'Uma Advogada Brilhante' brinca sobre machismo com humor e competência

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Em 2018, a diretora Ale MacHaddo viu uma reportagem sobre dois advogados que tiveram suas caixas de e-mail trocadas. Um deles, do nada, passou a receber mensagens perguntando se era casado e a ser chamado para jantares. Foi quando percebeu que sua assinatura estava como feminina, enquanto uma colega passou a ter uma assinatura masculina. "Ele teve um mês brilhante de experiências inesperadas", diz a diretora ao Estadão.

A cineasta teve a ideia, então, de transformar essa pequena confusão em filme. O resultado é o longa-metragem Uma Advogada Brilhante, estrelado por Leandro Hassum, que chega aos cinemas brasileiros neste final de semana. A história, a partir daquele episódio real, é uma mistura de Tootsie com Uma Babá Quase Perfeita. Conta a história do advogado Michelle Barbieri (vivido por Hassum) - nome de inspiração italiana, sempre confundido com o de uma mulher. Ele se aproveita dessa confusão quando o escritório em que trabalha é comprado e todos os homens são mandados embora. O RH, sem entender, acaba mantendo Michelle, que passa a se vestir como mulher para não perder o emprego e, assim, manter a guarda do filho.

Hassum lembra que a diretora ajudou o ator a se preparar para o papel - a cineasta passou por uma transição de gênero e conseguiu auxiliar o comediante em questões de voz e corpo. "A Ale me indicou a fonoaudióloga dela, e fizemos um trabalho de voz por quase dois meses. Tenho facilidade com voz por conta da minha experiência com dublagem", afirma o ator.

Ele conta que houve uma preocupação central em não cair no estereótipo de personagens femininos caricatos, como fazia no Zorra Total. O objetivo era que essa mulher fosse crível, para que o protagonista se enxergasse no universo feminino e sentisse essa vivência de forma profunda.

CONSTRUÇÃO

"A construção da Michelle passou também pelo figurino. A Ale tem um senso estético forte e ajudou a criar essa 'mulher violão'. Tudo foi pensado para compor uma personagem impactante", diz. "O desafio é que já sou um ator naturalmente expressivo e caricato. Então, quando estava de Michelle, precisava fazer menos. O personagem já era grande por si só, e eu queria garantir que a interpretação fosse respeitosa."

Hassum disse que, no início, bateu uma preocupação com a proposta do filme - além da cutucada no machismo, mostrar a visão da mulher sobre preconceitos do dia a dia e ainda ter o comediante ali, vestido de mulher, sem ser uma pessoa que vive isso na pele todos os dias.

Já Ale mostra uma tranquilidade serena no rosto. Nunca ficou preocupada com qualquer reação. Confia no filme que fez, entende que alcançou a proposta e mostra orgulho do trabalho. "Nunca tive medo porque sabia que o filme não fazia deboche do homem vestido de mulher. O humor está na experiência do protagonista ao viver na pele o que as mulheres passam diariamente", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um incêndio atinge várias casas em uma comunidade na rua dos Gusmões, no bairro de Santa Ifigênia, nas proximidades da Cracolândia, região central de São Paulo, neste domingo, 9. A ocorrência foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que destinou sete equipes para combater as chamas.

Ainda não existem informações sobre vítimas. Imagens produzidas por moradores da região mostram casas de madeira e barracos sendo consumidos pelas chamas, e a chegada dos caminhões do Corpo de Bombeiros. Ainda de acordo com os moradores, o local, situado na altura do número 199, é uma ocupação que busca regularização.

A região fica próxima da concentração de dependentes químicos conhecida como Cracolândia, nos arredores da Estação da Luz. Atualmente, o fluxo de usuários se reúne na rua General Couto de Magalhães, onde o prefeito Ricardo Nunes (MDB) construiu um muro em maio de 2024. O local também está próximo do incêndio.

A própria rua dos Gusmões já foi o ponto de grandes aglomerações de usuários no ano passado e palco de confrontos entre usuários e agentes de segurança. Centenas de pessoas eram vistas usando drogas durante as noites.

Após a migração do fluxo para ruas próximas, a região vivia um processo de revitalização liderado por moradores e comerciantes, com o plantio de mudas de plantas e a pintura das calçadas.

O número de casos de dengue no Brasil caiu 68,6% nos dois primeiros meses de 2025 na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo os dados do Ministério da Saúde, foram registrados 502 mil casos prováveis da doença, 235 mortes confirmadas e 491 em investigação nas nove primeiras semanas do ano.

Em 2024, ano da maior epidemia de dengue da história do País, nesse mesmo período haviam sido contabilizados 1,6 milhão de casos prováveis, 1.356 mortes confirmadas e 85 em investigação. Ou seja, além da redução no número de casos, o número de mortes confirmadas caiu 82% de um ano para o outro.

Porém, a quantidade de pessoas infectadas pela dengue ainda permanece alta. Para comparar, em 2023 o número de casos prováveis nos dois primeiros meses havia sido de 261 mil. A quantidade de mortes confirmadas e prováveis havia sido de 189 e 13, respectivamente. Isso quer dizer que, na comparação com 2023, 2025 registrou aumento de 93% no número de casos.

A região Sudeste é a que mais teve registros de dengue nos primeiros meses de 2025: foram 367 mil casos prováveis e 191 mortes confirmadas. Só em São Paulo foram 291 mil casos prováveis, com 176 mortes confirmadas.

No Estado, aliás, a tendência é inversa à nacional - o número de casos aumentou de 2024 para 2025. No ano passado, as nove primeiras semanas do ano haviam contabilizado 271 mil casos prováveis e 226 mortes confirmadas. Ou seja, houve aumento de 7,3% nos casos de um ano para outro.

De acordo com o Ministério da Saúde, o que preocupa no Estado é a presença do sorotipo 3 da dengue, que não circulava no País há 15 anos. A pasta explica que esse sorotipo é considerado um dos mais virulentos da doença e tem mais potencial de causar formas graves de dengue.

Segundo o ministério, a circulação de um novo sorotipo pode levar a "epidemias significativas". A Saúde aponta que o aumento no número de casos de dengue no Brasil entre 2000 e 2002 foi relacionado à introdução do sorotipo 3 no País.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta para risco de surtos de dengue na América Latina devido à circulação desse sorotipo. Outros países com presença do sorotipo 3 são: Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Porto Rico.

A recomendação à população continua sendo eliminar focos de água parada, que são criadouros do mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti. Outras iniciativas de prevenção são usar repelente e instalar telas nas janelas. Em caso de sintomas como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos, é preciso procurar assistência médica imediatamente.

O papa Francisco teve uma "noite tranquila" e "descansa" na manhã deste domingo, 09, informou o Vaticano. O pontífice continua apresentando uma melhora gradual e leve e "está respondendo bem aos tratamentos prescritos", diz a Santa Sé.

A melhora do papa é "consequência da boa resposta à terapia" respiratória, avaliam os médicos. Esta é a primeira vez que a equipe responsável por Francisco relata que ele responde positivamente ao tratamento para a infecção pulmonar diagnosticada após sua internação em 14 de fevereiro.

Seu prognóstico, no entanto, segue "reservado", o que significa dizer que ele ainda não está fora de perigo.

Este é o 23.º dia de internação do santo padre para o tratamento de uma pneumonia bilateral e também o quarto domingo consecutivo que o papa não aparecerá para sua bênção semanal ao meio-dia

Durante a última semana, depois de dias com quadro de saúde estável, Francisco teve uma recaída e precisou, novamente, utilizar ventilação mecânica não invasiva. Além dos vários episódios de insuficiência respiratória e broncoespasmo, ele teve insuficiência renal leve e precisou de transfusão de sangue.