Paolla Oliveira defende aborto no 'Roda Viva': 'é uma escolha da mulher'

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Heleninha Roitman, empoderamento feminino, aborto e carnaval: no Roda Viva desta segunda-feira, 5, Paolla Oliveira reviveu temas que permeiam sua carreira durante a entrevista.

"Quando a gente fala sobre as questões femininas, tem sempre um entorno que leva a gente a se aprisionar. Parte tudo do mesmo lugar: ter o corpo que a gente quer, se sentir bonita da maneira que a gente é, escolher ter filhos. Escolher fazer um aborto", explicou a atriz.

"Acho que isso é uma escolha da mulher, e eu sou a favor. É uma decisão da mulher, tem que ser. Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade."

A intérprete de Heleninha em Vale Tudo, personagem cuja trama gira em torno do alcoolismo, explicou algumas das motivações do trabalho: "A Heleninha, a gente tem ela quase que como um estereótipo. A mulher da crise, a mulher do escândalo, a bêbada. Para mim, ela é mais. Penso que ela é uma mulher com tantas camadas, desafios, conflitos."

"A novela é super atual [...] Procurei muito sobre as mudanças do alcoolismo de lá para cá, então eu vejo que [o Brasil] mudou bastante, mas que os estigmas continuam", disse, sobre o remake de Vale Tudo.

Paolla também abordou temas relacionados ao empoderamento da mulher, como as críticas ao seu corpo e a visão da beleza.

"De longe, não sou a única mulher a levar isso, mas eu me via nessa roupa. Nessa roupa que não cabia, nessa forma pequena. Precisei arrumar um lugar de libertação."

Questionada sobre sua decisão pessoal de não ter filhos, argumentou: "Eu não tenho mais vergonha de dizer [que não quero ter filhos]. A maternidade é uma coisa tão linda, grandiosa, especial. Tem que ser uma decisão, uma escolha."

Ela, que saiu do posto de rainha de bateria da para voltar às telas da Globo, ponderou sobre o carnaval ser uma celebração cultural e histórica. "Tenho o carnaval nesse lugar muito especial [...] O carnaval virou esse lugar de libertação do corpo."

Ela ainda palpitou sobre quem deveria substituí-la no posto. "Eu acho que deveria ser uma pessoa da comunidade [...] Muito do prestígio que eu tive lá foi por conta de eu estar perto da comunidade. Seria bacana", opinou também.

A entrevista de Paolla para o Roda Viva foi realizada por Carolina Morand, Paola Deodoro, Chico Barney, Marcia Disitzer e Nilson Xavier. A apresentação é de Vera Magalhães.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais.

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O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, 27, proposta de emenda constitucional que inclui as guardas municipais e os agentes de trânsito entre os órgãos de segurança pública. No primeiro turno, o texto recebeu 65 votos a favor. No segundo turno, foram 57 votos.

O texto, de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), segue, agora, para apreciação da Câmara dos Deputados. A Constituição, no capítulo destinado à segurança pública, lista as forças que fazem parte do setor.

As guardas municipais não são mencionadas e a PEC aprovada incluiu essa corporação. Já estão listadas no texto constitucional Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros militares; e polícias penais federal, estaduais e distrital.

O texto autoriza os municípios a criarem guardas ou polícias municipais com a função de proteger bens, serviços, instalações da cidade. As guardas também ganham o direito de fazer policiamento ostensivo local e comunitário e podem atuar em colaboração com os demais órgãos de segurança pública.

A PEC ainda permite que as guardas municipais tenham novo nome. Podem ser chamadas de "polícia municipal", "guarda civil", "guarda civil municipal", "guarda metropolitana" ou "guarda civil metropolitana".

A paralisação estudantil que acontecia desde a última segunda, 19, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) chegou ao fim nesta terça-feira, 27. O encerramento das mobilizações foi anunciado pela Reitoria da PUC-SP, pela Fundação São Paulo (Fundasp), entidade mantenedora da instituição, e por estudantes do coletivo Saravá, que esteve à frente das manifestações.

A paralisação foi encerrada depois de reunião do diretor executivo da Fundasp, padre José Rodolpho Perazzolo, com integrantes do movimento estudantil, nesta terça. O encontro ratificou o que os alunos já tinham decidido em assembleia, na segunda-feira, quando votaram por desocupar um dos prédios do campus Monte Alegre, em Perdizes (zona oeste), que eles tomaram na semana passada.

Os universitários se mobilizaram por melhorias estruturais, protestaram contra casos de racismo que, conforme os graduandos, acontecem dentro do espaço da universidade, e exigiram também o fortalecimento de políticas de permanência para estudantes bolsistas.

A paralisação foi liderada pelo grupo Saravá, um coletivo que reúne alunos negros da PUC-SP. De acordo com integrantes do grupo, o retorno às aulas está confirmado a partir desta quarta-feira, 28. Frisam, no entanto, que vão continuar mobilizados para avançar em negociações com a universidade.

Rato no bandejão

A PUC-SP anunciou na segunda-feira, 26, a concessão de bolsas de alimentação de 100% aos alunos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). O coletivo Saravá também publicou uma foto de um recado da direção da PUC-SP informando que fechará a praça de alimentação por três semanas para "obras de adequação e melhorias no espaço".

Na semana passada, um rato foi filmado dentro do restaurante universitário da PUC. O roedor foi registrado circulando sobre uma mesa do "bandejão" e, pelas imagens, chega a passar perto de alguns suportes de guardanapos. Após o incidente, a Reitoria determinou a interdição imediata do espaço.

Durante os oito dias de mobilização, a situação chegou a ficar mais tensa na sexta-feira passada, 23, quando a Justiça autorizou a Fundasp a acionar a Polícia Militar para fazer a reintegração de posse do prédio ocupado. A medida não chegou a ser utilizada.

Os estudantes pediram à fundação para que o processo que tramita na Justiça fosse retirado. A Fundasp concordou com a suspensão da ação, desde que o campus fosse desocupado.

"A PUC-SP celebra a retomada da normalidade plena do campus Monte Alegre. Reiteramos que a via do diálogo é o caminho para a construção coletiva de soluções sempre pautadas pelo respeito mútuo e pela defesa da educação como bem público", disse a PUC-SP, em nota.

A Fundasp afirmou, também em comunicado "que se dispôs a se reunir mensalmente" com os coletivos para seguir discutindo as demandas apresentadas.

O governo de São Paulo afastou, desde o ano passado, seis diretores de escolas públicas estaduais sob a justificativa de rendimento insatisfatório e com base em uma normativa que regulamenta o processo de avaliação de desempenho dos profissionais que ocupam cargos de direção.

De acordo com a Secretaria da Educação (Seduc), a avaliação leva em consideração indicadores como:

- frequência dos estudantes;

- participação nas provas bimestrais;

- rendimento dos alunos no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), ou no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Governo Federal.

"O uso das plataformas digitais também é analisado, mas com peso menor na composição final", informou a pasta, em nota.

No comunicado, a Seduc não detalhou quais escolas estaduais foram afetadas e quais os indicadores que causaram o baixo desempenho de cada um dos profissionais afastados. Os diretores, conforme a pasta, continuarão atuando na rede estadual em outras atividades, que também não foram especificadas.

"A pasta ressalta que a permanência de profissionais designados para a função de diretor sempre esteve sujeita à avaliação pelas respectivas Diretorias de Ensino. Nesses casos, a resolução pode ser utilizada como base para a decisão, mas não é fator obrigatório", diz a nota da Seduc.

Afastamento de 25 diretores da rede municipal

Na semana passada, a Prefeitura de São Paulo afastou 25 diretores de escolas municipais da capital por causa do baixo rendimento de estudantes no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e Idep (Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana) de 2023.

A administração municipal afirma que os educadores passarão por um programa intensivo de requalificação que vai durar de maio a dezembro deste ano. "A capacitação, inédita, inclui vivência em outras unidades educacionais e tem como objetivo o aprimoramento da gestão pedagógica para melhorar a aprendizagem de todos os estudantes", afirma a Prefeitura.

A requalificação, diz a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), faz parte do programa Juntos pela Aprendizagem. A proposta prevê reuniões nas quais cada Diretoria Regional de Ensino apresenta seu plano de ação, além de promover a escuta das necessidades dos territórios.

Durante o período, as unidades contarão com o reforço de mais um profissional na equipe gestora. Ainda de acordo com a pasta, a remuneração dos diretores será mantida.