Marcos Mion e Marcelo Tas defendem Leo Lins após humorista ser condenado

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A condenação à prisão por "discursos preconceituosos contra diversos grupos minoritários" de Leo Lins segue repercutindo. Entre as muitas opiniões sobre o caso, Marcos Mion e Marcelo Tas resolveram se posicionar, ambos a favor do comediante.

Mesmo discordando das piadas ofensivas, características do estilo de Leo Lins, Mion e Tas defendem a liberdade artística. Para eles, é "absurdo" e "não faz nenhum sentido" prendê-lo por isso.

Nos stories de seu perfil no Instagram, Mion refletiu sobre o caso e relembrou que já teve um embate com Lins no passado, por conta de uma piada sobre autismo. Mesmo assim, o descreveu como um "excelente humorista".

No X (antigo Twitter), Marcelo Tas classificou a decisão da Justiça como censura. Ele também afirmou que quem não gosta do trabalho de Leo deve simplesmente procurar outro tipo de show.

Nas redes sociais, grandes nomes atuais do humor no Brasil, como Renato Albani, Thiago Ventura, Mauricio Meirelles, Danilo Gentili, Victor Sarro, entre outros se manifestaram sobre a decisão da Justiça Federal contra Leo Lins; veja aqui.

A condenação de Leo Lins

A decisão contra Leo Lins, proferida pela Justiça Federal, inclui o pagamento de multa de 1.170 salários mínimos e uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. O processo teve origem em um vídeo do comediante publicado no YouTube, no qual ele faz piadas consideradas discriminatórias.

Os advogados de Léo Lins, Carlos Eduardo Ramos e Lucas Giuberti, afirmaram que vão recorrer da sentença. "Trata-se de um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, diante de uma condenação equiparada à censura", disseram em nota.

A condenação de Léo Lins acolhe denúncia do Ministério Público Federal (MPF). O vídeo, produzido em 2022, mostra o show Pertubador no qual o humorista fez uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência.

Em agosto de 2023, quando a veiculação no YouTube foi suspensa por decisão judicial, a publicação tinha mais de três milhões de visualizações na plataforma.

A disponibilização do vídeo pela internet e a "grande quantidade de grupos sociais atingidos" foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante.

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