Julia Roberts e Sean Penn promovem sessão de 'Manas' com Dira Paes nos EUA

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O longa brasileiro Manas, dirigido por Marianna Brennand, ganhou um reforço de peso em sua campanha internacional. No sábado, 13, Sean Penn e Julia Roberts promoveram uma exibição especial do filme em Los Angeles (EUA), na Ross House, espaço conhecido por receber sessões privadas para membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e profissionais de destaque da indústria de Hollywood.

A sessão contou com a presença da própria diretora e da atriz Dira Paes, além de votantes da Academia. Após a exibição, houve um debate mediado pela jornalista Stacy Wilson Hunt, do Hollywood Reporter.

Apoio internacional

Durante o encontro, Julia Roberts afirmou que o filme tem impacto transformador sobre o público, enquanto Sean Penn relembrou o primeiro contato com Marianna Brennand no Festival de Cannes, quando a diretora recebeu o prêmio Women In Motion Emerging Talent Award 2025.

Emocionada, Marianna Brennand agradeceu ao apoio e destacou a importância da visibilidade dada por artistas como Penn e Roberts à produção brasileira. Pouco após se associar ao projeto, Penn já havia incentivado a diretora a levar o filme para Los Angeles e vem articulando encontros estratégicos no mercado norte-americano.

Reconhecimento e trajetória

Primeiro longa de ficção de Marianna Brennand, Manas estreou nos cinemas brasileiros em maio deste ano e soma 28 prêmios desde sua première mundial no Festival de Veneza, onde recebeu o Directors Award. Foi também o único filme premiado em Veneza e Cannes na temporada 2024-2025.

A produção tem ainda o apoio de Walter Salles, dos irmãos Dardenne e de François-Henri Pinault, presidente do conselho do grupo Kering e acionista da Creative Artists Agency. A distribuição nos Estados Unidos será feita pela KimStim, com previsão de lançamento em cerca de 20 cidades, incluindo o Film Forum, em Nova York.

Sobre o filme

Rodado na Ilha do Marajó (Pará), o longa acompanha Marcielle, ou Tielle, interpretada pela estreante Jamilli Correa. A jovem de 13 anos vive com os pais e irmãos e idolatra a irmã mais velha, Claudinha, que teria partido em busca de uma vida melhor. Ao perceber os limites impostos por sua realidade e os ambientes abusivos que a cercam, Tielle decide enfrentar a estrutura violenta que marca sua família e outras mulheres da região.

Além de Jamilli Correa, o elenco reúne Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga, bem como atores locais. O roteiro foi desenvolvido a partir de pesquisas de Brennand sobre casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru, no Pará.

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Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral de São Paulo que foi executado a tiros nesta segunda-feira, 15, em uma emboscada na Praia Grande mo litoral sul paulista, já havia sido alvo do crime organizado em outras ocasiões.

Ruy escapou de um plano para assassiná-lo em 2010, quando trabalhava no 69.º DP, na Cohab Teotônio Vilela. Na época, o delegado havia acabado de deixar a Delegacia de Roubo a Bancos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), quando o plano de bandidos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) foi descoberto. Dois homens foram presos em frente ao 69.º DP com um fuzil. Eles estariam de tocaia para matar o policial.

Já em 2012, o ex-chefe da Polícia Civil foi abordado por dois homens na Via Anchieta, no ABC. Houve troca de tiros e um dos suspeitos morreu. Fontes estava junto de uma investigadora da Polícia Civil. Ela foi atingida no pescoço e ficou internada por 45 dias após passar por cirurgia.

Em 2020, Fontes sofreu uma emboscada de assaltantes no Ipiranga, na zona sul da capital. Ele reagiu e chegou a balear um dos criminosos, que conseguiu fugir.

Em maio de 2022, o ex-delegado-geral foi vítima de um assalto, na Avenida do Estado, zona sul da capital. Uma dupla em uma motocicleta o abordou, mas desistiu ao perceber que o veículo que Fontes dirigia era blindado.

Em dezembro de 2023, Fontes sofreu um assalto, na Praia Grande, litoral paulista. Ele e a mulher saíam de um restaurante e iam para casa quando foram abordados. Um dos criminosos apontou a arma para a cabeça do ex-policial. Foram roubados celulares, joias, cartões e a moto do casal. Os suspeitos foram presos em flagrante, e os bens, recuperados.

"Combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro. Minha família, agora, quer que eu deixe o emprego em Praia Grande e saia de São Paulo", disse ao Estadão após o episódio. Ele ainda apontava estar preocupado com a exposição do assalto nas mídias e que sua família se sentia ameaçada.

Histórico de atuação contra o PCC

Ruy ficou conhecido por sua atuação contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele chefiou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, após ser nomeado para o cargo de delegado-geral no então governo João Doria (na época no PSDB).

Em 2006, ele foi o responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

De acordo com o secretário-adjunto da Segurança Pública, delegado Oswaldo Nico Gonçalves, Fontes teria conseguido balear um dos criminosos nesta segunda-feira. Policiais de São Paulo foram despachados para a Baixada Santista.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que irá dedicar "toda energia" à investigação do crime. "Com pesar, lamentamos profundamente o assassinato de um policial com muitos anos de trabalho dedicados à corporação, que ocupou inclusive seu posto mais elevado. Iremos dedicar toda energia à investigação do crime", disse em nota.

Uma das suspeitas da polícia é de que a ação tenha sido obra da Sintonia Restrita, o grupo de pistoleiros do PCC responsável no passado por planos para sequestrar o ex-juiz Sérgio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). "Ainda não podemos afirmar. Mas vamos tentar localizar esse bandido que ele teria baleado", afirmou Nico.

Outra hipótese investigada pela polícia é a possibilidade de o crime estar ligado a uma licitação na Prefeitura de Praia Grande que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. No começo da noite, um carro suspeito de ter sido usado pelos bandidos foi encontrado em chamas.

'Terceira grande vingança'

Caso seja confirmada a participação do PCC no crime, esta seria a terceira "grande vingança" promovida pela facção contra autoridades que combateram o grupo dentro e fora dos presídios.

A primeira do grupo foi a do juiz-corregedor Antônio Machado Dias, assassinado em Presidente Prudente, no interior paulista, em março de 2003. Rogerio Jeremias de Simone, integrante da cúpula da facção, foi acusado de ser o mandante do crime.

A segunda vítima "excelente" da facção foi o diretor de presídios José Ismael Pedrosa. Ele era o chefe do Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, quando seis detentos fundaram a facção.

O velório do ex-delegado geral do Estado Ruy Ferraz Fontes, morto nessa segunda-feira, 15, em uma emboscada na Praia Grande, no litoral, paulista, está marcado para ocorrer nesta terça-feira, 16, entre 10 horas da manhã e 15 horas no Hall Monumental do Palácio 9 de Julho da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

O sepultamento está previsto para as 16 horas no Cemitério da Paz Morumbi, na zona sul da capital paulista.

Ao longo de mais de quatro décadas dedicadas à Polícia Civil, Fontes exerceu funções relevantes, entre elas a de diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

"Atuou também no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic)", descreveu a Alesp.

Atualmente, ele era secretário de Administração Pública de Praia Grande e despachou na prefeitura normalmente nessa segunda-feira, antes de ser vítima de uma emboscada.

Histórico de ação contra o PCC

Fontes ficou conhecido por sua atuação contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele chefiou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, após ser nomeado para o cargo de delegado-geral no então governo João Doria (na época no PSDB).

Em 2006, ele foi o responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

Uma das suspeitas da polícia é que a ação tenha sido obra da Sintonia Restrita, o grupo de pistoleiros do PCC responsável no passado por planos para sequestrar o ex-juiz Sérgio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). (Colaborou Marcelo Godoy)

A Polícia Civil de São Paulo segue investigando o assassinato do ex-delegado-geral do Estado Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, morto nessa segunda-feira, 15, em uma emboscada na Praia Grande, litoral paulista. O objetivo é esclarecer as motivações do crime e prender os criminosos.

Fontes foi baleado em uma emboscada, no momento em que saía da sede da Prefeitura de Praia Grande, no início da noite dessa segunda-feira, 15. Atualmente, ele era secretário de Administração Pública de Praia Grande e despachou na prefeitura normalmente na segunda-feira.

Quinze minutos antes de sair do prédio, conversou por telefone com o procurador de Justiça Márcio Christino. "Fui o último a conversar com ele. Ele não estava fazendo nada ligado à segurança, estava afastado da área", afirmou o procurador.

Como foi a perseguição?

Fontes saiu da prefeitura e foi seguido por bandidos em uma Hilux. Imagens de câmeras de segurança mostram que o ex-delegado estava em alta velocidade, provavelmente fugindo dos bandidos, quando entrou em um cruzamento e foi atingido por um ônibus. Seu carro capotou e ficou imprensado. Três bandidos descem então da picape com fuzis e atiram no delegado, que reagiu.

Outras pessoas ficaram feridas durante a ação?

Os disparos no atentado que mataram Fontes também atingiram a família de Fátima, moradora da cidade e testemunha do crime no bairro Vila Mirim. Ao Estadão, ela (que teve o nome alterado por motivos de segurança) contou que não apenas presenciou a cena, como também teve a filha e o neto baleados durante o tiroteio.

A filha já recebeu alta porque uma das balas atravessou a perna e a outra ficou alojada, mas foi retirada.

O estado do neto, de 19 anos, é mais grave. Embora esteja fora de risco, ele continua internado. "Foi um tiro de fuzil que quebrou o osso da perna. Ele vai precisar passar por cirurgia", contou.

Quais as hipóteses levantadas até o momento?

Para promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) ouvidos pelo Estadão, "tudo indica que foi um crime de máfia".

Outra hipótese investigada pela polícia é a possibilidade de o crime estar ligado a uma licitação na Prefeitura de Praia Grande que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. No começo da noite, um carro suspeito de ter sido usado pelos bandidos foi encontrado em chamas.

De acordo com o secretário-adjunto da Segurança Pública do Estado, delegado Oswaldo Nico Gonçalves, Fontes teria conseguido balear um dos criminosos.

Como estão as investigações?

Uma força-tarefa da tropa de elite da Polícia Militar, a Rota, e o Batalhão de Choque, está em andamento para localizar e prender os criminosos.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que irá dedicar "toda energia" à investigação do crime. "Com pesar, lamentamos profundamente o assassinato de um policial com muitos anos de trabalho dedicados à corporação, que ocupou inclusive seu posto mais elevado. Iremos dedicar toda energia à investigação do crime", disse em nota.

Força-tarefa atuará na Baixada Santista

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, determinou a ida do Batalhão de Choque e de policiais civis para o litoral sul para tentar encontrar os responsáveis pela morte de Fontes.

"Estamos mobilizando o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa)e o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) nessa investigação.

Nas redes sociais, o secretário anunciou a criação de uma força-tarefa. "Determinei integração de força-tarefa, com prioridade definida pelo governador Tarcísio (de Freitas), para prender os criminosos", escreveu.

Ex-delegado-geral era conhecido por atuação contra o PCC?

Sim. Ele ficou conhecido por sua atuação contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Chefiou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, após ser nomeado para o cargo1 de delegado-geral no então governo João Doria (na época no PSDB).

Em 2006, ele foi o responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Quatro anos depois, a Inteligência Policial conseguiu interceptar um plano do PCC para matar Fontes. Dois homens foram presos em frente ao 69.º DP, na zona leste de São Paulo, com um fuzil. Eles estariam de tocaia para matar o delegado.

Demonstrou preocupação antes de ser assassinado

Em dezembro de 2023, Fontes sofreu um assalto, em Praia Grande. Na época, ele já demonstrava preocupação com sua segurança e de familiares, após anos de atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).

"Combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro. Minha família, agora, quer que eu deixe o emprego em Praia Grande e saia de São Paulo", disse ao Estadão após o episódio. Ele ainda apontava estar preocupado com a exposição do assalto na mídia e que sua família se sentia ameaçada.

Ele e a mulher saíam de um restaurante e iam para casa quando foram abordados. Um dos criminosos apontou a arma para a cabeça do ex-policial. Foram roubados celulares, joias, cartões e a moto do casal. Os suspeitos foram presos em flagrante, e os bens, recuperados. Na época, Fontes atuava como secretário da Administração na prefeitura de Praia Grande.