Yamandu Costa se defende contra denúncia de agressão e abuso

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Yamandu Costa foi denunciado anonimamente por agressão e abuso sexual e psicológico por meio de uma ONG de Portugal. Nesta sexta-feira, 16, os advogados de defesa do cantor, Antonio Carlos de Almeida Castro e Henrique Salinas, negaram as acusações ao Estadão por meio de testemunhas e documentos.

Segundo Inês Marinho, fundadora da ONG portuguesa Não Partilhes, que ajuda mulheres sobreviventes de violência sexual, a vítima a teria contatado de maneira anônima e relatado seu caso.

As acusações envolvem uma agressão, que teria ocorrido em um espaço público de Lisboa, o Tejo Bar, além de abuso sexual e psicológico, comprovados por meio de prints de conversas e um exame forense.

Ela conta: "Uma mulher com quem Yamandu se relacionou durante três meses sofreu, nesse período, violência física, psicológica e sexual. No dia 1º de maio, em Lisboa, Yamandu agrediu essa mulher em frente ao próprio filho, que é uma criança. No dia seguinte, voltou a agredi-la em público, no Tejo Bar, onde várias pessoas presenciaram essa agressão."

"Essa sobrevivente também relata ter sido abusada sexualmente por Yamandu enquanto estava inconsciente, depois de ele tê-la dado comprimidos para dormir", completou, em vídeo que também continha um relato forense do abuso.

"Já há uma denúncia formal com provas, mas os processos legais são muito demorados [...] Violência é crime e tem que ser enfrentada."

Sobre as alegações, foi realizado um exame que confirma a presença de Lorazepam no sangue da vítima. A defesa do compositor respondeu que o exame teria sido feito dias após o ocorrido: "Nas conversas mantidas com Yamandu, a própria acusadora admite fazer uso contínuo de substâncias dessa natureza. O exame não permite aferir autoria, dose ou tempo da ingestão."

As mensagens de texto, que segundo Inês configuram abuso psicológico, também foram contestadas pela defesa, que alegou uma "edição seletiva" do conteúdo mostrado no vídeo.

Antonio e Henrique, advogados de Yamandu, também apresentaram uma carta da proprietária do estabelecimento em que ocorreu confusão, em que ela relata ter visto uma discussão acalorada, mas que não acarretou em agressão, e uma carta da ex-mulher do cantor, Elodie Bouny, que defende o pai de seu filho baseado no relacionamento que mantiveram por cerca de 18 anos.

"Yamandu nunca apresentou um comportamento fisicamente agressivo. Igualmente, com os nossos filhos, ele nunca os ameaçou fisicamente. Ao longo dos anos, presenciei diversas situações de tensão em que ele foi verbalmente agredido ou até fisicamente provocado e, mesmo assim, ele sempre evitou o confronto físico. Portanto, as declarações relacionadas ao presente caso me deixaram atônita", escreveu Elodie.

Confira os argumentos da defesa de Yamandu

"A defesa técnica de Yamandu Costa vem a público, por meio deste comunicado dirigido ao Estadão, apresentar elementos documentais que contrariam frontalmente as acusações feitas por sua acusadora. As declarações anexas foram obtidas diretamente de pessoas mencionadas na denúncia ou presentes nos eventos relatados.

1. Carta da proprietária do Tejo Bar

A testemunha esteve com o casal na noite de 1º de maio, no bar de sua propriedade, em Lisboa. Afirma que houve uma discussão acalorada, mas nega qualquer agressão física. Segundo ela, a acusadora deixou o local caminhando normalmente e não mencionou violência.

2. Carta da ex-esposa de Yamandu Costa

Responsável pelo filho menor do músico, a ex-esposa relata que o menino presenciou uma discussão verbal intensa, mas não viu nenhum ato de violência física. O garoto foi retirado da situação por iniciativa do pai. A mãe também repudia o contato direto da acusadora com a criança por WhatsApp, assim como a divulgação dos prints dessa conversa privada.

3. Sobre o exame de saúde apresentado pela acusadora

O exame foi feito na Espanha, dias após o episódio alegado. Aponta a presença de Lorazepam - um ansiolítico de uso controlado, amplamente prescrito. Nas conversas mantidas com Yamandu, a própria acusadora admite fazer uso contínuo de substâncias dessa natureza. O exame não permite aferir autoria, dose ou tempo da ingestão.

4. Sobre as mensagens divulgadas

As mensagens apresentadas pela acusadora foram editadas de forma seletiva. A íntegra da conversa, em posse da defesa, não contém qualquer admissão de culpa ou violência. Revela perplexidade, desentendimentos e tentativas de reconciliação, mas nenhum conteúdo que configure ameaça, coação ou agressão.

5. Sobre a estadia em Portugal

A presença da acusadora em Lisboa ocorreu por decisão própria, após receber carta de Yamandu explicando que não haveria relação formal entre eles. Após o episódio, ela deixou a casa de forma autônoma e buscou refúgio em outro endereço. Não houve restrição de liberdade, como sugerido publicamente.

Reitera-se o respeito incondicional às vítimas reais de violência. Mas é preciso lembrar que nenhuma acusação pode se sobrepor ao direito à verdade, à ampla defesa e à preservação da dignidade pessoal."

Confira as cartas da defesa na íntegra

Carta da proprietária do Tejo Bar: "Sendo a violência de gênero um assunto ao qual estamos particularmente sensíveis e que consideramos deva ser tratado com toda a seriedade e o rigor que merece, principalmente por respeito às vítimas e para que não seja menosprezada uma justa causa, sentimos a necessidade de esclarecer que o episódio que aconteceu no nosso estabelecimento no dia 1º de maio de 2025, que deu origem a uma suposta denúncia, e que teve como testemunho direto a gerência, alguns funcionários e clientes, não houve qualquer tipo de agressão física.

Naquela noite, houve uma discussão entre o músico Yamandu Costa e a mulher em questão. No entanto, não presenciamos qualquer ato de violência física entre eles. Um de nossos garçons, ao perceber a altercação, aproximou-se e perguntou à senhora se havia ocorrido algo, ao que ela respondeu negativamente, afirmando que estava tudo bem."

Carta de Elodie Bouny, ex-mulher de Yamandu: "Como introdução, gostaria de dar o meu depoimento sobre a longa relação que tenho com Yamandu. Nos conhecemos há 18 anos, dos quais passamos 16 em uma relação de casamento.

Yamandu nunca apresentou um comportamento fisicamente agressivo. Igualmente, com os nossos filhos, ele nunca os ameaçou fisicamente. Ao longo dos anos, presenciei diversas situações de tensão em que ele foi verbalmente agredido ou até fisicamente provocado, e mesmo assim ele sempre evitou o confronto físico. Portanto, as declarações relacionadas ao presente caso me deixaram atônita.

Isto é o que tenho a dizer sobre a minha vivência com ele e sobre seu comportamento ao longo desses anos. Posso afirmar que, na minha experiência, ele não é uma pessoa fisicamente violenta. Apesar das nossas dificuldades como casal, conseguimos preservar nossos filhos das nossas divergências.

Agora, passo ao ponto central desta declaração: a situação que envolveu diretamente nosso filho caçula, de 12 anos. Ele estava na casa do pai durante a visita da moça envolvida no caso. Não menciono seu nome aqui por uma questão de proteção e privacidade.

Na noite do dia 1º de maio, ele presenciou uma briga marcada pelo consumo excessivo de álcool por parte de ambos. Houve gritos dos dois lados. Em meio à confusão, Yamandu pediu que ele fosse para a minha casa.

A moça havia subido para o andar de cima do apartamento. Ele subiu também, apenas para se despedir dela, e depois veio para a minha casa - que fica do outro lado da rua - chorando. Ele não presenciou nenhuma violência física.

O relato foi feito de forma espontânea, no calor do momento, sem qualquer tipo de pressão ou intenção de proteger alguém; apenas com forte carga emocional e evidente raiva diante da cena que presenciou.

Acredito que ele tenha presenciado o auge da discussão entre os dois. Pouco depois, naquela mesma noite - e não em noites diferentes, como tem sido divulgado -, os dois seguiram juntos até o Tejo Bar, onde continuaram discutindo, dessa vez na presença de outras testemunhas.

Lamento e repudio que a moça tenha mantido contato direto com o nosso filho menor de idade, e mais ainda que tenha vazado publicamente a conversa entre os dois. É absolutamente inaceitável que um menor seja exposto dessa forma, especialmente em um momento de tamanha tensão e conflito.

Repudio todo e qualquer ato de violência, especialmente contra mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade. Espero sinceramente que este caso seja devidamente apurado por vias razoáveis e responsáveis de investigação, e que a verdade possa prevalecer - longe do tribunal selvagem das redes sociais, como infelizmente tem ocorrido até agora."

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

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O volume das chuvas que chegaram ao estado paranaense passou dos 40 milímetros em algumas cidades. A chuva seguiu a direção de São Paulo durante a madrugada.

Na última noite, a Defesa Civil paulista emitiu um alerta de tempestade severa para várias cidades do estado e ativou um Gabinete de Crise para pronta resposta às possíveis ocorrências. O fenômeno pode provocar tempestades severas, chuva de granizo, raios e fortes rajadas de vento.

O Governo federal anunciou que vai enviar ajuda humanitária e equipes de apoio para reconstrução das regiões afetadas pelo tornado que atingiu Paraná. A declaração foi feita no final da noite desta sexta-feira, 7, pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

Uma das mais impactadas pelo temporal, a cidade de Rio Bonito do Iguaçu registrou ventos acima dos 250 km/h. Ao todo, pelo menos quatro pessoas morreram e outras 125 ficaram feridas. Ainda segundo Góes, a cidade de Laranjeiras do Sul deve declarar situação de emergência nas próximas horas.

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A ministra da Secretaria de Relações Institucionais e deputada federal, Gleisi Hoffmann, também se manifestou prestando solidariedade às vítimas e afirmando que "o governo não medirá esforços para amparar as famílias atingidas".

A confirmação de que o município de Rio Bonito do Iguaçu foi atingido por um tornado veio nas primeiras horas do sábado, 8, segundo informações do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

O município foi um dos mais atingidos no Estado durante o deslocamento da frente fria, que passou por todas as regiões paranaenses com vários núcleos de tempestade.

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Inicialmente, a Defesa Civil do Paraná havia confirmado cinco óbitos, mas o número foi atualizado na manhã deste sábado, 8. O número de feridos, inicialmente de 130, subiu para 432. Outras 28 pessoas estão desabrigadas, além de cerca de 1 mil desalojadas. A força estima que o total de afetados seja de 10 mil.

Registros mostram que as rajadas provocaram destelhamento de residências e abalos em estruturas, além de quedas de árvores e postes. A cidade Rio Bonito Iguaçu está sem energia elétrica e 50% das estruturas da área urbana da cidade foram deterioradas".

Um vídeo divulgado pela Defesa Civil de São Paulo, que opera de forma articulada com os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina por conta da passagem de um ciclone no sul e sudeste do País, mostra parte da cidade com edificações colapsadas e até carros revirados nas vias.

"Estima-se que mais de 50% da zona urbana de Rio Bonito do Iguaçu foi afetada por destelhamentos, muitos totais. Houve inúmeros colapsos estruturais de edificações comerciais, de órgãos públicos e residências. A malha viária foi comprometida e a rede elétrica foi danificada'", informou a Defesa Civil em nota publicada por volta das 6h45 deste sábado.

Os números do tornado:

Óbitos: 4

Feridos: 432

Desabrigados: 28 (até o momento)

Desalojados: 1.000

Total de afetados: 10.000

Em pronunciamento feito nas redes sociais, o governador Ratinho Júnior (PSD) afirmou que a região foi atingida por um tornado. Ele estava acompanhado de representantes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

"Hoje, lamentavelmente, a gente teve um tornado que já foi confirmado pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), um tornado de nível 3, com ventos que passam de 250 por hora (sic) e que, lamentavelmente, muitas cidades da região centro-oeste do Paraná foram afetadas, em especial, Rio Bonito do Iguaçu e a cidade de Candói", disse Ratinho Júnior.

Segundo o governador, além das duas cidades, outros municípios do entorno, como Guarapuava, também foram atingidos pelos fortes ventos e chuvas. "Infelizmente tivemos óbitos, que ainda estão sendo avaliados pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros", acrescentou.

O governador informou que equipes da Defesa Civil, Bombeiros e Polícia Militar prestam apoio no resgate de vítimas e no atendimento à saúde das pessoas. Feridos estão sendo encaminhados para os hospitais da região, como Laranjeiras do Sul, Cascavel e Guarapuava. "Para atender de uma forma emergencial as pessoas que, por algum motivo, sofreram um acidente", disse.

De acordo com o Simepar, o tornado foi ocasionado por uma tempestade classificada como "supercélula" e os ventos podem ter ultrapassado os 250 km/h.

"A ocorrência foi classificada preliminarmente como um tornado categoria F2 da escala Fujita. Na escala, isso corresponde a rajadas de vento entre 180km/h e 250km/h. Pela gravidade das ocorrências, mais análises serão realizadas e o tornado pode ser reclassificado como categoria F3 - ou seja, equivalente a ventos acima de 250km/h", disse o órgão.

A Defesa Civil informou que Rio Bonito do Iguaçu apresenta "danos extensivos", além de estruturas afetadas e queda de energia. O órgão não especificou a quantidade de afetados, desabrigados e a extensão dos danos. As equipes da Secretaria de Saúde estão em atendimento e realizando o levantamento dos afetados.

O Coronel Jonas Emmanuel Benghi, do Corpo de Bombeiros, informou que mais equipes da corporação, de outras partes do Estado, estão sendo mobilizadas para Rio Bonito do Iguaçu. A estimativa é que 40 agentes dos Bombeiros reforcem os trabalhos de resgate no local, e que policiais militares e civis, incluindo apoio aéreo, também atuem na ocorrência a partir deste sábado, 8.

"Nosso trabalho agora, durante a noite, a madrugada, vai ser focado na busca e salvamento de possíveis vítimas, na triagem, no atendimento pré-hospitalar, no policiamento e, na sequência, na remoção de desabrigados com o apoio da Defesa Civil", disse.

Conforme o Simepar, os temporais na região estão associados a uma combinação de fenômenos que incluem o deslocamento de uma frente fria impulsionada por um sistema de baixa pressão atmosférica formado entre o Paraguai e o sul do Brasil, ao mesmo tempo que ciclone extratropical se desloca do continente para o oceano

"Por conta dessa combinação de sistemas foram registrados vários temporais severos sobre as regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do estado", diz o órgão.

Algumas cidades registraram ventos acima dos 70 km/h, como Cornélio Procópio (76km/h), Campo Mourão (74,2km/h), Candói (73,1km/h), Planalto (70,9km/h) e Distrito de Horizonte, em Palmas (70,6km/h). Dois Vizinhos chegou a registrar ventos de 82,4km/h, às 19h.

O volume de chuvas passou dos 40 mm em cidades como Candói, Guarapuava, Pinhão, Campo Mourão, São Jorge D'Oeste, Capanema, Dois Vizinhos, Boa Esperança do Iguaçu e Coronel Domingos Soares. "A previsão é de que a chuva siga na direção de São Paulo durante a madrugada de sábado", disse o Simepar