A Feira do Livro 2025: lista de autores tem Marcelo Rubens Paiva, Drauzio Varella e portugueses

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A Feira do Livro 2025, festival literário que acontece em São Paulo entre os dias 14 e 22 de junho, contará com mais de 150 expositores e uma programação com debates e atividades gratuitas na praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

A primeira leva de autores convidados acaba de ser divulgada, com participação de 40 nomes como Marcelo Rubens Paiva, Drauzio Varella, Lázaro Ramos, Ignácio de Loyola Brandão, Lídia Jorge, Lina Meruane e muitos outros.

O evento ocorre no mesmo período que a Bienal do Livro do Rio de Janeiro (entre os dias 13 e 22 de junho), abrangendo o feriado de Corpus Christi, em uma coincidência que "não foi desejada nem planejada", segundo Paulo Werneck, da Associação Quatro Cinco Um, que realiza a Feira do Livro.

A sincronia gerou certo desconforto no meio editorial, já que as editoras devem enfrentar impasses logísticos - e acabar impossibilitadas de marcar presença nos dois eventos. Isso porque costumam trabalhar com uma mesma equipe para a participação em feiras, o que afeta principalmente as pequenas e médias casas editoriais.

Para Werneck, a simultaneidade deve, sim, trazer desafios logísticos e de planejamento para os editores que participarem dos dois eventos, mas ele pensa que "já estamos colhendo benefícios dessa situação, como o compartilhamento de autores e a possibilidade de levar o assunto livro para a mídia do país inteiro durante aqueles dias muito especiais de junho", disse ao Estadão. "É uma espécie de alinhamento astral. Em junho, o grande tema na pauta do País vai ser o livro".

No ano passado, A Feira do Livro foi realizada entre 29 de junho e 7 de julho, por conta de obras na praça Charles Miller. A organização optou por retornar ao feriado de Corpus Christi pelo bom desempenho observado em outra edição.

"A edição de 2023, que foi em cima do feriado, foi inesquecível para quem participou. O paulistano trabalha muito e por isso vai ser fundamental ter dias livres para curtir a Feira. Teremos seis dias livres e três dias úteis. E no último domingo tem a Parada LGBTQIA+ em São Paulo, que traz um público especial e um astral muito legal em toda a cidade", comenta Werneck.

Esta será a quarta edição do evento, que, em 2024, recebeu 64 mil pessoas. A expectativa é que, com o retorno ao feriadão, o festival poderá atrair até 110 mil pessoas ao longo dos nove dias de programação. Como novidade, Werneck destaca uma programação oficial voltada ao público infantojuvenil, que até então ficava por conta dos expositores e parceiros.

A Bienal do Livro do Rio, que recebeu mais de 600 mil visitantes em sua última edição, em 2023, costuma acontecer no mês de setembro. Em 2025, porém, foi adiantada por causa da celebração do Rio como Capital Mundial do Livro pela Unesco. A mudança foi anunciada em abril do ano passado.

Autores confirmados na programação da Feira do Livro 2025

Além dos mais de 150 expositores, entre editoras e livrarias, a programação da Feira do Livro contará com nomes nacionais e internacionais de diferentes gêneros literários, em debates, rodas de conversa e palestras gratuitas. Nesta terça-feira, 24, foram anunciados 40 autores e autoras - o que corresponde a cerca de um quarto da lista final, segundo a organização.

A lista conta também com Oscar Nakasato, Marilena Chaui e Adriana Lisboa, entre os convidados nacionais. Quanto aos convidados estrangeiros, marcam presença no evento autores portugueses como Lídia Jorge, Afonso Cruz, Alexandra Lucas Coelho e Fernando Rosas, além da chilena Lina Meruane, do argentino Pedro Mairal e da geógrafa americana Ruth Wilson Gilmore.

"Estamos levando nomes novos e consagrados, há um mix de gerações, de pontos de vista. O conjunto é plural", diz Paulo Werneck.

Mais nomes serão divulgados nas próximas semanas pela organização. Veja todos os confirmados nesta primeira leva:

Adriana Lisboa

Afonso Cruz

Alexandra Lucas Coelho

Aline Bei

Aline Midlej

Amara Moira

Bia Bracher

Cidinha da Silva

Cuti

Drauzio Varella

Edu Lyra

Eduardo Giannetti

Edyr Augusto

Elisama Santos

Fernando Rosas

Hélio de Seixas Guimarães

Ignácio de Loyola Brandão

Laura Liuzzi

Lavínia Rocha

Lázaro Ramos

Leonardo Fróes

Lídia Jorge

Lina Meruane

Marcelo Rubens Paiva

Marilena Chaui

Martha Nowill

Mayra Cotta

Neide Rigo

Oscar Nakasato

Paloma Vidal

Paulo Henriques Britto

Pedro Mairal

Ricardo Cardim

Ricardo Terto

Ronilso Pacheco

Ruth Wilson Gilmore

Tati Bernardi

Veronica Stigger

Vinicius Portella

Yamaluí Kuikuro Mehinaku

A programação oficial é realizada simultaneamente em dois pontos: no Palco da Praça, diante da fachada histórica do Estádio do Pacaembu, e no Auditório Armando Nogueira, que integra o Museu do Futebol. Outros três espaços menores, os Tablados Literários, espalhados por mais de 15 mil metros quadrados, abrigam a programação paralela pautada pelos expositores.

Editoras participantes da Feira do Livro

Grupos editoriais como Companhia das Letras, Record, Autêntica, Planeta e HarperCollins Brasil e editoras menores, como Instante, Relicário, Fósforo e Carambaia, já confirmaram presença na Feira. A Livraria da Vila e a Banca Tatuí também estarão lá.

Dada a convergência entre A Feira do Livro e a Bienal do Livro do Rio, algumas editoras devem optar por não participar do evento paulistano em 2025, o que deve ser confirmado mais próximo da data.

A Feira do Livro 2025

Data: 14 a 22 de junho de 2025

Local: Praça Charles Miller - Pacaembu - São Paulo/SP

Entrada gratuita

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Policiais Militares de São Paulo prenderam na noite da última quinta-feira, 31, três homens suspeitos de fazer uma família de bolivianos refém na zona leste da cidade e praticarem o crime disfarçados de policiais civis.

Dois desses suspeitos andavam pela Rua Canários, no Jardim Iguatemi, quando foram parados pelos militares. Os falsos agentes usavam coletes balísticos do GOE, o Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil.

Na abordagem, os PMs pediram aos criminosos que apresentassem a "funcional", documento que comprova o vínculo com a Polícia Civil. Os homens negaram e disseram que não tinham "que dar satisfação" aos agentes. "Estamos em operação", chegaram a falar.

A abordagem foi gravada pelas câmeras corporais dos policiais militares (veja as imagens acima) e obtidas pelo Estadão. O terceiro integrante do grupo foi preso dentro de um veículo localizado nas proximidades.

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Com os suspeitos, foram apreendidos uma arma, munições e um veículo. O caso foi registrado no 49.° Distrito Policial (São Mateus) e os suspeitos indiciados por tentativa de roubo, usurpação de função pública, porte ilegal de arma e uso de documento falso.

A reportagem procurou a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP) e aguarda retorno.A reportagem procurou a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP) e aguarda retorno.

O porteiro Manoel Anésio foi o responsável por ligar para a Polícia Militar do Rio Grande do Norte para denunciar as agressões que o estudante, e ex-jogador de basquete, Igor Cabral cometia contra a namorada em um condomínio no bairro Ponta Negra, zona sul de Natal. O caso aconteceu no último sábado, 26.

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"Ele estava dando soco nela e estava em cima, mas não dava para ver que ela estava embaixo. Mas, quando ela levantou, deu para ver a cara ensanguentada. Aí, abriu o elevador e ela saiu", disse o porteiro em entrevista à InterTV Cabugi, afiliada à Rede Globo. "Foi de imediato, eu chamei a polícia, rapidamente chegou e graças a Deus levaram ele."

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Cabral alega que teve um "surto claustrofóbico" e, temendo pela sua segurança, foi transferido do Centro de Recebimento e Triagem (CRT), em Parnamirim - espécie de porta de entrada do sistema penitenciário, - para a Cadeia Pública Dinorá Sinas, em Ceará-Mirim, na Grande Natal.

Ele está preso de maneira preventiva e a defesa diz que Cabral está à disposição das autoridades.

O porteiro afirma que se assustou com o grau da violência presenciada. "Nunca tinha visto esse tipo de coisa", disse. "Acho que qualquer um que estivesse aqui no meu lugar faria a mesma coisa (chamado à polícia)", disse.

Agressões

O caso aconteceu no último sábado. Igor Cabral teria ficado com ciúmes depois de ver algumas mensagens no celular da namorada. O rapaz jogou o celular da namorada na piscina e subiu ao apartamento dela para pegar os seus pertences. Ela subiu atrás, em outro elevador. Quando os dois se encontraram no mesmo andar, a discussão continuou. Com medo de ser agredida, ela permaneceu no elevador porque não há câmeras no corredor.

Durante a discussão, o agressor avançou sobre a vítima e a socou no rosto por mais de 60 vezes. O homem foi contido por moradores até a chegada da polícia, e preso na sequência em flagrante. Ela precisou ser hospitalizada e, sem conseguir falar, teve de dar depoimento à polícia por meio de bilhete escrito.

A mulher que estava nua no colo do juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, de 61 anos, que atropelou e matou uma ciclista em Araçatuba (SP) disse à polícia que tentou assumir a direção da caminhonete ao perceber que ele estava embriagado. A morte ocorreu no último dia 24.

A reportagem teve acesso aos depoimentos. No momento em que ela tentava trocar de lugar, ele não parou e atropelou a ciclista Thais Bonatti de Andrade, de 30 anos. A auxiliar de cozinha foi internada, mas morreu no hospital.

Procurada, a defesa informou que pediu sigilo no processo e disse que, por ora, não se manifestará. Em seu depoimento dado antes da morte da vítima, o juiz manifestou "estar arrasado" com a situação da ciclista e ofereceu apoio aos familiares.

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Segundo a depoente, em razão de o ex-magistrado estar bêbado, o dono da boate chegou a oferecer o serviço de Uber, mas ele não aceitou. Durante o percurso, o juiz chegou a percorrer um trecho de uma rua na contramão. Ele teria dito que estava "sem condições" e ela tentou assumir o volante com a caminhonete em movimento - foi quando aconteceu o acidente.

Outra testemunha, o motorista de aplicativo que tinha se colocado à disposição do juiz quando ele saiu da boate, disse que conhecia a mulher que estava com ele, por isso se preocupou com o fato de o condutor estar embriagado e acompanhou a caminhonete.

No percurso, o juiz teria trafegado um trecho de uma rua na contramão, sem causar acidente. O motorista de aplicativo presenciou quando a mulher tentou sentar no colo do juiz e também narrou detalhes do acidente.

O policial militar que atendeu a ocorrência disse que, no momento em que foi abordado, o ex-juiz negou que tivesse bebido, mas apresentava "sinais claros de embriaguez, como fala enrolada, olhos vermelhos, dificuldade para andar, odor etílico e comportamento desorientado".

Segundo ele, a mulher que acompanhava o condutor confirmou que os dois haviam consumido bebida alcoólica durante a madrugada.

Em seu depoimento, o juiz aposentado afirmou que tinha tomado duas cervejas em um barzinho e disse que não bebeu durante o período em que esteve na boate. Ele acrescentou que ficou várias horas sem beber, pois precisava tomar medicamentos para depressão.

O ex-magistrado alegou que não viu a ciclista, pois ela entrou na rotatória pelo lado direito - o lado do passageiro - em um ponto cego. Ele confirmou que pediu à mulher que assumisse o volante, mas ela teria se negado. Após o acidente, aguardou a chegada da polícia e do atendimento médico.

Thais morreu após ficar dois dias internada em estado grave e passar por duas cirurgias na Santa Casa de Araçatuba. A morte foi decorrente das fraturas e ferimentos sofridos durante o atropelamento. O corpo foi sepultado no sábado, 26. A mulher trabalhava como auxiliar de cozinha.

Após o acidente, o juiz foi preso em flagrante e autuado pela Polícia Civil por lesão corporal culposa na direção do veículo. Na sexta-feira, 25, o juiz pagou fiança de R$ 40 mil e foi colocado em liberdade. Com a morte da ciclista, ele passou a responder por homicídio culposo na condução de veículo automotor.

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