Com De Niro, 'The Alto Knights' parece datado

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A história por trás de The Alto Knights: Máfia e Poder, que acaba de chegar à telona, é literalmente digna de cinema: o roteirista Nicholas Pileggi (Os Bons Companheiros) começou a oferecer esse roteiro na década de 1970, mas foi rejeitado. Até que a Warner, nos anos 1990, ficou interessada - mas deixou o projeto na gaveta até 2022, quando o executivo David Zaslav resolveu tirar a história do papel.

O filme, que ficou com direção de Barry Levinson (Rain Man), é assim o primeiro projeto sob influência direta de Zaslav, que tenta dar uma nova cara ao agora conglomerado Warner Discovery. O tempo na gaveta, porém, deixou The Alto Knights com gosto de velho, empoeirado.

Na história, que parece uma mistura de outros filmes de Pileggi, principalmente O Irlandês, dois mafiosos de Nova York estão em pé de guerra. De um lado, o corretíssimo Frank Costello. Do outro, o caótico e emocional Vito Genovese, que tenta, em um rompante, assassinar Costello - seu amigo de infância. É uma história baseada em fatos, mergulhando na intrincada e complexa sociedade americana dos anos 1950.

O principal acerto de The Alto Knights reside na escolha curiosa do elenco: colocar o astro Robert De Niro tanto como Costello quanto como Genovese. São dois papéis similares, mas que exigem habilidades do ator.

Pode parecer mais do mesmo, mas De Niro consegue imprimir personalidade às figuras marcantes de Costello e Genovese. O primeiro é interpretado como um homem mais contido, que parece calcular cada passo. Já o segundo não esconde suas frustrações e ideias, dando mais liberdade para o ator. É interessante ver um artista tão versátil como De Niro experimentando em cena.

Afinal, The Alto Knights é uma história que nunca se permite ser - está sempre um passo atrás, quase com medo de ir além. Mas é interessante o embate entre Costello e Genovese quando este último tenta matar o primeiro. É a alma do filme, a história a ser contada. No entanto, o roteiro de Pileggi insiste em falar sobre os tempos iniciais dos dois na máfia, sobre como se tornaram rivais. Oras, isso não interessa: o coração do filme é o conflito.

Indo e voltando sem parar, o longa-metragem fica tropeçando em si próprio, envolto em uma nuvem de fumaça (ou seria de poeira?) que vai impedindo a história de avançar. Pior: sem saber muito como juntar tudo numa história única e coesa, Levinson e Pileggi colocam Costello, já envelhecido, narrando toda a jornada dos personagens, num didatismo infantil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Ventos intensos foram registrados últimas horas em algumas áreas do Estado de São Paulo, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária.

No Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, os ventos chegaram a 64 km/hora, enquanto na região de Bragança Paulista, alcançaram 70 km/hora.

No litoral, as velocidades foram superiores, chegando a 75 km/hora na Baixada Santista e 70 km/hora no litoral norte. Também há alerta para ventos fortes e ressaca no mar, fazendo com que ondas possam atingir 3 metros de altura.

A passagem de uma frente fria no litoral também causa aumento de nebulosidade, chuvas isoladas, intensas rajadas de vento.

A Defesa Civil Estadual tem alerta de ventania para vários pontos da Grande São Paulo, Itapeva, Sorocaba e Campinas.

A capital paulista amanheceu com céu encoberto, ventania e chuva fraca em pontos isolados.

A frente fria se afasta do Estado nesta terça-feira, 29, dando lugar a uma massa de ar polar que provoca acentuado declínio das temperaturas.

Recomendações

A Defesa Civil alerta para o risco de queda de árvores, destelhamentos e prováveis danos a estruturas por conta dos ventos intensos. A orientação é para que as pessoas não se abriguem sob estruturas metálicas frágeis, como tendas e coberturas improvisadas.

São indicadas ainda medidas preventivas, como reforçar o fechamento de janelas e remoção de objetos soltos em áreas externas, como vasos, bicicletas, lonas e mobiliário e jardim.

Deve-se evitar deixar veículos próximos a postes ou árvores e manter distância de fiações elétricas caídas.

Recomenda-se ainda atenção especial aos condutores de embarcações de pequeno porte, pescadores, praticantes de esportes aquáticos e turistas nas praias devido à ressaca e ondas fortes no mar.

Em casos de emergência, a orientação é acionar o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil (199).

A Polícia Federal prendeu o suposto líder da quadrilha que trocava etiquetas de malas de passageiros inocentes no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, para enviar cocaína à Europa. Ele foi identificado como Renato Machado, de 30 anos, preso em uma cobertura em Guarulhos na terça-feira, 22, segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 27.

Conforme o programa dominical, a defesa de Machado afirmou que toda a narrativa da polícia foi construída com base em suposições e conexões, sem provas ou flagrantes e que tomará as medidas judiciais cabíveis. O Estadão não localizou os advogados de Machado.

Durante dois anos, a PF investigou o esquema de tráfico internacional de drogas. Machado não era funcionário do aeroporto, mas tinha influência sobre as escalas de trabalho e coordenava a logística dos envios, conforme apontou a reportagem.

"Ele não vinha aqui. Não era ex-funcionário daqui. Mas tinha contatos. É ele que formava as escalas daquele dia para aquele voo, para aquela localidade que a droga ia", afirmou o delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Felipe Lavareda.

O Fantástico revelou que, apesar de atuar a distância, o suposto líder da quadrilha mantinha comunicação frequente com os membros do grupo, o que possibilitou aos investigadores identificar os envolvidos e elaborar o organograma da organização criminosa.

"Ele trata tudo de longe, dando as ordens. Às vezes, pode até ir lá fazer o pagamento, dar carona, mas ele não toca na droga", disse o delegado.

Em março de 2023, duas passageiras de Goiânia acabaram presas por engano pelas autoridades alemãs, passando 38 dias na prisão. Kátyna Baía e Jeanne Paolini foram vítimas de quadrilha que atuava no Aeroporto de Guarulhos.

"Falamos de imediato que aquelas malas não eram nossas", disseram em entrevista por áudio ao Fantástico.

Na ocasião, a PF desarticulou a organização, mas um dos líderes do grupo não havia sido localizado.

A investigação desvendou uma organização com divisão de tarefas, onde os responsáveis pela execução não mantinham contato direto com os líderes. "Às vezes o pessoal que atua aqui de fato, pondo a mão na massa, não conhece quem é o líder. Só sabem por nome. Tem uma pessoa no meio e é bem compartimentado", disse o delegado.

Pedro Venâncio, um dos funcionários envolvidos, foi preso um mês depois. Em imagens, ele aparece trocando as etiquetas e, em depoimento admitiu que receberia R$ 10 mil pelo serviço, segundo o Fantástico. "Eu sabia que era uma mala de conexão, era uma mala que vem de um lugar e vai para outro. Não pararia apenas em um aeroporto. Eu receberia R$ 10 mil."

Os advogados de Venâncio buscam redução de pena através de recurso, argumentando que a confissão não foi devidamente considerada na condenação, conforme o programa da TV Globo.

Ainda de acordo com a reportagem, o grupo também utilizava o método de troca de etiquetas de bagagens para enviar cocaína para França e Portugal. "Um na França que o envio da droga foi no dia anterior ao dia da Alemanha; e um que foi para Portugal em outubro de 2022", disse o delegado.

Conforme a reportagem, as mensagens encontradas no celular de Machado revelam um perfil violento. Em conversas com outros integrantes, ele escreveu: "Achamos o safado que estava 'caguetando nós', mano", "Esse cara já era, virou finado", "'Tá' um cadáver ambulante." Existe a suspeita de ligação do grupo com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A polícia alemã apreendeu em março de 2023 duas malas com 20 quilos de cocaína cada, etiquetadas com os nomes de Jeanne e Kátyna, e elas foram presas.

A base para a liberação foram as imagens que mostram as bagagens sendo trocadas durante escala no Aeroporto de Guarulhos. Segundo a Polícia Federal, um dia antes do embarque das duas brasileiras, outra goiana teve a etiqueta da mala trocada por bagagem com drogas ao viajar para Paris, mas não foi presa.

Vídeos obtidos pelo Fantástico mostram como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas de Kátyna e Jeanne, uma rosa e uma preta, separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.

Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 kg de cocaína, segundo a polícia.

As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne e a troca é feita.

Inconformado por perder a única irmã - Thais Bonatti, de 30 anos, - o representante comercial William de Andrade pede justiça. Ela morreu no sábado, 26, após ser atropelada pelo juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, de 61 anos, em Araçatuba, interior de São Paulo. Thais ficou dois dias internada, mas não resistiu.

Foi atestado que o motorista estava embriagado. Ele chegou a ser preso, mas foi solto no dia seguinte após pagar fiança de R$40 mil. Em nota, ele manifestou pesar pela morte e disse não poder dar entrevistas por causa do sigilo do inquérito.

William conta que Thais morava com os pais idosos, que têm problemas como diabete e hipertensão, e era a responsável pelos cuidados com eles. Ela ia de bicicleta para o trabalho - como auxiliar de cozinha - quando foi atropelada.

"Enquanto a minha irmã estava indo trabalhar, ele estava voltando de uma casa noturna. É revoltante porque uma pessoa que passa horas bebendo e vai dirigir assume o risco de matar. Ele tem de responder pelo crime; tem de ser homicídio doloso", disse William, de 43 anos, ao Estadão.

Segundo a Polícia Civil, Júnior dirigia uma caminhonete modelo Ford Ranger, quando parou o veículo perto de um ponto de descarga de mercadorias de um supermercado na Avenida Waldemar Alves, no bairro Jardim Presidente.

Uma mulher que o acompanhava, nua, tentou sentar em seu colo. Neste momento, o juiz aposentado acelerou o carro de forma abrupta e passou com a caminhonete por cima de Thais, que seguia pela mesma rua de bicicleta.

O magistrado foi levado à Delegacia Seccional e submetido a exame clínico de embriaguez. Conforme a Polícia Civil, ele apresentava fala desconexa, falta de coordenação motora e forte odor etílico quando foi abordado pelos policiais. O médico legista atestou que ele estava "alcoolizado/embriagado".

O magistrado foi preso em flagrante, mas no dia seguinte, em audiência de custódia, foi liberado após pagar fiança de R$40 mil. O caso foi registrado como lesão corporal culposa, mas com a morte de Thais foi reclassificado para homicídio culposo na direção de veículo automotor, ou seja, quando não há intenção de matar.

"Minha irmã sofreu demais. Teve fraturas na bacia e traumatismo craniano. Pessoas que passavam no local na hora do acidente falam que ela gritava muito de dor. Dizem que ela desmaiou", conta William.

Thais foi socorrida em estado grave e encaminhada à Santa Casa da cidade. Ficou internada na UTI, passou por duas cirurgias para reparar fraturas, teve duas paradas cardiorrespiratórias durante os procedimentos, e morreu na madrugada de sábado.

"Ela trabalha em dois, três lugares para ajudar em casa. Era uma menina sem preguiça, tinha muitos sonhos e uma vida toda pela frente. Minha mãe está destruída. Ele acabou com uma família toda", diz.

O representante comercial afirma que a família pretende acionar a Justiça.

"Está sendo difícil, muito triste ver o que minha irmã passou e o que a família toda está enfrentando. Queremos que a Justiça seja feita porque, independentemente de quem ele seja, é uma pessoa comum que tirou a vida de outra", diz.