Música feita de medo e ameaça: morre Ozzy Osbourne, o 'Príncipe das Trevas'

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Ozzy Osbourne, lenda do rock que fez história com o Black Sabbath e na carreira solo, morreu aos 76 anos. A informação foi confirmada ontem, 22, pela família nas redes sociais do artista. "É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que informamos que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã", diz o comunicado. "Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento."

A causa da morte não foi divulgada, embora Osbourne tenha enfrentado vários problemas de saúde nos últimos anos, como a doença de Parkinson. Em 2020, ele também revelou que tinha enfisema, uma doença pulmonar causada pelo tabagismo. Além de fumar, o roqueiro abusou de álcool, drogas e medicamentos durante a maior parte de sua vida adulta.

Conhecido como Príncipe das Trevas, John Michael "Ozzy" Osbourne nasceu em 1948, em Birmingham. Ao ouvir o primeiro sucesso dos Beatles, aos 14 anos, ele se tornou fã da banda e creditou à canção de 1963 She Loves You a inspiração por ter se tornado músico.

Osbourne ganhou fama como vocalista da banda de heavy metal Black Sabbath, com a qual ajudou a definir o gênero. Com mais de 100 milhões de discos vendidos na carreira, ele foi introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame como membro do Black Sabbath (2006) e como artista solo (2024).

Osbourne integrou o Black Sabbath - com Tony Iommi (guitarra), Bill Ward (bateria) e Geezer Butler (baixo) - desde sua formação, em 1968, até 1979, quando foi demitido devido ao abuso de álcool e drogas. Com a banda, gravou álbuns considerados fundamentais para o metal, como Black Sabbath (1970), Paranoid (1970), Master of Reality (1971) e Sabbath Bloody Sabbath (1973).

O nome da banda surgiu quando Ozzy e Iommi passaram em frente a um cinema no qual passava o filme de terror As Três Máscaras do Terror (Black Sabbath, no título em inglês), e pensaram: "As pessoas pagam para ver isso? Para sentir medo? Pode ser que dê certo". Eles adotaram o nome e passaram a compor músicas sobre morte e temas similares.

O álbum de estreia homônimo do Sabbath foi considerado o "big bang do heavy metal". O trabalho saiu durante o auge da Guerra do Vietnã e estragou a festa hippie, revelando ameaça e presságio. A capa do disco mostrava uma figura assustadora contra uma paisagem desolada. A música era forte, densa e raivosa, e marcou uma mudança no rock n' roll.

Reality show

Após deixar a banda, Ozzy iniciou uma bem-sucedida carreira solo com o disco Blizzard of Ozz (1980), lançando ao todo 13 álbuns de estúdio e emplacando sucessos como Crazy Train, Mr. Crowley, Mama, I'm Coming Home, Bark at the Moon e No More Tears. No final de 1996, Ozzy e sua mulher e empresária Sharon Osbourne promoveram a primeira edição do Ozzfest, onde se apresentaram, entre outros, Sepultura, Slayer, Powerman 5000, Biohazard, Fear Factory e Cellophane. O evento teve várias edições nos anos posteriores, sempre com foco na música pesada. No início dos anos 2000, Osbourne se tornou uma estrela de reality show quando estrelou o programa da MTV The Osbournes ao lado de Sharon e de dois de seus seis filhos: Kelly e Jack.

Em janeiro de 2016, o Black Sabbath lançou oficialmente o último trabalho da banda, o álbum The End, novamente com Osbourne. O disco veio acompanhado de uma turnê mundial. Seu álbum mais recente, Patient Number 9, lançado em 2022, alcançou o 1.º lugar nos charts dos Estados Unidos e 2.º na Inglaterra.

Em sua autobiografia Eu Sou Ozzy, de 2011, ele escreveu: "As pessoas me perguntam como eu ainda estou vivo, e eu não sei o que dizer. Quando eu estava crescendo, se você me colocasse contra uma parede com os outros garotos da minha rua e me perguntasse qual de nós chegaria aos sessenta anos, com cinco filhos e quatro netos e casas em Buckinghamshire e Califórnia, eu não teria apostado dinheiro em mim - de jeito nenhum".

O documentário God Bless Ozzy Osbourne expôs detalhes sobre sua vida e a sua luta para ficar sóbrio. A produção, dirigida por Mike Fleiss e Mike Piscitelli, contou com depoimentos de Tommy Lee, John Frusciante e Paul McCartney.

Despedida

No último dia 5, o músico se despediu dos palcos em uma apresentação histórica com o Black Sabbath na Inglaterra. Sem conseguir ficar de pé por conta de problemas de saúde, trouxe seu visual inspirado nas trevas para o palco em um grande trono feito de couro preto e se esforçou para fazer uma apresentação à altura de sua trajetória.

O trono tinha um crânio de cada lado. E assim ele cantou sucessos como Crazy Train, Iron Man e Paranoid, que encerrou o show. De olhos vidrados, Ozzy pedia à plateia que cantasse junto: "Mais alto! Mais alto!". E lá se foram os últimos versos: "And so, as you hear these words telling you now of my state, I tell ou to enjoy life. I wish I could, but it's too late". Algo como: "E então, enquanto você ouve essas palavras que contam sobre meu estado, te digo para aproveitar a vida. Eu gostaria de poder, mas é tarde demais".

O cantor não fazia um show completo desde 2018, e nenhuma aparição pública desde 2022. Em 2023, ele finalmente anunciou sua aposentadoria definitiva das turnês. Acometido por problemas de saúde, disse pelas redes sociais que iria cancelar todas as apresentações previstas para aquele ano: "Nunca imaginei que meus dias de turnê acabariam dessa forma", disse.

Brasil

A estreia em solo nacional foi em grande estilo. Osbourne foi o primeiro artista a assinar contrato para a primeira edição do festival Rock in Rio, realizado em 1985, no Rio. Levou uma década até que o cantor retornasse ao País, em 1995. A última turnê brasileira foi realizada em 2018, intitulada No More Tours 2, com shows em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Depois de um tornado devastar o município de Rio Bonito do Iguaçu (PR) na noite de sexta-feira, 7, equipes da Defesa Civil, da prefeitura e outros órgãos estaduais e federais seguem tentando definir um plano de reconstrução da cidade a partir de estudos técnicos. Embora ainda não exista uma estimativa sobre o prejuízo total, o governo estadual calcula que apenas a reconstrução de uma nova escola e de um ginásio de esportes deverá custar cerca de R$ 15 milhões. Além disso, segundo a prefeitura, as edificações públicas destruídas somam mais de 10 mil metros quadrados.

O cenário é descrito como de destruição quase completa: o município estima que 90% da área urbana foi afetada e que cerca de 700 casas foram danificadas. Em entrevista ao Estadão neste domingo, 9, a capitã Luisiana Guimarães Cavalca, que representa o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, informou que equipes ainda percorrem as áreas atingidas e georreferenciam imóveis danificados pelo tornado, que gerou ventos acima de 250 km/h, matou seis pessoas e feriu mais de 800 moradores.

"O Crea está com mais de 200 engenheiros voluntários, de diversas especialidades, que vão avaliar as estruturas e definir o destino dos escombros e riscos de novas quedas. Esse levantamento deve durar de sete a dez dias", afirmou.

O porta-voz da prefeitura, Alex Garcia, reforçou que ainda não há levantamento financeiro consolidado, mas afirmou que a prioridade agora é por doações de materiais de construção e de mão de obra: "Nesse momento, a população de Rio Bonito do Iguaçu está precisando de mão de obra qualificada e também de materiais de construção. A gente disponibilizou uma chave Pix (CNPJ: 95.587.770-0001-99) para quem não puder fazer doação de materiais de construção ou de mão de obra."

O governo do Paraná anunciou que mais de 30 equipamentos, entre escavadeiras, caminhões e tratores, estão sendo usados para desobstruir vias, remover destroços e reorganizar os espaços públicos. "Hoje o foco é começar a limpar a cidade, retirar os entulhos e, principalmente, fazer o levantamento dos danos e prejuízos para que possamos, da maneira mais breve possível, fazer chegar recursos financeiros a essas pessoas, aos comerciantes e permitir o retorno à normalidade", afirmou o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Shunig.

A expectativa, diz Shunig, é que em dois ou três dias a cidade esteja "limpa". O decreto de calamidade pública assinado pelo governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), deverá facilitar o acesso da população a recursos financeiros que possibilitem a reconstrução dos imóveis.

Na prática, a medida reconhece oficialmente a gravidade da situação e permite que o governo do Estado adote ações emergenciais, como a dispensa de licitações, a mobilização imediata de recursos e o pedido de apoio federal. O município também pode solicitar recursos da União e do Fundo Estadual de Calamidade Pública (FECAP), além de firmar convênios emergenciais para reconstrução.

No sábado, 8, o governo do Paraná encaminhou à Assembleia Legislativa, em regime de urgência, um projeto de lei que altera a lei do Fecap. Até então, a lei permitia apenas repasse a fundo com municípios. Se aprovada, a mudança vai permitir o envio direto de recursos financeiros às famílias que tiveram as casas destruídas. Os critérios serão estabelecidos por decreto, mas a ideia é liberar até R$ 50 mil por família.

O governador Ratinho Junior (PSD) também autorizou a liberação imediata de recursos para os municípios atingidos. As verbas serão aplicadas em obras emergenciais como reconstrução de estradas, pontes, escolas, creches e unidades de saúde que foram destruídas. "Além do que já temos, essa nova lei vai possibilitar auxiliar na recuperação de maneira muito mais célere", disse.

No âmbito federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu o estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu, o que garante acesso imediato a recursos para socorro e reconstrução. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, informou ao Estadão que pediu ao presidente da Caixa Econômica Federal a liberação dos recursos do FGTS para os atingidos. Em nota, disse que uma equipe do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) foi mobilizada para o Paraná e que técnicos da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) foram acionados para auxiliar nas ações de resposta e assistência humanitária.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, desembarcou neste domingo, 9, em Rio Bonito do Iguaçu para acompanhar a situação e se reunir com autoridades locais e estaduais. "A equipe está autorizada a solicitar tudo o que for necessário da parte do governo federal para empregar na operação, seja força humanitária, equipamentos ou apoio logístico. O governo do presidente Lula trabalha de forma integrada, mobilizando todos os ministérios", afirmou Waldez antes da viagem.

Os fenômenos meteorológicos que atingiram o Paraná também afetaram cidades do estado vizinho Santa Catarina.

Segundo a Defesa Civil do Estado, três tornados causaram danos às cidades de Dionísio Cerqueira, Xanxerê e Faxinal dos Guedes, entre sexta-feira e sábado, com ventos de pelo menos 105 km/h.

Os tornados são resultado da passagem de uma frente fria e de um ciclone extratropical sobre o Oceano Atlântico, que criou um ambiente instável de descargas elétricas, granizo e ventos intensos na região.

O órgão informou que os tornados tiveram duração de poucos minutos, mas causaram danos intensos: casas foram parcialmente destruídas, especialmente destelhadas, pessoas estão desalojadas.

As três cidades também registraram inúmeras quedas de árvores, escolas interditadas, importantes vias fechadas e interrupção no fornecimento de energia elétrica - mais de 40 mil endereços ficaram sem luz durante o final de semana.

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 é "Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira", segundo informou o Ministério da Educação (MEC). Mais de 4,8 milhões alunos estão inscritos para fazer a prova neste domingo, 9, e no próximo, dia 16.

Neste domingo, os estudantes resolverão questões de linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; além da redação.

Relembre os temas de edições anteriores

O texto deve ser desenvolvido a partir da situação-problema proposta na prova e dos materiais de apoio, que auxiliam na reflexão sobre o tema.

Nos últimos anos, os temas de redação do Enem abordaram desde o papel da mulher e a valorização dos povos tradicionais até questões como doenças mentais e o comportamento do usuário na internet.

No ano passado, o tema foi "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil". O debate sobre a valorização da herança africana tem crescido no Brasil nos últimos anos, assim como as discussões sobre estratégias para superar o racismo e as desigualdades.

Em 2023, o tema foi "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil". A temática foi considerada inesperada pelos professores de cursinho, mas extremamente relevante.

O tema abordado em 2022 foi "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil", que promoveu discussões sobre o direito à cidadania e a importância de zelar pela preservação da história no País.

Em 2021, o assunto foi "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil", a respeito da participação do Estado em prover visibilidade a pessoas sem documentos essenciais, como certidão de nascimento.

Em 2020, o tema foi "O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira" e, em 2019, a redação tratou da "Democratização do cinema no Brasil"

Em 2018, foi escolhido o assunto "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet", com discussões sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), e, em 2017, o tema foi "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", abordando a inclusão social.