorganização dos espaços no cemitério, que é utilizado desde sua inauguração, em 1919

No local, há cerca de 6,5 mil sepulturas e 325 túmulos estão abandonados. A prefeitura pretende pedir a devolução dessas sepulturas sem uso aos proprietários.

O decreto cita que o município não possui capacidade técnica e operacional imediata para solucionar a crise no local, o que torna "indispensável a adoção de medidas emergenciais para evitar a interrupção dos serviços funerários". Ocorreram alguns óbitos nos últimos dias, mas os corpos foram para cemitérios particulares ou de outras cidades.

A prefeitura pretende dar permissão para que uma empresa administre o cemitério sem necessidade de licitação. A permissionária terá de cumprir as seguintes obrigações:

- Cadastrar e recadastrar todos os sepultados e dos responsáveis pelos jazigos;

- Notificar as famílias para exumação e remoção dos restos mortais, conforme a legislação vigente;

- Gerenciar a logística e operação do cemitério, assegurando eficiência, organização e transparência nos serviços;

- Manter registro atualizado e informatizado de todas as sepulturas e ocorrências, permitindo consulta pública;

- Garantir atendimento humanizado e digno às famílias enlutadas, assegurando respeito e sensibilidade nos procedimentos.

O decreto de emergência tem prazo de 180 dias e pode ser prorrogado, caso um relatório técnico "demonstre a permanência das condições que justificaram a decretação da situação".

Localizada no litoral catarinense, entre Balneário Camboriú e Florianópolis, Tijucas é uma cidade turística, cortada pela BR-101 e banhada pelo rio que dá nome ao município. Devido à sua localização estratégica entre polos turísticos importantes, Tijucas teve um crescimento demográfico expressivo nos últimos anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade tinha 51.592 habitantes em 2022 e chegou a 56.674 em 2024.

Falta de mortos era mote de novela da Globo

O caso de Tijucas remete ao enredo da novela O Bem-Amado, exibida originalmente pela TV Globo em 1973. Em situação oposta à da cidade catarinense, o prefeito da fictícia Sucupira, Odorico Paraguaçu, precisava de um defunto para inaugurar seu cemitério, uma obra considerada faraônica pela oposição. Sem mortes naturais na pacata cidadezinha, ele começa a planejar a morte de alguém, contratando um matador, o Zeca Diabo, na tentativa desesperada de inaugurar seu cemitério.

Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, teve os cabelos raspados e foi torturada antes de ser morta. O corpo foi encontrado pela polícia nesta quarta, 5, em uma mata na Grande São Paulo. A jovem residia com a família no bairro Ponunduva, em Cajamar, e trabalhava no restaurante de um shopping da cidade.

De acordo com a GCM, a adolescente tinha ferimentos profundos na garganta. O corpo estava nu e parcialmente esquartejado, sinais indicativos de crueldade. Os braços estavam amarrados com uma fita plástica. Como o corpo pode ter permanecido um certo tempo no local, há também a hipótese de que alguns ferimentos tenham sido causados por animais.

Ela desapareceu no dia 26, após descer do ônibus quando retornava do trabalho para casa. Durante o trajeto, a adolescente relatou "medo" por estar sendo seguida. O pai de Vitória disse à polícia que sempre buscava a filha no ponto de ônibus, mas naquele dia seu carro estava em uma oficina mecânica e ela faria o percurso a pé.

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Em seguida, ela toma o ônibus e informa que um deles também subiu no coletivo. A amiga pergunta se ele a está seguindo e ela responde: "Espero que não". Logo depois ela informa que desembarcou e ele continuou no ônibus, manifestando seu alívio por isso. Testemunhas relataram à polícia terem visto um carro com quatro homens seguindo Vitória, depois que ela desceu do ônibus e caminhava em direção à sua casa.

Pela manhã, a Secretaria da Segurança Pública chegou a informar, em nota, que o ex-namorado da vítima teve o pedido de prisão temporária decretado pela Justiça. Depois, à tarde, o delegado seccional de Franco da Rocha, Aldo Galiano Junior, corrigiu a informação em entrevista coletiva.

Foram requisitados exames periciais e ao Instituto Médico Legal (IML) para o corpo da vítima, o que deve ajudar a esclarecer o que exatamente aconteceu com ela, mas os laudos ainda estão em elaboração.