Vencedor da Palma de Ouro, Jafar Panahi aparece no 1.º longa de Kleber Mendonça Filho

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Jafar Panahi, cineasta iraniano que venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes neste sábado, 24, pelo filme It Was Just An Accident, apareceu no primeiro longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, Crítico, em 2008. O brasileiro recebeu o prêmio de melhor diretor em Cannes.

O fato foi relembrado pelo próprio Kleber em conversa com jornalistas, depois da coletiva oficial. Questionado sobre a Palma de Ouro, comentou: "Eu adoro o Panahi. Foi uma das minhas melhores entrevistas quando eu era crítico. Ele, inclusive, está no Crítico, que é meu primeiro longa, sobre a crítica de cinema, sobre ser cineasta."

O diretor ainda comparou as duas produções: "Acho que considerando o mundo hoje, O Agente Secreto e o Foi Só Um Acidente são filmes que parecem destaques interessantes na premiação, porque eles falam muito de liberdade, violência de Estado. Fico honrado de estar na mesma competição que o Jafar Panahi. Eu acho que [os filmes conversam entre si], sim."

Crítico (2008) foi o primeiro longa-metragem da carreira de Kleber Mendonça Filho como diretor. O documentário traz depoimentos de diversos cineastas e críticos de cinema, acumulados ao longo de nove anos (1998-2007) de entrevistas, com a intenção de "registrar pessoas que admirava dos dois lados".

No longa, Jafar Panahi aparece conversando em um local público e arborizado, com uma camisa vermelha e um casaco preto. Ele comenta, num trecho de pouco mais de 30 segundos, sobre a relação entre a censura estatal e o cinema. Abaixo de seu nome, em sua identificação, consta "Offside", nome de um de seus documentários, lançado pouco antes, em 2006.

"Na verdade, censura não é crítica. A censura, em países fechados, é a confirmação da verdade do seu trabalho. Sistemas fechados não querem que ideias sejam mais eloquentes que as deles. Eles querem cortar ideias que sejam diferentes. Portanto, a censura é a confirmação ou pelo menos te dá a sensação de que você está fazendo o certo", opina Jafar Panahi, que é iraniano, em Crítico, conforme tradução feita pelo longa.

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) anunciou na tarde desta quarta-feira, 15, que "adotará as medidas jurídicas cabíveis" contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de anular a condenação de Francisco Mairlon Barros Aguiar, sentenciado a 47 anos de prisão por homicídio qualificado e furto qualificado no caso conhecido como Crime da 113 Sul.

O MPDFT questiona os argumentos dos ministros da Corte de que Mairlon teria sido coagido em depoimento a assumir participação no crime na fase de investigação do caso. De acordo com o ministério público, "não foi constatada qualquer violação à integridade física ou psicológica do investigado pelos agentes públicos responsáveis pela condução do procedimento".

"A confissão extrajudicial do acusado Francisco Mairlon foi integralmente registrada em áudio e vídeo, com acompanhamento de profissional regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), garantindo o pleno exercício do direito à ampla defesa", diz o MPDFT.

O MPDFT diz que aguardará a publicação do acórdão referente à decisão para adotar as medidas cabíveis. De acordo com o órgão, a decisão do STJ não trata do mérito da acusação e a análise meritória, "de fato, ocorreu em um julgamento solene em que acusação e defesa tiveram igualdade de oportunidades para apresentar suas razões".

"Ao final desse rito legal e após aprofundada análise das provas, a decisão soberana dos jurados, em todas as oportunidades, foi pela condenação dos réus, em plena conformidade com a Constituição Federal", diz.

Entenda o caso

Francisco Mairlon Barros Aguiar deixou o presídio da Papuda na madrugada desta quarta-feira, após ficar 15 anos preso. Em 2013, ele foi condenado pelo Tribunal do Júri a 55 anos de prisão por participação no crime que ficou conhecido como 113 da Sul. A pena foi reduzida para 47 anos na segunda instância. A soltura ocorreu por determinação do STJ, que na terça-feira, 14, anulou a condenação por conta de irregularidades no processo.

O STJ classificou a condenação de Mairlon como um "erro judiciário gravíssimo". Para o relator do recurso, ministro Sebastião Reis Júnior, a decisão que levou Mairlon a ser julgado pelo Tribunal do Júri em 2013 revela que o acusado foi julgado apenas com base na confissão apresentada pela polícia e no relato dos corréus, sem que o juízo tenha aliado a esses elementos qualquer outro decorrente da ampla investigação instaurada para apurar os crimes.

Na avaliação de Reis Junior, houve violação dos princípios da presunção de inocência e do devido processo legal, o que justifica a aplicação de entendimento firmado pelo STJ em 2022, segundo o qual não é possível submeter o acusado a julgamento pelo júri com base apenas em elementos de convicção da fase extrajudicial.

Morreu aos 62 anos nesta quarta-feira, 15, Sérgio Mattos, fundador da agência de modelos 40 Graus. A informação foi confirmada nas redes sociais pela própria empresa. Segundo o jornal O Globo, ele estava internado por complicações renais.

"Com profundo pesar, informamos o falecimento do nosso amado, Sérgio Mattos. Infelizmente, poucos minutos após a publicação da nota de esclarecimento sobre as informações inverídicas que circulavam, recebemos a triste confirmação de sua partida. É com imensa dor que compartilhamos esta notícia. Agradecemos sinceramente por todas as mensagens de carinho, solidariedade e apoio neste momento tão difícil."

Em sua aparição pública mais recente, Mattos gravou uma participação em Vale Tudo, como um dos convidados do casamento de Odete Roitman e César Ribeiro. O empresário é considerado responsável por alavancar carreiras como de Gisele Bündchen, Cauã Reymond e Isabelli Fontana. Também trabalhou com Maria Fernanda Cândido, Rodrigo Hilbert, Paulo Zulu, Agatha Moreira, Rômulo Arantes, Mariana Rios e outros.

Nascido na Bahia e criado no Rio de Janeiro, Sérgio Mattos começou a carreira de booker em 1988, gerenciando a carreira e a agenda de modelos e artistas. Rapidamente começou a se destacar e se tornou responsável por dar mais visibilidade a personalidades que ficaram famosas no mundo da moda e da TV. Montou sua própria agência, a 40 Graus, em 2004.

Em entrevista concedida em 2019 ao portal Fashion United, ele falou sobre a carreira e o sucesso que conquistou ao longo da trajetória profissional.

"Penso que é porque amo o que faço, sempre amei. Também sempre me dediquei ao máximo em tudo que me propus fazer, seja descobrindo modelos, seja 'bookando' para os trabalhos ou mandando modelos para o exterior", afirmou.

Uma mulher arriscou a vida ao se pendurar no suporte do ar-condicionado do 12º andar de um prédio para salvar a mãe, de 51 anos, e uma criança de 4 anos de um incêndio no apartamento que fica no 13º andar do edifício, em Cascavel (PR).

O incêndio começou por volta das 6h45 desta quarta-feira, 15. As mulheres e o menino foram internados em estado grave.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a advogada Juliane Suellem Vieira dos Reis, de 28 anos, pendurada do lado de fora do edifício fazendo o resgate da mãe e da criança, com a ajuda de vizinhos do andar de baixo.

Após resgatá-los, a advogada voltou ao apartamento em chamas no último andar e foi retirada do local pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, ela teve de 80% a 90% do corpo queimado. Juliane está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Cascavel.

A mãe dela, Sueli Vieira dos Reis, teve queimaduras na face, vias aéreas, braços e pernas. Já a criança sofreu queimaduras na pelve, pernas e mãos. Os dois também estão internados na UTI.

Durante o trabalho de resgate, dois bombeiros militares ficaram feridos e precisaram de atendimento médico, informou a corporação. Um deles também está internado.

De acordo com os bombeiros, as chamas foram controladas pelas equipes e não se espalharam para outros apartamentos. Após o rescaldo, o apartamento foi isolado para perícia. As causas do incêndio estão sendo investigadas.