Julgamento de Diddy é retomado e ex-assessora confirma conspiração para matar Kid Cudi

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Uma ex-assistente de Sean "Diddy" Combs testemunhou nesta terça-feira, 27, que o magnata do hip-hop ameaçou matá-la em seu primeiro dia de trabalho e a sequestrou sob a mira de uma arma enquanto procurava matar o rapper Kid Cudi.

O relato de Capricorn Clark sobre as tendências voláteis e violentas de Combs deu início à terceira semana de depoimentos em seu julgamento por tráfico sexual no tribunal federal de Manhattan. Os promotores chamaram Clark, a ex-diretora de marca global da Bad Boy Entertainment de Combs, enquanto trabalhavam para provar que ele liderou uma conspiração de extorsão ao longo de duas décadas que dependia de guarda-costas musculosos, ameaças de morte e um código de silêncio entre a equipe assustada para garantir que ele conseguisse o que queria.

Combs, de 55 anos, se declarou inocente de várias acusações de uma denúncia que o acusa de um padrão de abuso contra sua namorada de longa data, Cassie, cujo nome legal é Casandra Ventura, e outros. Se condenado, ele pode enfrentar de 15 anos à prisão perpétua.

O depoimento de Clark veio dias após Kid Cudi, cujo nome legal é Scott Mescudi, testemunhar que Clark o ligou de um carro do lado de fora de sua casa em dezembro de 2011 e disse-lhe que Combs, irritado porque Cudi estava namorando a cantora Cassie, a sequestrou e a obrigou a ir com ele até a casa de Cudi. Clark, que se referiu principalmente a Combs como "Puff" durante seu depoimento, disse que ele veio até sua casa naquela manhã com uma arma na mão, exigiu que ela se vestisse e fosse com ele porque eles "iam matar Cudi."

Clark disse que eles foram em um SUV Cadillac Escalade preto até a casa de Cudi em Los Angeles, onde Combs e seu guarda-costas entraram na residência enquanto ela ficou no carro e ligou para Cassie. Clark afirmou que disse a Cassie: "Combs me pegou com uma arma e me trouxe até a casa de Cudi para matá-lo." Clark disse que ouviu Cudi ao fundo da chamada perguntando "Ele está na minha casa?" Ela disse a Cassie, "Impede ele, ele vai se matar." Cassie disse a ela que não podia impedir Cudi, ela lembrou.

Combs voltou para o veículo e perguntou a Clark com quem ela estava falando. "Ele pegou o telefone e ligou para Cassie de volta", disse ela. Eles, então, ouviram o veículo de Cudi chegando pela estrada. Combs e seu guarda-costas voltaram para o veículo e perseguiram Cudi, desistindo finalmente quando passaram por carros de polícia que estavam indo para a casa dele. Após a invasão, Clark afirmou que Combs disse às pessoas que estavam com ele que eles tinham que convencer Cudi de "que não fui eu" "Se vocês não o convencerem disso, vou matar todos vocês", ele disse, pontuando sua ameaça com um palavrão, segundo Clark.

Clark disse que ela e Cassie, então, foram até a casa de Cudi, dizendo aos jurados: "Precisávamos conversar com ele. Precisávamos garantir que ele não fosse fazer um boletim de ocorrência sobre o Puff."

Depois disso, ela disse que assistiu em choque enquanto Combs agredia brutalmente Cassie por seu relacionamento com Cudi. Combs chutou Cassie com "100% de força" nas pernas e nas costas enquanto ela se encolhia no chão fora de sua casa em posição fetal e chorava silenciosamente. Ela disse que seu "coração estava se partindo ao vê-la ser atingida daquela maneira" e que nem ela nem o guarda-costas de Combs intervieram. A resposta provocou uma objeção dos advogados de Combs, e o juiz Arun Subramanian disse aos jurados para desconsiderá-la.

Na quinta-feira, 22, Cudi testemunhou que namorou Cassie brevemente em dezembro de 2011, acreditando que ela havia terminado com Combs, mas, no final do ano, eles concordaram em terminar o relacionamento depois de tudo que havia acontecido.

A promotora assistente dos EUA, Mitzi Steiner, questionou Clark sobre seu emprego intermitente com Combs entre 2004 e 2018, começando com o primeiro dia de trabalho, quando ela disse que Combs e um membro da equipe de segurança a levaram ao Central Park depois das 21h e disseram que ele não estava ciente de sua história passada trabalhando com outros rappers. Clark, com a voz trêmula em alguns momentos, testemunhou que Combs lhe disse que, se seu trabalho anterior para rivais do rap se tornasse um problema, ele teria que matá-la.

Ela disse que estava no trabalho por apenas algumas semanas quando Combs a obrigou a transportar algumas joias de diamante em um voo para Miami e elas desapareceram. Como resultado, disse ela, foi levada para um prédio praticamente vazio em Manhattan, onde, durante um período de cinco dias, foi submetida repetidamente a um teste de detector de mentiras por um homem que parecia ter cinco vezes o seu tamanho. "Ele disse: 'Se você falhar neste teste, eles vão te jogar no Rio East'", ela recordou. Clark disse que eventualmente a deixaram voltar ao trabalho.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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A cidade de São Paulo não deve ter fortes chuvas na noite deste sábado, 8, segundo boletim divulgado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura. As chances de rajadas de vento, porém, se mantêm.

No Paraná, ao menos seis pessoas morreram e 750 ficaram feridas após a passagem de um tornado na tarde de sexta-feira, 7, na região centro-oeste do Estado.

A previsão era de que a chuva seguisse em direção a São Paulo, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Até houve registros de fortes chuvas na capital durante a madrugada deste sábado, mas a situação não se prolongou. No fim da tarde, os termômetros marcavam 25°C, com umidade relativa em torno dos 73%, segundo o CGE.

O boletim divulgado no meio da tarde, às 15h, apontou que as instabilidades que atingiram a capital e a região metropolitana durante a madrugada já se afastaram em direção ao Sul de Minas e do Rio de Janeiro.

"Não são mais esperadas chuvas significativas ao longo do dia, mas ainda há potencial para a ocorrência de rajadas de vento de até 80km/h durante todo o dia e noite, o que vai favorecer a acentuada queda da temperatura", diz o CGE.

Climatempo alertou para ventania em São Paulo

Na sexta-feira, 7, a Climatempo alertou para o risco de ventos fortes inicialmente na Região Sul e, ao longo deste sábado, no Sudeste.

"No decorrer da tarde do sábado, o ciclone se desloca pelo oceano, indo em direção à costa de São Paulo e do Rio de Janeiro", afirmou, em nota.

Na madrugada e manhã de domingo, 9, a previsão é de que o ciclone se afaste em alto mar, na altura do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Defesa Civil emitiu alerta para os riscos de ciclone

Desde quinta-feira, 6, a Defesa Civil do Estado de São Paulo alerta para os riscos do ciclone extratropical, seguido por uma frente fria, que começou a se formar na sexta sobre o Sul.

O ciclone e a frente fria começaram a se formar a partir de uma área de baixa pressão atmosférica e ganharam força entre o Norte da Argentina e o Paraguai durante a tarde e a noite de quinta.

Os estados do Sul do País são os mais afetados, mas o fenômeno também fez o tempo ficar instável em São Paulo e outras regiões.

O Paraná viveu, nesta sexta-feira, 7, um dos eventos meteorológicos mais severos de sua história recente. Ao menos seis pessoas morreram e 773 ficaram feridas após a passagem de um tornado na região centro-oeste do Estado. Os fortes ventos deixaram um rastro de destruição na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, município de cerca de 14 mil habitantes localizado a aproximadamente 380 quilômetros de Curitiba.

O Estadão conversou com Sheila Paz, meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que detalhou as causas, a dimensão e as implicações climáticas do tornado. Ela explicou que a passagem de uma frente fria associada à formação de um ciclone na costa do Rio Grande do Sul deu origem a supercélulas de tempestade que levaram à formação do tornado.

O Simepar ainda investiga a ocorrência exata, mas a meteorologista confirma que três tornados foram registrados no Estado entre as 18h e as 20h de sexta-feira. O mais intenso atingiu Rio Bonito do Iguaçu, com ventos estimados em 250 km/h, o que corresponde à categoria F3 na escala Fujita, usada para medir a intensidade de tornados.

"É um tornado extremamente violento e devastador, o pior evento de tempestade da história recente do Paraná", afirmou Sheila, acrescentando que cerca de 80% da cidade foi afetada. Registros mostram que as rajadas provocaram destelhamento de residências, além de quedas de árvores e postes.

Apesar do impacto, Sheila explicou que tornados não são fenômenos desconhecidos na região. "Eles fazem parte da nossa climatologia. O que aconteceu foi que esse passou exatamente sobre uma cidade pequena, o que fez o estrago ser amplamente sentido", disse. Ela destacou que muitos eventos semelhantes ocorrem em áreas rurais, sem deixar registros visíveis ou danos significativos.

Segundo a meteorologista, a primavera é uma estação especialmente crítica, marcada pela passagem de frentes frias e tempestades intensas. "Nos últimos dois meses, tivemos várias tempestades severas no Paraná e em toda a região Sul. Estamos vivendo uma temporada muito movimentada", afirmou.

O que causou a formação do tornado?

Conforme o Simepar, os temporais na região estão associados a uma combinação de fenômenos que incluem o deslocamento de uma frente fria impulsionada por um sistema de baixa pressão atmosférica formado entre o Paraguai e o sul do Brasil, ao mesmo tempo que um ciclone extratropical se desloca do continente para o oceano.

"Observamos o avanço de uma frente fria associada a um ciclone bem estruturado entre o litoral gaúcho e o Atlântico. À frente dessa frente fria, se formaram células de tempestade que evoluíram para supercélulas. Dentro delas, houve a formação dos tornados", explicou Sheila.

O evento desta semana foi agravado por um ambiente atmosférico altamente instável, com "grande corredor de umidade e temperaturas elevadas" no interior do Estado, favorecendo o surgimento de supercélulas. "O ciclone trouxe umidade e energia em excesso e, quando encontrou calor no interior, criou as condições ideais para a formação desses sistemas", explicou.

Diferença entre tornado, ciclone e furacão

Um dos principais pontos de confusão entre o público é a diferença entre tornado, ciclone e furacão. Sheila explica que são fenômenos distintos, tanto em escala quanto em duração.

"O furacão é um sistema gigantesco, com centenas de quilômetros de extensão, formado sobre oceanos tropicais. Ele mantém ventos muito fortes por horas ou dias, como o furacão Melissa, que passou pela Jamaica recentemente", afirmou.

"Já o tornado tem dezenas de metros de diâmetro, forma-se dentro de uma supercélula e dura poucos segundos ou minutos. No caso do Paraná, a destruição observada ocorreu em cerca de 30 segundos."

O ciclone, por sua vez, é uma área de baixa pressão atmosférica, e pode ser o ponto de partida para uma frente fria e tempestades severas, como as que atingiram o Paraná. "O ciclone que se formou na costa do Rio Grande do Sul ajudou a organizar a frente fria, que por sua vez criou o ambiente propício às supercélulas. Dentro delas, surgiram os tornados", explicou.

Sheila lembra que o Brasil só registrou um furacão verdadeiro em sua história: o Furacão Catarina, em 2004, que atingiu o litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. "Furacões não pertencem à nossa climatologia, mas supercélulas e tornados sim", explicou.

Mudanças climáticas

Embora tornados façam parte da climatologia do Sul, Sheila reconhece que há sinais de mudança. "Os estudos mais recentes indicam aumento da intensidade e da frequência. Esses fenômenos sempre existiram, mas hoje acontecem com mais força e são registrados com mais facilidade. Essa chavinha já virou."

Para a meteorologista, a situação observada no Paraná se soma a um quadro mais amplo de eventos extremos na região. "O que vimos no Rio Grande do Sul no ano passado mostra que o clima está mudando. Temos tempestades mais severas, mais destrutivas, e isso exige preparo e investimento em monitoramento", disse.

A meteorologista reforça que, diante de um cenário climático mais severo, a educação da população e o fortalecimento dos sistemas de alerta são fundamentais. "É essencial que as pessoas saibam como agir diante de uma tempestade. Alertas precisam chegar com antecedência e a população precisa entender a gravidade desses eventos. Só assim conseguiremos reduzir o impacto humano e material."

O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), assinou neste sábado, 8, um acordo de cooperação técnica com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, para realizar um intercâmbio de projetos de sustentabilidade e urbanismo em meio aos trabalhos da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, na capital paraense.

A cerimônia foi realizada na sede da prefeitura de Belém. Depois da assinatura, a prefeita de Paris foi levada para conhecer um museu que funciona no local.

"A prefeita é uma referência no que diz respeito a cidades caminháveis, cidades arborizadas e resilientes, e uma referência também em urbanismo sustentável, então para nós é um motivo de satisfação e um momento em que Belém dá uma grande virada de chave e entra no mapa do planeta, tendo hoje essa oportunidade de assinar esse termo de cooperação técnica que vai fazer com que nossa cidade possa se capacitar ainda mais para os desafios pós Cop30", afirmou o prefeito.

Anne Hidalgo lembrou que Belém era conhecida como a Paris da América Latina e ressaltou a arquitetura e a riqueza cultural da cidade. No final do século 19, em uma época de prosperidade econômica por causa do ciclo da borracha, Belém ganhou esse apelido devido à realização de reformas inspiradas na capital francesa.